Decamerão

Decamerão Boccaccio




Resenhas - Decamerão


60 encontrados | exibindo 16 a 31
1 | 2 | 3 | 4


Fernandes83 04/06/2021

Calhamaço
Eu estava muito animada com esse livro, por ser um clássico, pela época que foi escrita, mas confesso que desandei... O livro é leve, divertido, apesar da época em que foi escrito, tem várias alfinetadas na Igreja, na corrupção, na tal vida santa, nos homens e mulheres infiéis... A questão, é que sinto que algumas histórias se repetem, os temas das novelas, ou personagens são semelhantes e, isso em muito desanima no andamento do livro. Porém, foi escrito em uma época tão passada, com um conhecimento de mundo extremamente diferente ao que se tem hoje, por isso vale relevar e repensar a forma de se encarar esse clássico e imponente livro. Não dá pra dizer q a leitura é fluida porque depende da novela que estamos lendo, porém, pode-se dizer que vale a pena dar uma espiada nesse calhamaço.
comentários(0)comente



@fabio_entre.livros 30/01/2024

A Comédia que a Divina não é
As minhas experiências com literatura italiana eram limitadas, até muito recentemente, a Umberto Eco, Luigi Pirandello e Maquiavel; então, em 2023, chegou a vez de encarar Dante. Embora a "Divina comédia" seja um desses clássicos incontornáveis, a minha experiência com ele não foi das mais aprazíveis. E agora, pouco depois de acompanhar aquela jornada épica do Inferno ao Paraíso, decidi conhecer o famigerado "Decamerão". Ao fim da leitura, a conclusão a que cheguei é que Boccaccio eclipsou todos os autores citados acima; da mesma forma, o livro tornou-se um favorito instantâneo.
Assim como o "Kama Sutra", o "Decamerão" carrega um rótulo popular parcialmente injusto de livro erótico, quando na verdade são obras de dimensão muito mais ampla. Certamente, as histórias de cunho sexual são bastante numerosas, mas além de o autor não se limitar a esse tema, a própria abordagem do sexo é feita com uma habilidade e uma graça que só podem ser chamadas de arte. Mesmo as histórias mais picantes são contadas com um senso de humor provocativo que, longe de motivar constrangimento em quem lê, induz ao riso.
O que mais surpreende no "Decamerão" é o quão acessível e claro é o texto; diferente da "Divina comédia", cuja linguagem arcaica e a formalidade rigorosa da construção denunciam a idade da obra (mais de 700 anos!), o livro de Boccaccio parece ter sido escrito ontem, embora também seja uma produção do século XIV.
Quanto à trama do livro, esta é introduzida com uma espécie de prólogo no qual Boccaccio apresenta o cenário de calamidade pública causada em Florença (e na Europa, em geral) pela epidemia mortal de peste negra naquela época. Para fugir à mortandade, um grupo de sete moças e três rapazes busca refúgio numa região mais afastada da cidade; instalam-se num castelo e, para passar o tempo, propõem-se a contar histórias. Para isso, seguem um modelo de organização: ao longo de duas semanas (descontados os dias santos, totalizando então 10 dias), os dez jovens se revezam na contação de histórias. A cada dia, um deles é eleito rei ou rainha, e determina o tema e a ordem em que todos devem contar suas narrativas. É aí que começa a diversão: as novelas contadas são narrativas sobre os mais diversos assuntos; ainda que a maioria lide com situações eróticas, geralmente em tom burlesco, há histórias para todos os gostos. Muitas das novelas parecem roteiros do Ariano Suassuna (inclusive, duas delas foram incorporadas na adaptação de "Auto da Compadecida" para TV), com personagens espertos trapaceando e pregando peças em gente simplória. Desse grupo, as histórias protagonizadas por Calandrino foram as mais gostosas de acompanhar. Há ainda novelas com tom moralista, histórias trágicas de amor, contos de aventura sobre personagens que precisam assumir uma identidade falsa para se vingar de injustiças ou traições (alô, Dumas!), histórias sombrias que beiram o horror, e as minhas favoritas: as que ironizam a hipocrisia e o fogo-no-rabo dos membros do clero. O que há aqui de padres, frades, monges e freiras agindo com esperteza e engano para satisfazer o tesão reprimido não é brincadeira.
Sem mais delongas para que esta resenha não se estenda ao infinito, só tenho a dizer que desde "Dom Quixote" eu não me divertia tanto com um livro.
comentários(0)comente



