Haag 03/11/2015
O quão triste pode ser o amor?
Sócrates In Love é um mangá volume único baseado no livro “Chuushin de Ai Wo Sakebu” de Kyoichi Katayama, e o desenho da obra é de Kazumi Kazui. No Brasil, Sócrates In Love chegou em 2008 pela JBC, e agora em agosto ganhou um reimpressão.
Esse é provavelmente um dos mangás mais tristes que já li, porém confesso que eu estava esperando um pouco mais dele.
O mangá conta a história de Aki e Sakutaro, um casal que se conhece desde o fundamental e que juntos descobrem as emoções do primeiro amor, mas que infelizmente acabam descobrindo também o lado negativo desse sentimento.
A obra já começa nos dando um “soco na cara”, a primeira página já está escrito em letras gigantes “Minha Aki morreu”. E acho que é justamente aqui o ponto pelo qual não achei Sócrates in Love “tããããão desesperador”, mas calma, já volto nesse ponto em breve.
A história vai se desenvolvendo numa linha do passado, contando como eles se conheceram, como perceberam aos poucos o sentimento que tinham um pelo outro e como isso foi aos poucos evoluindo. Os personagens são cativantes e extremamente convincentes, o que a meu ver é bom, pois em obras mais voltadas ao drama, normalmente tem aquele personagem “forçado” e que exagera no sentimentalismo, o que felizmente não temos em Sócrates in Love.
A trama também conquista, ela vai se desenvolvendo rápido. Algo que me chamou a atenção foi o fato de não ter “capítulos” e ser um mangá direto. Quem acompanha o blog desde o começo deve lembrar que critiquei isso em RG Veda, pois isso não dava aquele “tempo de absorção” para o leitor, porém em RG esse tempo era necessário pois a história era complexa, enquanto em Sócrates nós temos uma história que vai fluindo de modo gostoso e sem se notar, e quando a tragédia começa, ela nos prende querendo o desfecho logo.
E aqui vem o ponto negativo, não é exatamente nenhum fim do mundo, porém acho que isso tirou um pouco a graça da obra. Desde a primeira página nós já esperamos a morte da protagonista (não é spoiler, você descobre ao abrir o mangá), e talvez o fato de já sabermos disso é que tira o impacto da morte.
Isso quer dizer que não é triste? Pelo contrário, a obra é aquele drama triste que te deixa mal realmente, que nos faz pensar um pouco sobre o que temos e quem amamos. Admito que chorei (ah, eu sou manteiga derretida, nem tô), mas não chorei tanto como foi com Só Você Pode Ouvir por exemplo. Eu acho que se a morte tivesse vindo de surpresa, talvez eu tivesse ficado mais triste ainda do que com uma já esperada.
Sobre a qualidade física, o trabalho da JBC neste mangá está impecável. Desde o primeiro momento em que bati os olhos nele já me apaixonei. A capa é fosca, com orelhas e papel offset. O mangá tem aproximadamente 190 páginas e custa R$ 19,90 (muito bem pagos).
Essa é uma obra obrigatória em qualquer coleção, podem ter certeza disso. Coloquei o meu na “prateleira foda”, ao lado de Berserk, Planetes e 20th, e onde também vai entrar Akira, então imaginem o quão incrível é este mangá.
Nota: 4,9 / 5