Mi Hummel 02/03/2015
O passado à flor da pele.
"Na própria carne" ou "Objetos Cortantes" é um bom Thriller. Estou surpresa com Gillian Flynn. Ela realmente consegue trazer à tona o que há de controverso nos seres humanos.
A protagonista, Camille, é medíocre, complexa, subserviente. Tornar-se jornalista foi o que lhe deu a força para enfrentar o que a torna tão singular.
Flynn constrói uma Wind Gap soturna e senti uma certa homenagem a " Carrie, a estranha" com a mãe Adora, sendo dona de um abatedouro de porcos.
As crianças também são, ao seu modo, assustadoras. Algumas perversas e cruéis. Neste clima, era impossível não sentir um incômodo crescente com a história e dividir com Camille a necessidade de libertar-se através das palavras. Camille carrega na pele o passado opressor.
Embora seja mais previsível que " Garota Exemplar", estou gostando muito da autora e da forma como ela desenvolve suas personagens. Eu me enganei com Gillian Flynn acreditando que se tratava de algo no gênero YA.
Não. Não é.
E creio que as capas e projetos editorais deveriam seguir algo mais no tom de Stephen King. Refletindo com mais objetividade a narrativa da autora.