Niels Lyhne

Niels Lyhne Jens Peter Jacobsen




Resenhas - Niels Lyhne


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Aline.Rodrigues 14/02/2024

Bendita seja a indicação de Rilke
No livro Cartas a um Jovem Poeta, Rilke intitula este livro como uma das melhores obras do seu tempo. E tinha razão.

Um livro sobre o desamparo e a solidão inescapáveis.
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Gabriel.Tesser 05/07/2019

Quando você lê uma obra destas, feita com o esmero da edição da Cosac Naify (saudades), fica mais clara a força que uma obra de arte causa no indivíduo. Este livro é esta obra de arte, justamente para mostrar a delicadeza do perfeccionismo, como se um escultor lapidasse cada oração, cada frase ou sentido e emoldurasse em quadros para a apreciação de quem dedicasse tempo. O livro conta a história de um homem, como tantos outros livros, agarrado à sua ideologia. Não é um livro fácil, menos ainda, um livro que cativa a atenção de quem procura ação. O drama é inserido do início ao fim e descrito entre paisagens bucólicas de uma Dinamarca em desenvolvimento (por volta de 1840), como se fossem pinturas de um virtuose. Foi a melhor coisa que já li – não foi a que mais me cativou – das poucas obras que li. É poesia em prosa. Foi escrito para quem aprecia arte, na mais alta forma de expressão. O livro é obrigatório para quem gosta da alta literatura. Raro, caro e cobiçado.
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Emme, o Fernando 03/02/2018

A biografia da melancolia!
O livro narra a história de vida de Niels Lyhne, do nascimento até a morte. No início, o leitor pode achar tratar-se da história de vida de um Jylland, nascido no interior e que acaba vendo-se deslocado no meio social da capital, København. Mas o isolamento do personagem é muito mais que isso.

Não é a vida que vem, mas a vida que vai.

Persiste sempre um sentimento de desligamento profundo em toda a narrativa. É como se nada realmente envolve-se o personagem. Como se ele fosse um estrangeiro, um estranho em um mundo que não faz muito sentido para ele.

Do começo ao fim, a narrativa é muito poética, parece haver sempre uma crítica ao idealismo (idealismo alemão e ao romantismo) e um materialismo quase cortante, frustante. Não é um livro para quem gosta de ação ou grandes acontecimentos, mas você só entende por que nas últimas páginas.

"Pela primeira vez a vida lhe fazia medo, compreendia que quando um homem é condenado a sofrer, não se trata de poesia nem de uma simples ameaça; trata-se de ser arrastado à câmara de torturas e ser de fato torturado, e não há, no último momento, salvação como nos contos de aventuras nem despertar súbito como nos pesadelos. "

"O castelo da felicidade, no entanto, tem alicerces de areia; com o tempo a areia começará a ceder sob os muros, talvez lentamente, talvez insensivelmente, porém inexoravelmente, grão a grão... E o amor? O amor também não é um rochedo, por mais que desejemos acreditar."


A partir do capítulo X, as coisas se tornam mais parecidas com um romance comum e é possível achar que o personagem vai sair desse estranhamento, mas não.

Um episódio bem no final que me chamou atenção foi à "grande traição" que Niels faz com ele mesmo diante da dor.

Na época, segunda metade e final do século XIX, estava em voga o questionamento polêmico do ateísmo e muitos criam que os homens inventam teorias que seus corpos "não suportam"...

Sempre achei curiosa essa ideia de que O CORPO NÃO SUPORTA UMA IDEIA (que aparece nesse livro, em Dostoievski, entre outros).

Embora eu não creia em nenhum dogma, nunca me considerei ateu. Mas mesmo aqueles que se consideram ateus, tomariam uma atitude diferente da "grande traição" do personagem para consigo mesmo?

Eu penso que já estive pelo menos perto da sensação de morte e a ideia pareceu-me mais excitante por ser curiosa do que opressiva, não havendo nenhuma necessidade de redenção. Isso é falar da própria morte.

Mas e diante da morte do outro? De alguém que se ama....

Alguém agiria diferente?

Mas isso talvez seja apenas impressão minha.

