Os Gêmeos

Os Gêmeos Pauline Alphen




Resenhas - Os Gêmeos


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Yasmin 26/03/2012

Fascinante, Diferente e Criativo

Segundo livro que recebi através da parceria com a Companhia das Letras, “Os Gêmeos” é um livro que viaja entre os gêneros, possui elementos distópicos, uma veia épica e fechando a lista uma pitada de sobrenatural ou seria melhor dizer uma pitada de ficção científica? O livro tem um forte caráter introdutório, mas isso nem de longe é um problema. Pauline Alphen construiu um universo rico com personagens muito bons e através de uma narrativa repleta de referências literárias conquista o leitor a cada novo capítulo.

Século XXIII, a terra passou por uma grande catástrofe e o que restou foram apenas comunidades esparsas em um planeta devastado. Do “Tempo de Antes” não restou nada. As pessoas vivem sem nenhuma tecnologia e várias coisas são conceitos de um passado distante. Televisão, cinema, celular, internet, tudo isso são coisas praticamente impossíveis de acreditar. Salicanda é uma das três aldeias situadas nos vales e seu fundador Jors proibiu qualquer resquício do passado. Virou tabu falar do aconteceu. Construída em torno de um velho farol Salicanda vivia em um clima feliz e tranquilo até a noite em que Sierra, filha de Jors, esposa de Eben e mãe de Claris e Jad desapareceu sem deixar vestígio. Nove anos se passaram desde a noite que ela sumiu. Os gêmeos nunca mais foram os mesmos. As características que os uniam se dissiparam naquela noite. Claris se fechou para as lembranças da mãe e se tornou uma garota ativa, fazendo tudo o que o irmão Jad não pode. Claris acha tudo tedioso, com toda sua impaciência não nota as mudanças e os poderes que tem. Jad ao contrário da irmã desde que a mãe desapareceu assumiu com toda a calma e paciência as dificuldades que a vida lhe impôs. O problema no coração que o impede de ser ativo fez com que desenvolvesse muito mais as habilidades da mente. Jad é muito maduro para sua idade e a forma com que disciplinou a própria mente é notável.

O início do livro é um pouco lento para quem gosta de ser tragado pela história logo nas primeiras páginas, mas esse ritmo cadenciado permite degustar mais cada novidade. São poucos os livros que possuem ao mesmo tempo uma ambientação benfeita e personagens fortes. Com toques de humor, referências diversas e personagens singulares Pauline Alphen escreveu um livro único. Um livro com vários elementos da fantasia e do épico, mas no futuro. É diferente parar e pensar que ao invés de passar por uma catástrofe e seguir mais modernos podemos regredir. Casas de pedra, forjas, espadas, arco e flecha, povo das árvores, profecias, elementais, universos paralelos, dons para psíquicos e aventura. São essas algumas das palavras que posso usar para descrever o que você vai encontrar.

É nesse ambiente que conhecemos personagens fascinantes. Uma narração tão boa e repleta de descrições que fica impossível não sonhar em viver num lugar como Salicanda. A autora conseguiu construir um cenário interessante e criativo. Os personagens secundários são tão bem desenvolvidos quanto os protagonistas e todas as pequenas tramas são interessantes, todas receberam a devida atenção. Um dos personagens mais interessantes é Blaise, o professor dos gêmeos, um ancião que estava com Jors quando ele fundou Salicanda. Alternando o foco entre os gêmeos e as andanças de Blaise a narração vai ganhando contornos até o final do livro. A cada nova informação uma pergunta surgia e a forma como Claris e Jad estão relacionados a profecia e ao sumiço de Sierra só vamos descobrir no próximo livro. É curioso o modo como muitas das perguntas de Blaise são também as perguntas de quem lê. Estou ansiosa para saber como Claris e Jad vão ficar depois dos acontecimentos do final do livro.

Não posso esquecer-me das diversas citações de “O Senhor dos Anéis” e “Star Wars”. Foi engraçado demais Claris e Jad achando que Star Wars era um livro ou pior achando que no passado (séc. XXI e XXII) realmente tínhamos a Força, naves e Jedis. A análise de Blaise e Ugh de “O Senhor dos Anéis” também foi perfeita. Para quem adora livros que falam de outros livros com tanta naturalidade é perfeito. A análise de Claris das “princesas passivas” também foi ótima. O jeito que ela fala de Arwen é muito, digamos acertado.

A edição da Companhia das Letras é ótima, o livro ficou tão bom de pegar, eu sei que parece loucura ou besteira, mas é um livro macio, de toque agradável. Não encontrei erros na edição e gostei muito da diagramação. Um livro ótimo em (...)

Termine o último parágrafo em: http://cultivandoaleitura.blogspot.com.br/2012/03/resenhas-os-gemeos.html

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House of Chick 08/09/2012

“Os Gêmeos” é o primeiro volume das crônicas de Salicanda, que foi lançada aqui no Brasil pela editora Cia. Das Letras. Eu não sabia muito bem o que esperar deste livro, já que não tinha achado nenhuma resenha que eu pudesse ler (imagino que agora já tenham várias resenhas por aí, mas não quando ouvi sobre ele, em seu lançamento), porém, assim que li a sinopse, ele me encantou bastante. Então, comecei a ler assim que tive a oportunidade de ter esse título em mãos, e posso dizer que não me arrependo nem um pouco. Vou dividir com vocês a minha opinião sobre essa história.

Conhecemos o século XXIII, um século onde tudo que conhecemos hoje em dia (como computadores, cinema, tecnologia, etc.) ficou para trás, dando espaço para uma era medieval, ficando até difícil de acreditar que essas coisas existiram algum dia. Tudo isso porque no século XXII a Terra passou por uma grande catástrofe.

O livro conta a história de Claris e Jad, dois gêmeos que moram com o pai Eben já que perderam a sua mãe, Sierra, quando tinham apenas 3 luadas (que representa 3 anos de vida) de uma forma muito estranha, já que ela simplesmente desapareceu, sem deixar pistas, fazendo com que eles ainda tenham esperanças de que ela possa estar viva.

Claris é uma menina forte e corajosa. Valente, ela não gosta de ver as princesas dos livros esperando por um príncipe encantado. Acha que meninas também podem e devem se aventurar, andar a cavalo e ter a sua própria espada. Muito agitada, ela acha tudo tedioso.

Jad, diferente da irmã, é um menino calmo e paciente. Ele não pode montar nem lutar, nem fazer nada com que o coração dele acelere demais, pois isso pode ser fatal. Com uma doença no coração que o impossibilita de ser tão ativo quanto Claris, ele desenvolveu outra característica bem marcante, a inteligência.

Eben, pai dos meninos é um homem isolado e sem muita felicidade na vida, fazendo com que os gêmeos fossem esquecidos em meio a tudo que se passa.

Agora que nossos protagonistas estão com doze luadas querem saber mais sobre o passado, que ninguém gosta muito de falar, sendo um assunto meio que proibido, e sobre o sumiço de sua mãe. Nos aventuramos, então, com esses dois protagonistas que começam a perceber que têm poderes, em uma história cheia de mistérios, magia e aventuras que nos faz refletir sobre a humanidade.

