Amar, Verbo Intransitivo

Amar, Verbo Intransitivo Mário de Andrade




Resenhas - Amar, Verbo Intransitivo


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Gabi 31/10/2020

Só o título já nos afronta, já que o amar é um verbo transitivo direto... Não achei que foi uma leitura fácil e que me instigou, pois o livro não possui divisões, é um texto corrido com muitas palavras coloquiais. O tema foi um mistura de sentimentos já que é a iniciação sexual de um menino (14 anos)por uma mulher mais velha, mas sem este compreender que a função dela ali era ser sua professora do amor e não apenas sua professora de alemão!! Foi uma leitura valida, mas não faria releitura.
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GiGouveia 26/10/2020

Amar, verbo intransitivo
Eu não sou uma ávida leitora clássicos, costumo inclusive evita-los. Entretanto ao entrar pra lista de livros possíveis para o vestibular da UERJ esse livro chamou minha atenção.
Achei a narrativa do livro confusa em alguns momentos, não sabia se o autor falava sobre os pensamentos da professora ou de Carlos, mas a história em si é boa e conta do jornada de Fraüler pra "ensinar o amor" à Carlos.
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Vee 26/09/2020

Idílio
Curto, cheio de irônias da burguesia, um leve assédio velado, uma pitada de humor, enfim tem de tudo
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Del lubarino 01/09/2020

A sátira sobre a sociedade brasileira da época aborda não somente a forma como a família brasileira se diz ético e moral, mas também até que ponto exercem os mesmos para poder ensinar ao seu filho Carlos o que é a vida adulta de um ''homem de bem'' e como lidar com o amor como tal."
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Anderson916 23/08/2020

Eu amei a leitura
Muito bom x c c
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alex 17/07/2020

Amar, verbo intransitivo
Penso que, de tudo - o que inclui um bom enredo -, o que se destaca é a inovação, para a época, da linguagem, numa tentativa de trazer originalidade ao romance nacional (algo que o próprio autor deixa claro no pósfacio - e que está em linha com outros livros do Mário de Andrade, entre os quais está "Macunaíma").
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Thay 16/07/2020

A maneira como a narração foi concebida me pareceu melhor que a trama em si.
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Leo Barbosa 06/07/2020

Amar Verbo, intransitivo – breves considerações acerca do desejo.
Amar Verbo, intransitivo – breves considerações acerca do desejo.

