Neuromancer

Neuromancer William Gibson




Resenhas - Neuromancer


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Antonio Luiz 27/08/2010

Vinte anos depois que William Gibson encerrou a trilogia Sprawl, formada pelos romances "Neuromancer", "Count Zero" e "Mona Lisa Overdrive", a editora Aleph, que editara o primeiro volume no Brasil em 1991, agora o relançou (com o título de Neuromancer 25, pois já comemora “bodas de prata”) e publicou os dois últimos volumes dessa saga que marcou época na ficção científica. Todos foram caprichadamente traduzidos, revisados e editados, o que está longe de ser regra na ficção em geral e muito menos na ficção científica em especial.

O diabo é que, de especulação ousada, a obra de Gibson que virou moda e fundou o subgênero cyberpunk – devido à combinação da tecnologia da informação com uma atitude de rebeldia e desprezo pelas convenções típica do punk dos anos 80 – já começa a tornar-se, vinte anos depois, um retrofuturismo. Ou seja, um futuro do pretérito, um futuro imaginado que chegou a ser mais ou menos consensual em seu tempo, mas hoje parece datado, apesar de todos os enfeites futuristas.

Pense-se nas máquinas cheias de rebites e engrenagens visíveis de Jules Verne, nos desenhos aerodinâmicos das engenhocas de Flash Gordon, nos carros voadores dos Jetsons. E no ambiente social e político no qual essas maravilhas se movimentavam. No caso do autor francês, são desafios entre cavalheiros vitorianos. A criação de Alex Raymond salva uma donzela em perigo em meio a uma guerra colonial contra o perigo amarelo. No desenho de Hanna-Barbera, uma dona-de-casa em tempo integral cerca-se de eletrodomésticos futuristas, incluindo uma mucama cibernética.

Não que deixem de ser interessantes. Esses mundos imaginários podem ser fascinantes à sua maneira e as aventuras ali narradas podem continuar a ter o poder de emocionar e maravilhar. Mas seu encanto – assim como, digamos, o da “Terra Média” de J.R.R. Tolkien – passou a ser o da fantasia exótica, o da ultrapassagem dos limites da banalidade quotidiana. Deixou de ter o teor provocativo de um futuro que o leitor vê como possível, sendo levado a pensar se tal possibilidade deveria ser perseguida ou evitada.

Uma fantasia exótica pode ser mais que diversão escapista. Pode ser, entre outras coisas, um convite a considerar outros valores, a pensar a vida real de um ponto de vista novo, ou ao menos um lembrete de que este não é o único mundo e a única maneira de viver que pode ser imaginada. Mas não incita a pensar com a urgência e a seriedade de algo que pode realmente estar a caminho e nos atropelar na próxima esquina, como "Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley em 1932 ou "Não Verás País Nenhum" de Loyola Brandão em 1981. Ou que pode estar a nosso alcance e valeria a pena tentar conquistar.

Pelo atraso com que chega, o livro talvez reforce a percepção algo irônica que o leitor brasileiro – e à vezes também escritores, principalmente (mas não só) os da chamada “primeira onda”, dos anos 60 – tende a ter da ficção científica, como não mais que uma variedade de fantasia, talvez mais fria, pretensiosa e obscura do que o usual.

Não que Gibson desdenhe a fantasia. Em 1990, junto com Bruce Sterling, inaugurou com "The Difference Engine" ("A Máquina Diferencial", que também merece tradução), uma variedade de fantasia que consiste em um retrofuturismo intencional: um mundo desenvolvido a partir da imaginação de Verne e outros autores do século XIX. A sociedade continua basicamente vitoriana e a tecnologia fundada em máquinas a vapor, mas a invenção precoce do computador (movido a vapor, é claro), ou “máquina diferencial” permite realizar avanços que a ficção científica da época apenas sonhava, bem como fazer do Império Britânico um poder ainda maior do que foi na realidade. Também esse livro inaugurou um subgênero que, por analogia, foi chamado steampunk (apesar de mais nada ter a ver com punks).

"Neuromancer" e seqüências não foram, porém, pensadas como fantasias e sim como futuros possíveis em prazo não muito distante – ainda que hoje já não pareçam convincentes. À resenha de Marco Antonio Barbosa no Jornal do Brasil, foi dado o título algo enganoso de “William Gibson, o escritor que previu o presente”, mas como adverte o texto, os anacronismos saltam à vista, ainda que uma ou outra de suas “previsões” possa ser identificada em realidades ou tendências do mundo de hoje e que alguns dos termos e temas inventados por Gibson tenham se tornado clichês e incorporado à linguagem da ficção científica – como o conceito de Matrix, usada na conhecida trilogia do cinema.

Como nota Barbosa, Gibson abre "Neuromancer" descrevendo o céu de uma megalópole do futuro – a Sprawl que se estende de Boston a Atlanta – como da cor de “uma televisão sintonizada em um canal fora do ar”. Os adultos certamente ainda entendem o que ele queria dizer, mas hoje uma tevê fora do ar é da cor que um céu deveria ter, ou seja, azul... O que era para ser uma metáfora moderna, ou pós-moderna, passou a ter um sabor antiquado, saudosista.

No mundo de Gibson são comuns objetos e invenções ainda vistos como possíveis – transplantes de todo tipo de órgãos, próteses cibernéticas, aviões-robôs com inteligência artificial, implantes cerebrais – e conceitos que podem ser relacionados com realidades de hoje, tais como “cowboys de consoles” (que hoje chamaríamos de hackers, sendo “console” algo parecido com um laptop), “ICE” (o que hoje chamaríamos de firewall, ou seja, restrição de acesso de um sistema a estranhos), realidades virtuais e ciberespaço.

