Bekah Abreu 05/02/2017"Somos parte uns dos outros."O livro, voltado para a sociologia, foi um desafio para mim. Eu claramente sou aquela que adora romances e não livros técnicos. De uns tempos para cá resolvi introduzir na minha ‘dieta’ uns livros com mais ‘sustança’.
Nesse livro temos um foco no ‘morrer’. Não na morte em si, mas no processo que leva a ela, englobando tanto os ‘idosos’ quanto os ‘moribundos’.
Foi um livro difícil de se ler, mesmo sendo bem pequeno. Ao ler o livro, somos colocados de frente a um quadro comum e triste, onde os idosos e doentes são ‘mortos’ pelos seus parentes, ainda em vida. Eles são invisíveis para aqueles que no passado o amaram.
“Também dá uma indicação do que significa para os moribundos se sentirem — ainda em vida — excluídos da comunidade dos viventes.” - A Solidão dos Moribundos.
Além de retratar a questão fisiológica e emocional, temos contato com o retrato do ‘morrer’ no passado, ligando até a arte. Adorei o fato do livro não se ligar a nenhuma religião, também não descartando a possibilidade de um ‘além’. Na verdade, o livro se foca estritamente na parte da vida onde o ser humano se deteriora.
Talvez por isso, para mim foi tão difícil ler esse livro.
O estudo vem para conscientizar que mesmo que aquele parente, esteja morrendo e que é o FIM, você pode tornar tudo mais confortável. Mais humanizada.
Até porque, mesmo que aquele ser, morra, você vai ficar. E com a falta dele, vem as lembranças e a culpa. A morte (como diz no livro) só afeta os vivos, pois o mortos já nada o sabem.
Achei o livro bem tocante e talvez pelo autor seja idoso, conseguiu passar toda a dúvida e estranheza de passar pela fase onde tudo murcha e o fim está próximo.
““Morituri te salutant” (Os que vão morrer te saúdam)” - A Solidão dos Moribundos.