Mekare 12/09/2013
Trechos
P.s.: Surpreendente a exaltação à mulher que ele faz no final do livro! Passou o livro inteiro praticamente sem mal citar nada à respeito e no final, a mulher passa a ser a razão de tudo... ;)
“Nossos sonhos são feitos das coisas que conhecemos. A substância dos nossos sonhos é a substância das nossas experiências.” 23
‘Homens inteligentes são cruéis. Homens estúpidos são monstruosamente cruéis. '
'...memória é a coisa com a qual a gente esquece. Ser capaz de esquecer significa sanidade. Lembrar incessantemente significa obsessão e loucura.' 59
'Vede, o mundo é um lugar muito mau, a vida é muito triste, todos os homens devem morrer e, uma vez mortos... bem, mortos estão. Portanto, para escapar ao mal e à tristeza, os homens de hoje, como eu, buscam o aturdimento, a insensibilidade e a loucura da frivolidade' 101
'A vida não pode ser explicada em termos intelectuais. Como disse Confúcio há muito tempo: "Quando somos tão ignorantes da vida, podemos conhecer a morte?!" E ignorantes da vida somos quando, na verdade, não podemos explicá-la me termos de compreensão. Conhecemos a vida apenas como fenômeno (do mesmo modo que um selvagem conhece um dínamo) e nada conhecemos da vida como númeno, nada conhecemos sobre a natureza da substância intrínseca da vida.' 133
“Muito estranho é o homem, sempre insaciável, sempre insatisfeito, nunca em paz com Deus ou consigo mesmo, seus dias cheios de inquietude e esforços inúteis, suas noites uma fartura de sonhos vãos cheios de ambição e pecado.” 270
"Penso, às vezes, que a história do homem é a história do amor da mulher. Essa lembrança de todo o meu passado é a lembrança do meu amor pela mulher. Sempre, nos dez milhares de vidas e formas, eu a amei. Eu a amo agora. Meu sono é repleto dela; minhas fantasias na vigília, não importa onde comecem, levam-me sempre para ela. Não há como fugir dela, aquela figura eterna, esplêndida, sempre resplandecente, da mulher.
Não entenda mal, não sou nenhum rapaz imaturo e apaixonado. Sou um cientista e um filósofo. Eu, como todas as gerações de filósofos antes de mim, conheço a mulher pelo que ela é – suas fraquezas, mesquinharias, presunção, abjeção, seus pés presos à terra e seus olhos que jamais olharam as estrelas. Mas... a verdade duradoura e irrefutável permanece: Seus pés são belos, belos são seus olhos, seus braços e seu seio são o paraíso, seu encanto tem poder além de todo o encanto que jamais ofuscou o homem; e, assim como o alvo forçosamente atrai o dardo, ela forçosamente atrai o homem.
A mulher me fez rir da morte e da distância, zombar da fadiga e do sono. Massacrei homens, muitos homens, pelo amor da mulher; em sangue batizei nossas núpcias e com sangue lavei a nódoa de seus favores a outro homem. Desci aos abismos da morte e da desonra, traí os companheiros e as estrelas do céu, por amor à mulher – ou melhor, por amor a mim mesmo, que tanto a desejava. E escondi-me entre as espigas de cevada, doente de desejo por ela, apenas para vê-la passar e encher os olhos com sua ondulante formosura, com seus cabelos negros como a noite ou castanhos ou cor de linho ou com todo o ouro do sol.
Pois a mulher é bela... para o homem. Ela é doce ao paladar do homem, ela é perfume em suas narinas. Ela é fogo em seu sangue, é o toque das trombetas. Sua voz é a mais pura música em seus ouvidos. E ela pode abalar a alma do homem, que, de outro modo, mantém-se inabalável diante da terrível presença dos Titãs da Luz e das Trevas. E além de suas estrelas, nos distantes paraísos de sua imaginação, valkíria ou houri, o homem faz, de bom grado, um lugar para a mulher; pois ele não poderia ver um paraíso sem ela. E a espada cantando na batalha não canta canção tão doce como aquela que a mulher canta ao homem só com seu sorriso ao luar, seu gemido de amor na escuridão ou seu andar ondulante ao sol, enquanto ele cai, tonto de desejo, na grama.
Morri de amor. Morri por amor..." 293
“Eu vivi muitas vidas através de longas eras. O homem, o indivíduo, não fez nenhum progresso moral nos últimos dez mil anos. A diferença entre o potro selvagem e o paciente cavalo de carga é apenas uma diferença de treinamento. O treinamento é a única diferença moral entre o homem de hoje e o homem de dez mil anos atrás. Sob a fina casca de moralidade que poliu sobre si, ele é o mesmo selvagem que era há dez mil anos. A moralidade é um capital social que se ampliou gradualmente através de longas e dolorosas eras. A criança recém-nascida se tornará um selvagem a menos que seja treinada e polida pela moralidade abstrata que foi se acumulando por tão longo tempo.”
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