Não é pouco, considerando que em 1983, o que um dia se chamaria internet ainda era chamado ARPANET e conhecido apenas de algumas universidades e centros de pesquisa ligados ao Departamento de Defesa dos EUA.

As pessoas substituem braços e olhos como quem troca de tênis, viajam para estações espaciais como quem pega a ponte aérea e ligam ao crânio “dermatrodos” – implantes eletrônicos parecidos com pen drives – que os transformam em terminais vivos da Net, ligam-nos entre si ou lhes proporcionam conhecimento instantâneo e descartável de japonês ou da pilotagem de caças. Por outro lado, não existe nada parecido com o hoje onipresente celular – os telefones continuam obedientemente presos a mesas e cabos. O fax, que naquela época era símbolo de modernidade, é usado em toda parte, inclusive para transmitir jornais à distância.

Soa datada, desde a implosão da “bolha” especulativa japonesa em 1990, a perspectiva de um domínio global da Yakuza e de onipresentes e impiedosas transnacionais japonesas. Mercenários a serviço destas são “samurais urbanos”, o Asahi Shimbun é lido em todo o Sprawl, palavras japonesas estão integrados à gíria quotidiana e assim por diante. O sushi e os mangás de fato conquistaram o mundo, mas não passou disso. Claro, para atualizar esse aspecto, talvez bastasse trocar japoneses por chineses...

A própria rede de computadores, tema e cenário da maior parte da trama, parece bem mais tosca do que aquilo que hoje conhecemos como internet, embora os computadores a ela ligados sejam tão sofisticados que a partir deles evoluíram inteligências artificiais incontroláveis, com a personalidade de deuses do vodu. Em vez das ricas imagens, sons e movimentos tridimensionais a que já nos acostumamos a apreciar no mais simples dos monitores, a sofisticada realidade virtual de Gibson mostra imagens tão simples e esquemáticas como as que se veria num velho Atari.

Além disso a rede, embora vital para os protagonistas, não parece estar realmente integrada à vida da maioria das pessoas. É domínio de grandes empresas, de especialistas e de uns poucos penetras. Pessoas comuns não falam dela e aparentemente não a usam ativamente. Limitam-se a descarregar dela, por meio de implantes cerebrais, o equivalente virtual de novelas de tevê. Nada é interativo. Nada de e-mails, chats, sites de busca, sites de relacionamento, notícias online, jogos multiplayer e outras trivialidades que hoje ocupam grande parte do trabalho e do lazer de cada dia.

Até certo ponto, isso é condicionado pela forma e pelo gênero: é difícil fazer de uma realidade futurista e em boa imaginária o tema de uma aventura e ao mesmo tempo tratá-la como uma realidade que se tornou quotidiana. Verne, ao imaginar máquinas voadoras, também não as pôs ao alcance de qualquer um que pagasse a passagem. Concebeu uma máquina pioneira, a serviço de um inventor decidido a conquistar o mundo ("Robur, o Conquistador").

O que talvez nos pareça mais familiar no mundo de Gibson e ainda estava longe de ser tão real em sua época é a globalização neoliberal. Os personagens viajam por todo o mundo e cruzam-se com figurantes de todas as nacionalidades com uma facilidade que certamente parece mais verossímil hoje que há 25 anos.

É um mundo dominado mais por corporações transnacionais (principalmente japonesas) do que por governos nacionais, raramente mencionados e aparentemente irrelevantes. Todos os mercenários e as armas mencionados na trilogia estão em mãos de empresas privadas, inclusive caças supersônicos e canhões eletromagnéticos tão poderosos quanto armas nucleares táticas. Com exceção do “vodu” na rede, há poucos sinais de religião e nenhum de ideologias políticas ou rivalidades nacionais.

Os personagens principais parecem totalmente vazios de ideais filosóficos, políticos ou religiosos, às vezes até de vontade própria. Têm estilo, têm “atitude”, mas não posicionamento, como nota o crítico Roberto Causo. Querem apenas ganhar dinheiro, sobreviver e fazer upgrades em suas próteses e acessórios. Caso tenham muito sucesso, acabam por se tornar propriedade empresarial para todos os efeitos. Escravizados por contrato, só conseguem escapar de suas proprietárias se forem resgatados por mercenários de alguma empresa rival, para mudarem de amo. Quando muito, conseguem pensar em escapar da servidão corporativa e ter uma vida egoisticamente isolada e sossegada.

Caminhar na direção desse cenário que Gibson descreveu claramente como distopia (por mais que tenha sido glamurizado por seguidores e imitadores) parecia uma perspectiva bem plausível nos anos 90, mas algumas dessas tendências mudaram de direção, para o bem ou para o mal. Desde 11 de setembro de 2001, o ressurgimento dos impérios, dos particularismos étnicos, dos fundamentalismos religioso e das rivalidades entre as potências está na ordem do dia e dificilmente sairá da pauta tão cedo. O risco da escravidão corporativa ainda parece plausível, mas o fundamentalismo religioso e os nacionalismos estão aí para lembrar que para toda ação, há uma reação: nunca será tão fácil ao capital se apoderar sozinho do espírito humano.

