Outubro

Outubro Kami Girão




Resenhas - Outubro


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Ama 08/03/2013

Deliciosamente nostalgico.
Outubro. Um livro bem forte, mas tão doce. Tive que me recuperar um pouco pra começar a escrever sobre ele, mas vou tentar. Devo primeiro elogiar a autora Kamile Girão, pois vi um grande avanço em termos de escrita do seu primeiro livro para esse. Os dois são de temáticas completamente diferentes, mas é notável a melhora, assim como eu acredito que será notável na segunda edição de Yume.

Agora sobre Outubro, o livro intercala duas épocas das vidas de Kaero e Shau. 2004 e 2013. Tudo é uma passagem nas duas épocas e em ambas existe um prazo. Eu adoro como isso tudo se relaciona ao Outono, as folhas que caem e são renovadas, tudo nesse livro é feito nessa filosofia. Pode não ser outono naquela época, mas é outono naquele momento, pela simples transformação que os momentos causam em nossas vidas.

E, como em nossas vidas, as escolhas de Kaero e Shau acontecem. Sabe quando acontece aquilo que você tanto espera? Pois é sempre uma hora em que você sabe que haverá uma separação, pois ao fazer essa escolha você abre mão de todas as outras e tem sempre pessoas e projetos relacionados a isso que, eventualmente, se distanciam. São as novas folhas do Outono dando lugar às antigas na sua árvore.

Kaero é uma musicista que quer seguir seu sonho de se tornar uma pianista reconhecida. Para isso ela determinou uma separação: até o fim do ano irá buscar suas esperanças em outro lugar e por isso evita se apegar muito às pessoas da sua escola. Mas não irei falar muito sobre isso para não dar spoilers.

Vou falar um pouquinho sobre como eu a vi. Na minha imaginação ela parece uma bonequinha de porcelana daquelas que você tem o maior cuidado do mundo pra manusear, saúde frágil, lindinha, com um toque de acidez que, apesar de diferente, ainda se encaixa perfeitamente na personalidade dela.

Agora, Felipe (Shau), o estudante, é aquele relaxado, mas secretamente com medo. Está sempre sob aquela fachada de que tudo vai bem, e é Kaero que o faz esquecer todas essas coisas. Acontece aquele tipo de amor bem adolescente, típico do ensino fundamental/médio que, pessoalmente me deixou muito nostalgica e saudosa. (A própria autora admitiu que o livro foi inspirado na sua primeira desilusão amorosa).

É tudo notável nesse momento do livro: aquele sentimento que você não sabe o que é por uma pessoa, pensar nela o tempo inteiro e até mudar por ela. Assim é o amor de Shau por Kaero. Mas ela também o tem, o que é bem engraçado porque ela não quer admitir até o último momento. É engraçado porque somos assim muitas vezes, até na vida adulta.

O diferencial desse livro é que não é apenas um amor adolescente, a história não termina com Kaero e Felipe apaixonados e pensando no futuro. A história amadurece e se renova. E é bastante realista, pois tanto Kaero quanto Shau tem coisas para resolver em suas vida ao fim do ano em que esse amor nasceu. E nem mesmo o triste e irreversível fato que acontece nesse ano impede deles seguirem com suas escolhas no fim do prazo.

Realmente nossa vida é assim, não importa o que planejamos, em um momento isso irá se realizar e teremos de nos separar de algumas folhinhas da nossa árvore.

Bom, Shau e Kaero adultos são incluídos na leitura facilmente, não há como confundir os diferentes momentos de suas vidas. A relação entre os dois fica "embaçada", há muita tensão entre eles(mais por parte de Shau, diga-se de passagem) no início, mas logo a gente vê isso mudar, logo se nota a renovação dos dois, isso é muito bem explicado por Kaero na adolescencia: "Os momentos da nossa vida são como essas folhas: elas nascem, perduram por um tempo e caem. Porém, outros virão."

Alguns pontos eu gostaria de ressaltar, fiquei um pouco confusa quanto ao lugar que se passa a história no começo, já que o outono é pouco visto no Brasil apenas no sul/sudeste e, na verdade não se inicia em outubro. Não tenho certeza se isso foi sem querer ou feito apenas para ressaltar o outono como conhecemos, mas isso não retira em nada a beleza do livro, devo lembrar.

