Amar, verbo intransitivo

Amar, verbo intransitivo Mário de Andrade




Resenhas - Amar, Verbo Intransitivo


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Cleber 05/08/2022

As experimentações de Mario de Andrade
Admiro a coragem que o Mario de Andrade teve para fazer suas experimentações com nosso idioma e a forma como sua obra foi sendo construida. As digressões também trazem toda uma forma interessante de contar a história, conversando com o leitor e falando sobre os personagens, acredito que isso não era comum na época.
Bernal 05/08/2022minha estante
Amo esse livro




Nayra Garofle 20/03/2009

Amar, verbo intransitivo
Ensinar a amar. Pode alguém ter esse dom? Pois no primeiro romance de Mário de Andrade, publicado em 1927, Amar, verbo intransitivo, esta é a profissão de Fräulein Elza. Está certo que a missão dela não é, de fato, esta. Mas toda regra tem sua exceção. Contratada pelo chefe de família Souza Costa para iniciar seu filho, Carlos Alberto, de 15 anos, na vida sexual, Elza entra na família como governanta, certa de que dona Laura, mãe do menino, saberia do verdadeiro motivo de sua contratação desde o início, como combinado com o pai.

Amar, verbo intransitivo, aplaudido com entusiasmo pela crítica modernista da década de 20 e atacado pelas vozes passadistas, teve, nos anos 40, seu valor reconhecido por uma nova leva de escritores. Traduzido para o inglês, deu ensejo ao filme de Eduardo Escorel, Lição de amor e é, até os dias atuais, objeto de estudos universitários. Porém, mesmo com o interesse consolidado pelo modernismo e Macunaíma, obra de 1928 do mesmo autor, ser de conhecimento do grande público, Amar, verbo intransitivo permanece quieto nas prateleiras de leituras brasileiras.

O livro de 160 páginas chamou atenção por diversos aspectos, desde o tema abordado até a sua linguagem, considerada “errada” na época, pois se aproxima do português coloquial brasileiro. O uso de digressões remete o estilo machadiano. Classificada pelo próprio autor como idílio – sentido de história de amor leve e poético – o tema, provavelmente, causou polêmica na época. A preocupação do pai em preparar o filho para a vida sexual não permitindo que o mesmo tivesse sua iniciação num prostíbulo e ser explorado pelas prostitutas faz Souza Costa contratar uma profissional, acreditando que uma iniciação sexual tranqüila e segura era garantia para uma vida madura.

Porém, a intenção de Souza Costa é fadada ao fracasso, uma vez que Carlos não era virgem. Já havia tido sua experiência sexual, um meio à farra de seus amigos, com uma prostituta. Contudo, foi um ato mecânico e não uma iniciação completa.

Mário de Andrade revela, em sua narrativa, a questão dos valores sociais da época. O fato de Souza Costa adotar a atitude de contratar uma profissional para realizar os serviços debaixo do seu próprio teto expõe determinados valores daquela burguesia. Assim, o autor faz críticas notórias à classe média paulistana, incluindo a presença de biblioteca na casa, quando os livros eram comprados somente por questão de status.

Fräulein, a governanta alemã e também professora de línguas e piano na família, desdobra-se para seduzir Carlos que, ingênuo, não capta suas insinuações no início até que isso muda. De repente, o rapaz demonstra profundo interesse pelas aulas de alemão e por tudo o que se refere à Alemanha. E se apaixona por Fräulein que ao corresponder o amor do rapaz se preocupa em não perder o controle da situação.

A obra de Mário de Andrade não possui capítulos, numeração de seqüências ou títulos para elas. É um texto de ficção com “flashs” resgatando o passado ou cenas apresentadas pelo Narrador.

Com uma história curiosa e inovadora para a época, o texto revela um final ainda mais curioso, daqueles que permitiriam mais umas cinqüenta páginas só para satisfazer a vontade do leitor.
Dine 04/09/2021minha estante
Ah, muito obrigada.
Essa resenha fez com q eu queira ainda mais ler este livro.




Victoria 11/05/2023

Amar verbo intransitivo
Só pra introduzir, se você quer ler esse livro você precisa desapegar de todo o conceito moral no qual formam seus valores. Por mais estranho que pareça, para que você possa realmente captar o que o livro tem, é necessário isso.

A obra como já citada na sinopse, é de forma mais resumida um romance pedófilo entre uma professora e um aluno, no qual este amor é financiado pelo pai. É de fato muito interessante como o autor consegue variar de terceira pessoa, é aí do nada ele começa a falar com você. Ele deixa claro que os erros/defeitos dos personagens são propositais, afinal, ninguém é perfeito.

Li para um trabalho, o começo é difícil, mas o livro é muito bom se você tiver uma visão mais crítica.
?
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jsilveira 08/01/2024

Clássico
O único ponto de que não gostei no livro foram as digressões do autor durante a narrativa.