O livro, assim como a vida de Niels é uma despedida contínua, uma vida que de facto nunca chega e quando no final parece chegar, o que resta não é nada parecido com o que se sonhou.

O tema central parece mesmo ser o "niilismo", "a ausência de fundamento sobre a qual construir uma ordem conceitual".

Só posso dizer que fiquei intrigado com esse livro, durante a maior parte a narrativa parece ser sobre o nada, e então uma pergunta é feita, uma pergunta para a qual eu não tenho a resposta ...



Por que a vida?
Por que a morte?
Por que viver, se temos de morrer?
Por que lutar, se sabemos que a espada
Nos será um dia arrancada da mão?
Para que estas piras de martírio e dor:
Milhares de horas vividas em lento sofrimento,
O curso mortal de um lento sofrimento?
Salomão N. 03/02/2018minha estante
Você conseguiu comprar esse livro? Inveja.
u.u
Muito difícil de achar e quando encontro é um valor absurdo.


Emme, o Fernando 03/02/2018minha estante
Mas eu não comprei agora, comprei, acho, em 2014, já estava esgotado e achei em um sebo novinho. Os outros dessa coleção eu tenho quase todos, mas acabei não lendo... :-( aos poucos eu leio....nem que seja um por ano....


Salomão N. 03/02/2018minha estante
Tenho da prosa do mundo só Padre Sergio(Tolstói, amo) e Pais e Filhos(Turguêniev, não é meu estilo. acho que você gostará, é bastante politizado).


Salomão N. 03/02/2018minha estante
[EITA, o comentário anterior saiu com um espaçamento de texto bizarro ;-;]


Emme, o Fernando 03/02/2018minha estante
"é bastante politizado"... Pois é, acho que a principal razão pela qual eu ainda não li vários livros da minha estante (eu tenho 1.200 livros não lidos) é o facto de eu não me sentir preparado para compreendê-los de facto. Eu vejo muita gente se meter a ler e não dá conta da leitura, fica naquela coisa superficial bem rasa... Em Os Irmãos Karamázov, por exemplo, eu sei que eu não disse nenhuma bobagem na minha resenha, mas eu fui quase ao limite....às vezes eu gostaria de fazer um ano de estudos filosóficos, mas aí vou e leio mais um clássico... enfim.... Eu li Niels Lyhne agora por causa do livro que eu li antes dele (me deixou meio melancólico), eu queria ver como seria a melancolia tratada de um ponto de vista mais clássico e não deu outra, entender de facto tudo que o autor quer dizer nesse livro não é tarefa fácil...


Salomão N. 03/02/2018minha estante
Pior que em uma época de melancolia eu escrevi um texto bizarro no meu site:
http://neoliebeartsy.blogspot.com.br/2018/01/melancolia-e-tempo.html


Salomão N. 03/02/2018minha estante
Blog na realidade.


Salomão N. 03/02/2018minha estante
E sim, isso faz sentido...


Emme, o Fernando 03/02/2018minha estante
O que é assustador para mim é como seu texto, a vida do Lyhne e o texto anterior que eu li poderiam ser a vida de cada um de nós...e tudo que resta é olhar, inertes, o trigo crescer... Chega, preciso de alguma menos melancólica...


Salomão N. 04/02/2018minha estante
Para aliviar um pouco:
https://youtu.be/4pO7_IxbDsU




Sid Dantas 07/09/2017

Simplesmente a vida e seus absurdos.
Niels Lyhne não é um livro somente para ateus, apesar de ser um e ter me identificado com os pensamentos de Niels.

Mas o livro perpassa toda a sua vida e realça a maior angústia de todas, a existência.

História bem descritiva (o que às vezes pode ser maçante para alguns) e muito bem escrita. Vale MUITO A PENA. Pretendo lê-lo novamente.
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Leonardo 15/03/2013

Desalento
Livro decadentista muito influente na transição séculos XIX e XX. O momento da morte de Erik é um êxtase literário!!
Emme, o Fernando 22/11/2014minha estante
Tem um "spoiler" aí !!! Chato isso!!!


Thiago 12/08/2015minha estante
Qual o problema do Erik morrer?




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