Acredito que, tanto como Kaero e Shau, a autora também renovou várias de suas folhas no outono enquanto os escrevia, visto que é um trabalho iniciado na sua pré-adolescencia e só agora terminado. E isso se reflete no livro com os maravilhosos diálogos entre Kaero e Shau. Os dois tentando compreender a vida naquela simplicidade complexa que é a adolescência e ainda continuando na vida adulta, tão cheia de consequências.

Outubro é um livro bastante poético. É triste, nostálgico, mas lindo. Assim como aquele poema que você lê e vê que é tão triste, mas te toca tanto e você não consegue explicar porque gostou tanto dele. É por isso que eu recomendo para todos: adolescentes ou adultos. Muitos adolescentes irão se identificar com os personagens e muitos adultos irão se deleitar lembrando dessa época da vida.

Enfim, Outubro é uma história muito linda e, devo dizer, deliciosamente nostálgica acerca das mudanças da vida, sobre como lidar com elas, sobre como crescer e sobre como aprender a perder sem, no entanto, perder a esperança.
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naniedias 27/03/2013

Outubro, de Kamile Girão
Literata - 237 páginas
Quando um grande amor marca a sua vida, nem o tempo, nem as mais duras provações são capazes de extingui-lo.


Título: Outubro
Autora: Kamile Girão
Editora: Literata
ISBN: 978-85-63586-77-3
Ano da Edição: 2012
Nº de Páginas: 237
Comprar Online: Loja Virtual da Literata


Sinopse:
Felipe Alves é enfermeiro e entre suas responsabilidades está cuidar dos pacientes que ficam internados no hospital onde trabalha. Quando ele se depara com a mulher do 706, entretanto, uma tonelada de sentimentos volta à tona.

Oito anos antes, ele era conhecido como Shau e namorava seu amor de infância, Cecília. Mas a vida dele mudou completamente quando conheceu Kaero Morgan - uma pianista muito talentosa, embora fosse tão jovem ainda.
Os dois acabam se envolvendo e algo dá muito errado. Tão errado que Felipe ainda se culpa oito anos depois de tudo ter acontecido e é incapaz de encarar Kaero sem sentir o fardo que carrega desde então.
O fardo e o amor, que nem todo o tempo do mundo seria capaz de apagar.


O que eu achei do livro:
Ótimo.

Como não se apaixonar por um livro que é ao mesmo tempo intenso e singelo? Que fala de um amor que nem mesmo o tempo foi capaz de destruir? Um amor que resistiu a provações tamanhas...

A história de Shau e Kaero é uma delícia de acompanhar. A autora intercala momentos do presente, quando Shau já é um enfermeiro formado e está trabalhando no hospital onde Kaero está internada, e do passado, quando ambos têm 17 anos e ainda estão na escola, oito anos antes de seu reencontro no hospital.

Há um grande mistério que permeia toda a história: o que aconteceu entre os dois que os manteve afastados durante tanto tempo? Esse é um segredo que é guardado até bem no final do livro, enquanto vamos nos deparando com as escolhas de Felipe no presente e vamos conhecendo a história dos dois em sua juventude.
Não me agrada quando uma trama vai juntando segredos sem nada revelar ao leitor. Felizmente não é isso que acontece em Outubro, apesar do grande segredo realmente não ser contado antes do tempo. Mas Kamile Girão vai narrando detalhes da adolescência dos protagonistas que não deixam que o leitor largue as páginas de seu livro.

Os protagonistas, aliás, são muito bem delineados - são complexos, com personalidades bem construídas. Um detalhe que considero muito importante na construção de personagens para que eles pareçam reais é o passado - gosto quando o passado tem algum peso no caráter, porque nossa história nos define. Quando vejo isso na ficção, sinto que aquelas pessoas de palavras poderiam ser de carne e osso e, assim, me sinto ainda mais próxima

Não vou contar o final do livro, mas preciso dizer que ele me agradou bastante. Não pensei que a história pudesse ser tão pesada, tão difícil. Mas ela é. Então, prepare-se, porque não é fácil acompanhar a vida de Felipe e Kaero.
A escritora conseguiu passar os sentimentos conflitantes de seus personagens de forma magnífica e eu consegui entender perfeitamente as atitudes dos dois, mesmo não tendo concordado com elas. É uma narrativa bastante intensa, viciante e deliciosa.

