Isabella Pina 22/11/2013Doce como um cupcake. Esse livro apareceu na minha vida por um acaso. Eu estava na livraria, xeretando a prateleira de livros importados – que sempre tem livros escondidos, bons e com preços mais acessíveis que a versão brasileira – quando me deparei com BTL. A capa me deixou meio na dúvida, afinal, não parecia muito o meu estilo. Mas quando eu li a sinopse... Me apaixonei. Conto de fadas? Com vida real? Meu Deus, tinha como ficar melhor?
Delilah é uma menina normal, que adora ler e meio solitária na escola, num geral, por ser bem diferente de seus colegas, que querem coisas muito diferentes dela. Pra ajudar nisso, o livro favorito dela é nada menos que um conto de fadas para as crianças. Cá entre nós, não posso falar nada, vários dos meus filmes “all-time favorite” são da Disney, mas entre um filme e um livro para crianças, há uma grande diferença, certo? Eu, pelo menos, achei isso meio estranho. Mas o caso é, Delilah gosta tanto da história que acaba se apaixonando pelo protagonista, Oliver, o príncipe.
É aí que entra a outra visão da história: a vida dentro do livro favorito de Delilah. Sim, existe uma vida após fecharmos um livro e, adivinhem, é completamente diferente do que a história conta. Oliver, pra começar, de corajoso não tem nada. É um belo de um adolescente problemático, como todos nós somos, com dúvidas, medos e uma vontade de se rebelar contra todos imensa. O problema? Oliver está “condenado” a viver a mesma vida – a da história do livro – eternamente, cada vez que alguém abre o livro.
Só que, um dia desses, Delilah, ao abrir o livro, nota os desenhos se mexendo e então descobre que os personagens estão vivos. E é então que começa um romance bem doce entre Oliver e Delilah.
Devo admitir, o livro é uma gracinha. Aqueles livros fofos, com príncipes fofos e românticos, protagonistas meio “estranhas” que nós nos identificamos e tudo o mais. No entanto, apesar de eu ter amado a ideia da Jodi de que há uma vida completamente diferente dentro do livro cada vez que o fechamos, achei que o desenvolvimento não foi dos melhores.
O livro é dividido em duas narrações: a de Delilah e de Oliver, mais alguns capítulos que são como o próprio conto de fadas que Delilah lê. Com isso, nós vemos os dois mundos se desenvolvendo, os coadjuvantes e tudo o mais. Achei bem legal como as coisas funcionam no livro, o que os personagens são de fato e tal. O mundo de Delilah era bem menos “agitado” e eu, apesar de achá-la legal, também pensei que era meio infantil e que não se esforçava pra ser alguém melhor, mais feliz. Quero dizer, eu entendo que fazer amigos é difícil. Mas Delilah deixaria, sem piscar os olhos, os amigos da vida real pra ficar lendo o tal conto de fadas. O que, pra mim, não é muito saudável, já que o melhor é ter um equilíbrio entre todas as duas coisas.
Além disso, temos Oliver. Sim, ele é uma gracinha de menino. Exatamente o que você espera que um príncipe seja. Nesse ponto, eu notei que o livro provavelmente foi destinado a leitores mais jovens que eu, com uns 12, 13 anos, porque a própria construção do Oliver é mais... infanto-juvenil? Ele é perfeito em tudo, tirando no quesito coragem, vive falando coisas românticas e etc. Na verdade, todo esse romantismo encheu meu saco em alguns pontos, porque, já deixei bem claro em várias resenhas, coisa melosa não é comigo.
Após os dois se apaixonarem, acabam bolando diversos planos pra conseguirem tirar o Oliver de dentro do livro. Eles tentam de diversas formas, mas o que mais me deixou embasbacada foi a forma como finalmente resolveram. Eu não gostei, nem um pouco! Não quero soltar spoilers, mas foi forçar a amizade aquilo. Além disso, achei toda essa questão de “abandonar todos os amados” por uma garota não muito bem explicada. Claro, Oliver sempre quis sair do livro, mas mesmo assim, fiquei pensando como ele conseguiu abrir mão de tudo aquilo tão rápido.
No entanto, como eu já disse acima, o livro também tem coisas muito boas, é só você ler sem esperar uma história muito detalhada, porque eu fui pensando que seria um livro leve, o que foi mesmo, e acabei me divertindo bastante com o resultado (na média).
Se você é apaixonado por conto de fadas, como eu, esse livro é uma ótima pedida para passar uma tarde gostosa. Além disso, tenho que comentar, no livro tem uns desenhos que são lindos! Bem que a capa poderia ter sido um deles...
site:
http://meuportaldoslivros.blogspot.com.br/2013/11/resenha-between-lines-de-jodi-picoult-e.html