Li 16/02/2011DESAFIO LITERÁRIO 2011 - FEVEREIRO - BIOGRAFIAS E/OU MEMÓRIAS *LIVRO 2*Sinopse: "Divorciada, decapitada, morta, divorciada, decapitada, sobrevivente." Assim, as seis mulheres de Henrique VIII - Catarina de Aragão, Ana Bolena, Jane Seymour, Ana de Cleves, Catarina Howard e Catarina Parr - passaram a ser popularmente conhecidas. Não tanto pelas vidas que tiveram, mas pela maneira pela qual essas vidas acabaram. Da mesma forma, ficaram estereotipadas como a Esposa Traída, a Tentadora, a Boa Mulher, a Irmã Feia, a Moça Má e a Figura de Mãe. A historiadora Antonia Fraser prova de forma brilhante e conclusiva que as mulheres de Henrique tinham personalidades fortes e sensíveis. Vítimas da obsessão do rei por um herdeiro homem, mas não vítimas passivas, demonstraram força e inteligência. A autora abre novas perspectivas de compreensão da vida social de um interessante período da história britânica, de 1509 a 1547.
Escolhi este livro pois vi uma resenha sobre ele no "o que elas estão lendo" certa vez, e achei bem interessante. Escolhi também pensado na série The Tudors, mesmo sem acompanhar direito... Não sei, algo na história me fez ter um interesse enorme em saber mais, talvez a excentricidade. Enfim.
A autora começa o livro fazendo um apanhado geral sobre as seis mulheres e depois passa a falar sobre cada uma delas em particular, seguindo a ordem dos casamentos.
É engraçado ler sobre esta época! A monarquia era tão forte que tudo era feito pensando no fortalecimento e proteção das casas reais. Fiquei pensando como devia ser ruim ser nobre ou de família importante, naquela época...
Não vou entrar em detalhes, mas basta falar que Henrique se casou com praticamente todas as mulheres por um interesse genuíno (a volubilidade dele não vou discutir, rs). Vou falar rapidinho sobre cada uma:
Catarina de Aragão. Criada para ser rainha, piedosa, culta, inteligente e com conhecimentos de jogos políticos, foi a primeira e ele casou por afeição. Nesta época, ele era um homem bonito, alto e atlético. Catarina se arruinou por ter mimado muito o marido, não ter dado o herdeiro ao trono e ter envelhecido antes dele.
Ana Bolena. Para mim, não merece a fama que tem. Ela era atraente, sim, mas o rei demorou anos para notar isso. E quando um rei tirano quer alguma coisa, ele vai ter. Claro que não foi inocente, era ambiciosa, mas não preparada e simpática como Catarina. Para mim, morreu de graça, por culpa da língua comprida em uma época que não se tinha privacidade alguma. Além disso, não deu o herdeiro ao trono e o rei já estava “apaixonado” outra vez.
Jane Seymour. Foi a menina dos olhos de Henrique. Era submissa, coisa que ele prezava absurdamente. E deu a ele o que mais queria, por isso, foi a rainha mais querida.
Ana de Cleves. O único casamento político de Henrique. Para mim, foi a mais sortuda das esposas: Foi rainha por pouco tempo, se divorciou antes de consumar o casamento, e ainda caiu nas boas graças dele pela submissão com o divórcio.
Catarina Howard. Esta parece merecer todos os “adjetivos” que colocaram em Ana Bolena. Foi, ao contrário das outras, só uma menininha sem juízo brincando de ser rainha sem pensar nas conseqüências dos seus atos. E pagou pela burrice.
Catarina Parr. Uma mulher do top de Catarina de Aragão (além desta, foi a única a ser declarada regente em caso de necessidade), mesmo sem ter sido criada para ser rainha. Foi inteligente, sensata, perspicaz e se dava bem com os filhos do rei.
"É sedutor considerar as seis esposas de Henrique VIII como uma série de estereótipos femininos, mulheres como cartas de tarô. (...) Há elementos de verdade, é claro, em todas essas descrições evocativas, e no entanto cada uma delas ignora a complexidade e a variedade do caráter individual. Em suas maneiras diferentes, e por diferentes motivos, quase todas essas mulheres foram vítimas, mas não por vontade própria. Pelo contrário, um nível impressionantemente elevado de força, e também de inteligência, foi exibido por elas numa época em que, por tradição, seu sexo pouco tinha das duas."
O livro em si é meio confuso. Boa parte dele li por pura obrigação, pois os nomes praticamente idênticos, as datas, os títulos, muita descrição sem sentido (pelo menos para mim), faziam minha atenção oscilar absurdamente. Mas até que não foi tão ruim de ler, a autora escreve de uma jeito mais informal e irônico. De qualquer forma, é interessante a título de conhecimento de estilo de vida de época, dos jogos políticos, de como foi o reinado, no geral, de Henrique VIII. Gostei de conhecer melhor estas personalidades históricas e de matar minha curiosidade por essas azaradas, que era meu objetivo.
Mas de qualquer forma, a melhor parte do livro é o epílogo!
Para quem gosta de biografias, tem interesse nos casamentos malfadados de Henrique VIII e quer saber mais sobre a vida na corte do século XVI e seus jogos políticos, vale a leitura.
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