Em Amar, verbo intransitivo, de Mário de Andrade, a relação entre Carlos e Elza se inicia com a aproximação da linguagem. Durante a narrativa nos deparamos com vários momentos em que o corpo se constitui por meio da língua(gem). Isso é percebido quando ambos os sujeitos “se leem”, cada qual com seus estímulos e impulsos. Elza é a professora alemã do menino. A ela cabe o ensino do idioma de seu país. A atividade docente é interceptada quando entre eles o corpo se instaura como objeto desejante e a libido contribui para que o amor se torne transitivo na relação professora-aluno.
No entanto, Elza, na verdade, foi contratada com o objetivo de apresentar o sentimento amoroso como algo ao qual Carlos não deve prolongar ao ponto de “se perder”. Eis o porquê da intransitividade do amor. Dessa forma, a relação entre o garoto e sua tutora é interrompida, contrariando a predicação tradicional do verbo amar (transitivo direto). O amor é descoberto, mas não se desenvolve: “o amor como deve ser. [...] O amor sincero, elevado, cheio de senso prático, sem loucuras” (Andrade 56).
Observa-se, dessa forma, que o amor de Carlos por Elza se reduz ao impulso narcisista proposto por Freud, pois esse sujeito se volta para si e “goza” sob seu sentimento, num movimento egocêntrico do qual ele se apropria como pulsão de vida. A professora também compartilha do narcisismo, pois ela é objeto de contemplação e se envaidece pelo desejo que provoca no garoto.
A obra se organiza de maneira fragmentada tal qual é a relação entre a Fraulein e o garoto, na qual há interferência dos pais deste, pois eles sofrem pelo dilema de erotizar ou não o filho. Eles sabem que uma sociedade patriarcalista exige do homem que ele seja um ser ativo e viril. Para que isso ocorra, o pai acredita que nada melhor do que uma profissional cuja função seja a de iniciar o rebento numa vida sexual, de forma equilibrada, para que Carlos não seja refém de um sentimento que possa desequilibrá-lo, levando-o à passividade, por se tornar dependente do amor do outro. Em meio a isso, denuncia-se a hipocrisia do Felisberto (o pai), que frequenta prostíbulos, mas não aceita que o filho conheça esses ambientes. Ironicamente, o genitor traz para casa o “bordel”.
Tal qual uma profissional do sexo, a governanta seduz, mas não quer ser seduzida. Todavia, ela, sem querer, cede aos caprichos de Carlos, um garoto mimado, que a provoca uma intensa ternura. A falta de transitividade é encontrada na Fraulein, que faz amar, mas não dá vazão ao amor, ou seja, não se encontra com o objeto dela. Ela é objeto desejado que quer ser desejante. Os oito contos de reis destinados a ela são uma metáfora de um ciclo infinito, representantes de um gozo repetitivo que se estende na sua condição de sujeito que, ao mesmo tempo em que é vítima, traz para si um impulso heroico, porque se reafirma como uma mulher decente, “professora de amor”.
Lacan disse que a fonte de todo desejo está em ser desejado. Carlos almeja um transição do menino-homem, e Elsa, ainda que relute, busca em suas empreitadas sexuais a fusão do homem-do-sonho + o homem-da-vida. Percebe-se um sutil embate entre a concepção de um amor romântico versus um amor mundano. A primeira categoria de homem emerge de uma imagem diríamos principesca, enquanto a outra se refere ao homem viril, másculo e “machucador”, conforme o narrador nos sugere em falas da protagonista.
A narrativa adradiana é tão complexa quanto o amor, pois esta nos mantém em suspensão ao cogitarmos se há, de fato, um objeto a ser encontrado pelo verbo “amar”. Nos parece que não, pois o idílio se encerra sem que ambos os protagonistas encontrem o complemento verbal e vital (o amor livre), mas que, entre eles, por ventura, dadas as circunstâncias, foi essencialmente acessório. A relação de Elsa e Carlos cumpre um papel de advérbio na literatura cujo autor denuncia a prostituição e o patriarcalismo com bastante recato, lotado de eufemismos e ironias.
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Thereza 28/06/2020

Idílio
Esse é um daqueles livros que o enredo, em si, não é a parte mais interessante da obra. Assim, o modo como Mário concebe a narrativa torna-a interessantíssima a ponto de ser difícil largar o livro para continuar depois. Trata-se de uma estória bem cinematográfica. Temos 3 personagens principais: Elza (ou Fraülein), Carlos e o Narrador. A primeira é uma alemã que veio pro Brasil quando a situação em seu país começou a ficar difícil, mesmo antes da grande guerra. Ela tem esse jeito muito racional — que eu acredito ser, em partes, culpa de sua criação e também do fato de nunca ter tido chance de viver algo que lhe tirasse o fôlego (mas talvez eu seja uma brasileira úmida demais e por isso penso assim). O senhor Sousa Costa a contrata para que seja a governanta de sua casa, ensine alemão para as 3 filhas e seu primogênito, Carlos. Mas não será somente esta a função de Fraülein, ela também está incumbida de iniciar sexualmente Carlos e lhe ensinar o amor, o verdadeiro e prático amor, aquele que, segundo ela, vem sendo destruído desde que a filosofia entrou neste âmbito.

Então partimos para Carlos, o machucador. Ele machuca quando tenta brincar com as irmãs, machuca quando ama. Não de propósito, mas é como se ele não soubesse interagir com leveza. Essa intensidade é o que mexe com Elza, é o que a faz estremecer mesmo estando sob serviço, tendo consciência de que a aproximação será temporária, até que ele esteja pronto para o mundo e não se perca com prostitutas, drogas e jogos de azar.

“O que não é visível, existe?” Acredito que essa frase, mesmo que usada por Mário em outro momento da narrativa, expressa bem o início do tal romance entre as personagens, o início da vida sexual de Carlos. Porque somente depois de Fraülein ser confrontada por outra personagem sobre as intenções de Carlos, é que ela consegue enfim dar o primeiro passo para que eles comecem a se envolver. Um detalhe que me incomodou muito: Elza ter 35 anos e Carlos 15.

Nesse ponto podemos começar a refletir sobre o sentido do título. Amar, Verbo Intransitivo parece, num primeiro momento, gramaticalmente incorreto. Mas será possível ensinar a amar? A função de Elza naquela casa é essa, mas logo entendemos que o verbo amar, apesar de ser transitivo e precisar de um complemento que lhe atribua sentido, não pode, filosoficamente, ser transmitido entre sujeitos.

Mas então um fato interessante nos salta aos olhos: Elza ama Carlos. Ela diz que não, mas o modo como lhe sente é, no mínimo, especial. Talvez ela tenha amado todos os garotos que iniciou ou Carlos pode ser diferente. O que eu sei e compreendi é que, talvez, ela o ame porque não teve chance de amar alguém realmente digno. Por Carlos é um burguês irritante, assim como toda a sua família. Todos são mimados, inclusive o pai e a mãe. Mas, se pensarmos que toda a estadia dela no Brasil foi recheada de famílias burguesas insuportáveis, talvez ela não conheça outros tipos de pessoas que possa amar.

E aqui nós entramos num pouco no ponto em que o enredo não passa nem perto de ser tão interessante quanto a construção de Mário de Andrade, gerando um livro muito representativo do modernismo. Ele permeia a estória de muita sensibilidade, mas nos conta sobre uma pessoa racional demais. Esse contraste suaviza e aproxima. Além do mais, sendo esse o primeiro romance de Andrade, é aqui que ele experimenta com mais liberdade o abrasileiramento que vinha construindo. Talvez esse movimento do autor tenha sido ainda mais feliz em Macunaíma, mas isso não vem ao caso. Na apresentação do livro, vamos saber um pouco sobre esse processo criativo, de onde transcrevo algo que ele escreveu sobre a própria obra:

“Pra que tenha literatura diferente é só preciso que ela seja lógica e concordante com terra e povo diferente. O resto sim é literatura importada só com certas variantes fatais. É literatura morta ou pelo menos indiferente pro povo que ela pretendeu representar.”

Aqui precisamos lembrar do propósito do movimento modernista, que teve como marco a semana de 22. Essa ideia de produzir algo daqui, algo que destoasse das influências europeias e representasse o Brasil. É essa ideia que faz com que Mário use locais e endereços conhecidos do povo, que utilize palavras e frases corridas que buscam representar o modo como as pessoas realmente falam, sem precisar forçar para parecer com europeu.

Outro ponto que achei curioso nessa narrativa é o terceiro personagem que citei acima: o Narrador. Este assume um papel essencial para o tom da estória. Ele reflete sobre os acontecidos, fala diretamente conosco, se reprime, muda de ideia… Ora funde-se a Elza, ora distancia-se das personagens. Sei que, até certo ponto da vida de Mário, ele criticava muito Machado de Assis. Acredito que ou ele já havia mudado de opinião quando construiu Amar, Verbo Intransitivo ou não se enxergava o suficiente ainda. Porque conforme fui lendo, apesar da forma ser bem diferente da forma realista, era como se eu estivesse lendo algo escrito por alguém que tem como influência maior o Bruxo do Cosme Velho. Esse conversar com o leitor, dar vida e opinião ao narrador, criticar a burguesia de forma sutil e sarcástica, aproxima muito a obra aqui descrita das obras realistas de Machado. Eu, particularmente, gosto muito desse recurso de narrador personagem.