Continuação: http://www.houseofchick.com/2012/09/os-gemeos-pauline-alphen.html
Bruna Costenaro 08/09/2012minha estante
Porque nenhum autor consegue escrever uma história a partir de uma núcleo familiar comum? Com os pais e filhos juntos? Só há história se houver morte ou separação?

Os gêmeos é + um livro que aborda uma família com o luto em si...

Como já disse no House tô curiosa para ler =]

Miquilissss


Bitinha 08/09/2012minha estante
Resenha tão bem escrita! Só saber que se passa na era medieval, já me sinto conquistada, agora que os escritores entraram nessa onda de dispotia..
E a Bruna Costenaro tem razão quando diz que: nenhum autor consegue escrever uma história que não haja morte ou separação, haha. Sempre assim!


Vanilda 08/09/2012minha estante
Já faz um tempinho que ouvi falar nesse livro mas não tinha parado para prestar muita atenção. Pela sua resenha, percebi que ele vem no clima das distopias, de um futuro imaginário. No caso desse livro, a humanidade estaria recomeçando? Achei a premissa do enredo bem interessante e como ele é parte de uma série, tem isso de ser bem descritivo, para a ambientação nesse "novo mundo". Chamou minha atenção quando você diz que também é dada importância aos personagens secundários e não só aos protagonistas. Será que ele terão algum papel de destaque nos próximos volumes?


Andressa1202 08/09/2012minha estante
Eu tinha me desanimado de ler esse livro após uma resenha negativa que eu havia lido, mas você me instigou a respeito dos personagens, gêmeos que se completam, e de toda a investigação que eles começam em busca da verdade.
parabéns!


Lorrany 08/09/2012minha estante
Não faz o meu tipo de livro. Apesar da capa ser atrativa não acho que passe a ideia do livro, pelo menos não me convenceu. Como comentei no House, a descrição de Claris me remeteu à Merida, protagonista de Valente, eu gosto de personagens femininas que não são frágeis e com o esteriótipo de princesas, mas também me parece meio batido. E como a Bruna comentou, acho bizarro que a maioria das histórias tenham que se passar com famílias problemáticas. Até entendo que deva render segredos e blablabla, mas é cansativo as vezes.


MauMau 08/09/2012minha estante
Oi, realmente esse livro é bem legal. A narrativa do autor é cheia de voltas e voltas.
Isso as vezes pode deixar a desejar. Mesmo assim esse mistério sobre seus passados,
sobre sua mãe. E a forma com que está o mundo segundo o livro, no passado dos meninos e no presente
dos mesmo, é bem diferente do nosso. Sim nos faz olhar para a sociedade.

Esse tipo de livro sempre é bom por que nos faz olhar nossa sociedade, cada um com um olhar
diferente. E cada vez com um ponto de vista diferente; além, da vista do ponto que estamos
depois da leitura. Realente muito apreciável. E espero que as próximas crônicas continuem
boas dessa forma. Sempre sem exageros.

Adorei a sua resenha, como sempre está ótima!

Bjão!!!
Mauricio Dias
maumauz@live.com


Maya 08/09/2012minha estante
ahhh não mil desculpa mas me recuso a obter informações sobre este livro, eu quero muito ler ele, e quero descobrir tudo por conta própria, isso inclui quantos personagens tem, o cenário e tudo mais *.*
apesar que capa linda


Gih 09/09/2012minha estante
Fiquei realmente em duvida sobre este livro, pois ele possui todos os elementos para ser bom...só estas tres coisas (mistérios, magia e aventuras)jah me fazem de cara querer ler o livro.

Porem o que me preocupa é a narrativa lenta e nem tudo ser explicado deixando muitas brechas para traz.

Quanto aos personagens serem bastante depois de ler "A guerra dos tronos" a gente se acostuma e aprende a decorar os nomes falando em Guerra dos tronos a menina me lembrou muito Arya Satrk rsrsrsrs

A cpa é muito bonita, só iquei pensando como o menino vai viver uma aventura com a doença q ele tem, pois só a palavra jah faz o coração acelerar rsrsrsrsrs

Mas eu leria sim, apesar dos pontos negativos!

glnemcl@hotmail.com


Thais 10/09/2012minha estante
Acho que esse livro deve ser maravilhoso. A capa é linda, a história deliciosa e eu já estou apaixonada pelos gêmeos. Quero muito ler esse e todos da série.
Deve ser muito bom...Sua resenha foi ótima.

Thais Vianna - @dathais - dathais@hotmail.com


MauMau 14/09/2012minha estante
Oi, realmente esse livro é bem legal. A narrativa do autor é cheia de voltas e voltas.
Isso as vezes pode deixar a desejar. Mesmo assim esse mistério sobre seus passados,
sobre sua mãe. E a forma com que está o mundo segundo o livro, no passado dos meninos e no presente
dos mesmo, é bem diferente do nosso. Sim nos faz olhar para a sociedade.

Esse tipo de livro sempre é bom por que nos faz olhar nossa sociedade, cada um com um olhar
diferente. E cada vez com um ponto de vista diferente; além, da vista do ponto que estamos
depois da leitura. Realente muito apreciável. E espero que as próximas crônicas continuem
boas dessa forma. Sempre sem exageros.

Adorei a sua resenha, como sempre está ótima!

Bjão!!!
Mauricio Dias
maumauz@live.com




AndyinhA 11/05/2012

Trecho de resenha do blog MON PETIT POISON

Poderia enumerar as coisas que não gostei do livro e logo uma delas é a quantidade de personagens que existem. E poderia cortar metade deles, porque são daqueles que aparecem para fazer figuração, ganham uns 15 minutos de fama, mas todos os outros falam dele depois, aí você fica se perguntando ‘fulano quem?’. E nem vou falar dos nomes estranhos.

Segundo que a história era para se concentrar em 2 coisas – os gêmeos e o que aconteceu para acabar a tecnologia – mas nada disso acontece. Apesar de ter gostado da Clarys [ela me lembrou um cadim a Arya de Guerra dos Tronos] tinha horas que estava forçando demais. E as explicações sobre o que aconteceu no passado são tão vagas e no meio de mil diálogos sobre outras coisas que provavelmente passa despercebido alguns detalhes.

Demorei bastante tempo para ler este livro, pois o livro não tinha fluidez, eu lia um trechinho e empacava, parecia que a história não estava costurada de forma única. Como se fosse uma colcha de retalhos e de repente alguma coisa bacana surgia.

Para saber mais, acesse: http://migre.me/92DRr
Bruna 13/03/2015minha estante
Estou na mesma situação. Não consegui terminar ainda... E não consigo entender essas resenhas dizendo que o livro é fantástico. Você resumiu exatamente o que eu também penso!




naniedias 25/02/2012

Os Gêmeos, de Pauline Alphen
Século XXIII. As coisas não são mais como antes. Nem ao menos parecem uma evolução natural. Aliás, não são. Algo deu tremendamente errado nos Tempos de Antes e as coisas parecem ter regredido. Não há mais tecnologia.
Em Salicanda, cidade fundada por Jors, até mesmo falar daquela época é um tabu.
Mas os gêmeos, Claris e Jad, são curiosos e vão acabar descobrindo detalhes preciosos. Porque as coisas estão mudando mais uma vez.

