Fique quieta, por favor

Fique quieta, por favor Raymond Carver




Resenhas - Fique quieta, por favor


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Henrique Fendrich 03/10/2018

Fiquei com a sensação que o estilo do Carver é bem próximo ao do Cheever. Mas o Carver me parece que foca mais em miudezas do cotidiano, fatos que não precisam sequer colaborar com o enredo. Um belo exemplo disso é o conto em que um casal está no supermercado e, antes de pagar, o marido se lembra de colocar no carrinho algumas barras de chocolate. A mulher vê aquilo e diz “oba!”. Nada mais prosaico.

Muitas histórias correm em um ambiente de incompreensão dos gestos dos personagens, mas ao término do conto é revelado um drama particular que os justifica.

É curioso também o modo como o Carver dá título para os seus contos, pois geralmente são tirados de uma frase dita por um personagem e que não necessariamente nos parece a que mais dá sentido à trama.

O conto que mais gostei está já no final, “Bicicletas, músculos, cigarros”, que, como tantos, foca em dramas familiares aliados aos pessoais.
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Ronnie K. 23/03/2009

O homem é bicho esquisito
Carver é considerado um dos mestres do conto universal, comparados por muitos ao próprio Tchekhov em determinados aspectos. Exageros à parte, trata-se sim de um grande contista. Escreve de modo simples, direto, com frases curtas bem ao moderno etilo norte-americano. Escreveu contos de modo clássico à moda de um Maupassant, em um estilo sem invencionices. Então para que ler um autor que parece ser o mais do mesmo? Aqui entra o diferencial: pelo tratamento que ele dá aos personagens. Ou, dito de outra forma: pela escolha dos personagenms que serão retratados. É uma gente esquisita, às vezes mesquinhas, medíocres na maior parte, gente comum da classe média pra baixo, e que se mete em situações inusitadas. E o inusitado devia ser o tema por excelência em toda obra narrativa. Inusitado tem a ver com surpresa, com tratamento novo dado à tema eternos. E esse autor consegue. Há nessa coletânea, 8 ou 9 contos primorosos que se lê ora boquiaberto, ora com um sorriso irônico e prazeroso nos lábios. Dele, o cineasta Robert Altman adaptou para o cinema o livro de contos Short cuts. E concebeu uma das poucas obras-primas cinematográficas dos anos 90. Não é pouca coisa.
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