Flavio Assunção 10/01/2012Medíocre. Essa é a palavra que posso usar para resumir "Raça da Noite". Uma surpresa, tendo em vista que Clive Barker é um autor consagrado lá fora, mesmo que as outras obras que li dele não tenham me agradado tanto. O problema é que este em questão é desprezível em todos os sentidos, o que é de surpreender.
O livro apresenta a história de Boone, um rapaz que é manipulado por seu psiquiatra a aceitar que era um serial killer em momentos em que sua mente fugia à realidade. Na verdade, quem matava era o próprio medico, que precisava de alguém para por a culpa. Mas a questão não é essa. A questão é que Boone se julga um monstro por isso e resolve procurar um local chamado Midian, onde os maus vão para ganhar uma sobrevida. O lugar é infestado de criaturas que, acreditem, não causem medo a ninguém e que são mais toscas que qualquer outra coisa. Paralelamente a isso, sua namorada, Lori, resolve investigar o sumiço dele, ao mesmo tempo em que é perseguida pelo verdadeiro serial killer, o médico.
Tá, olhando de relance nem parece uma trama ruim, mas a verdade é que Clive Barker conseguiu se superar e trazer elementos fracos, um desenvolvimento sem graça, argumentos nonsenses e situações deveras maçantes. O livro é extremamente curto, mas haja paciência para se chegar ao final. As descrições são duras, mecânicas, bem longe da leveza de um Dean Koontz ou Stephen King, os diálogos pobres e beirando o ridículo, as explicações forçadas e o terror praticamente nulo. Enfim, tudo é desprezível na minha opinião.
Até passei um tempo pensando no que poderia extrair de positivo para falar aqui, mas não encontrei. Fuja desse livro como se monstros de verdade estivessem atrás de você, porque se for esperar pela "Raça da Noite" pode esperar sentado. O livro dá voltas sem chegar a lugar nenhum.