O que eu achei do livro:
Os Gêmeos é um livro incrível! Pauline Alphen construiu um universo extremamente rico e, aos poquinhos, vai revelando-o para os leitores. É uma delícia ir descobrindo a cada capítulo detalhes do mundo atual e de como ele saiu do mundo onde vivemos e chegou ao ponto onde a história se encontra.
Não sei se podemos considerar Os Gêmos um livro do gênero distópico. Apesar de alguns elmentos comuns a esse gênero - como uma sociedade futurista, onde há o controle de um governo autoritário que tira parte da liberdade dos cidadãos em prol da segurança e da vida perfeita - é totalmente diferente dos demais livros que eu já tenha lido. Saber que algo deu errado foi surpreendente (ou talvez nem tanto assim), mas o mais incrível é perceber que a autora utilizou elementos cada vez mais presentes no nosso cotidiano para descrever as mudanças.
Os personagens criados por Pauline também são realistas, cativantes e muito bem explorados! Acho que nunca vi um livro onde todos os personagens fossem tão bem aproveitados na trama. Não há como dizer que eu gostaria de ter conhecido mais de um ou outro personagem, porque a autora se utiliza de todos - os gêmeos são os protagonistas, mas o tempo inteiro estamos acompanhando outros personagens e suas aventuras.
A linguagem do livro, apesar de ser um juvenil, não é simplista e a leitura é mais lenta. Para mim, que gosto desse tipo de coisa, isso não se configura um problema, mas já deixo avisado porque sei que muitos leitores não gostam de histórias cujo ritmo é mais parado.
O único ponto negativo do livro para mim foi a quase ausência de um clímax. Somente bem no final existe algo que se encaixe nesse perfil e mesmo assim acontece muito rapidamente - confesso que senti a falta de algo um pouco maior.
Claro que a autora não contou todos os segredos e guardou muitas coisas para as continuações das Crônicas de Salicanda. E eu mal posso esperar para ler os próximos livros.

PS: Um dos personagens mais interessantes do livro é um cego. E uma das falas dele é simplesmente inesquecível e eu não pude deixar de compartilhar.
"Bem, no meu modo de... hum... ver as coisas, sou antes de tudo um homem. Sou também um marido, um pai, um irmão. E também sou alto, bonito e tremendamente inteligente. Está achando graça? Isso quer dizer que eu também sou engraçado, às vezes. O que mais, vejamos... Minha mulher diria que sou um mau jogador, um roncador... e outras coisinhas mais, e melhores. Porque eu também sou um rimador! Está vendo, ser cego me caracteriza, mas não me define."

PS2: A autora é filha de uma brasileira com um francês. O livro foi escrito e publicado em francês, mas a versão brasileira foi traduzida com auxílio da autora. Ou seja, a tradução deve estar o mais perfeita o possível.

Nota: 8
Dificuldade de Leitura: 8


Leia mais resenhas em http://naniedias.blogspot.com
karlota 19/04/2012minha estante
Eu o vi hoje numa feira de livros,e bem,está altamente caro.Tentei pechinchar mas não consegui,então vou lê-lo mais para o futuro.Mas de agora,como sei o ritmo dele,como você mesma disse,um pouco lento,gosto disso,nada impede de haver aventurinhas e partes emocionantes.Espero ler logo,e daí,poder retificar que o livro é bom mesmo.
Sua resenha está encantadora.
Beijos,obrigada
Até mais


naniedias 01/05/2012minha estante
Karla, se você não se importa como ritmo mais lento, com certeza vai adorar essa história :)




Matheus Braga 10/11/2012

Os Gêmeos - Pauline Alphen
Hey pessoal, tudo bem?

Recebi este livro de parceria com a Companhia das Letras e, por mais que a capa e a revisão feita pela editora estejam espetaculares, a história deixou um pouco a desejar, já que promete muito na sinopse, mas na realidade fica dando muitas voltas ao longo da narrativa.

Como não sou muito adepto a livros que ficam fazendo "vai e vem" com o tempo dos acontecimentos de sua narrativa, pois muitos autores acabam por se perder dentro da própria história, irei fazer um breve resumo linear dos acontecimentos do mundo criado por Alphen.

Nos denominados Tempos de Antes, a tecnologia e a genética chegaram a um ponto tão elevado em suas descobertas e desenvolvimentos, que humanos com poderes e vídeo games capazes de transportar sua mente para uma realidade virtual eram comuns no dia-a-dia da humanidade. Contudo, em um grande evento chamado Torneio Parapsíquico, muitos seres humanos "dotados" simplesmente desapareceram em pleno ar, deixando o mundo imerso em caos. Os anos se passaram e as pessoas que sobreviveram culpavam a tecnologia por todo o sofrimento existente, fundando assim algumas vilas onde qualquer item, por menor que fosse, que apresentasse qualquer desenvolvimento fosse banido, levando a humanidade para uma época semelhante à feudal, com direito a feiras de troca e tudo mais. É neste ponto, em Salicanda, que a história dos gêmeos Claris e Jad acontece.

Quando os gêmeos eram ainda crianças sua mãe, Sierra, desaparece misteriosamente, fazendo com que Jad desenvolvesse certas habilidades, desconhecidas pelo mesmo, ao tempo que Claris simplesmente se fecha para qualquer emoção ou lembrança da mãe. Com o desenvolver da história, Jad recebe de Blaise um jogo muito completo chamado de O Jogo dos Mil Caminhos. Claris recebe uma espécie de "gravador" em forma de retângulo e ele simplesmente muda para a forma de um anel, do exato tamanho de seu dedo. E a partir desses dois acontecimentos que a história é desenvolvida, sempre com um foco voltado para os gêmeos e a busca pelas respostas que tanto anseiam envolvendo os novos presentes e o paradeiro da mãe.

Achei muito confuso a nova marcação de tempo no Tempo Presente. Não há mais o padrão dias, meses e anos, mas sim, luadas, lunações e eras, que por sinal são muito infantis, já que uma era chamada A Era do Unicórnio é algo bizarro de ler em um livro que promete uma grande aventura. Também achei o linguajar usado na leitura um pouco desconexo, ou seja, em alguns momentos, determinado personagens usa palavras e jargões cultos e que aparentam uma maturidade fora do comum, ao tempo que o mesmo personagem em apenas alguns parágrafos à frente demonstra o palavreado de uma criança de 12 anos.

