Renato S. Grun 27/11/2013
Em um estudo influente, com uma prosa simples e compreensível Hobsbawm oferece visão da história a partir do ponto de vista de um europeu, cujo trabalho analítico sobre a história do conceito de "nação" é notável.
Este livro em particular lida basicamente com o comportamento e a trajetória de bandidos sociais (se podemos chamar assim) como Robin Hood, Lampião e outros. Para Hobsbawn o bando de salteadores está fora da ordem social que aprisiona os pobres. É uma irmandade de homens livres, não uma comunidade de pessoas submissas que no entanto não apartam-se inteiramente da sociedade. Sua pesquisa conceitua o banditismo social como uma forma primitiva de protesto social organizado e situa este fenômeno quase unicamente em condições rurais quando o oprimido ainda não alcançou consciência política ou métodos mais eficazes de agitação social. Esta forma de protesto social surge e se torna endêmica e epidêmica durante períodos de tensão e deslocamentos em épocas de escassezes anormais, como fome e guerras, ou depois delas. Sua pesquisa ao meu ver talvez não seja o suficiente fixada nos fenômenos nacionalistas fora da Europa, mudanças estas provavelmente tão ou mais espetaculares do que ocorreram no Velho Mundo.