Lucas Rey 12/12/2022
Mais uma vez, PKD.
Philip K. Dick já se tornou um dos meus autores favoritos. Todos os seus livros são "viceralmente filosóficos"; a cada capítulo, são horas e horas de reflexão por parte do leitor.
Aqui, ele segue a mesma linha da maioria de seus outros livros: são 3 ou 4 núcleos de personagens, cada um com seu plot individualmente posto, mas que com o avançar da história se entrelaçam e aquele típico "efeito borboleta" começa a tomar conta. Obviamente, o leitor não consegue parar de ler, pois quer saber como todas essas peças vão se encaixar e formar seu final; e dificilmente você consegue adivinhar, pois os livros de Philip K. Dick são imprevisíveis e igualmente impactantes. Tudo isso dentro de um ambiente retro-futurista.
Em "Os Três Estigmas de Palmer Eldritch", o autor foca no conceito de tempo e de Deus, ambos os temas sempre discutidos em suas obras. O que é o tempo? Como podemos superá-lo? O quão poderoso um humano precisa ser pra ser considerado um deus, ou o Deus? Muita discussão sobre filosofia, fé, destino e nossas limitações diante de tudo isso.
Não tem uma vez que eu leia um livro desse autor e não saia com um novo conceito de ficção científica inovador e original. Sinceramente, não entendo como esses livros ainda não viraram séries ou filmes. Embora confesso que realmente seria difícil colocar essas obras no plano do áudiovisual.
Já virou tradição minha ler, pelo menos, um livro de PKD por ano. E recomendo todos a fazerem, principalmente se gostam do gênero de ficção científica. Qualquer livro dele é um prato cheio.