Resenhas - O Fazedor

Marcos Faria 02/10/2012

Um Borges menor ainda é um Borges. "O Fazedor" (Difel, 1984) chega a repetir alguns textos publicados em outros livros. Alguns dos microcontos parecem esboços deixados preguiçosamente do jeito que estavam. Mesmo assim, é ótimo. Jorge Luís Borges às vezes só precisa de um parágrafo ou de um soneto para fazer o leitor se perder em espelhos, labirintos, paradoxos, bibliotecas, tigres, pampas, tabuleiros de xadrez. Às vezes parece marcado pela chegada da cegueira, assim como pela ideia da morte. Por isso, talvez, a brevidade: é um livro sem tempo a perder, sem desperdícios de escritura.

Publicado também no Almanaque - http://almanaque.wordpress.com/2012/10/02/meninos-eu-li-27/

underlou 12/02/2021

Volume com textos que imprimem temas que parecem comuns na obra de Borges: espelhos, sonhos e os "outros" Borges. Mas é um livro, sobretudo, sobre memória, no qual o autor explora suas experiências de vida como leitor e escritor e, por isso mesmo, é tido pelo próprio como o seu livro mais pessoal, porque após criar deuses, pesadelos, santos e amores, um escritor como ele, que é capaz de relatar casos ficcionais como quem conta fatos históricos, "pouco antes de morrer, descobre que esse paciente labirinto de linhas traça a imagem de seu rosto."

Dentre os títulos, "Borges e eu" é o que mais sintetiza as reflexões possibilitadas pelo fazedor de memórias, pois nele o autor evoca os outros Borges que são vários. Além disso, na segunda parte do livro o autor faz uma incursão pela poesia em poemas que também tratam da persistência da memória com o mesmo vigor de sua prosa.

Vivi Koenig 24/10/2011

Descobrindo o mundo de Jorge Luis Borges...
Esta miscelânea de contos aparentemente aleatória dá a imagem do autor apaixonado por livros. Seus textos são curtos mas de grande complexidade e força imaginativa. A alegria é imensa ao me lembrar que consegui a obra completa do autor na feira de troca de livros na ESPM organizada pela biblioteca onde trabalho! Só um trecho: "Os rumores da praça ficam para trás e entro na Biblioteca. De modo que quase físico sinto a gravitação dos livros..." Lindo, não? Prometo ler em doses homeopáticas para não ter uma overdose (risos).

M. Alexandra 21/03/2022

Dos 3 livros que li do autor esse foi o mais fraco deles. Mas como já era de se esperar, Borges é Borges e há muitos textos inteligentes que fazem a leitura valer a pena.

Cacá 26/02/2012

Eterno
É um mestre da língua portuguesa. O que escreveu fatalmente será eterno.

Marcos Nandi 03/02/2023

Chato
Juro por Deus que tentei gostar do Borges. Li com esse, seis livros do autor, e não adianta: acho a escrita dele enfadonha, chata, sem graça e cansativa, com raras exceções.

O fazedor é um livro de crônicas, ensaios e poemas. Tentei fazer resenha de cada conto, mas eles são tão curtos e tão sem enredo que não consegui fazer isso. Para não dizer que é só ódio e rancor KKK gostei do texto "O cativo" que dará conta da história de uma criança que despareceu depois de um ataque indígena. Gostei do texto sobre um diálogo (diálogo sobre um diálogo) que fala sobre a imortalidade e o texto sobre Shakespeare. O texto diálogo de mortos também é interessante. E por fim, o texto do Xadrez, lembrando que a coletânea tem mais de 40 textos.