Dona Bárbara

Dona Bárbara Rómulo Gallegos




Resenhas - Dona Bárbara


19 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Carolina.Gomes 28/01/2021

Um bom novelão!
Considerado um grande clássico da literatura latino americana, o romance de Gallegos retrata a Venezuela rural dos anos 1920, a disputa pela terra, o poder do latifúndio, os vícios e virtudes do povo venezuelano.

Santos Luzardo retorna para o campo, após concluir os estudos, em Caracas. Seu objetivo, em princípio, é vender as terras em Altamira, mas lá chegando, resolve tomar posse do que é seu ao se dar conta de que tudo está sob o poder da misteriosa Dona Barbara.

A partir daí vemos a disputa entre o homem das leis e a mulher que tem seu código próprio e é respeitada e temida por todos.

É um bom novelão, com capítulos curtos e com narrativa fluida repleta de paixão, traição, intrigas e redenção.

A editora Pinard está de parabéns pela belíssima edição e por publicar esse clássico venezuelano. Gostei bastante!
comentários(0)comente



vannybs 15/03/2021

Muito bom. Uma história que se passa na zona rural na Venezuela em época de coronelismo.
comentários(0)comente



Toni 10/06/2021

Leitura 35 de 2021

Dona Bárbara [1929]
Rómulo Gallegos (Venezuela, 1884-1969)
Pinard, 2020, 400 p.
Trad. André Aires

O primeiro lançamento da Pinard é um encanto: edição garbosa, tradução esmerada, curadoria exemplar, editoração e projeto gráfico de encher os olhos—tudo feito para cairmos de amores (e com razão) por esta novata no ramo. Considerado um dos livros fundamentais da literatura venezuelana e escrito por aquele que hoje nomeia o prêmio literário mais prestigioso do país, “Dona Bárbara” é um novelão na premissa e no desenvolvimento, mas um grande livro na forma e na fatura da obra. Como uma espécie de sertão rosiano, com sua própria mitologia, cultura, leis, superstições e tipos, o romance nos apresenta ao “llano”, à “llanura” e ao “llanero”: espaço, estado de espírito e habitantes de uma paisagem que não distingue galhardia e brutalidade, selvageria e sociedade, a firmeza da terra e a intangibilidade do horizonte.

Partindo de uma história de rivalidade entre duas famílias e do ódio cultivado como legislador da ordem llanera, o romance compõe um quadro complexo no qual diferentes perspectivas de mundo e vida se encontram nas figuras da temida Dona Bárbara, “cacique” de El Miedo, e Santos Luzardo, herdeiro retornado das terras de Altamira. Com a preocupação de uma prosa regionalista imersiva, Gallegos integra ao lirismo de suas descrições (muito bem traduzido à fina flor pelo querido André Aires) causos, canções e expressões do imaginário social e topográfico do llano, mas sem perder de vista o novelo narrativo puxado por inúmeras forças.

Longe de trabalhar soluções fáceis ou de maior apelo para um público criado à base de revelações bombásticas & plot-twists, o autor preenche suas páginas com a vastidão inebriante de rios e charcos, e a atmosfera úmida de um tempo à margem do tempo. Para a década em que foi escrito, o romance surpreende, ainda, pela construção da figura altiva, encantadora e envolta em mistérios de Dona Bárbara. Entre as suspeitas que rondam sua história e seu poder sobre El Miedo lembro mais uma vez do Grande Sertão. Aqui também, como lá, diabo não há — existe é homem humano. Travessia.
comentários(0)comente



Marcelo 12/11/2023

Resenha publicada no Booksgram @cellobooks ?
Romance clássico da literatura venezuelana publicado em 1929, o livro é considerado uma obra-prima do país.

A trama se desenrola em um ambiente rural da Venezuela, onde a personagem central, Bárbara, é uma mulher dominadora que governa suas terras com mão de ferro. Ela representa a força bruta e a natureza selvagem. No entanto, a chegada do sobrinho, Santos Luzardo, um homem educado e civilizado, desencadeia uma luta de poder e moralidade.

O romance é uma reflexão profunda sobre a dualidade entre o instinto primitivo e a civilização, representada pelo confronto entre Bárbara e Santos.

