Botanchan 03/02/2012
Só mais um rostinho bonito
Nunca assisti a um filme sequer dela. Acho que a fama fora das telas de devoradora de homens me chamou mais atenção e li, inteirinha, as 606 páginas de bobagens de sua autobiografia Initials BB.
Não é que o livro seja de todo de se jogar fora. Afinal, fiquei bem entretida em toda sua futilidade e seus mil e um romances. A questão é que eu tinha uma visão dessa mulher e ela foi por água abaixo, pelo ralo.
Ela continua sendo, em minha opinião, uma mulher forte, desafiadora e completamente autêntica, assim foi sua autobiografia, mas suas pitadas preconceituosas foram o prenúncio dos acontecimentos de seu último livro, Un Cri dans le Silence (Um Grito no Silêncio), que lhe rendeu bons processos.
O problema é que tinha uma idéia dessa mulher. Mesmo sem conhecê-la, ela era um símbolo. Loura, linda, desafiando e quebrando tabus, por alguma razão, considerava generosa, de repente, encontro uma pessoa fútil, frívola, meio vazia, pelo menos no que concerne a boa parte de sua vida como atriz. Em nenhum momento, ela trata do processo criativo da atuação, como vi tantos atores demonstrarem em documentários a respeito de suas carreiras. Pelo contrário, todo instante que pode, ela maldiz o fato de ser atriz, sem pensar que graças a isso, ela ganhou rios de dinheiro os quais possibilitaram possuir toda sua fortuna, viagens e amantes, afinal muitos de seus encontros amorosos só foram possiveis devido a sua fama, natural que assim seja.
No último capitulo há a grande ressalva. Analisando todos seus percalços, aos 60 anos, ela tenta se salvar, alegando que sua vida de frivolidades foram porque até então não havia assumido sua real missão como ativista de animais. Não desmereço por nada esta nobre causa, só acho que amar os bichinhos de toda especie não precisa significar desprezar todos os homens, ou pelo menos, a maior parte deles.
E, foi bem aí que o encanto se quebrou..