O mundo criado por Gibson nos anos 80 continua fascinante e capaz de inspirar estudos culturais e literários, não só nos EUA e Japão, onde é tema de várias obras (tais como "Virtual Geographies", de Sabine Heuser e "Full Metal Apache", de Takayuki Tatsumi) como no Brasil, onde já inspirou pelo menos uma obra de fôlego, "A Construção do Imaginário Cyber", de Fábio Fernandes (Editora Anhembi-Morumbi, R$ 22, 107 páginas), que analisa cuidadosamente tudo que o livro tem de atual, que é muita coisa – mecanização e cibernetização das pessoas, transformação das relações humanas, confusão de real e virtual, substituição do posicionamento pela moda ou “atitude”. Márcia Fusaro, professora de Comunicação Social, escreveu também um longo artigo sobre as diferenças entre as duas traduções de "Neuromancer", a de 1991 e a de 2003, na revista "Cenários da Comunicação", volume 5 (2006).

Ainda assim, do ponto de vista do leitor casual e desprevenido, já não é mais um futuro perturbadoramente plausível, mas uma curiosa mistura de futuro, passado e enfeites fantasiosos. De metonímia, passou a metáfora. O que era possibilidade próxima virou um mundo de fantasia um tanto distante, o que parecia o revelar de uma tendência irresistível e ameaçadora aparece agora como uma alegoria exótica, coisa que soa mais fascinante e curiosa que perigosa, como uma história de vampiros ou de espada e magia. Não dá mais a provocante sensação de iminência e inquietação que só uma ficção científica ousada e recém-saída do forno pode proporcionar.
Matheus Lins 18/04/2010minha estante
Melhor resenha do livro que já li em português.


Eric M. Souza 25/04/2011minha estante
Como bem comentado, foi notável o feito de Admirável Mundo Novo, de conseguir se manter atual e como uma ameaça de um futuro próximo.
Contudo, Neuromancer não devia ser relegado a um "nível inferior" por isso. O que dizer de Asimov, com a inovação da Fundação ser a miniaturização daqui a uns vinte mil anos no futuro, apenas?


Marco 30/04/2011minha estante
De boa, acho que esse fato de parecer retrofuturismo não torna um livro pior, até porque a maioria dos autores de ficçao-ciêntífica do século passado escreveu coisas assim. Acho que pelo contrário é genial a maneira como a realidade que eles previram é uma sátira, um retrato grotesco da sociedade que nós temos hoje. E elas são sim mais parecidas do que se pode perceber a primeira vista.


E.R. 26/10/2020minha estante
mucho texto


SirV8Head 22/12/2020minha estante
Há muito tempo conhecia a importância de Neuromancer para a ficção científica. A lista de livros,filmes, jogos de tabuleiro, videogames, desenhos e animes e séries de TV que foram influenciados por Neuromancer é gigantesca. Por isso, em 2017 comecei a ler o livro e, após 5 capítulos, abandonei a leitura, tamanha a complexidade e dificuldade do livro. William Gibson escreve de maneira confusa, talvez até de modo proposital, para nos colocar na pele do personagem principal. Com o lançamento do jogo Cyberpunk 2077, resolvi dar.uma outra chance ao livro e descobri uma história muito interessante (apesar de ainda confusa em alguns momentos).

Uma dica para aqueles que tiverem dificuldades na leitura: O canal "Caixa de Histórias" fez um.clube de leitura de Neuromancer, comentando


Fabi 01/07/2021minha estante
Resenha livro, adoro resenhas assim, mas eu nunca leio tudo kkkkkkk


Danniki 08/09/2022minha estante
Nunca mais li uma resenha como essa, fiquei impressionade com seu texto!


FabrAcio41 16/12/2023minha estante
Sem chance. Já pulei para os comentários da resenha kkkk


Mano Beto 30/01/2024minha estante
Ótima resenha para o livro hoje. Perfeito. Parabéns!




Silas-sama 12/08/2022

?
Estou ansioso pelo próximo, foi realmente uma bela indicação, a saga me lembra Blade Runner tb. Esse foi meu pensamento no início do livro, agora que terminei, não quero saber de um próximo se for parecido com esse.

O começo foi nostálgico e familiar por causa de Cyberpunk 2077, mas com o tempo foi ficando tão chato e abstrato, af. Tudo de bom que um dia teve foi minguando até restar somente a raiva. Acho que darei uma chance ao segundo livro e se merecer, já dropo a saga inteira nele.
Vaniely 17/09/2022minha estante
Blade Runner é Cyberpunk?


Silas-sama 18/09/2022minha estante
Yep, recomendo o filme antigo.


Vaniely 19/09/2022minha estante
Vlw




Fabio Shiva 28/08/2022

O avanço tecnológico não é bom nem ruim, muito pelo contrário
Creio ter lido esse livro pela primeira vez há muitos anos, provavelmente sem saber de sua relevância para a cultura pop, como uma das obras mais importantes do chamado cyberpunk e que teve influência direta na concepção do icônico filme “Matrix” (https://youtu.be/2KnZac176Hs). Curiosamente, só fui atinar que já havia lido o livro antes ao experimentar uma sensação de déjà vu (tudo a ver com “Matrix”) ao ler sobre a carismática personagem Molly, a ciborgue “samurai de rua” que possui vários implementos tecnológicos em seu corpo, tais como as afiadas navalhas embutidas em suas unhas. Molly possui também olhos artificiais, que trazem o luxo de um display que exibe permanentemente as horas.

Ao ler esse trecho, minha imaginação foi atiçada, mas logo em seguida me peguei pensando: “Mas por que alguém iria desejar enxergar um relógio digital o tempo todo?” E foi essa estranheza que me fez experimentar o déjà vu, o que me fez perceber que eu já havia lido esse livro antes, mesmo sem guardar dessa leitura anterior a menor recordação (a não ser justamente o estranhamento causado pelo display do relógio embutido na visão).

Menciono essa curiosidade porque um dos temas centrais de “Neuromancer” (e, por extensão, de todo o movimento cyberpunk) é justamente o uso que o homem faz da tecnologia que avança cada vez mais rapidamente. A premissa do cyberpunk é que a alta tecnologia acarreta uma baixa qualidade de vida. O cenário de “Neuromancer” é um sombrio futuro próximo, onde as inovações tecnológicas apenas intensificam e aceleram a destruição da natureza, a exploração do homem pelo homem, as desigualdades e injustiças sociais.

Esse é mesmo um tema fascinante e extremamente relevante. A melhor ficção científica, como qualquer boa literatura, é aquela que nos faz enxergar de modo mais profundo a nós mesmos e ao mundo em que vivemos. Daí o impacto da série de filmes “Matrix” (especialmente o primeiro): para além de todos os vertiginosos efeitos especiais, há uma história essencial, que fala diretamente ao coração, sobre a jornada humana no planeta e até mesmo sobre o sentido da própria vida.

Uma das medidas da importância de “Neuromancer” é perceber a quantidade de referências que legou a “Matrix”, começando por esse título, que no livro se refere ao ciberespaço onde se aventura Case, o hacker cowboy que é o protagonista da história, e passando pela cidade de Zion, que tanto no livro quanto no filme é um espaço-símbolo da resistência humana diante de um avanço tecnológico desumanizante.

Contudo “Neuromancer” dialoga direta ou indiretamente com muitas outras obras igualmente marcantes de nosso inconsciente cultural coletivo. Dentro do universo criado pelo autor William Gibson, há a referência a “Johnny Mnemonic” (https://youtu.be/Uwl5MBzTCRQ), história transformada em um filme também estrelado por Keanu Reeves (astro de “Matrix”) e que se passa no futurístico ano de 2021 (o filme é de 1995).

A estética dessas três histórias (“Neuromancer”, “Johnny Mnemonic” e “Matrix”) evoca o igualmente emblemático filme “Blade Runner” (https://youtu.be/eogpIG53Cis), que por sua vez foi inspirado em “Andróides Sonham Com Carneiros Elétricos?”, uma história do gênio louco da ficção científica, Philip K. Dick. Aliás essa história, publicada em 1968, pode muito bem ser considerada a mãe e a musa inspiradora do cyberpunk, que teve seu apogeu em meados da década de 1980. O próprio “Neuromancer” foi publicado em 1984, data que nos faz imediatamente lembrar da obra-prima de George Orwell, que por sua vez pode ser considerada a mãe e a musa de todas as distopias.

Deixei para mencionar no final, entretanto, a referência que achei mais marcante nessa leitura de “Neuromancer”. Se abstrairmos todos os elementos futuristas, típicos de uma história de ficção científica, em minha opinião estaremos diante de uma clássica história policial noir, que me evocou particularmente o estilo de Raymond Chandler (autor de celebradas obras como “Adeus, Minha Querida”, “O Longo Adeus” e “O Sono Eterno”). Perceber essa trama noir subjacente à história cyberpunk me fez agradecer mais uma vez o sábio conselho de Pablo Picasso: “Imitar os outros é necessário. Imitar a si mesmo é que é ridículo.”

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2022/08/o-avanco-tecnologico-nao-e-bom-nem-ruim.html


site: https://www.instagram.com/prosaepoesiadefabioshiva/
DANILÃO1505 28/08/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!


Fabio Shiva 06/09/2022minha estante
Valeu!




leiturasdaelle 13/02/2024

Leitura massante
Foi o meu primeiro livro desse autor, que eu conheci por causa da série adaptada de outro livro dele. Gostei da temática, mas achei um pouco confuso a compreensão quando em um parágrafo era falado uma coisa e no seguinte, entrava um outro assunto que não tinha nada a ver com o que havia sido falado antes. As passagens de tempo eram confusas, uma hora era de manhã em uma praia e no mesmo instante, era o começo da noite em outro lugar dessa praia sendo que o que os personagens tinham começado a conversar na praia, não havia sido finalizado.

Pensando nas tecnologias descritas para a época em que esse livro foi escrito, acho o autor muito visionário. Estou curiosa para saber o que acontece nos próximos livros, mas espero que eu consiga gostar mais do que gostei deste.
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Nimrod 28/10/2021

Definitivamente. Neuromancer não é um livro para qualquer um.
Minha experiência com Neuromancer foi curiosa. O início do livro era exatamente o que eu esperava dele, porém, do meio pro fim, vira uma mistureba só sendo algo totalmente diferente do que eu esperava.
Mas bom, por não ser com o que eu esperava, não quer dizer que foi uma decepção, certo? certo. O fator da minha expêriencia com o livro ter sido de certo modo, curiosa, pra não dizer frustrante as vezes, foi o meio do livro sem dúvidas, não por ser ruim ou algo do tipo, mas por parecer um loop infinito de acontecimentos com termos forçados criados pelo o autor para fazer o leitor pensar "uau quanta tecnologia hein, esse é realmente o futuro" De um jeito que toda a trama e personagens parecem ser o background da história para ter diversas tecnologias jogadas ao ar pro leitor e deixá-lo confuso. Logo quando você começa a se conhecer com os personagens, isso é tirado de você pra forçar uma leitura de diversos trambolhos e do que a tecnologia é capaz. Chega a tornar irrelevante você saber a história e a trama. Minha frustração foi ver um livrasso com potencial jogado fora, preso dessa maneira, pois tudo foi excepcional, mas ao meu ponto de vista, mal aproveitado. A sensação corrida, de loop onde você se pega pensando "mas isso ja não aconteceu? Eu ja não li esta página?" E num passe de mágica você se encontra no final, e pensa que as páginas no meio não serviram de nada pra história, mesmo, servindo.
Bom, ao meu ver Neuromancer é um livro bom, um universo bom, contexto bom, mas executado e escrito de modo medíocre e mal aproveitado. Vale a leitura, mas não recomendaria pra certos tipos de leitores.
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mariana 13/05/2023

uma alucinação consensual
"onde a arte não chegava a ser um crime e o crime não chegava a ser arte."

apesar de cyberpunk não ser muito a minha praia, achei o universo irado. a leitura é fluida, mas fácil de se perder. os personagens ainda que pouco desenvolvidos, trazem muitas reflexões filosóficas, políticas e sociais. vale a leitura!
Will 14/05/2023minha estante
"Leitura é fluida, mas fácil de se perder".

Vc resumiu bem Neuromancer; eu adorei, mas praticamente li 2 vezes de tanto que relia as partes por não entender. Tenho a trilogia completa, mas pretendo ler antes a versão de Neuromancer em HQ - lendo com ilustração talvez facilite a compreensão.


mariana 15/05/2023minha estante
pois é! as vezes eu já estava lá na frente meio sem entender e voltava sentindo que tinha perdido alguma coisa. que legal, não sabia que tinha uma versão em hq, vou procurar! ganhei a trilogia recentemente e confesso que a sinopse do segundo livro me deixou mais animada para ler do que a do primeiro.




leonardo 18/04/2012

O que eu li?
Adoro ficção científica, principalmente Asimov e Philip K. Dick. Gosto do jeito simples e direto de Asimov, mas também gosto do jeito contraditório, de humor às vezes até bobo e cheio de vírgulas do Philip K. Dick. Cito os dois por serem meus favoritos e por marcarem época da minha vida.

Abri Neuromancer com a maior das boas vontades. Li do início até o fim. Estava gostando do que estava lendo, na verdade, mais por reconhecer o potencial inovador contido ali, embora a história seja da década de 1980.

Eu não sei se o problema sou eu, se é do autor ou se é da tradução. Eu achei o livro extremamente confuso e exagerado nas metáforas. Há metáforas em inglês que não cabem no português e em alguns casos isso deixo o texto bem estranho. Como se já não bastasse os termos técnicos que, embora eu acostumado e curioso com informática, boiei um pouco.

Se o problema sou eu só o tempo vai dizer. Se for do autor, vou constatar agora quando ler Reconhecimento de Padrões. Mas quero crer que uma história tão conceituada como essa tenha sido vilipendiada pela tradução brasileira, já que vejo certa unanimidade em reconhecer isso por aqui.

Resumindo. Não entendi nada. O que é Wintermute, Neuromancer, se isso é bom ou ruim. Nada. Li vários blogs dizendo que o final é surpreendente, mas o que me surpreendeu foi o fato de eu fechar o livro e me perguntar: o que foi que eu li mesmo?

Respeito quem gostou e quem opinou positivamente. Aliás, reforço aqui meu interesse em discutir a obra, pois quero mesmo entendê-la

Abraço.
T 18/04/2012minha estante
concordo. o livro é bom pela inovação, mas acho que pela tradução ou mesmo mal do autor, os termos são confusos. creio que muitos termos são criados pelo próprio autor, baseado na tecnologia da época e só são explicados (ou não) depois...


Lincoln Salles 27/11/2012minha estante
Concordo, também boiei na maioria dos termos e o que me irritou é que sei que o autor exagerou propositalmente nesse termos que ele inventou e que com certeza a tradução não ajudou. A história é muito chata, confusa e os personagens mal desenvolvidos.


Lincoln Salles 27/11/2012minha estante
Concordo, também boiei na maioria dos termos e o que me irritou é que sei que o autor exagerou propositalmente nesse termos que ele inventou e que com certeza a tradução não ajudou. A história é muito chata, confusa e os personagens mal desenvolvidos.


Lily 03/03/2013minha estante
ahaha, e eu pensando aqui que era a única que ficou boiando. To fazendo um esforço para ler até o fim, ver se tem algo surpreendente ou qualquer coisa parecida.


Amadeu.Paes 11/06/2013minha estante
Eu tmb sou fã de sci-fi e ouvi a mesma coisa sobre a questão da tradução do livro.

Eu trabalho com computadores desde os anos 80 e acho que se eu tivesse lido este livro nessa época com certeza iria me encantar, mas lendo nos tempos atuais, muitos dos conceitos de informática tomaram rumos mais espantosos do que apresentado na trama.

Quando o autor fala de 1024 MegaBytes, nos anos 80 era um absurdo, algo inimaginável, mas para hoje, qualquer maquineta xing-ling tem 1 ou mais GB.

Na verdade os computadores de hoje são bem mais sofisticados que os apresentado na obra. A própria rede mundial me parece mais evoluída que a apresentado no livro e a tendência com a parte holográfica e 3D, os computadores serem ainda mais superiores.

Na verdade o autor tentou fazer uma "realidade alternativa", se vc encarar dessa forma pode ser que se goste do livro, do contrário vai "boiar".

Até agora não sei se gostei ou não.


Katrash 23/01/2014minha estante
Não tenho dúvidas do aspecto inovador do livro. Indiscutível. Não tenho problemas com os "termos técnicos", se for o caso, é só procurar na Internet.

IMHO o problema é a narrativa confusa. Em outras palavras, percorrer os parágrafos e tentar descobrir onde os personagens estão, e o que eles estão fazendo. Certas passagens parecem desconexas, cheguei a pensar que alguns parágrafos haviam ficado de fora!

Vou esforçar-me bastante para terminar esta leitura.


Hector 30/01/2014minha estante
Estou tendo o mesmo problema ao ler o livro. Adoro ficções científicas. Ciência é o meu trabalho, informática é o meu mundo... mas sinceramente, pelo menos a cópia que eu possua está completamente confusa! Acredito seriamente que o problema seja de tradução, péssimo português!!


Guilherme Vieira 07/03/2016minha estante
Ainda bem que não sou o único... Pqp, se mesmo para quem trabalha com informática os termos são estranhos, imagine para pobres mortais. Na boa, se fosse um lance que nem Laranja Mecânica em que fosse palavras que dá pra deduzir (ou até tem um glossário, no final), até daria pra encarar. Mas são palavras totalmente alienígenas. Totalmente que o autor tirou de não sei da onde e foda-se vc pra entender.
É um daquelas obras (e aí incluo filmes também) que a galera idolatra mas eu fico com a impressão que apenas idolatra por ser ~~cult~~. Pq, se for perguntar bem, ngm entendeu nada.


livrosepixels 30/05/2018minha estante
Wintermute era o nome da AI que premeditava os passos dos personagens dentro do mundo em que a história se passa.

Case é contratado por Armitage, que precisa que ele roube o constructo de um hacker fodão que já estava morto há tempos. O constructo era uma ROM (memória inalterável) guardada nas bibliotecas da Sense/Net. A Rom em questão era sobre Dixie Flatline, nome "artístico" de McCoy Pauley.

Neuromancer é a rival gêmea de Wintermute, ou seja, uma inteligência artificial tão poderosa que, se mesclada com sua rival, se tornariam uma consciência incrivelmente poderosa e perigosa.

Eu também fiquei um pouco confuso durante a leitura. Você pode usar esse artigo para tirar dúvidas e compreender melhor a história -> https://www.monolitonimbus.com.br/neuromancer/




Tatiana 13/04/2020minha estante
Eu tive a mesma reação. Tudo que o livro gostaria de apresentar me interessava. O estilo Cyberpunk, a inteligência artificial. Mas eu não entendia metade das coisas que estavam acontecendo. Eram frases que pareciam que não se encaixavam. O livro parece que não chega a lugar nenhum. Vi um review em inglês e o cara teve a mesma opinião, então talvez problema não seja a tradução. Não sei, mas concordo plenamente com o que você escreveu.




geovana.plens 03/02/2022

O QUE FOI ISSO?
Baita livro confuso e muitas vezes cansativo. Neuromancer é aquele tipo de livro que vc lê e não sabe se entendeu realmente o que aconteceu. É difícil entrar no ritmo da história, acontece muita coisa confusa, termos estranhos aparecem sem explicação alguma (alguns são explicados futuramente, o glossário dessa edição da editora Aleph quebra um galho tbm) e a história muda de perspectiva constantemente. O que me segurou até o final foi o universo do livro, tudo parece muito interessante apesar de tudo e eu queria muito saber se algo grande ia acontecer no final, depois da metade eu só me acostumei com essa confusão e continuei lendo, a leitura até fluiu mais.

O livro é legal em vários momentos, história intrigante, mas eu esperava algo um pouco diferente e essa narração caótica tbm não atribuiu muitos pontos positivos na minha experiência.

Obs: Pq o William Gibson sempre descreve as teta das pessoas nesse livro?
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Henrique Malikoski 04/08/2009

Resenha de Neuromancer
A história é sobre Case é um cowboy cyberespacial, uma espécie de super-hacker do futuro. Com seu sistema nervoso contaminado por uma toxina, ele vaga pelos subúrbios de Tóquio cometendo pequenos crimes. No ameaçador submundo das operações obscuras de transferência de dados e da genética ilegal, Case está a ponto de ser destruído pelas dívidas e pelas drogas, quando é contatado por Molly, uma sedutora mulher samurai das ruas. Molly o leva ao misterioso Armitage, um ex-oficial das Forças Especiais, que oferece a cura de Case em troca da participação em uma missão: hackear um poderoso mainframe.

Garanto para você que é impossível lê o livro sem pensar em "Matrix" o tempo inteiro. Molly veste uma roupa de couro preto colada ao corpo e usa óculos espelhados, igualzinho à indumentária da heroína Trinity. A diferença é que no filme Neo gasta um tempão apaixonando-se por Trinity até levá-la à cama. No livro, Case e Molly rapidinho já fazem sexo, sem amor, só por diversão mesmo. Outra semelhança: os capangas gêmeos albinos de Merovingian (Matrix Reloaded) são iguaiszinhos aos capangas "quase idênticos" de Wage (bandido que Case deve uma grana). O próprio verbete que nomeia o filme é citado inúmeras vezes no livro.

Lembra como é fácil aprender habilidades em "Matrix"? Basta o operador apertar um botão e voalá. Em Neuromancer é a mesmíssima coisa, só que eles usam um chip chamado microsoft. Falando nisso, Neuromancer mostra os "desplugados" rastafáris Maelcum e Aerol, que são parecidos com os "desplugados" rastafáris Tank e Dozer de "Matrix". Sabem onde aqueles filhos de Jah vivem? Zion, uma estação orbital rebelde. Quer mais? Os zionitas adoram música Dub, descrito como um sensual mosaico sonoro mixando uma enorme quantidade de pop digitalizado. Lembrou da festinha promovida por Morpheus?

Case em uma das passagens do livro chega a dizer que enxerga as feições transformadas em um código, como ideogramas japoneses enfileirados. Até balinha de gengibre um dos personagens de Neuromancer oferece a Case. A mesma técnica de aproximação foi usada no filme, quando o Oráculo conversa com Neo. O livro também mostra armas de pulso eletromagnético, idêntica tecnologia da nave Nabucodonosor, de "Matrix". Parecido mesmo é o crescimento intelectual de Case/Neo, sempre amparado pela força protetora de Molly/Trinity.

Ambos os heróis alcançam o ápice de sua capacidade no duelo em pé de igualdade com a Inteligência Artificial, descrita como uma mandala fragmentada de informação visual. Igual à cena em que Neo invade a cidade das máquinas em "Matrix Revolutions". Achei bem interessante a forma como o autor William Gibson inventou o futuro de várias corporações, como a união da Mitsubishi com a Genentech (empresa americana de pesquisa genética), e até da máfia japonesa Yakuza, que no futuro imaginado em Neuromancer, cresceu e absorveu as máfias italiana e russa.

Neuromancer é uma história que já começa pela capa, mostrando uma garota pálida (drogada), com o olho branco. Segundo a sabedoria oriental, o estado de stress ou depressão que faz com que o branco do olho de uma pessoa também apareça abaixo da íris e não só dos lados. É considerado prenúncio de problemas, doenças ou tragédias. Por definição, Neuromancer é a passagem para a terra dos mortos. Nada mais apropriado, então, para uma história que fala de fantasmas, drogas, realidade, ilusão, amor e tecnologia.

E polêmicas à parte, Neuromancer é uma fantástica aventura hacker, que, apesar de muito difícil de ser lido, funciona como um grande vídeo-game. É uma espécie de jogo de aventura num mundo de sonhos, só que ao invés de dormir, basta plugar o cérebro. William Gibson conseguiu reproduzir com precisão dezenas de ambientes complexos num intricado labirinto de realidade virtual. Um futuro possível, um futuro provável. Evidentemente nosso cérebro teria que dá um gigantesco saldo de processamento. Não é fácil viver num mundo em que realidade e ilusão caminham juntas, confundem-se e nos pastoreiam.

Créditos:Daniel Castelo Branco
Maeve 16/08/2009minha estante
Adorei sua resenha e mesmo reconhecendo todos os pontos em comum com Matrix ainda acho que são obras completamente diferentes. O filme não me pareceu plagiar o livro e sim fazer uma espécie de homenagem, as idéias estão ali, mas o clima é tão diferente....Neuromancer não tem nada das referências sobre sofrimento, salvação e compaixão vindas da mitologia cristã, mas acho que aí entra a subjetividade da minha percepção!! hahahahaha


Clio0 21/11/2011minha estante
Concordo com você, é impossível não perceber as semelhanças entre Matrix e Neuromancer... mas também podemos citar mais um amontoado de obras do qual Matrix bebeu. No fundo, Neuromancer é um chute mais pé-na-porta do que Matrix pois sua crítica é mais social, ao passo que Matrix escorrega para uma bagunça filosófica que talvez tivesse mais força se pudesse ter sido melhor amarrada.


Resende 06/07/2012minha estante
Bela resenha Luiz Henrique, parabéns! Só vale resaltar algo que ficou mais claro no excelente comentário da Maeve, que o livro foi publicado beeeem antes do filme, só para caso alguém ache
que foi o contrário. Ótima resenha.


livrosepixels 30/05/2018minha estante
Não acho que o livro seja difícil de ser lido. A leitura pra mim tem sido bem fluida. Difícil mesmo tem sido entender tudo o que está acontecendo na história hahah




bawbara 06/06/2021

o livro é muito bom, com vários plot twist que eu, pelo menos, não imaginava. mas isso associado ao fato dos termos e do tema ser difícil pra um cacete, demorei demais pra entender o que tava rolando. então acho que esse livro n é pra minha inteligência e vida que segue. talvez um dia eu continue a Trilogia Sprawl
comentários(0)comente



Matheus Fariaaas 20/09/2022

Só os bons Profetas tem a capacidade de enxergar o obvio.
Na realidade não é exagero algum dizer que William Gibson praticamente moldou o futuro que nos vivemos hoje com esse livro. Ele, um total ignorante quanto informática da época, praticamente inventou a Realidade Virtual, as IAs de reconhecimento que estão em tudo, etc...

As metaforas são claras, uma verdadeira extrapolação do que foi construído em Blade Runner (Do the androids dream eletric sheeps?) Para um universo que por mais extrapolado que seja, ainda soa muito real. Conglomerados multinacionais que dominam e controlam praticamente tudo, superpopulação, supercidade, implantes neurais (pesquise Neuralink) loucura! Mas o cyberpunk é a realidade.