Apesar de ser um livro muito bem escrito, o enredo não apresenta nenhuma grande novidade. Acho que o livro é considerado um clássico devido ao estilo literário, a rica descrição da vida venezuelana nos llanos, a ambientação no interior do pais, com a qual o leitor quase consegue ver o que o autor se propõe a apresentar em suas cenas.
comentários(0)comente



Raul 28/12/2020

Eu recomendo tanto esse livro! Ler Dona Ba?rbara me lembrou a sensac?a?o de estar assistindo uma novela daquelas da melhor qualidade, haha!

Pra mim foi bastante relaciona?vel, por me lembrar bastante das vezes que ia para a fazenda do meu avo? quando crianc?a. O llano venezuelano tem muito do campo aqui.

As construc?o?es dos personagens sa?o incri?veis e e? difi?cil na?o se apegar a Marisela, Pajarote, Antonio Sandoval. Ja? com Santos Luzardo e Dona Ba?rbara o autor consegue criar sentimentos conflitantes, que sa?o mais uma prova de qua?o bem escrito o livro e?.

E? uma histo?ria cativante e emocionante. Gosto de quando um livro deixa saudades quando acaba. E que venham as releituras!
comentários(0)comente



Debora 15/10/2021

Uma história dos llanos venezuelanos
Dona Bárbara foi escrito em 1929 e provavelmente o "lugar" que ele narra não existe mais, não naquela forma de uma terra de homens corajosos e fortes que tem muito a conquistar e manter, terra de gado bravio a ser capturado e selado como propriedade, terra de lugares ermos, ou lonjuras, a serem colonizados e mantidos. Porque o llano resistia ao "processo civilizatório" que dominava a capital da Venezuela. E aqui eu uso aspas no "civilizatório", pois era uma civilização que não levava em conta o modo de vida da gente daquela região.
É neste contexto, em que Dona Bárbara impera no llano, fazendo e desfazendo de acordo com sua vontade, que Santos Luzardo, que viveu muitos anos na capital e lá se formou advogado, volta á sua terra natal com o intuito de reconquistar sua fazenda e vendê-la, para mudar para a Europa.
É a partir do encontro entre estes personagens, no llano, que ambos se transformam aos poucos, um se tornando mais "civilizado" (no sentido do respeito a leis meio mal traçadas) e o outro deixando vir à tona sua essência llanera, o amor por aquela gente e seu modo de vida.
Este é um resumo muito breve de uma história interessante, que dificilmente será encontrada em outros livros.
comentários(0)comente



Carol 25/01/2021

Impressões da Carol
Lido: Dona Bárbara {1929}
Autor: Rómulo Gallegos {Venezuela, 1884-1969}
Tradutor: André Aires
Editora: Pinard
400p.

Dona Bárbara é um dos textos fundacionais da literatura moderna venezuelana. Publicada em 1929, a obra é um retrato das mudanças por que passava o país e as oposições que o dividiam: progresso e tradição; barbárie e civilização; justiça e justiciamento; a cidade e o llano.

Llano. O llano, essa "terra brava, com sua solidão embrutecedora" é o principal personagem do livro. Gallegos descreve - com um olhar fotográfico - a paisagem llanera, seus habitantes, seus costumes e lendas. São os melhores capítulos, sem dúvida. Que gosto ler parágrafos, como esse:

"O belo espetáculo da caída da tarde sobre a imensidão muda da savana; o bom abrigo, sombra e frescura do rústico teto que o cobria; a tímida presença das moças, que o haviam esperado durante toda a tarde, o vestido limpo e as cabeças enfeitadas com flores da savana, como para uma festa..." p.67

É um livro que se enquadra no movimento regionalista, indigenista, da literatura latino-americana. De valorização do ambiente, das tradições, da língua, do que seja o povo. E, por conta disso, é uma literatura que trata de arquétipos: o baiano, de Jorge Amado, o sertanejo, de Rachel de Queiroz, o haitiano, de Jacques Roumain, o llanero de Gallegos.

São personagens, no geral, planos: o mocinho, a mocinha, a vilã, o melodrama, o determinismo de um destino ao qual não se pode escapar. Ainda que eu acredite que, em Dona Bárbara, o autor consiga trazer uma maior nuance a seus protagonistas, principalmente na Terceira Parte do romance.

