spoiler visualizarAna Israella 30/06/2020
Fluido como um romance
Confesso que me interessei pela leitura ao ler que se tratava de uma incumbência a Candido pra escrever sobre a literatura brasileira, em poucas linhas, ao leitor estrangeiro. Em princípio percebi um certo etnocentrismo ao sublevar a influência do colonizador em detrimento do que é feito da nossa literatura. Às vezes me esqueço de obras como a de Buarque, Freyre, Romero que trazem um pouco de desconforto pra quem deseja se regozijar da cultura e da literatura do país assim como eu, e Candido, nesse aspecto, não seria muito diferente dos citados apesar da maravilhosa fluidez da sua crítica permitida pelo objetivo vocabular, simplicidade sintática e analogias que descrevem quase que perfeitamente, apesar de sucintas, aqueles elementos que compõem a tríade literária. Como um sociólogo da crítica literária, não poderia deixar de mencionar o quão certeira é sempre sua visão de Brasil. Sempre será um grande prazer ler e reler Candido. Um companheiro pra academia e pra vida.