Filme: Lição de Amor, 1975

Particularmente, achei o filme pequeno. As duas atuações que valem a admiração são para Dona Laura e Fraülein. Os outros atores são péssimos. Mas isso é apenas uma opinião pessoal. Trago o filme, mesmo sob essa visão negativa, porque ele pode ser interessante para assistir tanto antes como depois de ler o livro. Se o ver antes, trata-se de uma adaptação com enredo bem reduzido, então pode te despertar o interesse de ver a estória com mais profundidade. Se o assistir depois de ler, é interessante para dar certa forma às personagens e relações e para que não esqueçamos que, costume da época ou não, Elza era uma pedófila. Apesar do ator que faz Carlos não ser muito bom, seu jeito é bastante parecido com o do livro.

E, aqui, finalizo a resenha de um dos melhores livros do meu ano. Obra que entrou para minha lista pessoal de melhores livros da vida.

site: https://medium.com/@thetenardotto
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Samara Baraúna 28/06/2020

Esse livro fala do amor, amor que mesmo sem a intenção, acaba virando o amor verdadeiro
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Maria3427 06/06/2020

Modernismo à brasileira
Nesse pequeno livro o autor nos apresenta a historia de uma família burguesa tradicional brasileira, apenas uma mas que representa outras tantas. O pai, Sousa Costa, contrata uma mulher para iniciar seu filho Carlos na vida sexual.
A premissa do livro é bem simples, mas possui uma riqueza que trespassa a obra. O narrador, bem estilo machadiano, é um narrador intrometido, pausa a narrativa em vários momentos como se estivesse analisando o cenário, ele mesmo se corrige, o que achei divertidíssimo.

A obra quebra vários paradigmas, sendo possível fazer uma compreensão nova a cada leitura. É disso que se faz um clássico. Mário de Andrade é leitura obrigatória.
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Renata 28/05/2020

Amar, verbo intransitivo
Apaixonante livro. Narrativa leve, envolvente, prende a atenção do início ao fim, digna do grande autor que a escreveu.
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Refugios das Letras 20/04/2020

Acho que não é vergonha alguma dizer que eu não entendi boa parte do livro. Não domino parte das referências artísticas e literárias alemãs, e a linguagem foi um desafio. O texto começou a fazer algum sentido por volta da página 40, quando senti que havia dominado razoavelmente o estilo do autor.

A história é sobre uma família que contrata uma "professora de amor" para o seu filho mais velho, Carlos. O objetivo ensinar o menino a se precaver contra a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (a sífilis era um problema sério no início do século XX). O menino nada sabia sobre o verdadeiro papel da Fräulein na família. A princípio ela era governanta, professora de piano e de alemão. Com o tempo, Carlos mergulha no caso arranjado pelos seus pais.

Preciso dizer que é uma delícia acompanhar a paixão do menino Carlos pela sua Fräulein. Os primeiros toques, a recusa da entrega, enfim, o desenrolar do amor juvenil. Mário de Andrade descreve a relação dos dois com um grau de sutileza que faz o coração acelerar e permite com que vivamos, junto com Carlos, as sensações de um amor juvenil.

Evidentemente, não sou capaz de avaliar um clássico. Mas definitivamente vale a pena insistir nessa obra!


site: https://refugiosdasletras.blogspot.com/2020/04/amar-verbo-intransitivo-mario-de-andrade.html
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Natalia Cunha 10/02/2020

Inesperado
Eu comecei achando que ia ser uma coisa e foi outra. A história vai crescendo em você... sem contar que eu fui me acostumando com a maneira dele de escrever, que é bem diferente do que estava acostumada. Achei bem interessante.. a melhor parte, com certeza, foi o posfácio escrito por ele, falando sobre as noções de brasilidade e o que Carlos representada. Recomendo!
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