Um romance que só se amplificou com a leitura compartilhada que fizemos junto a um dos editores dessa belezura, o @lendoarte (no instagram). Esse é o valor de editoras independentes, que se arriscam para nos trazer verdadeiros tesouros literários. Leitura fundamental.
comentários(0)comente



Letícia 29/05/2017

Uma viagem pelo interior da Venezuela
O livro é um romance maravilhoso ambientado no interior da Venezuela, na planície do Arauca, lugar de criação extensiva de gado, onde um certo Evaristo Luzardo, caminhante errante por aquelas bandas, fundou sua fazenda: Altamira. Suas terras se extendiam por muitos quilômetros, era extremamente rica.

Naquela região, imperava o ditado de que o mais forte sobrevive. Os conflitos eram resolvidos na base da violência e pouca diferença fazia a lei.

Devido à uma briga de família após a morte de um dos Luzardo, Altamira foi dividida na herança em Altamira e Barcarenha, dando início a uma briga acirrada que teria continuidade através dos anos. Daí conhecemos o personagem principal: doutor Santos Luzardo. Santos se mudou com sua mãe, que tentava fugir das lembraças ruins da fazenda, para Caracas, a capital do país, quando era adolescente. Na cidade, Santos estudou e se formou advogado, tornando-se um homem “civilizado” e muito correto na aplicação das leis. Nesse meio tempo, a fazenda esteve abandonada nas mãos de administradores de reputação duvidosa.

Esse descuido permitiu a ascenção da personagem que dá título ao livro, dona Bárbara. Ela é uma mulher de origem indígena abençoada com a beleza, despertando a inveja das mulheres e a luxúria dos homens. Ela cresceu no meio da violência da região, o que a fez suprimir certos sentimentos e agir com poucos escrúpulos, tornando-a uma criatura perigosa.

“No mais profundo de suas tenebrosas recordações, nos primórdios da consciência, via-se uma embarcação sulcando os grandes rios da selva do Orenoco. Eram seis homens a bordo e ao capitão ela chamava o ‘taita’, o paizinho, mas todos eles – à exceção de Eustáquio – brutalizavam-na com idênticas carícias: rudes apalpadelas, beijos que sabiam a aguardente e a chimó, a mistura de fumo com sal que a gente do povo masca.”

Com sua beleza, seduziu o dono da Barcarenha, Lorenzo, e por acaso conheceu Apolinário, um homem que propôs um golpe para passar à Bárbara a propriedade do fazendeiro. É claro que no plano original a mulher não teria posse de nada, mas as coisas não correram exatamente assim. Após dispensar Lorenzo, dona Bárbara tomou Apolinário como seu amante e deu cabo dele assim que este começou a lhe trazer ameaça. Depois dele vieram vários outros amantes, homens que eram usados em seus propósitos de conquistar o vale, em especial a Altamira.

Ela era uma mulher tão capaz de laçar e capturar um touro quanto qualquer outro homem da região, não faz o tipo de mulher indefesa. Sua influência era tão grande que ela escreveu leis, roubava gado e avançava os limites de sua fazenda a seu bel-prazer. Ela era muito temida na região e propagava a violência a que for a submetida durante toda a sua vida. Apesar da falha de caráter, dona Bárbara é um exemplo de mulher forte na literatura, ela não é apenas uma mulher, é uma força da natureza.

Quando Santos Luzardo decide vender a fazenda para se mudar para o exterior, é obrigado à voltar para se informar do estado da propriedade abandonada há anos. Aqui começa a história de verdade, o conflito entre o certo e o errado, a descoberta do ser primitivo que habita o interior do homem e outros conflitos com personagens secundários.

A chegada de Luzardo abala Bárbara, certos sentimentos começam a surgir e ela reflete sobre si, sobre toda a sua vida, sobre tudo o que já fez e como será dali em diante.

site: https://desafiolivrospelomundo.wordpress.com/2017/05/29/venezuela-livro-7-dona-barbara/
barbara.mendonca 23/11/2018minha estante
oii, você comprou o livro pela internet? se sim, onde foi? já cacei em todos os lugares possíveis e não acho :(


pimet800 11/12/2020minha estante
Bárbara Mendonça, você encontra o livro no site da editora: https://www.pinard.com.br/




Ellie 18/04/2024

Conflitos
A época é 1929, ocorriam muitos conflitos de posse de terra, questões ainda atuais na América Latina. Disputa de terras entre uma mulher que tem suas próprias regras e um homem que quer seguir as leis.
comentários(0)comente



Consuelo 01/02/2024

Um clássico
Romulo Gallegos foi presidente da Venezuela por um curto período, deposto por golpe militar. 15 vezes indicado ao Nobel de Literatura. Essa foi a motivação para eleger a leitura desse título. Escolhi a edição de tradução do Jorge Amado. De cara, o que me fascinou foi o olhar fotográfico sobre as paisagens dos campos venezuelanos. Igualmente bonita as descrições sobre a vida, a alma e a sobrevivência do homem campesino.
De início, os personagens me pareceram bastante caricatos nas funções de mocinho, a mocinha pura de alma singela e indiscritível beleza, e os vilões. Embora se confirme, em vários pontos da história, a previsibilidade e o maniqueísmo desses elementos, também é possível mergulhar na dualidade de sentimentos e compreensão desses personagens, especialmente em relação a Dona Bárbara, cujo o passado trágico construiu uma mulher terrivelmente endurecida, que inserida num ambiente totalmente patriarcal, precisou recorrer a subterfúgios bastante questionáveis para impor o respeito que lhe proporcionaria alguma segurança. Por outro lado, a figura de Santos Luzardo me causou bastante antipatia em dados momentos, especificamente por seu sentido de superioridade de homem letrado sobre os costumes e tradições do campo. Para além dos dramas pessoais, a leitura está centralizada na análise e crítica política e social do recorte histórico em que a narrativa está inserida.
Enfim, um clássico é um clássico, e recomendo a leitura.
comentários(0)comente



André 27/12/2020

Um clássico venezuelano que estava abandonado no Brasil. Ele aborda a vida no Llano, região do Arauca, a disputas por ter terra, gado, poder e como funcionavam as leis nessa região no século passado. Santos Luzardo volta a dia terra natal, depois de morar por vários anos na capital Caracas, para revitalizar a fazenda da família que estava praticamente abandonada por conta de administradores que estavam apenas interessados em se beneficiar e obedecer os caprichos da temida Dona Bárbara. A personagem que dá título ao livro é uma mulher que depois de passar por situações traumáticas na juventude, torna- se uma mulher sem escrúpulos, que com sua beleza e determinação consegue conquistar tudo que quer. Assim, a trama principal é dispusta entre Santos Luzardo e Dona Bárbara, ele representa a modernidade, o cumprimento da lei conforme está escrita e bom convívio entre os habitantes da região, enquanto ela segue as leis da região ainda um tanto selvagem, a lei do mais forte, em que o poder e o medo estão assina da lei.
Achei a leitura bem fluída, os personagens bem construídos e essa edição da Pinard está muito bonita.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Alexandre de Omena 20/12/2023

Clássico llanero
Reler Dona Bárbara foi de um prazer sem igual. A obra é referência para quem quer conhecer a escrita caprichada de um escritor que se debruça sobre o que deseja transformar em arte. O plano venezuelano nos é apresentado junto a uma história de amor e superação sem igual. Temos apenas que ter o cuidado de ler levando em consideração a época em que foi escrito e os preconceitos de então.
comentários(0)comente



Gabi 13/01/2023

Para quem gosta de bons dramas
Fui apoiadora de D. Bárbara no Catarse e agora, depois de tanto tempo, finalizei a leitura dessa edição linda preparada pela Pinard. O enredo, por vezes complexo dado o número de personagens, corre para um desfecho que sela o destino da protagonista, de forma a traduzir as razões pelas quais se tornou quem era no cáustico cenário do llano venezuelano! Incrível!
comentários(0)comente



Vitoria 29/04/2023

A história do llano, com seus costumes e características. Santos Luzardo é o elemento que destoa, que busca se afastar do habitat.
comentários(0)comente



19 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR