Dona Bárbara

Dona Bárbara Rómulo Gallegos




Resenhas - Dona Bárbara


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Carol 25/01/2021

Impressões da Carol
Lido: Dona Bárbara {1929}
Autor: Rómulo Gallegos {Venezuela, 1884-1969}
Tradutor: André Aires
Editora: Pinard
400p.

Dona Bárbara é um dos textos fundacionais da literatura moderna venezuelana. Publicada em 1929, a obra é um retrato das mudanças por que passava o país e as oposições que o dividiam: progresso e tradição; barbárie e civilização; justiça e justiciamento; a cidade e o llano.

Llano. O llano, essa "terra brava, com sua solidão embrutecedora" é o principal personagem do livro. Gallegos descreve - com um olhar fotográfico - a paisagem llanera, seus habitantes, seus costumes e lendas. São os melhores capítulos, sem dúvida. Que gosto ler parágrafos, como esse:

"O belo espetáculo da caída da tarde sobre a imensidão muda da savana; o bom abrigo, sombra e frescura do rústico teto que o cobria; a tímida presença das moças, que o haviam esperado durante toda a tarde, o vestido limpo e as cabeças enfeitadas com flores da savana, como para uma festa..." p.67

É um livro que se enquadra no movimento regionalista, indigenista, da literatura latino-americana. De valorização do ambiente, das tradições, da língua, do que seja o povo. E, por conta disso, é uma literatura que trata de arquétipos: o baiano, de Jorge Amado, o sertanejo, de Rachel de Queiroz, o haitiano, de Jacques Roumain, o llanero de Gallegos.

São personagens, no geral, planos: o mocinho, a mocinha, a vilã, o melodrama, o determinismo de um destino ao qual não se pode escapar. Ainda que eu acredite que, em Dona Bárbara, o autor consiga trazer uma maior nuance a seus protagonistas, principalmente na Terceira Parte do romance.

Um romance que só se amplificou com a leitura compartilhada que fizemos junto a um dos editores dessa belezura, o @lendoarte (no instagram). Esse é o valor de editoras independentes, que se arriscam para nos trazer verdadeiros tesouros literários. Leitura fundamental.
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Raul 28/12/2020

Eu recomendo tanto esse livro! Ler Dona Ba?rbara me lembrou a sensac?a?o de estar assistindo uma novela daquelas da melhor qualidade, haha!

Pra mim foi bastante relaciona?vel, por me lembrar bastante das vezes que ia para a fazenda do meu avo? quando crianc?a. O llano venezuelano tem muito do campo aqui.

As construc?o?es dos personagens sa?o incri?veis e e? difi?cil na?o se apegar a Marisela, Pajarote, Antonio Sandoval. Ja? com Santos Luzardo e Dona Ba?rbara o autor consegue criar sentimentos conflitantes, que sa?o mais uma prova de qua?o bem escrito o livro e?.

E? uma histo?ria cativante e emocionante. Gosto de quando um livro deixa saudades quando acaba. E que venham as releituras!
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André 27/12/2020

Um clássico venezuelano que estava abandonado no Brasil. Ele aborda a vida no Llano, região do Arauca, a disputas por ter terra, gado, poder e como funcionavam as leis nessa região no século passado. Santos Luzardo volta a dia terra natal, depois de morar por vários anos na capital Caracas, para revitalizar a fazenda da família que estava praticamente abandonada por conta de administradores que estavam apenas interessados em se beneficiar e obedecer os caprichos da temida Dona Bárbara. A personagem que dá título ao livro é uma mulher que depois de passar por situações traumáticas na juventude, torna- se uma mulher sem escrúpulos, que com sua beleza e determinação consegue conquistar tudo que quer. Assim, a trama principal é dispusta entre Santos Luzardo e Dona Bárbara, ele representa a modernidade, o cumprimento da lei conforme está escrita e bom convívio entre os habitantes da região, enquanto ela segue as leis da região ainda um tanto selvagem, a lei do mais forte, em que o poder e o medo estão assina da lei.
Achei a leitura bem fluída, os personagens bem construídos e essa edição da Pinard está muito bonita.
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Letícia 29/05/2017

Uma viagem pelo interior da Venezuela
O livro é um romance maravilhoso ambientado no interior da Venezuela, na planície do Arauca, lugar de criação extensiva de gado, onde um certo Evaristo Luzardo, caminhante errante por aquelas bandas, fundou sua fazenda: Altamira. Suas terras se extendiam por muitos quilômetros, era extremamente rica.

Naquela região, imperava o ditado de que o mais forte sobrevive. Os conflitos eram resolvidos na base da violência e pouca diferença fazia a lei.

Devido à uma briga de família após a morte de um dos Luzardo, Altamira foi dividida na herança em Altamira e Barcarenha, dando início a uma briga acirrada que teria continuidade através dos anos. Daí conhecemos o personagem principal: doutor Santos Luzardo. Santos se mudou com sua mãe, que tentava fugir das lembraças ruins da fazenda, para Caracas, a capital do país, quando era adolescente. Na cidade, Santos estudou e se formou advogado, tornando-se um homem “civilizado” e muito correto na aplicação das leis. Nesse meio tempo, a fazenda esteve abandonada nas mãos de administradores de reputação duvidosa.

Esse descuido permitiu a ascenção da personagem que dá título ao livro, dona Bárbara. Ela é uma mulher de origem indígena abençoada com a beleza, despertando a inveja das mulheres e a luxúria dos homens. Ela cresceu no meio da violência da região, o que a fez suprimir certos sentimentos e agir com poucos escrúpulos, tornando-a uma criatura perigosa.

“No mais profundo de suas tenebrosas recordações, nos primórdios da consciência, via-se uma embarcação sulcando os grandes rios da selva do Orenoco. Eram seis homens a bordo e ao capitão ela chamava o ‘taita’, o paizinho, mas todos eles – à exceção de Eustáquio – brutalizavam-na com idênticas carícias: rudes apalpadelas, beijos que sabiam a aguardente e a chimó, a mistura de fumo com sal que a gente do povo masca.”

Com sua beleza, seduziu o dono da Barcarenha, Lorenzo, e por acaso conheceu Apolinário, um homem que propôs um golpe para passar à Bárbara a propriedade do fazendeiro. É claro que no plano original a mulher não teria posse de nada, mas as coisas não correram exatamente assim. Após dispensar Lorenzo, dona Bárbara tomou Apolinário como seu amante e deu cabo dele assim que este começou a lhe trazer ameaça. Depois dele vieram vários outros amantes, homens que eram usados em seus propósitos de conquistar o vale, em especial a Altamira.

Ela era uma mulher tão capaz de laçar e capturar um touro quanto qualquer outro homem da região, não faz o tipo de mulher indefesa. Sua influência era tão grande que ela escreveu leis, roubava gado e avançava os limites de sua fazenda a seu bel-prazer. Ela era muito temida na região e propagava a violência a que for a submetida durante toda a sua vida. Apesar da falha de caráter, dona Bárbara é um exemplo de mulher forte na literatura, ela não é apenas uma mulher, é uma força da natureza.

Quando Santos Luzardo decide vender a fazenda para se mudar para o exterior, é obrigado à voltar para se informar do estado da propriedade abandonada há anos. Aqui começa a história de verdade, o conflito entre o certo e o errado, a descoberta do ser primitivo que habita o interior do homem e outros conflitos com personagens secundários.

A chegada de Luzardo abala Bárbara, certos sentimentos começam a surgir e ela reflete sobre si, sobre toda a sua vida, sobre tudo o que já fez e como será dali em diante.

site: https://desafiolivrospelomundo.wordpress.com/2017/05/29/venezuela-livro-7-dona-barbara/
barbara.mendonca 23/11/2018minha estante
oii, você comprou o livro pela internet? se sim, onde foi? já cacei em todos os lugares possíveis e não acho :(


pimet800 11/12/2020minha estante
Bárbara Mendonça, você encontra o livro no site da editora: https://www.pinard.com.br/




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