O Evangelho segundo Jesus Cristo

O Evangelho segundo Jesus Cristo José Saramago




Resenhas - O Evangelho Segundo Jesus Cristo


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Andre.Pithon 13/02/2023

Faz muito tempo que um livro não se prova tão desafiador de ler para mim, o que está mostrado por esse absurdo quase um mês de tempo de leitura. Saramago escreve com passagens por vezes interessantes, mas extremamente longo, em parágrafos imensos, com uma falta de pontuação, uma óbvia escolha estilística, que se torna massante, ainda mais lado a lado com capítulos de até 50 páginas. Nada disso é um crime literário, mas vai contra meu gosto literário.

Em o Evangelho Segundo Jesus Cristo, Saramago, olha que surpreendente, conta a história de Jesus Cristo. Isso significa acompanhar a vida do messias mais popular de todos os tempos, distorcida levemente pela perspectiva do autor, mas não distorcida o bastante para ser particularmente interessante. Ele se afasta pontualmente da Bíblia, mas não o bastante.

Ainda assim, existem passagens excelentes. Quando Jesus tá no barquinho dele batendo um papo com Deus e o Diabo, perto da conclusão, é um capítulo excepcional, bem demonstrativo de como é esse Deus Católico, com o que ele se importa, e qual sua relação com seu filho. Tem trechos bons, é algo doloroso pro protagonista, e é ali onde Jesus quebra, onde ele percebe o porque tudo vem acontecendo daquele jeito, e porque continuará de igual forma após sua morte. Apenas um sacrifício em nome do poder divino, combustível para mais morte.

E por mais que essa ou outra passagem sejam interessantes, é um investimento que não se paga. O final é medíocre. Tem quase 200 páginas até Jesus nascer e crescer, o começo seguindo José é dolorosamente enfadonho. É engraçado pintar Maria como completamente submissa e meio sem personalidade, só para contrastá-la com Maria Magdalena posteriormente, mas é página demais para conteúdo de menos.

Uma crítica à religião tão abertamente é poderosa para a época, e não posso negar que não me atrai uma fanfic sobre Jesus e seus amigos, que é o que isso é, mas falta mudanças drásticas para elevar o livro, e seus melhores momentos são quando O Evangelho ousa se afastar da Bíblia. Em geral, é uma leitura cansativa, que por mais de 80% apenas caminha por trilhas conhecidas, e cujas contundentes críticas são enterradas por detrás dum oceano do mais entediante marasmo.
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Alan Furiati 11/02/2023


Considero esse um dos textos mais leves de Saramago, por incrível que pareça. Leitura fluída, personagens delicados, cheios de contornos, a presença do sobrenatural que é apresentada de uma forma divertida e mesmo singela, praticamente real. É um ensaio sobre a ideia da fé e da construção da igreja ao redor dessa fé tão inocente em um primeiro momento. Talvez leve demais ou foram as minhas expectativas surpreendidas, ainda assim, mesmo sendo um livro que gostaria tivesse adquirido uma outra direção, é uma obra muito agradável de ser lida.
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lucaismaia 10/02/2023

Impossível dar menos que 5 estrelas pra essa obra prima. Depois desse quero ler muito mais do Saramago.

a posição do inimigo é dado à outra divindade ?, temos um jesus chatissimo, um diabo protetor que ensina e acolhe, um sistema patriarcal opressor, cruo e cruel, um José de altos e baixos e com uma morte triste a beça... enfim, amei!

?Homens, perdoai-lhe porque ele não sabe o que fez?
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Vanessa.Benko 02/02/2023