A edição da Literata está um primor.
Essa capa é simplesmente deslumbrante - não tenho como dizer o quanto eu gosto da dela e o quanto ela realmente se encaixa à história.
A diagramação do livro também está muito bacana: a abertura de capítulos está linda. De forma geral, a parte gráfica do livro é um presente para os olhos.

Entretanto, há um entretanto.
Duas coisas me incomodaram com relação a Outubro.
A primeira diz respeito à edição que até agora tanto elogiei... embora Kamile Girão escreva muito bem, o livro está com bastante erros, o que acaba prejudicando um pouco a leitura. A revisão deixou um pouco a desejar, o que é uma pena (principalmente no que diz respeito às vírgulas... eu acho que vírgulas mal colocadas acabam com a fluidez do texto). De forma alguma estraga a leitura, mas é um detalhe que poderia estar melhor.

E a segunda é justamente o título do livro e sua junção com as diferentes partes da história (cujos nomes remetem a uma estação do ano).
Outubro se encaixa bem à trama, mas para mim outono é Março e não Outubro... Ainda mais a história se passando no Brasil.
Não que a autora tenha dito que me Outubro seja outono (ela não disse isso, podem ficar tranquilos), mas ainda assim foi essa impressão que me passou. A estação tem um significado especial no texto, assim como esse mês (que foi tão importante para os protagonistas). Ainda assim, entretanto, me causou grande estranhamento a união de um mês e uma estação que não combinam (ao menos, não no hemisfério sul). Não consegui deixar de pensar que o mês escolhido poderia ter sido outro, como Março, por exemplo (exceto por uma música... o que me deu a sensação de que o título só se justificava por causa dela).

Ainda assim, Outubro é um livro extremamente agradável de ler. Me vi tão envolvida com essa história, tão ligada aos protagonistas e seu romance que fui incapaz de deixá-la terminar da forma como acabou. O que quero dizer com isso? Amanhã eu conto.

Kamile Girão é extremamente competente enquanto escritora - tem uma escrita belíssima: encorpada, sem deixar de ser simples, encantadora e densa, sem deixar de lado a fluidez - e sua criatividade surpreende. Espero que publique outras histórias em breve - porque eis aqui uma grande admiradora de seu trabalho.
Outono é uma história inebriante e envolvente, que irá levar os leitores a sofrer e se apaixonar. A desejar algo parecido e torcer para que nunca algo nem ao menos levemente similar aconteça em sua vida. Há coisas boas e ruins - como na vida de todo mundo - e acompanhar o desenlace dessa narrativa é saboroso demais.


Nota: 9


Leia mais resenhas no blog Nanie's World: www.naniesworld.com
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Sâmella Raissa 23/06/2014

Resenha original para o blog SammySacional

Duas palavras: controverso e instável.

O mês de Outubro ficou marcado na vida de dois jovens. De um lado, temos o jovem Shau, também conhecido como Felipe Alves, um típico adolescente despreocupado da vida, sem maiores objetivos para o seu futuro e problemas de sobra; do outro, Kaeron Morgan é uma jovem e encantadora pianista cujo rumo já foi traçado para após seu último ano de Ensino Médio. E, nesse meio tempo, essas duas pessoas totalmente diferentes se chocam e eles terão de enfrentar alguns dos dilemas mais complicados de suas vidas. E as consequências desse envolvimento inesperado vão continuar a reverberar em Outubro de 2013, quando, porém, eles terão uma chance de colocar um ponto final na história ou continuar a escrevê-la com vírgulas e reticências...

“Os momentos da nossa vida são como essas folhas. Elas nascem, perduram por um tempo e caem. Porém, outros virão. Sempre temos a chance de recomeçar do zero, de perder nossas folhas velhas e dar lugar às novas e mais belas. Temos a chance de esquecer os momentos ruins, de deixá-los serem levados pelo vento e dar origem a novos que serão melhores. E, aqueles que caíram e nos foram bons, a gente guarda no coração. As folhas velhas nunca voltam às árvores que as originou.”

Outubro foi mais uma daquelas leituras iniciadas de forma despretensiosa, sem que eu tivesse muitas expectativas, mas que, ao fim da leitura, me vi completamente admirada com a história. Foi impossível não me encantar com a narrativa bem desenvolvida e muitíssima bem escrita de Kamile Girão, ao passo que suas palavras, por mais diretas e intensas que fossem, também transmitiam uma doçura singular, e, mais ainda, não consegui me desprender da história de Kaero e Felipe um único instante. Passada a metade do livro, já ficava contando os minutos para retomar a leitura, a cada parada obrigatória do dia-a-dia, e concluo que, apesar de não ter sido uma leitura naturalmente cinco estrelas, foi uma leitura de máxima carga emocional que me surpreendeu totalmente.

“Ela não era mais velha do que ele – pelo menos, não parecia, visto que seu rosto ainda possuía traços joviais. Deveriam, até mesmo, serem da mesma idade. Todavia, sem sombra de dúvidas, aparentava estar a vários anos luz à sua frente.”

Até hoje, ao que me lembro bem até esse momento, nunca havia me deparado com personagens tão controversos e, bem, instáveis, como Kaero Morgan e Felipe Alves. Experimente juntar duas pessoas completamente diferentes, cuja única característica em comum, porém, é a instabilidade, e acrescente isso ao fato de suas respectivas histórias serem um tanto quanto complicadas, e estarem com um rumo traçado para lados opostos. Já deu pra imaginar a quantidade e a intensidade dos altos e baixos que essa história, esse romance, terá? Enquanto Kaero adora correr riscos e experimentar coisas novas, Shau ainda é um pouco relutante, pois ele já está acostumado com a 'normalidade' em que sua vida se encontra, mas seu interesse pela pianista é tamanho que ele vai passar a rever seus conceitos e, consequentemente, decidir-se por um (novo) rumo. Cada qual provoca alterações inesperadas e intensas na vida um do outro, e o mais legal - como também o mais chato da história - é que, no decorrer da imprevisibilidade da trama, você não sabe como tudo vai acabar. E é aí que você não consegue largar a leitura.


Leia o resto da resenha em...

site: http://sammysacional.blogspot.com.br/2014/06/Resenha-Outubro.html
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Pri Chaves 08/05/2015

Impressionante...
Sabe o livro que te passa uma mensagem? Outubro é um livro genial... Contendo mensagem de amor, perdao, superação e eapwrança, te faz repensar o que realmente importante na vida de uma pessoa. Nos faz pensar ate que ponto podemos, queremos e devemos ir, para alcançar nossos ideais. E acima de tudo, mostra que o amor, de uma maneira nada clichê, pode sim superar grandes barreiras... Emocionante, intrigante e surpreendente. Na minha opinião, tem um dos finais mais bonitos que já li. Vai ficar guardado na minha memoria para sempre... Obrigada Kamile Girão por essa preciosidade...
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Daniel Bittar 25/07/2016

Uma história apaixonante, muito triste e que certamente vai te levar às lágrimas!
Bem, pessoal, essa aqui é uma versão reduzida de spoilers da resenha do livro. Quem quiser ver a resenha mais completa só ir no link que será colocado mais abaixo.

Lindo, emocionante e muito fofo! É estranho dizer que o livro é fofo, mas é exatamente esse o tipo de romance que se encontra na história. É um livro para ler e amar. Os personagens são apaixonantes e, se você já foi adolescente e já amou, com certeza irá sentir o que eles sentem. É uma história emocionante em que é impossível ler sem derramar uma lágrima a cada capítulo.

O enredo gira em torno de dois personagens centrais — Kaero Morgan e Felipe Alves, também conhecido como Shau — e de formam muito poética faz com eles uma alusão com as estações do ano, sendo o outono e o inverno, antecessores da primavera, as principais:

— Você sabe, Shau, por que as folhas caem durante o outono?

— As folhas caem para dar lugar às novas que irão surgir na primavera. Os momentos da nossa vida são como essas folhas. Elas nascem, perduram por um tempo e caem. Porém, outros virão. Sempre temos a chance de recomeçar do zero, de perder nossas folhas velhas e dar lugar às novas e mais belas. Temos a chance de esquecer os momentos ruins, de deixá-los serem levados pelo vento e dar origem a novos que serão melhores. E, aqueles que caíram e foram bons, a gente guarda no coração. As folhas velhas nunca voltam às árvores que as originou.

