For My Lady’s Heart

For My Lady’s Heart Laura Kinsale




Resenhas - For My Ladys Heart


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Lizzy 18/09/2014

Um romance medieval como nenhum outro!
17/01/2012 *Resenha editada.

Se o leitor que se aventurar a ler essa brilhante reconstrução de época estiver buscando apenas mais uma história ambientada na Idade Média, com todos os seus exaustivos panoramas, restrito aos heróis que impõem a dominação às suas esposas, no eterno clichê, virilidade versus fragilidade feminina, esqueça.

Esse livro é completamente diferente, ele vai mais além, mesclando aventura e romance de uma forma original que agrada muito. Seu enquadramento histórico é crível, os personagens centrais e coadjuvantes são densos e complexos e parecem emergir de um épico, os diálogos são requintados, e a autora faz uso de termos eruditos próprios da época, e por isso vez por outra essa leitora recorreu humildemente ao auxílio do dicionário. Mas foi algo profundamente agradável, aprendi muito com esse livro, e me senti transportada no tempo e no espaço para acompanhar a trajetória de um amor aparentemente impossível entre um guerreiro inglês e uma princesa.

Isso mesmo, guerreiro e princesa, mas aqui a princesa a ser resgatada pelo cavaleiro em sua armadura se dá sob um ângulo totalmente diferente. Ele é um homem que se viu obrigado a ocultar sua origem, e que se casou aos dezessete anos com uma mulher, cujo fanatismo religioso cegou seu discernimento.
Guiado pelo dever de zelo, ele permitiu que sua jovem esposa se entregasse ao recolhimento espiritual e o deixasse sozinho do mundo. Mas enquanto a tristeza atravessava seu coração, a princesa Melanthe interfere no destino desse homem, mudando sua vida para sempre.

Ruck é um herói íntegro, de grande valor e coragem, que acredita nos dogmas da igreja e dos sacramentos. Por treze anos ele entregou sua vida e seu pensamento a uma paixão platônica por Melanthe, pondo à prova sua sanidade e desejo sexual, submetendo-se à castidade. Entretanto, uma nova oportunidade une essas duas pessoas tão diferentes. Ruck entrega sua lealdade ao amor de sua vida, Melanthe se vê diante da possibilidade de finalmente se libertar dos diversos complôs políticos engendrados por pessoas que ansiavam por sua fortuna e título.

Ela é uma heroína sofrida, ciente que sua vida dia e noite pairava entre a morte e a cobiça, por isso não podia confiar em ninguém. Juntos eles terão que romper muitos obstáculos para finalmente se oportunizarem o direito de serem felizes.
Durante toda a trama, merece pleno destaque o jovem Allegreto, um personagem coadjuvante que rouba o brilho dos protagonistas em muitos momentos, por sua inteligência e ambiguidade.

Mais uma vez Laura Kinsale proporciona uma leitura realmente gratificante, com uma narrativa que aos poucos revela o verdadeiro caráter de seus personagens, sempre desafiando a percepção do leitor que avidamente busca saber o que acontecerá a seguir, com um desfecho plenamente satisfatório e original. Amei.
Semiramis 18/01/2012minha estante
Mais uma resenha em que vc arrasou!!!rs
Já subiu na pilha,kkkk

bjos


Lizzy 18/01/2012minha estante
Olá Semi, obrigada! Espero que vc goste desse livro assim como eu. Bjs


Lizzy 18/01/2012minha estante
Semi, detalhe, o livro tem continuação em Shadowheart, e o protagonista é Allegreto, e esse livro já deixa um gancho para essa continuação. Bjs


Dri 18/01/2012minha estante
Lizzy, mas uma brilhante resenha; vc ler os melhores livros, querida, parabéns! A autora Laura Kinsale é realmente muito talentosa e cada vez que leio suas resenhas vejo que a espetacular escrita da autora não se limita apenas a obra inesquecível, "Flores na Tempestade"...sua maestria só nos torna mais fãs, hein! ( ai, ansiosa para ler) *_* Bjs


Lizzy 19/01/2012minha estante
Olá Dri, obrigada mais uma vez. Essa autora é uma romancista à parte, super original, escreve com muito esmero e pesquisa. Li que esse livro ela se inspirou em um famoso poema medieval Sir Gawain and the Green Knight (Sr Gawain e o Cavaleiro Verde), tanto que o mocinho usa uma armadura verde . Bjs


Gisele Melo 24/01/2012minha estante
Nossa Lizzy! eh chover no molhado dizer que voce arrasou na resenha, ne? Pra lista jah!!! bjos


Lizzy 16/02/2012minha estante
Olá Gi, obrigada pelo comentário. Bjs


Carolina2647 14/03/2012minha estante
Pela resenha esse livro deve ser mesmo ótimo. Vou baixá-lo assim que der.
Bjos


Lizzy 14/03/2012minha estante
Carolina, obrigada pelo comentário! Espero que vc goste, é uma escrita diferente e uma história encantadora. Bjs


Lane 24/11/2012minha estante
Perfeito Lizzy!
Deliciosa resenha, te falei essa história é linda demais!

Bjão!


Lizzy 24/11/2012minha estante
Oi Lane, obrigada, eu também esse livro lindo e completo. Bjs




Lane 24/11/2012

For My Lady’s Heart
Este livro é sobre medo e insegurança, traição e engano e honra e lealdade.

A autora não economiza nos detalhes e nas descrições da época e descreve os lugares, as coisas, as emoções e ações de cada personagem com um encanto particular.

Laura Kinsale é um autor premiado e sem sombra de dúvidas suas histórias são bem estruturadas, comoventes e inspiradoras. Em suas histórias há sempre um excelente trabalho de pesquisa e em “For My Lady’s Heart” não podia ser diferente.

Nesta história nota-se o perfeito trabalho de pesquisa nas descrições sobre a caça ao falcão, no entanto o interessante, para não fugir a evidência, vai para a recriação atmosférica da época e em potencializar uma linguagem apropriada que enleia e confere com precisão os discursos e diálogos entre os personagens.

A leitura é lenta e complicada – por causa da linguagem- e exigem do leitor moderno concentração e atenção constante.

Não obstante, isso não é obstáculo, a linguagem antiga e medieval é o que é e se torna vibrante com sua delicadeza – quase impossível – pois o dialeto oferecido no livro é denso. De maneira muita difusa e uma boa dose de disposição, o leitor é submetido as matrizes textuais e a sua liberdade imaginativa se desprende de sua mente de modo muito individual e consequentemente ele é arrematado ao século XIV, na França, Inglaterra e Itália.

Admito que o que mais admiro em Laura Kinsale é a sua escrita, acho-a elegante sem ser pretenciosa, de uma qualidade lírica que encanta, e quem não gosta de ler uma narrativa florida, pode se irritar e não prestar atenção alguma a história, que na maioria das vezes – este é o 4° livro que leio da autora – são cativantes.

Seus livros não são fáceis de ler, são complexos e suas dimensões dramáticas são extensas. Contudo, suas histórias ficam gravadas e aprisionadas na memória, Laura Kinsale consegue fazer que o conteúdo de suas obras não possa ser subtraído de suas expressões, e a expressão contida neles se desdobra em vários significados individuais.

O conjunto de seus personagens são sempre relevantes e surpreendentes, até mesmo os secundários. A impressão que se tem é que eles possuem vida e coração. As personagens femininas são fortes e os homens têm defeitos. Confesso que acho incoerente às vezes ler sobre heroínas lindas, virgens e tolas e mocinhos ricos e que transam feitos coelhos em histórias em que o elemento fantasia é abdicado.

Histórias assim, sob a ótica de projeção, não abre caminhos na minha imaginação e não causa cisão a minha condição de humana, pois a verdade se esconde de mim e em análise ela é a única responsável por transferir as representações da arte literária.

Nestes termos, Laura Kinsale consegue abrir os canais que implicam para a minha projeção e com a sua narrativa, que remete a poesia me mobilizar e me arrastar a quimeras que desarmam a realidade, e com verdades substancialmente fundadas fluir o sentimento e a intensidade contida nas suas histórias. Resumindo, estou literalmente viciada em Laura Kinsale!

Sir Ruadrik d'Angleterre ou Lorde Ruadrik de Wolfscar ou Ruck ou simplesmente o Cavaleiro Verde é o herói desta história contada, que aborda detalhadamente um período hostil para as mulheres, uma época em que a religião tornava as pessoas apartadas e as ideias gozavam de superstições malignas e a fogueira era o destino final para aqueles que não se submetiam ao poder da igreja.

Irremediavelmente a era medieval foi a época em que mais se sublimou o prazer.

A submissão e o masoquismo era a condição associada a salvação e da pureza de alma.

Ruck é um homem que acredita na honra e na religião. Ele é um guerreiro invicto que combate em torneios na Aquitânia e está sob o juramento de lealdade ao Duque de Lancaster, filho menor do rei Eduardo III da Inglaterra.

A história de Ruck é sofrida, como cavaleiro ele construiu um nome por nunca ter sido derrotado em torneios e também por sua conduta moral e seu código de ética, entretanto ele vive a dor de ter perdido sua esposa para igreja aos 17 anos.

Isabelle, esposa de Ruck acredita que é enviada de Deus aqui na Terra e convence Ruck que seu destino é viver num monastério, e ele, com seu caráter gentil e bondoso, pois naquela época o marido tomava as decisões pela mulher, à entrega para a igreja persuadido que esta é a melhor decisão. No entanto, Isabelle com seu fanatismo religioso, aliciada pela igreja o faz prometer permanecer casto o restante de sua vida e enquanto ela vivesse.

Melanthe surge na sua vida neste momento constrangedor e o acusa de infidelidade. Ruck não consegue mentir, pois desde o instante em que a viu se sente atraído por sua desnorteante imagem feminina. Devido a isto, ele é condenavelmente forçado a entregar seus bem e todo o seu dinheiro para a igreja.

Pobre, sem recursos e completamente transtornado pela situação, ele é surpreendido quando recebe duas joias valiosas enviadas pela princesa Melanthe. Eternamente grato pelo gesto dela ele faz um voto pessoal e promete dedicação total a princesa o restante de sua vida.

Princesa Melanthe de Monteverde é uma heroína neurótica. Desenvolvi uma relação de amor e ódio com ela a maior parte da leitura. Ela é completamente imperfeita, sua indiferença e crueldade tem um porque e é devido a sua necessidade de sobreviver numa época onde a mulher é tida como moeda de troca.

Porém aos poucos fui me encantando com ela. Ela é forte e destemida, inteligente e ardilosa, ela é uma personagem inteiramente incomum.

O destino ofereceu para Melanthe uma chance de escapulir do abismo de si mesma e de fugir da intriga politica da nobreza italiana quando ela fica viúva.

As famílias italianas – Navona e os Riata- disputam entre si o legado deixado por seu marido, e por causa disso Melanthe se vê ameaçada todo o tempo. Seu dote é mais que atrativo para eles, um deseja a sua morte e o outro se casar com ela.

No primeiro terço da leitura eu não tinha certeza de suas motivações, a necessidade que Melanthe tinha de fazer manobras arriscadas para obter um pouco de liberdade e de se livrar da perseguição das famílias italianas, mas até o final – vale a pena o esforço de continuar- eu consegui compreender.

Melanthe sofreu traumas terríveis.

O reencontro dela com Ruck acontece após 13 anos e primeiramente ela não o reconhece. Incitada para evitar problemas externo com o Duque de Lancaster que se vê atraído por ela, ardilosamente ela o desafia publicamente, e ele arbitrariamente convoca seu Cavaleiro Verde.

Submetido à lealdade dos dois senhores, Ruck (que a reconheceu ), desafia em torneio todos os cavaleiros em honra da sua princesa.

É magnífica a cena do torneio, onde ele se vê confrontado a decidir em qual senhor continuará a depositar sua lealdade. É palpável o eixo principal que governa a personalidade de Ruck e o reconhecimento de Melanthe sobre ele.

Depois deste acontecimento a relação deles fica corrompida e ele acaba se achando tolo por idolatrar a uma mulher fria e cínica.

Contudo, apesar das dificuldades, ele continua protegendo ela mesmo não sabendo nada dos seus planos de se livrar dos espiões italianos e de retornar para suas origens em Bowland, e a relação entre eles se desenvolve doce e muito comovente.

Ruck vai se adaptando a Melanthe sem a entender e os resquícios de terror que ela sente todo o tempo vai aos poucos se subtraindo.

Todavia, à medida que ela se entrega ao carisma de Ruck, seus inimigos reaparecem e os detalhes de seu horror retornam com uma força brutal.

Os dois protagonistas possuem complexos o que aumentam ainda mais as dificuldade entre eles. As cenas sensuais são embelezadas pela linguagem medieval e as circunstâncias da época.

Ação e suspense dominam o enredo e a autora vai mostrando muito mais que dizendo sobre os personagens e no caminho vamos conhecendo Allegretto, um jovem que desde a sua infância foi criado para matar e servir a ambição de seu pai.

Allegretto é um assassino silencioso, um daqueles personagens que inicialmente você não sabe se ele é mocinho ou bandido, mas faz com que a gente caia sob o seu feitiço de menino que tem medo de chegar perto de Gryngolet – o falcão de Melanthe – e o receio de contrair a peste (o tempo na história é o 9° ano depois que ocorreu a grande peste na Europa).

Outros personagens secundários são bem desenvolvidos, porém o impacto de Allegretto é tão grande na trama que a autora escreveu uma história só pra ele chamada “Shadowheart”, que pretendo ler logo.

Algumas cenas, alinhadas em grandeza por suas profundidades, excederam os limites e ficarão gravadas por um bom tempo na minha memória, como a cena do casamento, do torneio, algumas divertidas como quando Ruck explica como aprendeu “os pecados do sexo”... rs.

A predominância nestas cenas é algo simples, concretizadas com a linguagem poética que arredondam as imagens e as tornam inesquecíveis em minha memória.

O livro é bem apurado em vários contextos e também apresenta pormenores que vão à contra mão.


SPOILER:

Não gostei da Melanthe passar o tempo todo mentindo pro Ruck e a cena da morte de Gian não ser claramente explicada, acredito que um evento importante desses deveria ser mais esclarecido.


Mas tudo é ratificado o suficiente pra fazer desta história algo que vale a pena ser lido e relido.

Notas: Notei que é uma característica da autora inserir animais nas suas histórias e devo afirmar que isso me proporciona um encantamento sem limites. Neste livro temos Gryngolet e Hawk. Gryngolet é um falcão gerifalte que na idade média era considerado uma ave pouco comum e de inestimável valor por sua raridade de espécie. A autora nos apresenta na história cenas preciosas de caça e o despertar de interesse sobre essa ave. Hawk é um corcel de pelagem cinza experiente em combates.


Avaliei com 5 estrelas.
Lizzy 24/11/2012minha estante
Uau Lane, belas palavras! Parabéns! Eu também acho que o elemento mais favorável dos livros da Laura Kinsale é esse pé com a realidade. Os seus personagens são revestidos de defeitos e qualidades, de modo que mais facilmente nos identificamos com eles.
Acredito que o livro seguinte, a história de Allegretto, deve ser excepcional.
Bjs


Lane 24/11/2012minha estante
Lizzy, obrigada. Laura Kinsale é fantástica, é isso mesmo!
Mesmo sendo históricos ela consegue nos remeter a realidade ajustável sem nada fantasioso ou inacreditável.
Tô louca pra ler a história de Allegreto.
Bjão!




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