Os personagens presentes na obra dividiram, e muito, minha opinião sobre a capacidade da autora de criá-los. Muitos deles são bem construídos, como o caso de todos os membros da família Borges e Ugh. Entretanto, alguns outros como Eben, chamado de O Duque, são meros preenchimentos de lacunas, já que os gêmeos precisariam de pelo menos um dos pais para que a história se desenvolva da maneira que ocorreu. Claris e Jad são, apesar de infantis e muito ingênuos até mesmo para crianças, são bem elaborados e possuem personalidades fortes. O legal que achei sobre os dois foi que, ao contrario da maioria dos gêmeos, eles não são parecidos psicologicamente, mas sim, opostos que se completam. Outro personagem que poderia ter um maior destacamento é o Falcão Branco, mas infelizmente ele teve poucos momentos de "fama".

Infelizmente o problema que foi retratado no início desta resenha, acerca da promessa feita na sinopse, é algo comum na literatura fantástica atual. Muitos livros prometem uma aventura fantástica ou um romance épico, mas no final acabam por contar uma história mediana e lenta. E foi o que ocorreu com os Gêmeos. No início é compreensível que a narrativa fosse um pouco mais lenta, já que a autora precisa introduzir um novo mundo ao leitor, porém, tal morosidade no desenvolver da narrativa acontece até para mais da metade do livro, deixando a verdadeira aventura prometida apenas para os capítulos finais, deixando um ar de "feito às pressas" no leitor.

Não tive boas impressões com este livro e não sei se estaria disposto a ler a continuação. Contudo, pelo que vi na blogosfera, muitas pessoas gostaram do estilo mais lento da narrativa, já que a mesma é descritiva e rica em detalhes. Assim sendo, recomendo que cada um leia para tirar as próprias conclusões, já que o que eu digo nunca e jamais será a verdade absoluta de uma obra, pois o mesmo livro pode apresentar inúmeras facetas, depende apenas de quem lê.

Abraços,
Matheus Braga - http://vidadeleitor.blogspot.com.br/
@MatheusBragaM
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Leitora Viciada 20/09/2012

Um livro juvenil com densidade e complexidade. É o tipo de livro que por mais que você goste e se empolgue com a leitura, provavelmente não será lido em poucas horas. Eu adorei o livro, o mundo, as personagens, os mistérios, os fatos históricos, praticamente gostei de tudo, porém demorei bastante tempo para terminar a leitura, lia paralelamente outros livros e não conseguia e nem queria terminar Os Gêmeos.
Não é o tipo de leitura de ligeira digestão, não é uma leitura leviana e infantil, embora as personagens principais sejam pré-adolescentes e o livro seja voltado ao público jovem. É difícil explicar exatamente a leitura deste livro, ela é complexa. Nesse ponto eu comparo o livro ao O Hobbit ou O Senhor dos Anéis, por exemplo. Uma saga que pode ser lida e admirada por diversas idades, que o adolescente irá ler e sentir que é uma leitura grandiosa, importante, que não menospreza a inteligência dos mais jovens. Não comparo Alphen à Tolkien, não é isso. Mas ela criou um mundo mágico próprio e também possui uma narrativa extremamente descritiva, tanto nos cenários, quanto nos hábitos e cultura de cada local ou personagem.

A capa simboliza o coração de Salicanda, o Farol com a incrível biblioteca. ao redor: a magia, o inexplicável, o desconhecido. Trata-se de uma das cenas do livro, que é o volume um das Crônicas de Salicanda. E aviso: não é um livro a ser lido independentemente dos outros. Terminando Os Gêmeos, a história não possui um final, você necessitará torcer para que seja logo publicada a continuação. Não existe um final, aparentemente, e sim uma nova etapa a se iniciar. Eu terminei tão curiosa e empolgada para ler o livro dois, que será lançado no Brasil pela Editora Seguinte da Companhia das Letras que fiquei triste e me senti abandonada pelas personagens.
A Companhia das Letras está de parabéns pela obra. A autora é brasileira, mas de família francesa e vive na França. O livro foi escrito em francês, mas durante a tradução ela auxiliou e isso deixa o livro esplêndido, porque sabemos que as nomenclaturas inventadas pela autora em francês certamente foram todas aprovadas por ela nessa versão brasileira, como a bebida mais presente na história, o chocafe.
E vocabulário próprio é o que não falta nesse mundo! Animais, plantas, artefatos - tudo nascido da fértil imaginação da autora.

Enquanto o livro é extremamente agradável e repleto de aventuras e um mundo único, original e curioso, as descrições da autora são excessivas e muitas cenas e diálogos parecem ser dispensáveis - mas não são!
O problema é que talvez a forma natural escolhida pela autora para demonstrar ao leitor toda a evolução psicológica (e física) das personagens pareça um pouco lenta. Não choca repentinamente, mas vai trazendo adrenalina, dúvidas e surpresas bem lentamente, aos poucos.
No começo do livro e durante toda sua primeira parte, a história parecia parada e de difícil prosseguimento. Eu lia, lia, lia e parecia estar ainda no primeiro capítulo, porque apesar do mistério, ação e muitas coisas estranhas e interessantes surgindo, a história parecia não mudar muito. Parecia que as coisas importantes ou aconteciam indiretamente ou permaneciam escondidas - e é a verdade! Você precisa chegar à segunda parte para sentir o coração acelerar e somente ficar sem ar na terceira e última parte! No entanto, como um todo, o livro é excelente. Mais que isso, se a saga toda mantiver o nível da terceira parte, poderá ser uma obra-prima. Tudo dependerá da forma como serão os próximos volumes.

Por outro lado, as personagens e as culturas diversificadas de Salicanda e demais vilarejos vizinhos são muito bem explicados e descritos. Um mundo supostamente medieval. Apenas na aparência, porque descobrimos que existe um passado poderoso e proibido que transformou o mundo completamente e a autora não entrega as informações ao leitor de forma rápida e simples. Ela atiça a curiosidade e o obriga a acompanhar as personagens para se perder com eles nessa busca por respostas.
A procura por respostas pessoais e existenciais únicas de cada personagem, aliada à personalidade de cada uma delas transforma a busca por respostas simples em uma jornada de todo um povo, o retorno ao passado da Humanidade.
Misturando Ficção Científica com Fantasia a autora premia o autor com um mundo novo, diferente, futurístico e ao mesmo tempo com aura medieval. Uma sociedade que desconhece, ou com uma elite que prefere fingir que nada sabe sobre o passado desastroso. Um mundo pós-apocalíptico que foi forçado a recomeçar.

