diabolô

diabolô Nilton Resende




Resenhas - diabolô


3 encontrados | exibindo 1 a 3


Elayne Pontual 28/03/2012

Minhas impressões sobre o primeiro livro de contos de Nilton Resende, contemplado pelo Prêmio Lego de Literatura. Leia aqui:
http://www.imprensaoficial.al/blog/2012/03/28/diabolando-2/
comentários(0)comente



Renato Medeiros 25/04/2012

Coletânea de sustos ou contos para se conter a respiração
Cheguei ao final de 'Diabolô' com a sensação de calmaria que sempre é perturbada por algo que realmente beira o diabólico, que assusta. Acho que é isso, 'Diabolô' é uma coletânea de sustos. São gritos dados rente à placidez de um rio, causando perturbações na água. Ondulações que se arrastam e movimentam o entorno. Sustos que tiram os personagens e as situações da zona de conforto. E é uma coletânea muito coerente, bastante unida, porque é possível perceber isso em praticamente todos os textos. No começo, um pouco de mistério, de sombrio. Depois, a presença de imagens da infância e também de uma sexualidade que se relaciona a essa infância, que seduz. Tem sempre um menino; tem sempre a memória de uma casa, de uma rua, de um lugar; tem sempre um desejo reprimido; e tem sempre essa perturbação diabólica que provoca o susto da medusa, essa que ilustra a capa do livro.
comentários(0)comente



Ana Aymoré 29/07/2019

Os labirintos assombrados de Nilton Resende
Em ensaio sobre a contística de Lygia Fagundes Telles, Walnice Nogueira Galvão nos diz que algo que estrutura internamente as narrativas ficcionais da escritora paulista seria o que denominou de "imagem pregnante": signos que concentram o sentido fundamental do texto, que sintetizam de modo alegórico e extremado as possibilidades de significação, "[d]e tal modo que, quando [a imagem pregnante] aparece, traz consigo um senso de revelação, iluminando em rastilho toda a narrativa."
.
Estudioso da obra de Lygia (tendo produzido, em seu doutoramento em Estudos literários na Ufal, uma cuidadosa edição crítica de Antes do baile verde), o alagoano Nilton Resende reúne, nos contos que compõem o inquietante Diabolô, narrativas também - à maneira lygiana - repletas de significações estruturadas através de imagens condensadas: o biscoito levado à boca e mastigado ("A ceia"), o vestido vermelho ("Não é tempo de maçãs"), a porta fechada ("A canção e a sombra"), o pião ("Ofício"). E, mais ainda, essa galeria de signos, nos contos de Nilton, apresenta-se a nós obliquamente, através das portinholas e frestas entreabertas aos olhares de seus narradores, quase todos meninos (cujas infâncias, no sentido da inocência, já se encontram, como observou Brisa Paim na orelha do livro, irremediavelmente perdidas).
.
Pois atravessar os contos de Nilton Resende é como enfrentar a presença inclemente da Medusa: é preciso, de fato, uma mirada oblíqua para não sermos petrificadas/os por sua face aterradora, e decifrar seus mistérios e encantamentos. Como o título indica, essas narrativas breves são simultaneamente o jogo que precisamos equilibrar sobre fios (o diabolô chinês) e o diabolus, daquele que separa e desune, que nos acusa e nos aponta a hipocrisia, a ausência de compaixão e as perversidades que permeiam nossas existências.
.
Tenho um orgulho imenso de merecer a amizade desse escritor singular e em cada palavra preciso, e de ter contribuído de alguma maneira para sua formação. Que ele siga esse que é seu verdadeiro ofício, de construtor de labirintos assombrados.
comentários(0)comente



3 encontrados | exibindo 1 a 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR