O companheiro de viagem

O companheiro de viagem Gyula Krúdy




Resenhas - O Companheiro de Viagem


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Lorena 16/09/2021

Impressionada com a escrita do Gyula Krúdy... Tanto a narrativa como a forma pelo qual se narrou a história se complementaram de forma fantástica. Prosa poética e literatura de alta qualidade!
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Gabriel.Tesser 25/01/2020

Perspicaz
Gyula Krúdy. A qualidade de suas palavras é impressionante, tal qual o sentimento de filhadaputice que o livro desperta enquanto você lê o narrador contando o desprezo que seu companheiro de viagem — personagem principal — tem pelas mulheres. Há exageros de comparações inusitadas, distantes da uma imaginação peculiar que nos fariam mais envolvidos com a história. Nunca li nada parecido e nada que desejasse acabar logo. Sério, acho que a proposta é deixar o leitor com asco do livro. As mulheres são tratadas com desdém, como objetos, com uma indiferença que mostra a falta de empatia, humanidade, mal caráter do tal personagem. A prosa apresenta muitas pausas ao fazer comparações incomuns que não despertam muita coerência, a priori, mas que acabam fazendo sentido se fizermos um pouco de esforço para entender o contexto. Não dá para saber quando começa uma descrição de uma imagem qualquer e acaba de forma onírica. Na verdade, parece que a novela mostra ironia, tal qual a personagem mostra sobre sua própria vida, seu desprezo pela mesma, "como se a morte lesse a Bíblia". Se for isso, mano, esse livro é genial! Uma crítica social que nos incomoda, nos atinge. É um livro para ser odiado e admirado; respeitado e desprezado. Uma obra conflitante que precisa ser relida. Tentarei ler novamente daqui a algum tempo, com outros olhos, com outra visão sobre o prisma de novos conhecimentos.
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Wal - Ig Amor pela Literatura 16/02/2019

Márai e Krúdy
Gyula Krúdy foi o maior prosador húngaro do século XX, mas é pouco conhecido fora da Hungria. Boêmio-mor de Budapeste, usava tinta lilás e nunca relia uma página. Publicou muitas crônicas sob o pseudônimo de Szindbád. "O companheiro de viagem" é uma pequena obra-prima. Em uma cabine de trem, um passageiro de nome incerto conta uma passagem de suas antigas aventuras de Dom Juan de meia-idade, sendo pivô de uma grande confusão numa pequena cidade chamada de X.

É quase um conto, onde o autor nos presenteia com um texto cheio de realidade, mas que tem um cheiro de sonho, vindo de dentro das casas húngaras.

Sándor Márai se dizia herdeiro literário de Gyula e este livro traz um apêndice (praticamente do mesmo tamanho do texto principal) que é uma passagem do romance "Szindbád volta pra casa", de Márai. Uma homenagem onde, esse outro fantástico autor húngaro, compõe uma narrativa que relata o último dia de vida de Gyula Krúdy.

Terminei a leitura com uma dúvida de qual texto é mais perfeito, o de Gyula ou o de Márai. Dois autores que nos faz amar ainda mais a Literatura, gênios que nos permitem um mergulho numa escrita difícil de ser encontrada.
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Juliana 07/01/2019

A urgência de Gyula
Você lê que o Krúdy nunca relia ou revisava o que escrevia, e o texto é bem sincero em revelar o afã dessa urgência. Por outro lado, o talento do autor em representar aspectos da psiquê húngara esborra em cada uma de suas descrições inspiradas, gerando em nós um sentido quase orgânico de empatia pelos magiares.

Se o livro serviu pra me instigar a curiosidade por mais trabalhos dele, também me afastou do famoso Sandór Márai, que no texto complementar tenta em vão emular sua maior influência. A homenagem de Sandór a Gyula torna-se um sonolento relato para iniciados que, a meu ver, não devia ter sido incluído. Outro texto de Krúdy faria o volume alcançar a excelência.
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moraes_psi 03/01/2024minha estante
Curioso, pois estou lendo :As Brasas" de Sándor Márai e também li um trecho do livro "De Verdade" dele e ambos estou achando incrível.




Fernando60 18/02/2018

Retrato de um mundo, uma época e um tipo de gente que desapareceu.
Gyula Krúdy é considerado o "pai literário" de Sándor Márai, o que já seria recomendação suficiente. O conto é muito bem escrito. É literatura da mais alta qualidade, por isso fiquei surpreso ao ler que o autor era alguém que praticamente escrevia pela manhã, para comer à noite. A sensibilidade do texto e a riqueza das descrições me lembraram de Bruno Schulz, o que também já seria recomendação suficiente. Definitivamente, é um retrato de um mundo perdido, e isso fica ainda mais evidente no belíssimo ensaio de Sándor Márai que vem na segunda parte do livro, descrevendo com toda a sua magia, no que consistiria a melancolia e tristeza de ser húngaro. Algo que, aos poucos, adentrava a alma até dos estrangeiros que lá se estabeleciam e terminava por destruí-los. A parte dos amores secretos, dos afetos privados e dos dramas silenciosos é muito bonita e me lembrou um pouco dos meus avós. Aquele tipos antigos que viviam por décadas com um furacão de emoções dentro de si, paixões perdidas, amores platônicos, rompimentos familiares definitivos e culpas inexpiáveis, sem que jamais uma única palavra saísse de suas bocas. Gente pacata, que cumpria de forma silenciosa suas obrigações por toda uma vida e que um dia se matava, de forma surpreendentemente violenta, sem deixar sequer uma carta ou explicação. Enfim, é realmente o retrato de um mundo, uma época e um tipo de gente que desapareceu, por isso é bonito e bastante interessante. A edição é da coleção "Prosa do mundo", da saudosa Cosac Naify, o que também já seria recomendação suficiente. Recomendo! :-)
@andressamreis 10/06/2018minha estante
Que resenha bela...




Svartzorn 24/10/2014

Boa introdução à literatura húngara e o livro parece querer fazer justamente isso, principalmente quando fala de alguns aspectos do país e oferece uma lista considerável de publicações e antologias sobre o assunto.
O conto em si é bem gostoso de ler, tem estilo próprio e por alguma razão meio que me lembrou Bukowski (He! He!). Alguns aspectos do protagonista-narrador mexem comigo, mas isso vai de cada um.
Agora, francamente, e serei sucinto: não suportei o segundo texto incluído. Achei uma chatice e repetitivo.
É um bom livro, mas teria ficado melhor com outra narrativa de Krúdy.
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Ronnie K. 26/03/2009

Narrativa de mestre
Talvez o que pouca gente saiba é que os hungaros são excelentes fabuladores natos. Sobretudo os antigos, como sabiam contar uma história! O conto húngaro tem aquele sabor de Era uma vez..., aquela atmosfera de história narrada ao redor da fogueira, que o torna irresistível. Existe uma fabulosa "Antologia do Conto Húngaro" (Editora Arte Nova, 1975) publicada no Brasil (que eu saiba a única) que merece ser desfrutada por todos os amantes do conto. Em relação a esse pequena novela não é diferente. O fiapo de história é o que menos importa, é até banal. Mas a forma como é narrada faz o diferencial. É uma prosa límpida, cristalina, carregada de simplicidade, beleza, elegância e poesia. Cria-se uma legítima atmosfera noturna, uma ambiente onírico, onde sonho, realidade, e fantasia se fundem para contar a história de uma velho Don Juan que seduz mulheres aldeãs dos vilarejos por onde se hospeda em sua perigrinação sem fim. Com a leitura, somos tomados pelo exotismo desse mundo distante, por sua cores, seus cheiros e sabores. É a literatura cumprindo seu papel!
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