Assim, Kaero e Shau vivem, lá pelos seus 17 anos, um romance adolescente na pura expressão do amor e, se você acha que adolescentes não podem amar de verdade, está perfeitamente enganado. Tudo começa quando ela, uma verdadeira musicista, assume o papel de professora de piano substituta e auxiliar de coral na escola em que Felipe estuda. Ela trabalha desde cedo pelo interesse em juntar dinheiro afim de se mudar para a Inglaterra no fim do ano, quando se formar, de modo a estudar nas melhores escolas de música e alcançar sucesso.. Contudo, eles se conhecem. Ela não demonstra interesse imediato, visto o interesse em ir morar em outro lugar, mas ele fica completamente perdido por ela desde o primeiro momento. Com o desenrolar da trama, no entanto, tudo conspira para que eles se apaixonem perdidamente. E é o que acontece.

Entretanto, desde o começo, lá no primeiro capítulo do livro, já sabemos que o romance deles, na adolescência, não avançou. Eu posso dizer isso sem preocupação, pois essa é a primeira informação que o livro te dá sobre os dois. Já com os 27 anos, Kaero está internada em um hospital, com uma severa pneumonia decorrente de ser portadora de HIV, e Felipe Alves é um dos enfermeiros do local. Por essa razão eles acabam se reencontrando e revivendo as dores e os sentimentos do passado. O problema começa aqui. Com o passar do tempo e a convivência que surge entre os personagens descobre-se que, por uma razão qualquer, Shau se culpa por tudo o que aconteceu com Kaero, fato esse que causa estranheza uma vez que ele mesmo não é portador da síndrome. Então o leitor começa a se questionar, como pode ele ser culpado de tudo e ao mesmo tempo não ter nada do que ela tem? A resposta para essa pergunta é a minha primeira e uma das poucas razões de crítica negativa ao livro. Todavia, eu não posso escrever aqui sem dar spoilers da história. Assim, caso você deseje saber quais são todas as críticas, só ir no endereço indicado no link mais abaixo.

À medida que a narração corre, o leitor vai recebendo várias informações que levam a uma desconfiança e, quase nos últimos capítulos, vem a confirmação: (...) Voltando à história, do ocorrido, visto que Felipe só ficou sabendo quando não tinha mais o que fazer, percebe-se que a culpa que ele sente é quase infundada. Seu único erro real foi o de também ter julgado a menina quando o que ela realmente precisava era de apoio e suporte.

As outras duas críticas se resumem a uma certa falta de cuidado com a questão das datas e uma certa estranheza em alguns pontos da narrativa. A história é escrita, em cada capítulo, por trechos do passado divididos na visão do Shau e da Kaero, sendo o último caso geralmente escrito por um diário datado (que é usado para datar a maior parte do capítulo) e por um trecho do presente com a situação atual deles dois. Entretanto, em um determinado capítulo, houve uma confusão com o ano de 2004 e 2005. Percebia-se qual era a data que deveria ser pela linha temporal do enredo, mas houve essa troca que acabou ficando notável pela ocorrência. Quanto à narrativa, para evitar repetir muitas vezes o nome das personagens ou alguma determinada palavra, os trechos são escritos de uma forma que parece forçada, não natural. Isso causou-me certa estranheza, mas não é nada grave. Esses dois erros, na verdade, não ocorreriam em caso de uma publicação profissional, com revisão e análise crítica; mas como aqui no Brasil é difícil publicar um livro e, nesse caso, trata-se de uma publicação independente com baixo custo, os erros são compreensíveis e perfeitamente perdoáveis, não interferindo em nada no prazer da leitura.

Superado os problemas, trata-se de uma história apaixonante, muito triste e que certamente vai te levar às lágrimas. Kaero e Shau são os típicos adolescentes apaixonados fazendo suas burradas e sofrendo com elas. E a gente, com eles! Até o ponto em que cai a última folha do outono, no final de Outubro, e eles se separam: ele fica aqui e ela vai embora para a Inglaterra. Nós, como leitores, sentimos todo o peso dessa separação. A dor só não é maior pela delicadeza da autora em intercalar o presente com o passado e, por isso, sabemos que, apesar das burradas e da separação, eles agora têm uma nova chance de recomeçarem e serem felizes. Mesmo porque é patente que, decorrido todo o tempo, o amor ainda persiste e eles continuam perdidamente apaixonados um pelo outro. E eu pela Kaero! Sinceramente, eu gostei tanto dela e imaginei-a com tamanha perfeição que eu estou completamente apaixonado por ela também. Só sinto não ter capacidade alguma de desenhar e poder eternizar a Kaero que eu imagino.

site: https://danielbittar.com.br/outubro-de-kamile-girao/
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