A obra é um clássico maravilhoso!
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Jamyle Dionísio 16/01/2022

Amor como-deve-ser?
Há vinte anos, herdei os livros de uma prima que tinha acabado de passar no vestibular para Enfermagem e não precisava mais da literatura obrigatória de escola. Entre eles, Amar, Verbo Intransitivo, de Mário de Andrade.

Lia tudo o que me caía nas mãos. Entendam: eram os anos 90. As livrarias, escassas. O tédio, um monstro pesado. E Mário de Andrade, um espanto! Aquela narrativa fluida, quase onomatopaica, grudava no ouvido (?) feito letra de música popular. Parágrafos e sentenças coreografados por um narrador por vezes fofoqueiro, por vezes deliciosamente distraído.

O enredo, em si, não tem muito de novo. Sousa Costa, o burguês que contrata uma ?governanta? alemã para conduzir a iniciação sexual do filho mais velho, Carlos. Elza/Fraulein, a alemã que se julga racial e moralmente superior, e que tece ilusões sobre seu ofício: ensinar o amor ?como ele deve ser?. Coloquemos todos juntos num casarão da avenida Higienópolis. Adivinham? Pois bem.

Mudou o cenário? Nem tanto. Mário de Andrade mesmo disse que Carlos era o típico rapazote brasileiro oitocentista, mas que ainda hora encontramos por aí. Fraulein? Imagino-a retornando à Alemanha e se filiando ao Partido Nazista. Tivesse nascido no Brasil alguns anos depois, teria votado nos dois turnos das eleições presidenciais de 2018.

(E pensar que era leitura de escola! Quem tem olhos para ler, que leia: trechos disfarçados, mas picantes, eu reconheci ali desta vez. Outros tempos. Tempos em que transformavam o país inteiro num puteiro. Hoje, transformam em igreja evangélica. Mas divago. Voltemos:)

Rascunhava, na época, uma historieta com um personagem alemão, e ali tinha uma alemã a me ensinar alemanices. (Não havia internet, só enciclopédia Barsa.) E eu, aprendiz, copiei na cara dura frases, expressões inteiras. Grudei trechos na memória, e o ritmo no subconsciente. Sou prisioneira até hoje. E esse é o triunfo de Mário de Andrade: essa escrita em brasileiro, tirar a oralidade das bocas e fixá-la no papel.

E reler esse livro foi como ouvir, de novo, um disco há muito guardado no porão. Um disco cujas faixas eu sabia de cor, gasto de tanto uso. Um disco que eu ouço de fora de mim, mas de dentro também.


@chadepalavra
PedroboL 16/01/2022minha estante
Eu amei seu revidw


PedroboL 16/01/2022minha estante
Review** ksksks


PedroboL 16/01/2022minha estante
Eu definitivamente vou ler




Refugios das Letras 20/04/2020

Acho que não é vergonha alguma dizer que eu não entendi boa parte do livro. Não domino parte das referências artísticas e literárias alemãs, e a linguagem foi um desafio. O texto começou a fazer algum sentido por volta da página 40, quando senti que havia dominado razoavelmente o estilo do autor.

A história é sobre uma família que contrata uma "professora de amor" para o seu filho mais velho, Carlos. O objetivo ensinar o menino a se precaver contra a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (a sífilis era um problema sério no início do século XX). O menino nada sabia sobre o verdadeiro papel da Fräulein na família. A princípio ela era governanta, professora de piano e de alemão. Com o tempo, Carlos mergulha no caso arranjado pelos seus pais.

Preciso dizer que é uma delícia acompanhar a paixão do menino Carlos pela sua Fräulein. Os primeiros toques, a recusa da entrega, enfim, o desenrolar do amor juvenil. Mário de Andrade descreve a relação dos dois com um grau de sutileza que faz o coração acelerar e permite com que vivamos, junto com Carlos, as sensações de um amor juvenil.

Evidentemente, não sou capaz de avaliar um clássico. Mas definitivamente vale a pena insistir nessa obra!


site: https://refugiosdasletras.blogspot.com/2020/04/amar-verbo-intransitivo-mario-de-andrade.html
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Gabi 31/10/2020

Só o título já nos afronta, já que o amar é um verbo transitivo direto... Não achei que foi uma leitura fácil e que me instigou, pois o livro não possui divisões, é um texto corrido com muitas palavras coloquiais. O tema foi um mistura de sentimentos já que é a iniciação sexual de um menino (14 anos)por uma mulher mais velha, mas sem este compreender que a função dela ali era ser sua professora do amor e não apenas sua professora de alemão!! Foi uma leitura valida, mas não faria releitura.
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@eu_rafaprado 01/02/2024

Amei!
Amar, Verbo Intransitivo: Idílio
Mario de Andrade - 5??
200 páginas, tempo médio de leitura 5 horas.

