Anjo Negro

Anjo Negro Nelson Rodrigues




Resenhas - Anjo Negro


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Bookster Pedro Pacifico 22/12/2020

Anjo negro, de Nelson Rodrigues
Já li muitos comentários sobre a força e crueza características das obras de Nelson Rodrigues, e a leitura de “Anjo Negro” serviu para confirmar essa visão. A peça ficou censurada por dois anos, entre o período de 1946 a 1948, diante da forma polêmica com que o autor tratava temáticas sensíveis em sua narrativa, tais como racismo, relacionamento abusivo e incesto. Os personagens principais da peça são Ismael e Virgínia. O principal conflito que marca a história do casal é a cor da pele de cada um. Ismael nunca conseguiu aceitar o fato de ter nascido negro. Vive buscando aprovações da sociedade, tendo inclusive escolhido uma profissão com o único objetivo de ter reconhecimento das pessoas que estavam a sua volta. Já Virgínia, uma mulher loira e branca, sofre diariamente nas mãos de Ismael por ter nascido com uma característica que o marido sempre quis e invejou. Ismael isola a esposa do mundo, como se não quisesse que Virgínia soubesse que existiam homens brancos que pudessem levá-la a algum tipo de tentação. É uma vida repleta de sofrimentos... E essa diferença entre os personages traz efeitos devastadores em suas vidas, sobretudo em relação aos filhos do casal que acabam sempre morrendo depois de algum tempo. Na verdade, o início da peça já é mercado por uma triste cena do velório de uma dessas crianças. Mas o cenário trágico em que vive o casal é agravado por uma visita inesperada de Elias, irmão de Ismael. A partir disso, a história passa a tomar outros contornos, que acabam agravado mais o atrito entre Ismael e Virgínia. Como já antecipei, a escrita é crua e gera um tremendo incômodo no leitor. Se hoje a narrativa já é considerada polêmica, é difícil imaginar a repercussão que teve na época de sua publicação, em 1948. E essa minha primeira experiência com Nelson Rodrigues já conseguiu me deixar com vontade de conhecer mais dessa escrita potente e que escancara atritos da nossa sociedade.

PS: O livro pode conter gatilhos de estupro e relacionamentos abusivos.

site: http://instagram.com/book.ster
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giovana 10/01/2022

pesadíssimo
o fato que já começa situando em ?qualquer tempo? acho que deixa tudo mais pesado. essa peça tem um quê de naturalismo (me lembrou ?o cortiço? em vários momentos), mostrando apenas o pior da natureza humana. ao mesmo tempo que mostra o que a socialização (principalmente euro-cêntrica) faz com as pessoas, alienando-as completamente da realidade e estripando de qualquer valor moral. é uma peça das entranhas da sociedade. de 1940 e poucos? sim. mas não é difícil imaginar isso hoje também. o que me pegou mesmo foi a brutalidade da escrita e das personagens (de novo, bem naturalista). é já li algumas outras peças do nelsinho mas não esperava isso. acho que exatamente por essa escrita asquerosa a peça traz a reflexão necessária de uma maneira latente: o quão nojenta é a nossa sociedade. dói porque é verdade, basicamente.
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Maria20121 07/02/2024

Incrível
Um livro que te faz refletir acerca de racismo estrutural; obviamente por ser uma tragédia há diversas coisas que ocorrem para surpreender e causar desconforto. O livro é muito bom, indico demais
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Mika 02/10/2022

Anjo Negro, uma peça interessante
Nelso em suas peças aborda temas interessantes como desejo, ambição, problemas relativos à conflitos internos e como eles podem influenciar o meio.

Anjo Negro foi a primeira peça que li deste autor e posso dizer que foi uma boa escolha. Não é um dos mais conhecidos mas é muito bom

Gostei bastante da parte que complementou a peça que engloba textos e opniões de outras pessoas
DANILÃO1505 03/10/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!




Arthur 20/09/2021

sem dúvida minha melhor leitura do mês, quiçá do ano, cada dia me torno um lunático por nelson, sei que o ponto principal do livro é o racismo, mas o drama a reviravolta a narração é muito mais contagiante do que a abordagem central, livro sensacional!!!!
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Luana 26/04/2021

Não tinha muitas expectativas com o Nelson Rodrigues e elas se cumpriram mesmo.
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Ana 03/02/2022

Estupro, racismo, ironia, tragédias.
Alguém disse aqui numa resenha sobre esse mesmo livro, que Nelson Rodrigues perdeu a capacidade de chocar. Discordo em número, gênero e grau. Suas peças continuam relevantes e chocantes e com certeza, só deixarão de chocar quando o ser humano estiver mais preocupado em cancelar quem errou um pronome neutro do que com crimes hediondos. Mas, temo eu que isso esteja perto de acontecer. Vamos à peça: Ismael, negro, é casado com Virgínia, branca. Os dois se casaram em circunstâncias trágicas, dramáticas mesmo, e ela não gosta dele. A convivência é um inferno, e como se não bastasse isso, todos os filhos do casal morrem. Nenhum vinga. Um dia, Ismael e Virgínia haviam acabado de enterrar um filho morto quando Elias, o irmão cego de Ismael, chega para uma visita.
Os dois brigam, mas Elias acaba ficando na casa de Ismael. Virgínia, que não aguentava mais ficar naquela casa sozinha com o marido que a aprisiona por conta de seu ciúme doentio, conhece Elias. Os dois trocam confidências e tudo sinaliza que aquilo não vai acabar nada bem.
Enfim, uma peça chocante que eu duvido muito que alguém fará uma adaptação cinematográfica mais recente algum dia.

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Dayvid Simplicio 26/09/2011

Mais uma vez Nelson Rodrigues exibe nesta pequena grande peça teatral todo o seu estilo que encantou e encanta a tantas pessoas. Ele trabalha com o psicológico das personagens, do mesmo modo como fez em VESTIDO DE NOIVA, trazendo uma história tensa, intrigante, misteriosa e macabra. Dencuncia de modo frio o preconceito racial ao constituir os protagonistas da trama. Foi um livro censurado pelos conselhos morais da época. Para quem quer conhecer bem o estilo do Nelson Rodrigues, ANJO NEGRO é um prato cheio.
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Anne 16/06/2023

é bem preocupante, fala de todas as problemáticas possíveis que eu consigo pensar; mas, por outro lado, ele serve de repertório cultural pra vários temas justamente por abordar n problemas

ao mesmo tempo que eu achei bom ele me deu preguiça de ler
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Mortensen 18/10/2020

Para quem possui um pouco de conhecimento sobre as escritas de Nelson Rodrigues, está ciente das obras impactantes que ele produz. Essa peça não foge desse contexto, Nelson nos estimula a deixarmos nossa zona de conforto e apesar dessa obra ter sido escrita em 1946, relata características presentes em nosso contexto atual.
A história se baseia em torno de seres que rodeiam , dentre eles Virgínia e seu irmão Elias.Ao decorrer da leitura conseguimos identificar a presença de racismo estrutural, relacionamento abusivo, estupro,violência doméstica e outros.

Admito que, esta obra pode conter diversos gatilhos. Ou seja, uma leitura um pouco densa, mas considero-a necessária!
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drygo 27/01/2021

Perfeito e perverso
Primeira obra que leio de Nelson Rodrigues, suficiente para despertar o desejo por ler mais obras do autor. O livro conta a história de um negro que não aceita ser negro e é casado com uma branca que o vê como um animal. A história ficou censurada por dois anos, pois despertava questões raciais, onde um negro é médico e casado com uma mulher branca, podendo levar os negros da sociedade daquele tempo a sair na rua a caça por mulheres brancas.
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ana :) 15/11/2021

"Cada palavra pode ser a morte!"
É uma leitura inacreditável. Uma peça pesada. Apesar da rápida leitura, por conta de seu formato, são necessárias pausas para assimilar o que acabou de ser lido. Abordando a paixão, o abuso doentio, a vida, a morte e o incesto, destaca-se, sobretudo, o racismo. Foi uma leitura que me prendeu, pois quando eu achava que não podia piorar, os personagens diziam coisas surreais...
Ismael, um homem negro, que odeia sua cor e seus iguais — tanto que despreza a própria mãe, pois foi ela a causadora de tamanho male —, fez Medicina para provar ser melhor, casa-se com uma branca, Virgínia, para obter posse de um vente branco e compactua com a morte dos filhos iguais a ele. Ao decorrer, descobrimos que é a própria Virgínia, mãe dos garotos, que os mata, pois não quer alguém da mesma cor do pai. Lembro como foi o primeiro contato entre ambos: após roubar o noivo da prima caçula, a tia entrega Virgínia a Ismael como punição, ou seja, permite que o homem estupre ela.
Em uma casa murada, para que a esposa não tenha contato com outros homens, e no dia do funeral do terceiro filho (morto por Virgínia num poço), aparece Elias, irmão branco e cego de Ismael. Como uma forma de fuga do ciclo instaurado, Virgínia resolve engravidar do irmão do marido, e assim nasceria um filho homem branco, que amaria ela como uma amante e daria um fim em Ismael. Após o flagra da tia e a descoberta do encontro, Ismael mata Elias. Contudo, nasce uma menina, Ana Maria.
"ISMAEL
— Eu levantei esses muros, te fechei num quarto. E enquanto enterrava meu filho — tu abrias a porta, mandavas entrar um homem que nunca viste…" (p. 68)
"VIRGÍNIA
[...]Tu [Elias] podes morrer, não podes? É tão fácil morrer! Mas guarda em ti estas palavras: sinto que amarei teu filho, não com amor de mãe, mas de mulher" (p. 76)
E assim, Ismael vê uma oportunidade de possuí-la criando a menina para que pensasse que fosse branco, e logo, superior aos outros homens. Vale lembrar que, quando ainda criança, Ismael pingou ácido nos olhos da menina, para que fosse cega, assim como o pai biológico — que também foi cegado por Ismael. No decorrer, descobrimos que Ismael e Ana Maria possuem relações de amantes, o que enfurece Virgínia, que após uma tentativa frustrada de levar a menina consigo em uma fuga, nutre um ódio pela atenção roubada.
"VIRGÍNIA
—Você foi sempre minha inimiga." (p. 106)
Como final, ao convencer que Ismael era dela, e ela dele, o casal decide trancar Ana Maria num túmulo de vidro. Termina assim, uma mãe guiada pelo desejo e ciúmes, um pai indomável e odioso, decidiram seguir com o ciclo de morte da prole. E ainda, a peça termina com os dois fazendo outro filho!
"SENHORA
— Futuro anjo negro que morrerá como os outros!" (p. 116)
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Amanda Melanie 27/08/2011

Nesta peça, Nelson Rodrigues trás à tona o racismo, estupro e o incesto.
Ismael é casado com Virgínia – ele negro, ela branca. Ao longo de seu casamento, eles tiveram três filhos – negros, que não viveram por muito tempo.
Ao longo da história, pode-se ver que Virgínia não é casada com Ismael por opção. A mulher que a criou, sua tia, não gostava dela e após um acontecimento que mudou a vida da família, a tia se precipita e toma uma decisão que mudou a vida de sua sobrinha.
Depois de anos de casada, ela conhece o irmão de seu marido. Um homem branco e cego, com o qual tem relações sexuais para engravidar de uma criança branca. Só que todos os seus planos de incesto vão por água abaixo quando nasce uma menina.
O tema central é o racismo. Um homem que não suporta a ideia de ser negro, que vê sua esposa matando seus filhos por serem negros e não fazendo nada a respeito, cegando a filha de sua esposa com outro homem e mentindo para ela dizendo que ele era o único homem branco no mundo e que os negros eram maus.

Tainá 14/05/2012minha estante
Precisei fazer um trabalho e estava muito confusa apesar de ter lido o livro... sua resenha ajudou a esclarecer melhor!!




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Aly 04/01/2021

Polêmico, pesado e marcante
Depois de lido é simplesmente impossível esquecer essa obra.

Uma colega me emprestou por um acaso - inclusive, eu nunca tinha ouvido falar desse autor até então. E li tudo no mesmo dia.

É uma obra pesada. Há várias cenas que podem servir de gatilho para pessoas sensíveis à determinados temas (como violência, estupro e incesto).

Durante dias a história permaneceu na minha cabeça. E eu ainda não sei direito o que sentir em relação à obra.

É uma leitura densa? Sim. Mas vale a pena se você tiver estômago.
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