Os gêmeos nada sabem sobre isso e a vida bucólica, alegre, culta e campestre de Salicanda parece uma utopia, se não fossem esses fatos secretos e o desaparecimento da mãe deles.
Claris, a menina que gosta de revezar seu tempo entre livros, histórias, lendas e poemas e atividades tipicamente de meninos, como montar cavalos, praticar esgrima e arco e flecha. Na verdade, uma coisa leva a outra: embalada pelos livros fantásticos que ela lê, sonha em viver aventuras como as das páginas de O Senhor dos Anéis, Harry Potter e muitos outros livros aos quais a autora faz referência e homenagem. Seu herói preferido é Lancelote. Ela se irrita e vive inconformada em ser uma menina que deve crescer e se tornar uma dama.
Enquanto isso, seu irmão gêmeo Jad (seu igual e seu oposto) não pode praticar atividades pesadas e ser como os outros meninos. Ele observa sua irmã fazer tudo o que ele não pode. Então ele se dedica à atividades mentais como jogos complicados, cuidar de bonzais, ler, estudar e meditar. A história contada pelo pai que ele mais adora é Star Wars, pois admira Mestre Yoda e todos os Jedis - talvez ele seja um, tenha a Força, já que não possui músculos. O problema é que ele não consegue encontrar o livro dessa história, de onde seu pai a tirou mesmo, afinal a biblioteca parece ser infinita!
O pai dos gêmeos, o Duque de Salicanda, acabou se fechando nessa biblioteca, no Farol, local preferido de sua esposa antes dela desaparecer. Ele gosta de simplesmente segurar os queridos livros da esposa e estar num dos locais por ela preferidos.
O sumiço é inexplicável, durante o aniversário dos gêmeos e uma enorme tempestade. Teria ela fugido? Por que Jad sonha constantemente com a mãe e sofre tanto desde que ela se foi com sonhos esquisitos e enxaquecas repentinas? E por que Claris finge que nada ocorreu, estando sempre irritada com o assunto.

O mais incrível do livro, são as sensações e visões que causam ao leitor. Eu viajei muito com os cenários e acredito que cada leitor faça a sua viagem de forma própria. Para mim parecia um mundo como os de alguns jogos da série Final Fantasy. As aldeias, o visual das personagens, animais, magia e artefatos, tudo me lembrava Final Fantasy.
O jogo dos Mil Mundos, uma dos maiores mistérios do livro, será adorado por leitores que curtem tabuleiros de RPG. Foi uma das peças que me fizeram ficar cada vez mais curiosa sobre o livro, porque às vezes ele parece ter vida própria, em outras parece que o jogo é quem joga com a realidade.
A segunda coisa foi o anel que parece um envólucro de lembranças eternas. Assume várias formas e serve para muitas coisas. Como um computador ultramoderno e mágico. Os objetos dos Tempos de Antes são todos proibidos e ver alguns deles como mágicos e perceber que na verdade são tecnologias mais desenvolvidas e modernas que as atuais me fez dar muitos pontos positivos à criatividade da autora.
O terceiro item que me agradou em cheio foi na verdade dois grupos de seres fantásticos e misteriosos: os Elementais e o Povo das Árvores.
E por último, não posso detalhar, mas também nem deixar de comentar: As Crônicas dos Tempos de Antes - uma leitura embutida ao livro interessantíssima e responsável por sanar (e criar) mais dívidas ao enredo. Se os escritos são verdade ou não, o mundo encontra-se a frente do século XXIII!

Além das histórias citadas anteriormente por mim nesta resenha, a autora faz referências populares de filmes, livros, e coisas mais simples que não mais existem no mundo de Salicanda, como a fotografia, os aparelhos eletrônicos, a internet, o cinema... Estranhamente o mundo tornou-se medieval novamente.
Ao longo do livro, o leitor necessita, assim como os gêmeos, descobrir o que aconteceu com a mãe deles e com o mundo e toda a Humanidade. Será que existem similaridades?
E o futuro dos gêmeos, que mudam no decorrer da história, será modificar tudo novamente?

Destaque para personagens secundárias: Blaise, Ugh e a família Borges.
A família Borges é quem traz ação e novos ares ao livro, com cada integrante da família sendo especial, Do bebê alegra, passando pelas meninas inteligentes e o casal moderno.Uma família exótica, culta, aventureira e totalmente fora dos padrões!
Blaise se comunica com a natureza, com os animais (principalmente a coruja Athena e o gato Cinzento) e todos os moradores misteriosos. Ele medita e desconfia que os gêmeos herdaram poderes da mãe. Como tutor dos irmãos e um sábio Mandarim bastante enrolado, ele traz cenas interessantes à história.
Ugh provoca as mesmas sensações, o simples rapaz do castelo, filho da ama dos gêmeos e muito amigo deles é a personagem que mais evolui e cresce e acompanhar estes momentos foi bom. Ele é um anti-herói. Apesar de ser inquieto e estar em busca de ser alguém especial, ele não possui a ousadia de Claris em aventurar-se pelo mundo, nem ser um livre, líder e sábio como Jad. Talvez Ugh seja tão enrolado quanto Blaise.
Ambos, assim como os Borges, ainda devem ser muito importantes na trama, quase como os gêmeos também o serão.

Pelo menos são estas as minhas expectativas: mais ação nos acontecimentos, a continuação nas mudanças sofridas pelas personagens e descrições magníficas de hábitos e ambientes e segredos revelados, porque terminei o livro com grandes dúvidas. E espero por um clímax mais impactante e menos tardio no próximo volume, afinal, já conhecendo as personagens (e já amando quase todas) a autora não precisa se prender a nos apresentá-los novamente no segundo volume. Espero ansiosamente por mais aventura, magia e muita adrenalina. Ah... e pressinto um romance no ar!
Livro mais que recomendado se você se entregar à leitura, mergulhar num mundo totalmente diferente, exótico e mágico.

O livro dois será publicado pela Editora Seguinte da Companhia das Letras e estou ansiosa.
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Dan 02/06/2012

Resenha: Os gêmeos
Muitos fatos acontecem e personagens aparecem, irei falar só um pouquinho do livro pra vocês entenderem. O livro é ótimo e o final me deixou ansiosa pelo próximo volume!
Uma leitura leve e gostosa, recomendo!

Nós estamos no século XXIII, e o que sobrou da humanidade vive de forma praticamente medieval. Isso tudo por causa da ambição humana que destruiu, quase que completamente, a fauna e a flora.

A ciência atingiu seu máximo, e se deparando com a extinção dos recursos naturais tentaram correr para salvar a natureza, mas já era tarde, leões, tigres e outros animais e plantas já não existiam mais. Então resolveram criar novos animais e novas plantas, mas o que fora extinto jamais seria recuperado.
Muitos humanos também sucumbiram, mas tudo isso aconteceu nos tempos de antes.

Claris e Jad são gêmeos, filhos de Ebem e Sierra. Moram em Salicanda, um reino próximo e afastado dos outros. O duque, Ebem, administra tudo para assim estabelecer sempre a paz no vilarejo.

“Um filme... Fazia muito tempo que não pensava nesse entretenimento dos Tempos de Antes, já ultrapassado quando ele era criança: o cinema. Salicanda desconhecia a tecnologia. Jors, seu sogro, tinha abolido tudo. Desapareceram motores, máquinas, robôs, tudo o que, de perto ou de longe, lembrasse um computador. Não havia mais carros nem telefones, não havia mais televisores, câmeras fotográficas ou de vídeo, não havia rádios nem aparelhos de som. Apenas livros.”. Pág. 58.

Com apenas três luadas (anos), na noite do baile, os gêmeos perderam a mãe de forma misteriosa. Jad também sofreu de uma enfermidade que atingiu seu coração e quase morreu.