Isso é cyberpunk: "tudo aquilo que se pode fazer com um rato, também pode ser feito com seres humanos."

Quanto a história: a forma é a chave. Uma prosa caótica e frenética, com os personagens mais inusitados possíveis, Gibson usa girias, trejeitos, personagens multiculturais, multi étnicos. (ex: Malcum o Rastafari) e por mais complicado que possa parecer certos nomes e conceitos que o autor criou, depois que se entende a base você simplesmente mergulha nessa fonte que praticamente todo o cinema e literatura sci fi bebeu até hoje em dia (alá matrix, ghost in the shell, jogador numero um etc...)

É o Duna cyberpunk hehehe
Joesmari.Malko 20/09/2022minha estante
Você é muito culto, credo, te amo.




Allan.Oliveira 13/09/2020

Amei entendi nada
Depois de uma verdadeira LUTA com esse livro e tentar lê-lo duas vezes finalmente consegui aos trancos e barrancos e entender pelo menos 60% do conceito e das filosofias que esse livro coloca pra gente. A primeira experiência foi muito maçante, a escrita do Gibson tava me travando muito, não entendia as descrições lombradas dele. Mas aí achei um canalsinho maravilhoso que fazia podcasts com reviews de cada capítulo o que me ajudou horrores a enfrentar isso com mais facilidade, somado ao fato de estar com uma mentalidade diferente e estar mais adepto a escrita dele em geral. Essa segunda tentativa foi sim, bem melhor que a primeira, mas mesmo com o podcast ainda teve momentos que eu fiquei "WHAT, isso aconteceu ou não?" ou "oq acabaste de acontecer aqui???", Contudo os momentos que foram bons foram MUITO bons, com sua fluidez diferenciada e uma história bem interessante com plot twists bem inesperados, definindo assim minha relação de amor e ódio com esse livro, acho que ele foi feito pra ser mais apreciado como um "conceito", a famosa base do movimento cyberpunk.
Bia 23/09/2020minha estante
Colega, me passa o nome desse podcast? Tô na mesma que você na primeira lida, entendendo nada. Tá bem complicado pra mim e tô quase desistindo...


Allan.Oliveira 23/09/2020minha estante
https://www.youtube.com/playlist?list=PLybRnXeOGXoDNpbRVhfE0spLmC59KEaRW aqui a playlist com todos os episódios dele


Allan.Oliveira 23/09/2020minha estante
Putz acho que n da pra copiar, o nome do canal é caixa de historias podcast, vc pode vê lá na parte das playlists


Bia 23/09/2020minha estante
Obrigada!


Jenner Azevedo 08/10/2020minha estante
Valeu! Eu estou em 82% do livro e tá difícil de entender... Me desconectando facilmente da leitura




Marcos.Leste 06/10/2022

Clássico em seu estilo
Um mundo em colapso, podemos chamar de pós humaninade, a relação tecnologia e cultura estão interligadas ..

É um livro para se ler com calma, pois alguns termos pode confundir o leitor no início.


Porém quando o leitor compreende os termos é como se em alguns momentos estivessem dentro da narrativa como espectador.

Gostei muito...
Regis 07/10/2022minha estante
Quero muito fazer essa leitura. ?




Adib 24/06/2021

"Shadrach, Meschad and Abednego I say them cast in the fire and they never get burn!" Twinkle Brothers
Neuromancer de William Gibson é um pioneiro no subgênero Cyberpunk.

O Livro em si começa muito arrastado, confuso e mal escrito. Alguns termos jogados na cara dos leitores sem a menor explicação ou contexto, imagino como deve ter sido ler na data de lançamento PURO CAOS. Assim eu poderia descrever mais de 40% da obra.

Um lado queria odiar e atribuir os prêmios ao simples fato de fazer o leitor pensar "o que diabos aconteceu aqui" e "não entendi, vou reler". Mas é além disso. E depois de deixar o universo que sim é extremamente rico e mal explorado de lado ele consegue progredir, dando um pouco mais de vida a personagens que até então eram tímidos, apáticos e sem a menor indicação de relevância.

Não é sobre a tecnologia, é sobre para onde caminhamos, o que buscamos, do que estamos dispostos a abrir mão pelos nossos objetivos, e quanto podemos nos anular pelo bem comum. E é aqui que Case, Molly, Maelcum, Wintermute e Rio brilham.

E quando a não tão fina camada de conceitos estéticos é quebrada, vemos uma aura filosófica incrível, tão antiga e persistentemente atual, despertou uma geração cujos ideais ecoam até hoje. Quanto foi previsto? Muito. Quando mudou pela previsão? Jamais saberemos.

GPT-3, Siri, Alexa e tantas outras. O quanto elas e os algoritmos das coisas definem para onde iremos? O que faremos nessa ou naquela cidade? O que comeremos? E onde o faremos? Diferente da ficção as grande empresas parecem se importar com o coletivo, uma melhor qualidade de vida dos que fazem uso de seus serviços. Mas permanecerá assim?

Hoje vivemos a ficção do passado e devemos lutar para que o que consideremos ficção (ruim) não se torne o nosso futuro.
Jurjão 24/06/2021minha estante
?


Dio 26/06/2021minha estante
Ou foi só um livro chato mesmo... Hahahah




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