Blog Purple Lines 22/03/2023
Resenha - Cavalo de Guerra
Joey, é um cavalo meio puro-sangue, meio cavalo de tiro, que é comprado por um fazendeiro que bebe demais e está mergulhado em dívidas, mas que por causa de ciúmes, envolve-se em uma compra que o faz levar um jovem potro para casa. Albert, filho desse homem, acaba se aproximando de Joey e surge uma linda amizade entre os dois, onde Albert enfrenta o pai para que ele pudesse treiná-lo para trabalhar na fazenda ao invés de o pai prosseguir com o plano de matar o jovem potro.
A amizade entre eles cresce diariamente e os dois crescem e amadurecem juntos, até que a Primeira Guerra Mundial os separa, com Joey se vendo em meio ao barulho ensurdecedor dos disparos de armas, a mortos no caminho e o sofrimento dos sobreviventes. Durante todo esse período Joey nunca esqueceu do seu amigo e se pergunta quando terminará aquela guerra atroz para rever seu amigo Albert.
"Fui até a porteira e vi Albert e sua mãe caminhando para dentro da escuridão. Então percebi que havia encontrado um amigo para a vida inteira, que tínhamos criado um laço instintivo e imediato de confiança e de afeto."
A narrativa do livro é feita pelo próprio Joey, o que nos deixa cada vez mais próximos do cavalo e do que ele sente durante a guerra que está enfrentando. Assim como no filme de 2011, dirigido por Steven Spielberg, todos os cenários de guerra que Joey passa nos mostra como o ser humano é contraditório. Os superiores sustentam um discurso de que a guerra será uma forma de colocar o país como um exemplo de vida, mas mandam seus homens e animais para um cenário de sofrimento e morte sustentado por um discurso de glória.
"Acho que eu daria um bom soldado, você não acha? Eu ficaria bem de farda, não ficaria? Eu sempre quis marchar ao som dos tambores."
Durante o desenrolar da história, Joey conhece muitos soldados, cavalos e moradores das regiões próximas da guerra. Todos mostram traços de como a guerra tem sido para eles: para os soldados antigos que já viram de tudo e os novos que chegam com um sorriso no rosto por acharem que são o apoio que todos precisavam; dos cavalos que adoecem por causa de situações precárias ou falta de cuidado dos próprios soldados; e até mesmo de moradores que se veem obrigados a auxiliar o exército e dar a eles o que precisam.
O livro mostra muito a realidade de uma guerra e como os sorrisos podem ser raros durante um período difícil, mas que uma amizade pode sustentar o fio restante da esperança. A leitura pode ser difícil para alguns, já que constantemente se repara com um cenário de guerra e morte por todo lado, mas esse livro me fez abrir os olhos para algumas coisas que acontecem na nossa realidade.
Enfim, recomendo muito a leitura e se você for mais fã de filmes, recomendo o filme também. Ambos trazem a mensagem que buscam transmitir.
"Hoje, centenas de cavalos morreram no arame farpado. Eu lhes digo que, se tivéssemos um décimo da coragem desses animais, não estaríamos aqui chafurdando na lama."
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