Adriana Scarpin 26/05/2018Noturnal, desatraindo o som"Em cima desta mesa, a luz acesa
Dá-me a medida exata desta noite:
Fria chuva de junho, a gata que me espia
Ali no corredor, e me vigia o sono
Que não vem.
Espera-me, de olhos que são
Como gumes de espada, e um pelo
Acetinado e muito doce,
Espera-me como amante.
São quentes os seus pés,
Quando chegar a hora e ela vier
Deitar-se ao fim da cama.
É quente o cobertor,
Que esta noite de junho, em chuva e fria,
Na noite convocou.
Vou apagar a luz. Sair da mesa.
Ela aguarda. E eu vou -"