Edna 13/01/2021

Atemporal
Durante a Peste Negra no Século XIII  devido ao alto índice de vítimas e a epidemia incontrolável, 10 jovens 07 garotas e 03 rapazes resolveram se isolar nas Montanhas em um Castelo a intenção  de fugir da mortandade, já que inúteis seriam e até poderiam ser exterminados pela Peste como e só contariam hoje numa estatística trágica de 200 milhões de vítimas.

Durante a jornada deles foram escolhidos líderes reis e rainhas semanalmente e durante cada jornada  cada membro contava uma novela totalizando 100  novelas  muitas  de fatos outras baseadas e lendas com temas fortes como traição, sexo, hipocrisia da igreja,  roubo, comicos e trágicos contados de forma leve e descontraída  na forma dos contos das Mil e uma noites e Xerezade do Ocidente.

As histórias exercem em nós um poder
reflexivo em que voce tem uma nítida certeza da fragilidade humana em qualquer época e que ninguém está imune.

Surpreendente e Atemporal

#Bagagemliteraria
#Decamerão
#Resenhaednagalindo
#Bookstagrammer
#Sejaleveleia
comentários(0)comente



Mariângela 06/01/2009

Ótimo...
Li "Decamerão" no segundo período de faculdade, faço "letras". Achei simplesmente incréivel, os contos, ou novelas, na sua maioria são engraçados e falam de sexo, mas com a linguagem maravilhosa de Boccaccio, não ficam pornográficos. Recomendo muito!!!
comentários(0)comente



Marcus Reis 20/08/2021

Recomendação inusitada
"Para alguns escritores sexo é, obviamente, a trágico-comédia. Não escrevo sobre ele como instrumento de uma obsessão. Escrevo sobre ele como uma peça de teatro engraçada na qual você tem que chorar, um pouco, entre um ato e outro. Boccaccio escreveu muito melhor sobre ele. Ele tinha a distância e o estilo. Eu ainda estou próximo demais do alvo para produzir o efeito de graça total. Se você não leu Boccaccio, leia. Pode começar com o Decamerão."

Foi através dessa recomendação de Bukowski que cheguei até o Decamerão. Fiquei curioso para saber sobre essa forma graciosa a qual o velho se referia quando falou sobre o escritor italiano.

No livro ele conta sobre como um grupo de 10 jovens, em meio as vicissitudes causadas pela peste negra na Itália, acabaram por se abrigar em um castelo nas redondezas da cidade de Florença, e lá passaram 10 dias, dentre outras atividades, a novelar uns para os outros, inclusive por isso o nome do livro (a palavra Decamerão é formada por dois vocábulos gregos:Deca = dez e imera = jornadas).

As histórias narradas variam de romances, tragédias, anedotas, contos heroicos até mesmo piadas, sempre com muitas referências e menções a cultura europeia, sobretudo italiana. Me chamou muita atenção no livro as diversas críticas mordazes ao comportamento da igreja e dos entes religiosos, o que está presente em diversas narrativas.

Porém, apesar do Decamerão ser uma obra clássica, não acho que seja aquele tipo de livro que podemos chamar de 'atemporal'. Talvez para quem tem um conhecimento sobre a cultura e a história italiana, ler o Decamerão seja uma experiência diferente, uma vez que, como falei anteriormente, o autor faz diversas referências e menções que envolvem famílias, pessoas, locais, eventos e outras coisas que se passaram naquela região. No meu caso, porém, onde o meu conhecimento sobre cultura italiana se limita a pizza e a máfia, mesmo com as notas feitas pela equipe de tradução, muitas referências feitas pelo autor passaram simplesmente despercebidas ou foram ignoradas.