Este foi meu primeiro contato com a literatura de Mario de Andrade. ?Amar, Verbo Intransitivo? foi publicado em 1920 e causou escândalo.

O amor é algo que se pode ensinar?

Em São Paulo, Higienópolis, a família dos Souza Costa recebe uma governanta alemã chamada Fräulein. O dono da casa contratou a moça para ensinar seu filho Carlos a amar. Fräulein vive dividida entre razão e emoção. O lado racional tenta justificar o ensinamento do amor, mas é o lado emocional que faz com que a jovem cumpra a tarefa.

Adorei a escrita de Mario, que utiliza a linguagem coloquial para nos aproximar da história. No final, parece que estamos sentados na mesa de um bar, tomando uma cerveja e ouvindo uma grande fofoca.

Gostei de toda a descrição de como o amor nasceu em Carlos, e também do depois, como ele reagiu emocionalmente às descobertas com Fräulein, que em certa altura da história se mostra tão envolvida quanto ele.

?É esquisito: o amor realizado se torna logo parecido com
amizade...?

Uma crítica muito bem construída sobre a cultura dos novos-ricos brasileiros e uma verdadeira análise da sociedade paulistana na década de 20.

Adorei como no começo do livro, Mario faz um comentário sobre a quantidade de pessoas que conheciam Fräulein, e como o leitor agora se soma a esse número. Pois é, Mario, já se passaram mais de 100 anos desde a sua escrita, e agora eu também faço parte daqueles que conhecem essa pessoa intrigante.

Vale destacar a parte erótica, sutil, mas muito presente. Adorei ter descoberto essa preciosidade da nossa literatura.

#mariodeandrade #amarverbointransitivo
J. Silva 10/03/2024minha estante
??????




Vininini 06/10/2022

As formas do amor
O livro é bem curtinho e por isso consegue se manter interessante até o fim. Ele te leva a idealizar a sua própria Fräulein, e tal como o Carlos, me apaixonei por ela.

Eu não simpatizo com o movimento modernista e talvez por isso demorei tanto pra ler certos autores, mas é fácil reconhecer a importância histórica dessa obra: hoje em dia não é mais novidade que os livros adotem a linguagem falada/coloquial, e esse livro tem o mérito de ser "pioneiro" nessa questão.
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Andréa Bistafa 15/07/2010

O livro é cansativo, talvez pela época que foi escrito e a linguagem usada; a história em si é interessante. Há momentos que te prende, mas como foi escrito em torno de 1927, muita coisa é censurada pelo próprio autor, como as cenas românticas entre Fraulein e Carlos, quando você começa a sentir os personagens a cena muda completamente.

“... porem obedeço a várias razões que obrigam-me a não contar a cena do quarto (...)" - retirado do livro.

Sobre o ângulo de aprender a cultura da época no Brasil, principalmente em São Paulo e um pouco da história literária modernista vale a pena, me acrescentou bastante coisa.
Thiago_ik 30/08/2012minha estante
Senti algo parecido.
Como se uma histórioa muito interessante fosse contada por alguém muito chato.




Thiago 02/07/2011

Segunda Chance
A primeira vez que o li, fui obrigado pela escola, e simplesmente odiei. Achei sem pé nem cabeça. Mas na verdade o defeito estava em mim.
Reli há pouco tempo e pude me ver várias vezes nesta históra: a sociedade confusa na transição de classes de um Brasil moldando a sua cara atual, o sexo desconhecido, a família, o amor que não se sabe a quem, que não se sabe da existência. Apenas cogita-se.
E a liberdade, o esquecer.
Rever algo que já se foi e simplesmente reconhecer: não pertence mais a mim. E eu aceito.
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Bernal 15/12/2021

Profundo
Adorei reler esta obra, tão indicada pela minha professora de gramática nos tempos de escola. Foi realmente revolucionária no ponto de vista gramatical e também inovador em seu enredo.
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Rafa.Dulce 30/06/2021

Mãe de amor!
Um clássico da literatura modernista! Fraulein cumpriu seu propósito com maestria, justificando o significado de amar (e ser amada): sem complemento, sem companhia, sem o porquê... Simplesmente, amar!
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Maria3427 06/06/2020

Modernismo à brasileira
Nesse pequeno livro o autor nos apresenta a historia de uma família burguesa tradicional brasileira, apenas uma mas que representa outras tantas. O pai, Sousa Costa, contrata uma mulher para iniciar seu filho Carlos na vida sexual.
A premissa do livro é bem simples, mas possui uma riqueza que trespassa a obra. O narrador, bem estilo machadiano, é um narrador intrometido, pausa a narrativa em vários momentos como se estivesse analisando o cenário, ele mesmo se corrige, o que achei divertidíssimo.

A obra quebra vários paradigmas, sendo possível fazer uma compreensão nova a cada leitura. É disso que se faz um clássico. Mário de Andrade é leitura obrigatória.
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