Thais

Thais Anatole France




Resenhas - Thais


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cid 15/12/2009

O pequeno jardim de Epicuro
Ler Thais de A France , é um exercício de filosofia. E tive que recorrer várias vezes ao Google para entender as diversas escolas citadas. A história do monge cristão que converte a cortesã , e que afinal não consegue converter a si mesmo, é demasiado humana. A distância entre o que somos e o que desejamos ser é imensa. O monge Paphnucio descobriu que afinal os anos no deserto, os jejuns , não haviam modificado sua natureza. E muito menos os seus desejos mais secretos.



Epicurismo - ensina a libertação da dor através do exercício do prazer.

Gustavo 29/11/2016minha estante
Tomei conhecimento da obra numa passagem do Contraponto, Aldous Huxley... muito difícil a leitura da obra?




Ana Ruppenthal 22/09/2017

Ótimo
Obra de 1890, de um autor pouco ou nada conhecido no Brasil (tanto que eu desconfio que seja difícil de encontrar um exemplar do livro hoje em dia), é um romance deveras deleitante, com um tom satírico e bem humorado (e no qual eu percebi uma certa dose de ironia e crítica à religião).

Trata-se da história de um monge e de uma moça, personagem principal que dá o nome à obra, no período da Alta Idade Média, no norte da África. Thais, jovem e bonita, desfruta de tudo o quanto a vida e a sua beleza podem oferecer; riqueza, fama, homens, arte. O monge, por sua vez, vive uma vida de castidade e preces no deserto até o momento em que, perturbado por pequenos demônios, decide deixar o monastério e ir para a cidade, em busca de Thais.

Esse é o transcurso central da obra; a partir desse momento, o autor desenha um percusso literário tão genial que eu não acho digno de antecipar aqui na resenha. Mas eu reforço: O enredo é muito bem construído, com certa dose de crítica e sátira (que ao meu ver é incomum para a época - 1890), e é de uma leitura gostosa, muito embora tenha um vocabulário um tanto quanto rústico.

De um modo geral eu posso dizer que o autor redige a trama com doses de entranhamento filosófico e um toque de sátira sem perder um estilo artístico e literário mais refinado. De maneira objetiva, também retrata muito bem o cristianismo imaturo, ainda nos seus primeiros séculos de existência (aproximadamente em 300 d. C.), na África medieval. Altamente recomendado se você aprecia romances históricos.
comentários(0)comente



Ana 03/03/2018

Entre espírito e carne
Confesso que eu não conhecia o livro e pouca ideia fazia do seu enredo: na verdade eu o comprei para ler tendo em mente que me depararia com um clássico da literatura, no que não estava errada. Me aventurei a ler, e gostei muito, dá para sentir que esse é um bom romance filosófico.
Thais se passa na Alexandria, é a história de uma meretriz, que no livro é chamada de ''comediante'', e de um monge, Paphnucio, que se enamora dela, mas logo entra em conflito com suas convicções religiosas por conta desse amor. Ora, Paphnucio é um cristão primitivo,
e um de seus objetivos na vida se trata de obter um tal grau de pureza espiritual que o obrigaria a passar por caminhos que pressupunham privações extremas, não só a supressão dos desejos carnais, como também os cuidados básicos de higiene, insistindo em ver no sofrimento causado por infecções, causadas por prolongados jejuns, uma forma de aproximar-se de Deus. Chega mesmo a fazer do alto de uma das colunas de um velho monumento em ruínas, o seu lar, para se elevar acima do resto da humanidade e chegar mais perto de Deus.
Pode-se perceber que Paphnucio, bastante radical, não aceita a beleza, a saúde e o bem-estar como algo bom, mas como coisas que afastam o ser humano do divino. O monge originava-se de uma abastada família de Alexandria, e foi educado para seguir o princípio do prazer; porém curiosamente, desvia-se do caminho que sua família havia traçado para ele, e resolve seguir uma nova e ainda estranha para muitos, filosofia: o Cristianismo, que então já começava a se espalhar entre as classes mais ricas, sofrendo nessa época, menor perseguição do que em seus primórdios.
Paphnucio em seu afã, exagera em sua convicção, que se torna bastante radical, e acaba por destruir a própria vida e a da mulher amada.
O final desse livro é magistral, e não entendo como ainda não fizeram um filme dele.
Rafaella332 25/09/2023minha estante
Mas fizeram um filme sim, thaïs 1984




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