Por fim, o velho Buk não poderia estar mais certo, há uma graciosidade e grandiosidade na escrita de Boccaccio, sobretudo na forma como ele descreve sobre o amor, sexo, paixões, desejos, romances.... talvez, de fato, ele estivesse mesmo a distância certa de tudo isso.

comentários(0)comente



Talvanes.Faustino 04/12/2022

E
Este segundo volume não foi tão bom quanto o primeiro, porém, os contos neles, contidos são muito divertidos.
comentários(0)comente



bella 03/10/2021

A trama acompanha dez jovens (sete mulheres e três homens) com idade entre 18 e 27 anos, de origem e educação nobres, que se abrigam em uma casa de campo, na esperança não apenas de sobreviver, mas também de manter a lucidez e saúde. Nesse ambiente bucólico, buscam conservar as rotinas e as práticas habituais. E, para se estabelecerem como grupo organizado, acatam, em comum acordo, duas regras:


1. Revezar diariamente a coordenação do grupo, definindo entre eles um Rei ou Rainha, de modo que todos comandassem por um dia;
2. Entreter os demais com uma história contada por cada jovem, respeitando o tema proposto pelo líder do dia.

Assim, além de acompanhar a história dos próprios narradores, tem-se um total de cem narrativas breves (denominadas Novelas), divididas em dez Jornadas, de onde provém o título Decamerão (de deca, "dez", e hemeron, "jornadas").

Em relação à forma, o livro apresenta preocupação com a simetria, própria das grandes obras literárias ligadas ao Renascimento (como a Divina comédia, dividida em cem cantos). E todas as Jornadas terminam com um poema. As Novelas são encadeadas entre si (recurso inovador para a época, pois até então as obras eram compostas por textos independentes que não se interrelacionavam). Em sua maioria, os textos apresentam ritmo ágil e linguagem acessível, bem próxima da oralidade, qualidade que Walter Benjamin atribui a uma boa narrativa.
comentários(0)comente



C. 12/04/2009

Eco além do grito: leitura do Decameron
"La gioia di vivere che c'era nel Boccaccio (anche nei racconti tragici) proviene dall'ottimismo del Boccaccio. L'ottimismo del Boccaccio era un ottimismo storico (...) nel momento in cui lui viveva, esplodeva quella meravigliosa e grandiosa novità,(...) nasceva la Borghesia” (Pier Paolo Pasolini)



Decameron toma forma a partir da descrição duma peste avassaladora, motivo pelo qual sete mulheres e três rapazes procuram refugiar-se numa casa de campo. Ociosos, sem televisão ou baralho, nossos jovens desenvolvem ali a trama de narrativas orais cujo conjunto dá forma à obra prima de Giovanni Boccaccio e se presta tanto a paradigma quanto registro documental do ascendente estrato social em germe ali: a burguesia.

No decorrer de seus cem episódios, Decameron transita entre a tragédia e a comicidade, a perspicácia e o erotismo, remetendo sempre à Florença do início do século XIV assolada pela doença. A narrativa apresenta uma construção hermética, na qual cada um dos jovens conta uma história por noite, durante dez noites.

Se me coubesse classificá-lo, diria que tratamos aqui duma novela – de minha parte, mais por questão de afasia que de gênero - de cunho particularmente didático, na medida em que procura desenvolver temas como a libertinagem e a hipocrisia, remetendo à narrativa moral, ratificando, ainda que muita vez por meio da irreverência, uma afirmação sólida do humanismo.

Me dói, desde a primeira leitura do livro, o ouvido. Além da óbvia intertextualidade entre este Decameron e As mil e uma noites, tenho a impressão – diga lá se discorda! - de escutar eco alto de nuances variadas do Decameron em textos feito O ensaio sobre a cegueira do Saramago e A Peste do Camus.

Pensando, por fim, em referências, vale ainda – e sempre – citar a adaptação cinematográfica homônima de Pasolini, na qual são esmiuçados nove dos cem episódios constantes da obra original.

