Pablo Paz 20/10/2021
Mistificações familiares
Li esse livro anos atrás e essa semana achei algumas anotações que havia feito. Para além de concordâncias ou o contrário, hoje me dou conta de como essa autora, Geração 1968, é inteligentíssima. Não tanto por suas conclusões, mas por seu modo criativo de abordar o tema do amor materno no seu sentido atual (contemporâneo e romântico), mostrando que a mulher aristocrata (talvez ela própria uma), ao contrário da burguesa, nunca foi assaz afetuosa, tampouco se sentia culpada e não necessariamente gerava filhos 'neuróticos' ou 'desajustados' por causa disso. Trabalho de grande intelecto. Acho que foi depois de sua leitura que, paradoxalmente, me desinteressei por ficção (romance, novela, filmes...) que costuma abordar o tropo 'dramas familiares'. Mais do que o mito que ela estuda, foi a sua mistificação na sociedade contemporânea que me acrescentou algo. Vale a leitura de qualquer livro dela.