Claris cresceu forte e ninguém era capaz de pará-la. Monta, luta esgrima e faz tudo o que os meninos fazem. Ela fica indignada, pois acredita que nas aventuras os maiores protagonistas sempre são meninos, e estava pronta para mudar isso.

Jad não pode montar, correr nem fazer nenhum esforço físico, pois se seu coração acelerar demais ele pode desfalecer. Para compensar suas limitações Jad tornou-se um grande estudioso, um garoto calmo e inteligente, mas triste, o que ele mais queria era ser normal.

Ele acredita que Sierra não os abandonou, Jad sente muito a falta da mãe, e Claris nem toca no assunto para evitar a dor.

Depois do desaparecimento de Sierra, Ebem se isolou, afundando na tristeza. Os gêmeos tiveram que crescer com a ausência de ambos os pais, mas tiveram muito amor de Chandra, a ama deles, que os criou com muito carinho e dedicação. E, Blaise, um velho sábio que dava aulas aos gêmeos e aos meninos do vilarejo. Blaise era tão velho que já não tinha noção de que idade tinha.

Os gêmeos apresentavam sinais de habilidades telepáticas, Blaise desconfiava que coisas importantes estivessem para acontecer, e tinha razão.

“...De modo igualmente drástico, o Fundador tinha proibido qualquer prática de ciências paranormais... Jors estabelecera regras muito estritas de sobrevivência que, com o tempo se tornaram poderosos tabus dos quais já não se conheciam as razões primeiras. Os salicandeses se esqueceram das ciências paranormais e voltaram a falar de “magia”.” Pág. 59.
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CooltureNews 22/09/2012

Publicada no www.CooltureNews.com.br
"- (...)Eu sou cego, é um fato. Você não me ofende dizendo isso. Mas não sou apenas cego. (...)Bem no meu modo de... hum... ver as coisas, sou antes de tudo um homem. Sou também um marido, um pai, um irmão. E também sou alto, bonito e tremendamente inteligente. Está achando graça? Isso quer dizer que eu também sou engraçado, às vezes. O que mais, vejamos... Minha diria que sou mau jogador, um roncador... e outras coisinhas mais e melhores. Porque eu também sou um rimador! Está vendo, ser cego me caracteriza, mas não me define." Pagina 84

Pauline Alphen me proporcionou uma leitura no mínimo curiosa ao escrever esta obra, digo isso devido aos sentimentos contraditórios que tive em toda a leitura. Apesar da sinopse me deixar doido para ler o livro tenho que dizer que a princípio achei que não fosse terminar a leitura, o início do livro simplesmente não conseguiu me prender, por sorte sou daquelas pessoas que não conseguem deixar nenhum livro de lado, mesmo quando a leitura é de certa forma sofrível, o que não foi exatamente o caso de Os Gêmeos.

Antes de vocês começarem a ler o livro, eu aconselho a darem uma olhada nas últimas páginas, onde se encontra uma cronologia sobre os acontecimentos. A história se passa no século XXIII, em um futuro pós apocaliptico após a humanidade alcançar seu ápice tecnológico, e podemos dizer, mental. Ler o cronograma dos acontecimentos tira o véu de dúvidas que tive ao ler as primeiras páginas do livro, onde somos apresentados a personagens que deixam claro sua idade avançada, muito mesmo. Essas dúvidas que tive no ínicio da leitura foram umas das grandes responsáveis pelo desanimo no começo do livro, no meu caso isso terminou em torno da página 50, sendo que levei 3 dias para chegar a essa página, entretanto após passar por ela digo que terminei as outras 300 e poucas páginas em algumas horas.

O livro não possui muita ação e esclarecimentos sobre o passado, o presente e o que podemos esperar do futuro, sinceramente não me arrisco a tentar levantas hipoteses quanto ao rumo da história. Entretanto, a história não precisou de cenas de ação ou de esclarecimentos para se tornar prazerosa, e somente quando percebi isso e deixei-me levar pelas palavras e o universo criado por Pauline que o livro acabou se tornando interessante e viciante. Isso que classifico como um sentimento contraditório, odiando não ter aquilo que me prende a leitura acabei descobrindo outras formas disso acontecer.

A narrativa não é fácil e para ler o livro você precisa estar inteiramente concentrado na leitura, isso pode ser um dos fatores que me levou a ler as primeiras 50 páginas em 3 dias e as demais em poucas horas, sendo essas em sábado frio e sem nenhum programa em mente. Os personagens poderiam ser um pouco mais profundos, mas assim como a autora não faz muitas referências ao passado de modo geral, também deixa em aberto sobre o passado dos personagens tornando assim um pouco díficil nos identificarmos com eles. Em contra partida, o livro é repleto de referências a cultura atual, como filmes, livros e música facilitando o encontro de algumas características entre os personagens criados por Alphen e àqueles nossos conhecidos de longa data.

De modo geral o livro é muito bom, pontuado de diálogos interessantes e uma abordagem ecológica que consegue ser interessante sem ser "eco-chata", e isso, por sí só, já um mérito. Mas não entre na leitura com grandes expectativas, esperando uma obra dinâmica e rápida, mas sim se deixe levar pelas palavras, não resista, se entregue a leitura.
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tiagoodesouza 17/03/2012

Os Gêmeos | @blogocapitulo
Os Gêmeos conta a história de dois irmãos que vivem num futuro onde a tecnologia está praticamente ausente. Jad é um garoto mais na dele, preocupado com coisas que exijam mais a paciência para se obter algum resultado. Ele gosta de cuidar de bonsais, por exemplo, e sofre por constantes enxaquecas. Já sua irmã, Claris, é movida pela impetuosidade. Ela não aceita essa história das princesas dos livros não poderem viver as grandes aventuras que os mocinhos empreendem. Ela quer aprender a usar a espada e montar a cavalo.

– PP?
– PP: princesas passivas. Passam a vida dormindo, esperando, sonhando... Ficam arrastando a beleza e os desmaios pelos livros sem nunca serem o motor dos acontecimentos! – exaltou-se Claris. – Elas apenas “estão” nos livros.
Pág. 24.

Os irmãos cresceram sem a mãe. Sierra sumira numa noite tempestuosa sem deixar nenhum sinal. Por conta disso, Eben, o pai, se isolou há muito tempo da vida dos filhos até que alguns sinais começaram a surgir, indicando mudanças importantes. Por que Sierra desaparecera? Por que há objetos esquecidos no castelo? E por que a tecnologia deixou de existir no mundo?

– O problema é que o silêncio não apaga o passado.
A essas palavras, Eben estremeceu e olhou para Maya como se estivesse vendo um fantasma.
– Nada apaga o passado. Nunca. A gente faz de conta, só isso.
Pág. 150.

O interessante do livro é que ele vai contra o que normalmente vemos numa distopia. Não sei se de fato o livro pode ser visto como uma, apesar de conter elementos distópicos como a supressão de um governo, ou líder, sobre a vontade do povo. Há nesse livro elementos da conhecida literatura fantástica, como elfos, ondinas, salamandras e outros elementais e poderes parapsíquicos.

Como todo bom livro juvenil, durante a leitura nos deparamos com momentos de sabedoria e reflexão enquanto os personagens dialogam. Gosto muito quando essas passagens são bem contextualizadas, tão bem inseridas no texto que não fica tão óbvio a intenção do autor.

– Você sabe por que vive melhor nos sonhos?
A resposta veio rápida:
– Porque neles meu corpo imperfeito não me incomoda. Porque, nos meus sonhos, em espírito, eu sou perfeito. Posso correr, montar a cavalo, lutar sem que meu coração ameace explodir. É um espaço onde posso me refugiar, ser eu mesmo.
Pág. 131.

Um dos pontos que não me agradou, mas que parece ter se tornado algo muito comum na literatura atual, é a história ser contada pelo ponto de vista de vários personagens. Eu particularmente fico um pouco perdido e sinto uma desaceleração na leitura. Porém, a narrativa assim mostrada apresenta uma gama maior de informações a respeito da história. E a gente vai entendendo, aos poucos, como o mundo dos gêmeos se tornou o que atualmente é.

Os Gêmeos é um livro recomendado para todos aqueles que buscam um livro que pede uma leitura mais lenta para ser apreciada, como se você estivesse ao redor de uma fogueira e alguém estivesse contando a história.

Acredito que cada indivíduo possui um reservatório de conhecimento que ele próprio ignora. Ele sabe o que é melhor para ele, o que deve fazer com a própria vida, por que nasceu, como viver em harmonia com o planeta. Se somarmos o que cada um sabe, temos um potencial infinito de sabedoria e conhecimento! Além disso, acho que essas informações podem circular de uma alma para a outra, de um coração para outro, acredito que elas possam ser trocadas.
Pág. 132.
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Jééh Dias 17/04/2012

DAC 2012 - Os Gêmeos
Esse livro foi um pouco complicado para mim ler, não sou muito chegada em livros que se passam em épocas medievais. Mas o que é mais interessante nele é que se passa depois do nosso tempo atual, o mundo sofre uma regressão, depois de ter vivido um mundo de grandes tecnologias voltou a práticas medievais, porque? Esse é o ponto que fez que eu continuasse a leitura. Os Gêmeos são Jad e Claris são muito diferentes, eu gostei muito de Jad apesar dos "problemas" dele, e acho legal ver que a Claris se preocupa com ele. Adorei Boris, e a mãe dos dois então *-*. O livro não tem ação, mas não é ruim, e tem um gancho legal. É interessante ver como eles ficam surpresos com as coisas que temos hoje, e me fez pensar, como viveria num futuro depois de acostumar com as facilidades que a tecnologia nos proporciona hoje. Por exemplo essa resenha que estou fazendo agora. Em fim, acredito que não é um livro que a grande maioria vá gostar, é uma questão de gosto, não faz meu estilo de literatura, mas mesmo assim achei interessante, quem sabe em uma outra oportunidade possa aproveitar melhor a leitura.
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Jenifer 27/06/2012

Os Gêmeos, Pauline Alphen
1° resenha para o Debut Author Challenge Brasil - 2012

Para começar não é qualquer um que vai gostar desse livro.
Sim, o livro é lento. Sim, o livro não tem tanta ação. Sim, o livro não tem tanto romance.
E daí? Isso não significa que o livro seja ruim. E ele não é.

Quando você começa o livro está super animado, mas aí as coisas não vão pra frente, o livro é muito lento, mas você não desiste. É assim que se faz, se você persistir nesse livro verá que ele vai pra frente, sim, só que não tão rápido como vários outros.

O livro é bem envolvente e interessante, mas isso fica um pouco em segundo plano por causa da velocidade com que a história de desenvolve. Confesso que demorei horrores pra abacar o livro, toda vez que pegava ele para ler, só lia algumas poucas páginas, eu precisava de concentração e tempo para ler, normalmente não é assim comigo. Mas mesmo assim eu sempre estava fascinada com a história.

Os personagens e suas personalidades são bem construídos, e eu me apaixonei por vários deles. Ao ler você tem a sensação de conhecer os personagens, como se eles realmente fossem pessoas de verdade, por causa da boa construção. Pode-se perceber a mudança, o madurecimento de certos personagens.

O livro não fala somente dos gêmeos Caris e Jad, mas também de Ugh (um menino do castelo), da família Borges (que fica responsável pelas crianças na Granja da Marmota), do Duque (pai dos gêmeos), de Blaise (professor das crianças do castelo) e também um pouco sobre Sierra (mãe desaparecida dos gêmeos).

Os gêmeos querem descobrir mais sobre sua mãe, mas ninguém quer falar sobre isso. Eles querem saber sobre os Tempos de Antes, mas ninguém quer falar sobre isso também. Para sua sorte na Granja da Marmota, várias de suas perguntas são respondidas, mas também criam outras.

Conclusão: se você é um leitor paciente, ótimo; se você não é, tente, intercale essa leitura, com outra que você sabe que é mais rápida, assim você não se casará, leve o tempo que você precisar. Recomendo a leitura, com essas condições, mas, pra mim, não é um Must Read. Vale a pena.

Enfim, me falem como foi a experiência de vocês com o livro nos comentários.

Beijos.
*-*
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Renata 20/04/2012

Que tal uma viagem para o século XXIII exatamente no ano de 2259? É para onde Pauline Alphen nos leva em Os Gêmeos! E o que você acha que vai encontrar por lá? Carros que flutuam? Computadores ligados diretamente ao cérebro humano? Não! Tudo isso já existiu, é isso mesmo, existiu, não existe mais! Em Salicanda se vive na era do Centauro, o tempo é dividido em decênio, lunação, luada e era! Voltamos aos tempos medievais e tudo o que se viveu antes do século XXII, ficou em um passado que os jovens dos tempos atuais já não conhecem mais!



Jad e Claris são gêmeos, filhos de Eben e Sierra que desapareceu quando os dois completaram 3 luadas. Hoje com 12 luadas, nenhum dos dois conseguem esquecer o que aconteceu e ainda alimentam a esperança de que sua mãe esteja viva! Ebem de Salicanda, mais conhecido como Duque e que de duque só tem o "apelido", possui uma enorme biblioteca em forma de farol, do qual guarda as maiores riquezas dos tempos atuais, sua farta coleção de livros, inclusive os dos Tempos De Antes, como é conhecido os tempos passados.

Uma Grande Catástrofe ocorrida no início do século XXII, fez com que toda uma geração desaparecesse durante um torneio Parapsíquico fazendo com que toda a humanidade se desmantelasse, isso ocorreu nos Tempos de Antes onde, as ciências do espírito dominavam o mundo e o mesmo eram divididos em trabalhadores e jogadores! Depois da grande catástrofe, Jors, pai de Eben, funda Salicanda que é baseada em regras naturais, o homem deve agir com a natureza como se fossem um só e são proibidas as ciências do espírito e as máquinas.

Porém, um jogo que foi proibido a muito tempo traz à tona as ciências do espirito e os Jad e Claris começam a perceber que tem poderes, os dois começam a desenvolver suas habilidades psíquicas que até então não eram exploradas por conta da proibição de Jors. O jogo dos mil caminhos, é o caminho para salvar a flores e encontrar a mão dos gêmeos.

Os Gêmeos é um livro pra jovens leitores que traz uma história muito interessante, porém com uma linguagem às vezes complexa para a idade que se destina! No início as coisas parecem um pouco confusas até pela quantidades de personagens que são apresentadas ao leito, porém, conforme vamos nos apropriando da história, a leitura flui com maior facilidade!

Eu me encantei com o livro que termina com um simples ponto de reticências, e nos deixa angustiados para saber como termina a ação que alí começou a ser narrada! Esse primeiro pareceu bem introdutório, apresentados bem os personagens que são muito bem construídos por Pauline.

Um ponto negativo me chamou a atenção no livro. Todo o tempo em que se passa o livro é descrito como decênio (semana), lunação ( mês), luada (ano) e era (século), porém em alguns momentos isso era esquecidos e o tempo era descrito normalmente como semana, ano, mês, não sei se foi erro de revisão ou foi intencional, mas achei fora de contexto.

No mais o livro é lindo, a capa dele tem tudo a ver com a história, a diagramação é ótima com folhas amareladas e letras em um tamanho bem agradável! Eu super indico a leitura de Os Gêmeos e estou super curiosa pelo Livro II!
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Lucas 13/06/2012

Descobertas e muitas doses de Chococafe
Pauline Alphen conseguiu se destacar pelo enredo inovador que mostrou nas páginas de Os Gêmeos, mostrando um futuro diferente de tudo o que já foi visto. O ponto de partida inicial para os leitores viajarem até Salicanda.
O livro conta a história de dois irmãos gêmeos, Claris e Jad, que possuem personalidades bem distintas, das quais a autora consegue destacar bem. Acontece que a história se perde em acontecimentos desnecessários, alguns até divertidos, mas que deixam a leitura exaustiva.
O ponto forte do livro são as passagens das "Crônicas dos Tempos de Antes", que mostram de uma forma muito reflexiva como a humanidade foi levada a entrar em decadência e as mudanças que ocorreram após o grande apocalípse tanto do ponto de vista político, histórico, cultural e científico. O legal é que essas passagens fazem alusão ao século em que vivemos, já que a história se passa em 2259.
O livro merece um lugar especial na prateleira, mas para os amantes de histórias fantásticas. Um detalhe importante: ter lido ou olhado os filmes da saga O Senhor dos Aneis,Star Wars, Fronteiras do Universo e Harry Potter deixará a leitura de Os Gêmeos mais divertida.
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Paulo V. 07/09/2012

Mini-crítica
Em um futuro distante, catástrofes aconteceram no mundo e a população restante se reergueu em comunidades esparsas. É aí que conhecemos o vale de Salicanda e dois irmãos gêmeos que o habitam, Jad e Claris. O livro narra a história desses irmãos de 12 anos que querem descobrir mais sobre o passado da humanidade e a história deles mesmos.

Eu adorei a ideia, porém, achei a execução meio frustrante. A autora optou por ser bem detalhista na explicação do mundo, o que deixou tudo bem lento e gerou uma leitura um pouco arrastada. Apesar disso, gostei bastante da "bandeira" feminista levantada pela Claris e adorei alguns personagens, como a família Borges e o Ugh. Não é o melhor livro que eu li, mas tenho bastante curiosidade para continuar a saga.

Essa é a minha mini-crítica do livro, para ler a resenha acesse: http://conversacult.blogspot.com.br/2012/09/resenha-os-gemeos-de-pauline-alphen.html
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Nema 21/09/2012

Promete, mas não cumpre.
Uma coisa legal para se falar antes da resenha é que a Pauline é brasileira.
Bem, mais ou menos. Ela nasceu aqui, mas passou a vida entre a França e o Brasil, já que seu pai é francês. Pauline já escreveu alguns livros em português, mas Os Gêmeos foi escrito em francês e ela até colaborou com a tradução da história.
Agora para a história de fato.
As Crônicas de Salicanda se passam no século XXIII, mas não há tecnologia alguma ou mesmo os países a que estamos acostumados. Ninguém sabe exatamente o que aconteceu na Grande Catástrofe ou mesmo como eram os Tempos de Antes; tudo é um mistério e poucos são os que ainda guardam lembranças desses tempos.
É nesse universo que vivem Claris e Jad, gêmeos, cuja mãe desapareceu quanto os dois tinham três luadas (anos). Cada um reagiu de um jeito diferente à falta de Sierra; Claris se negou a pensar nela e a julga morta, enquanto Jad tem sonhos frequentes com a mãe e espera que um dia ela volte.
Claris é uma menina “moleque”, digamos. Uma de suas grandes frustrações é que os heróis são sempre meninos e ela quer mudar isso. Monta a cavalo, treina com espadas, lê muito e é completamente teimosa. Já Jad, vitima de uma doença do coração, não pode fazer nada disso e dedica seu tempo à meditação e criação de bonsais.
Os dois irmãos são bem diferentes, mas são muito unidos. Quando eles estão prestes a completar treze luadas, Jad começa a demonstrar poderes psíquicos que remetem ao Tempo de Antes e ao que causou a Grande Catástrofe. É aí que o enredo começa a se mostrar.
De uma forma demasiado lenta.
Olha, eu tinha até lido umas resenhas antes de comprar o livro, e todas afirmavam isso (algumas até diziam que era porque estávamos acostumados com os livros americanos; cheios de ação, com acontecimentos rápidos e etc. Talvez seja um tico verdade, but, não é para tanto), mas realmente esperava algo mais eletrizante. A segunda parte do livro é especialmente chata. Não sei. Apesar da história ser super foda e os personagens serem cativantes, acho que tudo ficou meio “perdido”.
As falas também me irritaram um pouco. Haja exclamação.
E o final foi uma grande decepção. Sabe quando a coisa acaba quando parece que vai ficar boa? Quando você está esperando aquele clímax incrível que dará abertura para o próximo livro e… fim. Pois é. Fiquei encarando a última página por um longo minuto antes de voltar ao mundo real.
Muitas perguntas não foram respondidas.
Aliás, acho que nenhuma foi. Fiquei com a sensação de tempo perdido, porque agora vou ter que ler o segundo para entender.
Enfim, a história, em si, é muito boa, mas tem algumas falhas gritantes. Gostei particularmente do Jad, ele se tornou meu personagem preferido. Outra coisa interessante foi a mistura do sobrenatural com a tecnologia (ou a falta dela). Mas faltou algo, não sei. O início do livro parece durar até quase o final e o final parece não terminar.
Não faz sentido algum, mas é isso aí.
Agora só resta esperar pelo segundo volume. Espero que a autora responda várias perguntas que ficaram sem resposta em Os Gêmeos.
Nota 6,5.

Resenha publicada no blog http://nemmosis.blogspot.com.br/
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