Curiosamente, o foco da adaptação de Pasolini está nos episódios de caráter libidinoso do Decameron. Dos nove episódios do filme, cinco são, basicamente, contos eróticos, como aquele no qual Musetto, fingindo ser surdo-mudo, se deixa ser seduzido pelas freiras do convento no qual trabalha como jardineiro; ou o episódio de Peronella, que esconde o amante dentro dum jarro solicitado por seu marido e tem a pachorra de mandar ver com o outro enquanto o marido limpa o vaso; o de Caterina, que, após passar a noite com seu namorado, é perdoada pelos pais porque, afinal, Ricardo é um homem de posses; o episódio de Tingoccio e Meuccio, dois amigos completamente libertinos que acreditam que serão punidos após a morte por suas peripécias sexuais e, mais tarde, numa visão, têm a crença abalada a ponto de legitimar nova investida na esfera sexual; e o conto do padre que propõe a um homem transformar sua esposa em égua, ao passo em que, na verdade, manda bala na mulher do sujeito.

Se coube ao Decameron original a classificação na minha estante da narrativa didática, a adaptação de Pasolini parece, à primeira vista, um estandarte do sexo como símbolo da liberdade.

- Como assim, bicho?

- Ah, cara, um lance tipo Sonia Braga nA dama do lotação, saca?

Brincadeira sem graça à parte, verdade é que Pasolini, obviamente, vai além da questão estritamente erótica imediata: talvez possamos interpretar o sexo, as notórias cenas nas quais predominam a nudez e as genitálias, bem como aquelas nas quais a aproximação da lente ressalta sorrisos desdentados – embora derridam os derridentes -, rostos muito caricatos, excrementos humanos e tudo quanto for enumerado ali em âmbito escatológico, como recursos capazes de resgatar o humano no homem.

Possivelmente, a indagação final ("Por que realizar uma obra, se já é tão formoso apenas sonhá-la?") de Giotto, interpretado pelo próprio diretor, ratifique a idéia do resgate. É, ali, metalingüística a inquietação eterna do artista – Pintor/Cineasta.

Entendo que, além da óbvia coincidência onomástica e temática, o Decameron de Giovani Boccaccio e o de Pier Paolo Pasolini apresentam reflexões do ido para o porvir, pelo qual, indubitavelmente, se nutre expectativa mais ou menos otimista.



Referências:

