Bibs 08/11/2012
Uma surpresa agradável!
Fiquei muito contente em receber o livro diretamente do Michel, foi muita gentileza da parte dele me ceder um exemplar para resenha.
Comecei a ler o livro sem muitas expectativas, quis que a história me surpreendesse, e foi o que aconteceu. A sinopse me agradou, afinal, adoro histórias que se passam em outras galáxias.
Bom, a história se inicia com a infância do protagonista, Mick, contando duas coisas muito marcantes para ele: os pesadelos com a criatura de olhos vermelhos e o pai, que morreu logo no primeiro capítulo.
No capítulo seguinte o cenário principal é apresentado. O ápice da crise do planeta Tood-Sil’s está acontecendo, as forças inimigas comandadas por Sarac estão avançando contra o exército silano e estão muito próximas de alcançar a Torre. Lá, que era uma espécie de centro de conhecimento interplanetário, o duque Baltar e a rainha Silvana enviam 7 Mops para o planeta Terra, na esperança de recuperá-los antes que o inimigo o faça.
Na sequencia temos um salto temporal e Mick já é um adolescente. Mais alguns personagens são apresentados, seus seis amigos: Daniel, Cadu, Luiz, Morales, Din (que foi seu vizinho desde sempre) e Veve. Pelo número, já podemos presumir que os sete rapazes vieram de Tood Sil’s.
O evento que desencadeia toda a narrativa se dá na festa de aniversário de Daniel, que aconteceu em alto mar. Nessa festa os sete amigos são abduzidos por uma bola de luz e a partir disso nós conhecemos com mais detalhes a história, o ambiente e o povo silano.
Não irei pontuar o livro por completo, como fiz acima, para não estragar a leitura com spoilers do que vai acontecer. Mas algumas coisas precisam ser ditas.
Houve uma guerra envolvendo Tood Sil’s, onde Sarac estava destruindo e conquistando planetas para formar o seu grandioso império. Em Tood Sil’s existiam 7 grandes cavaleiros que por algum motivo perderam a batalha. Sarac venceu e Tood Sil’s, junto com alguns poucos planetas, encabeça uma resistência ao Império.
Como fica evidente desde o começo, esses 7 cavaleiros são Mick e seus amigos. Mas o mais interessante da narrativa é a justificativa dada para isso. Os meninos não são alienígenas, eles são humanos. O que veio da Torre para cá foram suas almas. Ao chegar aqui, eles renasceram e no momento em que os silanos precisaram, “chamaram” eles de volta para combater.
Alguns conceitos espíritas são usados na história (como missão, reencarnação, destino, carma), mas que fique claro que é uma ficção e não o fruto de uma psicografia. Também quero ressaltar que não é um livro para evangelizar ninguém, os conceitos estão aí para a história ficar mais crível e coerente, e são usados muito sutilmente. Acredito que leitores que não tenham conhecimento da doutrina espírita dificilmente farão essa associação, como eu fiz logo de cara. E isso é um dos pontos mais positivos na obra!
A história de Mick e os demais cavaleiros é bem instigante, mas apresenta alguns problemas, pelo menos para mim. Por exemplo, quando chegam em Tood Sil’s tudo o que acontece é bem detalhado, e podemos acompanhar o processo de aceitação da realidade/verdade das coisas que estão acontecendo, mas, para mim, os rapazes aceitaram rápido demais que eles eram os cavaleiros. Algumas dúvidas surgiram, alguns questionamentos, mas a maioria aceitou tranquilamente. Se eu fosse abduzida ia ficar chocada, incrédula, desequilibrada mesmo. Na leitura me pareceu que do dia para a noite (quase que literalmente) eles estavam de acordo com o que lhes foi contado.
Da aceitação para o treinamento para a “batalha final” muitas coisas novas são mostradas. Na medida em que eles vão aprendendo a usarem o Lood, que é a energia da alma, nós vamos conhecendo mais profundamente a cultura silana. O que é excelente.
Mas algumas cenas ficaram melhor trabalhadas do que outras. Por exemplo, o processo de aprendizado de luta, pilotagem e outras habilidades de soldado/cavaleiro são bem detalhadas, mas as cenas românticas pecaram um pouco. Não vou dizer nomes e situações, mas posso contar que tem dois casais que se destacam, e às vezes me pareceu que as cenas de romance ficaram um pouco repetitivas, às vezes melosas demais. Sei que o enfoque do livro é outro, mas senti diferença entre a criação das cenas de ação para as cenas mais amorosas. Talvez outra pessoa lendo não sinta isso, mas foi a impressão que tive dessa primeira leitura.
Esse primeiro volume me deixou com vontade de conhecer mais. Quero saber como a batalha entre os cavaleiros e o Império vai terminar, como vai ficar o relacionamento dos rapazes, o que vai acontecer com eles depois que tudo passar (se eles sobreviverem) e se eles vão voltar para a Terra. Passei toda a leitura preocupada com a mãe e a irmã do Mick, não vou mentir!
No mais, quero deixar aqui minha indicação positiva para o primeiro volume da trilogia d’Os 7 Cavaleiros de Algord. Fico muito contente cada vez que me surpreendo com os títulos nacionais que vou conhecendo e recomendo a leitura para todos!