esta foi uma maneira mentirosa de dizer a verdade
Um gênio audacioso – Saramago descontrói anos de doutrinas com sagacidade e criatividade. Há quem o critique por suposta falta de respeito para com a religião cristã. Eu sou do time que acredita que ele foi mais respeitoso com o ser humano do que o autor original.
Sim, é uma história que nós provavelmente já ouvimos, lemos e alguns até decoraram. Versões deturpadas, irreais e conflituosas. A diferença é que Saramago não escreve com o intuito de convencer ninguém, muito mesmo criar discípulos. Sua narrativa também tem toques de fantasia, milagres inexplicáveis e seres celestiais. Mas ela traz a essência da natureza humana, escancara nossas imperfeições e egoísmo.
Jesus cresce com uma sina e um medo: seu próprio pai. Imagina então a reação ao saber que tem ainda um outro pai desconhecido e ao mesmo tempo temido por todos. Alguém que sabe tudo, mas admite que a sabedoria só vai até certo ponto. Alguém que está disposto a sacrificar outros para aumentar seu próprio alcance. Alguém que permite que ganhemos muitas batalhas, mas que nos faz perder a guerra.
Maria cegamente faz o que todos estão acostumados a fazer: obedecer às regras. Ninguém procura entender os motivos ou questionar as motivações. Apenas consideram os infortúnios como frutos de uma vontade maior. E isso fica claro o livro todo: o quanto somos moldados pela cultura e passado e o quanto somos forçados a aceitar um futuro que nem se sabe se acontecerá.
Promessas pregadas supostamente como amor, mas o sangue que escorre é bem real. Nosso sofrimento, nossas contradições, nosso orgulho. Se somos assim tão errantes, é porque assim nos fizeram.
Uma crítica talentosa a assuntos atemporais como machismo, preconceito dos mais diversos e imposições religiosas. Saramago escancara mortes e sofrimentos ocasionados pelo amor – e põe em xeque o próprio significado desta palavra. Afinal, isso é realmente amor?
Um livro que pode ser de difícil leitura pela complexidade da escrita e diálogos. Uma narrativa que pode ser dolorosa pela nossa ligação espiritual. Mas uma leitura que pode ser, simplesmente, libertadora.
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skuser02844 01/02/2023

"é preciso ser-se Deus para gostar tanto de sangue."
precisei de quase um dia inteiro refletindo antes de decidir escrever essa resenha. terminei de ler ontem e foi impossível organizar meus pensamentos de modo coerente através de palavras, pois senti mil coisas diferentes durante e após a leitura.
creio que, por ter crescido ateu-agnóstico em um ambiente católico, eu pude sentir cada palavra de saramago como uma flecha em meu peito. tudo o que eu aprendi na infância sendo dissecado e recontado d'um ponto de vista mais amplo, crítico, realista e - principalmente - humano, causou-me uma inevitável sensação de felicidade agonizante que consumiu meu cerne a cada parágrafo lido. tal sentimento tornou-se parte de mim enquanto eu passeava por suas palavras e as engolia como quem devora o corpo de Cristo.
toda a construção acerca da vida do homem que bem conhecemos, dessa vez em uma versão tão crua, onde toda a hipocrisia e injustiça é colocada em pauta perante nossos olhos, é demasiadamente enriquecedora, sendo possível questionar a igreja sem desrespeitar a fé.
saramago desconstrói a visão idealizada do tão conhecido deus cristão e expõe toda a falsídia no que concerne sua dita existência, ao tempo em que a suposta maldade do diabo é discutida e refletida.
a parte mais importante em um livro, para mim, é a escrita. o ato de transformar fragmentos da própria mente em vocábulos tecidos d'um modo harmonioso para a apreciação do interlocutor me é tão mágico. saramago, sem dúvidas, possui uma escrita (perdoem-me a comparação) deífica. as características de composição em cada parágrafo são tão únicas dele! foi a primeira obra que li do autor e com certeza lerei tudo o que eu puder! quando a escrita é bela - e aqui digo bela não apenas no sentido de ser encantadora e com lindas palavras, mas também por ser diáfana em sua essência -, qualquer história é interessante.
aqui temos personagens tão bem criados e desenvolvidos de maneira grandiosa e singular, cada qual sem perder sua essência.
houveram diversos momentos onde eu senti-me em êxtase conforme lia, mas, o principal foi quando saramago narra a sexualidade inerente ao homem, descrevendo essa experiência na vida de Jesus do melhor modo possível. outro momento que ficará para sempre em minha mente é o extraordinário diálogo entre deus, jesus e o diabo, que foi excepcionalmente épico e absurdamente bem escrito.
levarei este livro para sempre guardado na parte mais importante de meu âmago, sinto que ele será uma peça essencial na composição de meu ser.
dalloway 01/02/2023minha estante
amei a resenha, adicionando na listinha de metas! ansiosa pra começar já


skuser02844 01/02/2023minha estante
ebaaaa! fico muito feliz com isso, meu bem ? espero muito que goste




Renata 26/01/2023

A humanização de Cristo
Não tenho nem palavras para dizer o quanto esse livro é incrível e trás uma visão do evangelho que é impossível não se emocionar. A cena da conversa de Deus, Diabo e Jesus com certeza foi o ponto alto do livro, mas toda a sua escrita é de uma delicadeza e beleza impressionantes. Vale muito a leitura, para crentes e descrentes.
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Ana 24/01/2023

Ah, Saramago... que ousadia!
Este é o livro mais polêmico de Saramago porque, enfim, trata de um tema delicado: a religião.
Escrever sobre uma das histórias fundadoras da civilização ocidental não é tarefa fácil.
O Jesus que é retratado aqui é falho, conflituoso e real. Ele é um homem que sofre a dor, mas também se delicia com os prazeres terrenos que são intrínsecos a uma experiência humana abrangente.

Este evangelho é um amadurecimento em que nosso herói tenta entender o que se espera dele e reluta em aceitar um destino que o levará a tanto sofrimento, não só para ele, mas para os milhares que mais tarde morrerão em seu nome. Jesus é confrontador e constantemente questiona um Deus opressor e sanguinário (que ainda é o Deus do Antigo Testamento neste ponto) e através deste questionamento Saramago desafia o dogma religioso e a ideia de um Deus que está fora de dúvida, que foi feito por a Igreja. E ele faz tudo isso com uma forte dose de ironia.

Saramago baseou sua história nos quatro evangelhos bíblicos, mas preencheu as lacunas com o conteúdo de textos apócrifos, o que significa que esta é uma peça de ficção histórica bem pesquisada. Feito majestosamente. Ele era verdadeiramente um artesão de palavras. Como muitos críticos já disseram, nesta história, podemos sentir a poeira da estrada em que Jesus pisou.

O livro foi censurado em Portugal e o autor exilou-se devido à reação que se seguiu à publicação do livro. O Vaticano se referiu a ele como "um comunista rebelde com uma visão anti-religiosa do mundo" (como se isso fosse uma coisa ruim). Não senti que ele fosse desrespeitoso para com os cristãos. Ele nunca critica a fé, apenas a instituição. Quanto a mim, Jesus nunca pareceu tão real.

p.s. no livro, há um diálogo envolvendo Jesus, Deus e Satanás que é simplesmente fascinante!
Eliza.Beth 29/01/2023minha estante
Que resenha maravilhosa!!!!
Sigo lentamente, mas minha visão até o momento não difere da sua em nada.




Paulo 19/01/2023

Crepúsculo dos ídolos
O projeto desse livro é um ato iconoclasta perfeito, e para isso Saramago fez algo muito simples, tornou todos os personagens verdadeiramente humanos. Eles amam, choram, sentem dor, falham e se desesperam, tudo isso com uma escrita que dá a impressão de um grande monólogo, e um ritmo no enredo que se encaixa muito bem com uma boa tragédia, comunicando-se com as suas emoções. A jornada como um todo mais do que vale a pena.
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Lurdes 14/01/2023

Então!
Eis uma estória sobre Jesus Cristo fora dos padrões, mas surpreendentemente verossímil e, melhor de tudo: envolvente, emocionante e questionadora.

Meus conhecimentos bíblicos são limitados, embora tenha sido criada em uma família católica, tenha recebido todos os sacramentos, frequentado muitas missas e assistido a inúmeros filmes sobre a vida de Cristo.

Saramago preenche, com maestria, as lacunas sobre a vida de Jesus que não são descritas na Bíblia, criando tramas complementares e paralelas, desde a descrição da morte de José (que nunca foi explicada, mas que na narrativa de Saramago é tocante), encontros e desencontros, uma relação familiar conflituosa com os pais e seus inúmeros irmãos, seu relacionamento amoroso com Maria Madalena, os questionamentos sobre seu próprio futuro que ora o fragiliza, ora lhe enche de certezas e até uma certa arrogância.

O livro é muito, muito bom, mas talvez desagrade pessoas excessivamente religiosas que possam ver sinais de desrespeito aos dogmas da Igreja.

Mas recomendo que se livrem de possíveis preconceitos e embarquem nesta viagem proposta por Saramago.
Uma viagem por sentimentos íntimos, valores morais, éticos, de fé e amor, que estão acima de qualquer preceito criado por qualquer igreja.

Dentre outras abordagens, ressalto a exposição de como os costumes eram desrespeitosos em relação às mulheres, tratando-as como seres de segunda categoria, mesmo a própria Maria.

Um dos trechos mais icônicos da obra é o diálogo entre Deus e o Diabo, ao qual Jesus presencia e que abala não só suas estruturas, mas também as nossas.

Simplesmente brilhante.
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O Crowler 10/01/2023

Extremamente Interessante
"Como pode um homem ser filho de Deus, se és filho de Deus, não és um homem, sou um homem, vivo, como, durmo, amo como um homem, portanto sou um homem e como homem morrerei."
A recontagem da história de Jesus feita por Saramago percorre um lado mais humano da história...E sem dúvida foi o que mais me interessou pelo livro. De certo modo tudo me pareceu bastante verossímil. Erro, conflito, sexualidade, dúvida, o livro reflete sobre tudo isso e toda a humanidade do personagem Jesus, acho que além disso ainda faz uma análise bastante interessante sobre a religião católica em si, e como utilizou de sua história para expandir-se. É meio difícil se acostumar com os diálogos sem travessões ou aspa no começo, mas vale muito a pena de arriscar e dar uma chance, depois que você se acostuma com a escrita o livro flui muito rapidamente.
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Slovenio Kiev 07/01/2023

Me Surpreendeu! Achei Muito Bom.
Personagens: O livro tem uma boa quantidade de personagens, mas poucos têm destaque. Dentre os com maior destaque dá pra citar Jesus, Deus, Diabo, Maria de Nazaré, Maria de Magdala e José, o pai de Jesus.
Para mim os com melhor desenvolvimento são Jesus, José e o Diabo.

Trama: A trama tem início desde a concepção de Jesus, que é diferente da Bíblia, até a crucificação do mesmo. Ela acompanha Jesus na sua infância, adolescência e vida adulta de uma forma mais linear qua a bíblia original.

Escrita: A escrita do Saramago é diferente da escrita comum que se vê em outros romances, ele conhece bem as regras da escrita e sabe brincar com elas. No começo é difícil e esquisito entender sua escrita mas, com o passar do tempo, ela se torna fluída, principalmente nos diálogos.

Teor Emocional: De momentos que fariam uma pessoa chorar o livro não está cheio, na verdade, creio que dê pra citar apenas dois: Um na infância de Jesus, que eu não vou citar por ser um grande spoiler, e a crucificação de Jesus, que tem uma frase impressionante.

Final: O final me surpreendeu, não que ele mude a história original, ele muda uma frase que Jesus diz e acrescenta um certo personagem com uma certa tigela de barro com um certo significado.

Todos os critérios acima abordados me agradaram bastante no livro, então não posso dar nada menos que CINCO ESTRELAS!
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nocca 06/01/2023

Uma obra-prima, que enriquece de forma belíssima o relato bíblico, e nos aproxima verdadeiramente da figura do filho do homem não pelo salvador que se propõe a ser, mas pelo humano que realmente é. De longe, o melhor de Saramago.
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caiocorrea_art 05/01/2023

Meu preferido da vida
Como vocês, que me conhecem, devem imaginar, sim é um livro do José Saramago.
Mas não é ?apenas? um livro onde o mestre maior da literatura expõe uma visão ímpar sobre assuntos corriqueiros da vida. Também não é uma de suas histórias incríveis que nos fazem refletir sobre questões muito profundas da sociedade.
E também não é um livro onde a sua forma de escrever surpreende até o mais letrado literata.
Ele resolveu falar de Jesus Cristo.
E é Saramago, né. Ele abordou a história do personagem mais famoso da era moderna e repaginou com uma ótica mundana, realista, profana e genial.
Sem eliminar a beleza da história de Cristo, seus milagres, o contato com Deus e com o Diabo, J.S. nos faz sentir o cheiro de onde Jesus nasceu, nos faz sentir a poeira no rosto do chão que Jesus pisou.
Não foi só o meu livro preferido de 2019, como, até agora, é meu livro preferido da vida.
Recomendo muito!
Livre-se
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Intermitencias 02/01/2023

Escrito em 1991, Evangelho Segundo Jesus Cristo não foi bem aceito pela Igreja Católica, o que levou à censura da obra e a mudança de Saramago para Lanzarote....

Não se trata de uma versão bíblica, mas de uma ficção histórica..mas então o que tanto incomodou a igreja católica? Talvez a humanidade de Jesus, vulnerável e frágil em várias ocasiões, da infância até a morte...talvez a cobiça de Deus em relação ao catolicismo, a custo de guerras e mortes cruéis..talvez pela presença forte de uma prostituta, Maria de Magdala, em contraponto aos momentos de fraqueza de Maria, mãe de Jesus.

Jesus, concebido de Maria, segundo lhe anuncia um mendigo, nasce coberto de sangue e os pastores lhe trazem o que mata a fome e não itens exóticos..Já carrega, desde a mais tenra infância, a culpa de José, e depois a ambição de seu outro pai, Deus.

Como um adolescente comum, Jesus é cético às questões divinas, dentre as quais a culpa, legado de nossos pais, e desde cedo sai pelo mundo..vive anos no deserto com um pastor que não sabemos de onde e para o que veio..e se encontra com Deus, que lhe revela a paternidade, o poder e glória, mas a custo de sua vida, o que fica muito claro no segundo encontro, este com a participação especial do Diabo, em um diálogo do qual não saímos incólumes da dúvida quanto aos dogmas religiosos, do eterno pecado e da culpa humana..

Impossível não questionarmos se a bondade de Jesus não era decorrente de seus medos, anseios, dúvidas, do amor ao próximo e quem sabe carnal..seria Jesus impuro ao conhecer o amor carnal e espiritual, o companheirismo e a divisão da vida, como lindamente retratado no capítulo em que conhece Maria de Magdala, prostituta, que o zela e o acompanha até o final dos seus dias..seria necessário então, para redenção da humanidade, o sofrimento cruel de quem tão somente cumpriu seus desígnios na terra..

Evangelho é instigante, crítico e questionador, e somente poderia ser escrito por quem que tão bem pregou a humanidade..só recomendo a leitura e até sua releitura, para pensarmos que qualquer sofrimento ou morte, como a cruelmente imposta a Jesus, não se justifica em nome de uma religião ou de deuses, nominados ou não..
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Neilson.Medeiros 26/12/2022

Terceira leitura que faço de Saramago. Complicado ter de eleger sempre a mais recente como a melhor. De tantas coisas maravilhosas no texto de Saramago, posso destacar a narrativa sempre muito bem trançada, apresentada sem nós e pontas soltas, e ele, o narrador. Essa voz sem corpo e nome nos conduz sempre com seus comentários ácidos e bem humorados. As críticas, o modo de filosofar, as viagens no tempo para futuro e passado, colocando-o, inclusive, acima do Deus personagem. Aqui vamos encontrar um Jesus demasiado humano, uma Maria de Magdala decidida e um Diabo meio estoico, todos eles misturam-se a cenas que são montadas de uma forma bastante fluida, muitas vezes rompendo com a expectativa criada pelo conhecimento prévio das histórias da Bíblia. A cena do primeiro encontro entre Jesus e Deus me rendeu muitas risadas, enquanto o segundo momento, com participação do Diabo, nos dá um tapa com fatos históricos e pontos de vista de deixar qualquer um arrepiado.
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