Phelipe Guilherme Maciel 07/07/2013O Ka é uma roda e sempre gira...Este é o oitavo livro da Obra Máxima de Stephen King, "A Torre Negra", e não decepciona. Trata-se de um livro que na narrativa das histórias do Mundo Médio, conta uma história situada entre Mago e Vidro e Lobos de Calla. Especificamente, é exatamente após eles sairem do mundo de Oz fake, e entrarem no caminho para as Callas. Eles são atingidos por uma borrasca, uma tempestade poderosíssima que tem poder de congelar quem se encontrar no caminho dela em segundos.
O livro foi basicamente acidental, King queria criar uns três contos modernos e deu na telha dele de juntar tudo e inserir no Mundo Médio. Daí sai esta história que pode ser o A Torre Negra Vol. IV,5. (:p)
Não é necessário ler todos os livros da série antes de ler este, Stephen faz um resumão de 2 folhas das mais de 2 mil folhas da história completa, apenas para te situar no tempo e espaço do livro. Dá para ler, mas será majestosamente mais proveitoso se você conhecer a história, pelo menos até o livro 4.
O grande medo de todo mundo é realmente isso: Seria uma espécie de fan-fic feita pelo próprio escritor? Será que é apenas retalhos?
Muitos podem considerar que sim, mas não, não é.
Apesar de ser um retrocesso no tempo, e inclusive o livro não levar a lugar nenhum na história, já que após os fatos dele, um livro anterior a ele continua a narrativa, ele tem o poder de revelar um pouco mais sobre a vida do Pistoleiro, sua relação com sua mãe, e inclusive um pouco mais do seu relacionamento com seu pai, embora muito pouco.
O livro é dividido em duas partes:
Após fugirem da Borrasca, e encontrarem refúgio, Roland conta para seu ka-tet duas histórias. Uma de seu passado, chamada Trocapeles.
A história do Trocapeles é uma de suas primeiras missões como Pistoleiro (posterior às aventuras em Mejis, narradas em Mago e Vidro), na época em que a bandeira de Gilead ainda estava de pé. Esta seção do livro é dedicada ao horror. Roland e seu companheiro, Jamie DeCurry, são mandados para Debaria, onde devem investigar e destruir uma ameaça que tem dizimado os assustados habitantes do local.
É interessante, porque é um dos poucos momentos de todos os oito livros dessa série, que Stephen aborda o seu tema central: O MEDO. MONSTROS.
Em uma pausa dentro da própria narrativa desta sua missão, Roland conta a um menino, vítima do Trocapeles indiretamente, (o monstro matou seu pai) uma história que ele ouvia não muito tempo antes, da boca de sua mãe, O Vento Pela Fechadura.
Esta segunda parte é um conto de fadas. Nesta parte, o que predonima é a fantasia, no mesmo gênero que Os Olhos do Dragão. Na trama, o garoto Tim precisa adentrar florestas escuras e enfrentar vários perigos para obter algo que possa salvar um ente muito querido. Claro, as semelhanças com O Talismã e The Girl Who Loved Tom Gordon não devem passar despercebidas, mas a execução da história em si é completamente diferente.
Stephen King disse que tenta nesta segunda parte entrar no clima de The Hobbit, e ele, salvo todas as diferenças entre escritores, consegue um clima muito bom.
Em seguida, Roland volta e conta o desfecho de sua aventura, e com o término da borrasca, eles voltam para a estrada.
Eu dei nota 5 não porque o livro é indispensável, mas ele é perfeito para se ler em uma tarde só. Relembrar as crises de Detta Walker, as piadas de Eddie, o garoto Jake e seu trapalhão Oi e Roland de Gilead, não teve preço. Um presentão.