BOCCACCIO, Giovanni. Decameron. São Paulo: Matins, 1956

Il Decameron. Pier Paolo Pasolini (dir.), 1971
comentários(0)comente



@fabio_entre.livros 30/01/2024

A Comédia que a Divina não é
As minhas experiências com literatura italiana eram limitadas, até muito recentemente, a Umberto Eco, Luigi Pirandello e Maquiavel; então, em 2023, chegou a vez de encarar Dante. Embora a "Divina comédia" seja um desses clássicos incontornáveis, a minha experiência com ele não foi das mais aprazíveis. E agora, pouco depois de acompanhar aquela jornada épica do Inferno ao Paraíso, decidi conhecer o famigerado "Decamerão". Ao fim da leitura, a conclusão a que cheguei é que Boccaccio eclipsou todos os autores citados acima; da mesma forma, o livro tornou-se um favorito instantâneo.
Assim como o "Kama Sutra", o "Decamerão" carrega um rótulo popular parcialmente injusto de livro erótico, quando na verdade são obras de dimensão muito mais ampla. Certamente, as histórias de cunho sexual são bastante numerosas, mas além de o autor não se limitar a esse tema, a própria abordagem do sexo é feita com uma habilidade e uma graça que só podem ser chamadas de arte. Mesmo as histórias mais picantes são contadas com um senso de humor provocativo que, longe de motivar constrangimento em quem lê, induz ao riso.
O que mais surpreende no "Decamerão" é o quão acessível e claro é o texto; diferente da "Divina comédia", cuja linguagem arcaica e a formalidade rigorosa da construção denunciam a idade da obra (mais de 700 anos!), o livro de Boccaccio parece ter sido escrito ontem, embora também seja uma produção do século XIV.
Quanto à trama do livro, esta é introduzida com uma espécie de prólogo no qual Boccaccio apresenta o cenário de calamidade pública causada em Florença (e na Europa, em geral) pela epidemia mortal de peste negra naquela época. Para fugir à mortandade, um grupo de sete moças e três rapazes busca refúgio numa região mais afastada da cidade; instalam-se num castelo e, para passar o tempo, propõem-se a contar histórias. Para isso, seguem um modelo de organização: ao longo de duas semanas (descontados os dias santos, totalizando então 10 dias), os dez jovens se revezam na contação de histórias. A cada dia, um deles é eleito rei ou rainha, e determina o tema e a ordem em que todos devem contar suas narrativas. É aí que começa a diversão: as novelas contadas são narrativas sobre os mais diversos assuntos; ainda que a maioria lide com situações eróticas, geralmente em tom burlesco, há histórias para todos os gostos. Muitas das novelas parecem roteiros do Ariano Suassuna (inclusive, duas delas foram incorporadas na adaptação de "Auto da Compadecida" para TV), com personagens espertos trapaceando e pregando peças em gente simplória. Desse grupo, as histórias protagonizadas por Calandrino foram as mais gostosas de acompanhar. Há ainda novelas com tom moralista, histórias trágicas de amor, contos de aventura sobre personagens que precisam assumir uma identidade falsa para se vingar de injustiças ou traições (alô, Dumas!), histórias sombrias que beiram o horror, e as minhas favoritas: as que ironizam a hipocrisia e o fogo-no-rabo dos membros do clero. O que há aqui de padres, frades, monges e freiras agindo com esperteza e engano para satisfazer o tesão reprimido não é brincadeira.
Sem mais delongas para que esta resenha não se estenda ao infinito, só tenho a dizer que desde "Dom Quixote" eu não me divertia tanto com um livro.
comentários(0)comente



bella 07/10/2021

"É espantoso ouvir aquilo que devo dizer: se tais coisas não tivessem sido vistas pelos olhos de muitos e também pelos meus, eu mal ousaria acreditar nelas, muito menos descrevê-las, por mais fidedigna que fosse a pessoa de quem as ouvisse. Digo que era tamanha a eficácia de tal peste em passar de um ser a outro, que ela não o fazia apenas de homem para homem, mas fazia muito mais (coisa que indubitavelmente ocorreu várias vezes), ou seja, o animal não pertencente à espécie do homem que tocasse as coisas do homem que adoecera ou morrera dessa doença não só adoecia também como morria em brevíssimo espaço de tempo. Tive, entre outras, a seguinte experiência, coisa vista com meus próprios olhos, como há pouco disse: um dia tendo os farrapos de um pobre homem morto da doença sido jogados na via pública, dois porcos se aproximaram deles e, conforme é seu costume, primeiro os fuçaram e depois os tomaram entre os dentes para sacudi-los; em pouco tempo, como se tivessem tomado veneno, após algumas contorções ambos caíram mortos sobre os trapos que em má hora haviam puxado."
comentários(0)comente



