Resenhas - Palavras para desatar nós

Jan... 13/11/2020

Rubem Alves foi pastor, professor, psicanalista. E depois dos 30 anos, escritor. Suas crônicas refletem suas vivências por universos tão diferentes e, cheias de metáforas, nos fazem refletir sobre diversas questões humanas : fé, morte, inveja, depressão, solidão, esperança, amizade, beleza. Seus livros são "livroterapias", para ler e digerir devagarzinho.

"Textos de fazer pensar são alimento para a inteligência. É preciso lê-los como quem come: devagar, ruminando, para que a inteligência tenha tempo de mastiga-los e digeri-los. Quando isso ocorre, acontece com eles o que acontece com a comida: a comida é assimilada, passa a fazer parte do nosso corpo. Se a comida não for assimilada, ela é vomitada. O texto também. Esquecer é o jeito que o corpo tem de vomitar... Textos de fazer sentir são alimento para a alma. Eles trazem alegria! E quando a gente sente alegria está experimentando aquilo para que fomos criados".

Geovanna.Holanda 04/09/2023

Rubens tem uma narrativa poética e com uma cadência envolvente, então é impossível não gostar dos livros ou da escrita dele. Porém, alguns textos dele me desagradam pelo conteúdo que diverge da minha opinião pessoal, mas não tira a beleza da escrita e das belíssimas referências do autor. Excelentes crônicas.

Leandro506 21/02/2022

Rubem Alves é uma sobremesa, daquelas que se come devagar?
?Nosso corpo carrega duas caixas, na mão direita, ele carrega uma caixa de ferramentas. Ferramentas é qualquer objeto que sirva para fazer alguma coisa: um martelo, um lápis, uma agulha, um fósforo, uma panela, uma fórmula de remédio, uma receita de cozinha. Todas as ferramentas são invenções da inteligência. Tudo o que se encontra na caixa de ferramentas é ?útil?, meio para se viver. As ferramentas nos dão poder. Na mão esquerda, o corpo carrega uma caixa de brinquedos. Brinquedos são coisas inúteis; não nos dão poder. Eles nos dão alegria: dançar, cantar, jogar futebol, contar piadas, tocar flauta, ler um poema? Se sua caixa de ferramentas estiver cheia, mas a caixa de brinquedos estiver vazia, você será muito forte mas não terá alegria. A arte de viver exige que carreguemos as duas caixas: a que nos dá meios para viver e a que nos dá razões para viver.?

Walkiria 08/03/2024

Palavras para desatar nós e criar reflexões
Um livro maravilhoso em que Rubem Alves nos convida ao seu pensamento indizível. Nos chama para conversa profunda, algo que nos remexe por dentro. Leitura leve e ao mesmo tempo provocativa, desata aos poucos!

Que maravilha é poder ler Rubem Alves ?

HeLe 08/05/2017

O livro é composto por 47 crônicas, copiladas da vasta obra do autor e reunidas neste livro.

O autor atenta-nos ao jeito de ler. Compara o livro com aquelas orientações "Modo de usar”" em bulas de remédios. O uso incorreto pode causar danos à saúde, assim "o poder das palavras não está nelas mesmas. Está no jeito como as lemos. Tarefa difícil, que devemos aprender. É preciso ler com todo o corpo, não só com os olhos e intelecto. Um mesmo livro pode ser lido como o barulho de uma serra ou como o som de uma canção. Como disse o filósofo dinamarquês Kierkegaard, o poder mágico das palavras não se encontra no que elas dizem, mas no “como” são ditas."


Rubem escreve textos que nos fazem pensar e questionar. Suas crônicas são "alimento para a inteligência. É preciso lê-los como quem come: devagar, ruminando, para que a Inteligência tenha tempo de mastiga-los e digeri-los."” Sua proposta é questionar vários assuntos sob a perspectiva da literatura, filosofia, religião, psicanálise, arte e música.

Um livro que merece muitos grifos e releituras.

Beatriz 25/11/2020

Encantador
Retrata todas as coisas da vida que são simples e que muitas vezes passam despercebidos por nós. Leve de ler e encantador, muitas vezes me senti como uma amiga do autor. Me tocou profundamente. Recomendo!

Tatiana455 30/11/2022

Textos de fazer sentir são alimento para a alma. Eles trazem alegria! E quando a gente sente alegria, está experimentando aquilo para que fomos criados.

Sâm 08/12/2022

"O que escrevo não é o que tenho; é o que me falta."
Rubinho mais uma vez alugando um triplex na minha cabeça. Que leitura gostosa, grifei quase o ebook todo, me demorei pra terminar a leitura só pra ter o gostinho de desgustar palavra por palavra, frase por frase. Eu não tenho muito o que falar sobre, pois tudo seria pouco e pequeno diante de tudo que li.
Apenas leiam.

"Sou um fingidor. O que escrevo é melhor que eu."

"Não. Não escrevo o que sou. Escrevo o que não sou. Sou pedra. Escrevo pássaro. Sou tristeza. Escrevo alegria. A poesia é sempre o reverso das coisas. Não se trata de mentira. É que nós somos corpos dilacerados."

"O que escrevo é uma ponte de palavras que tento construir para atravessar o rio."

"O psicótico não separa o virtual do real. Para ele a ideia é coisa. Pensou, é real."

"Música é vida interior. E quem tem vida interior jamais está sozinho."

Leonardo.Silveira 13/12/2022

Poético, filosófico, culto são adjetivos que eu usaria para descrever esse compilado de crônicas que me fizeram pensar de um jeito leve e profundo ao mesmo tempo. Há uma perspicácia e uma beleza muito evidentes na maneira como Rubem Alves lê o mundo nessas páginas.

Fabiana.Salgado 26/04/2023

Crônicas
Mais um livro de crônicas de Rubem Alves. Para quem já leu o autor, algumas são repetidas. Vale sempre a pena reler suas ideias sobre vida, morte, amizade, amor, saudade, enfim.

Deise.Maria 24/10/2023

Cronicas a serem apreciadas sem pressa !!
Rubens Alves , escritor ,pastor e psicanalista, traz em suas cronicas reflexões super interessantes sobre vários temas , como medo , contemplar a beleza da vida, inveja, sonhos, desejos , sobre o medo da morte , a morte em si ,entre outros .realmente é um livro para ser apreciado sem pressa pq traz muitas reflexões úteis pro nosso dia a dia .
Amei as referências aos poemas de Fernando Pessoa e Cecília Meirelles e a obra de Saramago O ensaio sobre a cegueira e as metáforas tanbem teve seu significado moral ..um dos textos que mais teve destaque pra mim foi o sobre o medo; o medo que o autor expõe de doenças , da morte , da velhice enfim exprimiu bem alguns sentimentos particulares meus sabe!! Aonde ele diz que o medo paralisa vc de viver e apartir do momento que vc sucumbe a ele vc já deixou de viver. Achei a escrita dele super autêntica, verdadeira, sem muita embromação. E claro não poderia deixar de registrar aqui um dos poemas que ele tanto frisou de Cecília Meirelles;
"No mistério do Sem-Fim equilibra-se um planeta. E, no planeta, um jardim, e, no jardim, um canteiro: no canteiro, uma violeta, e, sobre ela, o dia inteiro, entre o planeta e o Sem-Fim, a asa de uma borboleta."
A vida é dotada de tantos mistério mas cercadas de muitas belezas naturais para quem se abre a ela .