Deghety 12/09/2017

Decamerão - Giovanni Boccaccio
Florença, meados do século 14, durante a peste que assolou a Europa, matando milhares de pessoas e fazendo com que cidades fossem quase que totalmente abandonadas, 10 nobres jovens, 7 mulheres e 3 homens, criam uma espécie de sociedade alternativa nas cercanias florentinas.
Durante 10 dias cada membro dessa sociedade era incumbido de contar uma novela com um tema específico declarado pelo rei ou rainha, reinados estabelecido entre eles, numa hierarquia rotativa.
Esses contos, ou novelas, abordavam temas como charlatanices religiosas, lições de moral, tragédias, romances, humor, atitudes nobres e infidelidade, muita infidelidade, todos narrados com excelência.
Essa obra de Boccaccio é interessante por vários aspectos:
Contexto histórico, a indiscutível qualidade, a beleza das narrativas e personagens espetaculares, que usam inteligência e sagacidade em certas resoluções nas novelas, sobretudo em justificativas para as infidelidades, de deixar qualquer um boquiaberto.
Outra coisa que chamou a atenção foi o fato de já haverem leitores sensíveis naquela época. Boccaccio, tanto na introdução como na conclusão, se defende contra isso, dizendo até para deixarem de lado certas novelas e diz:
"...elas não vão correr atrás de ninguém, para serem lidas...".
Em outro ponto, diz:
"Todas as novelas trazem, no início, a fim de que ninguém se engane, a indicação do que elas possuem em seu contexto."
O que ele chama de indicação eu chamo de puta spoiler rsrs.
Mas enfim, muitas dessas novelas são incríveis e o aconselhável seria aprendermos a recontá-las em rodas de amigos, como fazendo com piadas, já muitas delas possuem um requintado humor e outras, como disse lá no início, lição de moral, que essa geração anda precisando.
Se você chegou até aqui, muito obrigado pela atenção e um excelente dia.
Nanda 27/09/2017minha estante
Um dos meus livros favoritos! :)


tatielma 23/05/2018minha estante
undefined


Deghety 24/05/2018minha estante
?


tatielma 27/05/2018minha estante
Acho que meu comentário deu erro, pior que não lembro o que comentei...


Deghety 29/05/2018minha estante
Kkkkkkk




lete 02/01/2021

Um classico
Tinha vontade de conhecer, na verdade não me impressionou muito , mesmo sabendo de sua importância e tempo. Gostei de ter lido
Racestari 29/03/2021minha estante
A leitura flui?




Loba Literária 25/08/2021

Interessantíssimo
Depois de meses, finalmente acabei O Decamerão. O livro é verdadeiramente encantador, ainda que não seja uma leitura fácil. Para o primeiro volume, li 5 novelas por dia, e acabei me exaurindo no meio do caminho. Para o segundo, li 2 por dia, e foi uma prática bem mais agradável.

Gostei muito de conhecer mais a vida na idade média, ainda que sem dúvida romantizada. Chocante foi, sem dúvida, toda a lição de moral de como mulheres devem apanhar para serem seres humanos decentes.

A edição é uma obra prima, apesar de que está precisando de uma revisão - notei alguns erros de digitação. A tradução é ótima. Só fiquei triste que o meu primeiro volume caiu no chão e quebrou a capa, poderia ser um pouco mais forte...
comentários(0)comente



Hellen 03/01/2016

Encantada, emocionada, arrepiada. via esse livro na minha estante e pensava "ano que vem eu leio", fui adiando a leitura. Uau, quanto tempo eu perdi. Perfeito!
comentários(0)comente



Saulo 30/04/2021

Divertido mas repetitivo
O clássico de Bocaccio que revolucionou a literatura conta sobre um grupo de 10 jovens (7 mulheres e 3 homens) de Florença, se reúnem fora da cidade para fugir dos horrores da peste negra.

O livro conta um pouco da rotina nestes dias, mas o foco é nas novelas que eles se reúnem para contar e se divertir.

Neste primeiro volume temos 5 jornadas onde cada um narra uma novela. Alguns destas jornadas tem temas específicos e outras não. Temos novelas de humor, traição, romance. Sendo muito deles bem divertidos. Destaque para a segunda jornada, que teve os contos que mais gostei.

Como já dito, muitos destas novelas criticam abertamente a igreja católica e a nobreza da época, mas também podemos ver muito da cultura da nobreza da época, que é bem controverso.

O ponto negativo vai para a repetição que alguns temas que não gostei tanto, em especial a quarta jornada que achei bem chatinha. Como são muitas novelas, algumas são repetitivas e parecem até iguais.

Gostei muito do livro, do modo que a linguagem é usada e achei ótima a tradução de Raul de Polillo. A edição da Nova Fronteira é linda e muito bem feita.
comentários(0)comente



60 encontrados | exibindo 16 a 31
1 | 2 | 3 | 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR