Viagem ao redor do meu quarto

Viagem ao redor do meu quarto Xavier de Maistre




Resenhas - Viagem ao Redor do Meu Quarto


83 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Vênus_Alice 25/02/2023

Viagem ao redor do meu quarto
Conta a história de um membro do exército, que por divergências, foi obrigado a passar 42 dias dentro do seu quarto e para conseguir lidar com o passar do tempo, escreveu em 42 capítulos, uma aventura que narra seu quarto de modo muito interessante, suas divagações e reflexões durante todo esse tempo, além de situações passadas, memórias e amores.

É interessante como pela forma que ele escreve, é possível perceber como está o seu estado emocional e que muitas vezes quer sair do confinamento. Mas ao mesmo tempo, ele aprecia as formas diferentes de ver o seu quarto que se torna o seu mundo.
comentários(0)comente



Wagner47 13/01/2024

O apreço pelo ócio independe da fortuna
Confinado em seu quarto para cumprir uma pena de 42 dias, um oficial do exército faz a maior viagem da sua vida. Passará por diferentes localidades, dentre elas duas mesas, seis cadeiras, uma poltrona, uma cama, uma escrivaninha, um espelho e inúmeros livros, gravuras e quadros.

O livro é exatamente o que se propõe: como entender um devaneio e é repleto disso. Acredito que esse seu ponto-chave acabe por se tornar seu maior defeito: são tantas digressões que a qualidade de umas fica muito acima de outras.

Acompanhamos essa longa e restrita jornada do protagonista de forma bem íntima, por meio de memórias que trazem lembranças sobre o amor, arrependimentos ou a dor da perda de um amigo querido (a qual para mim foi uma das melhores passagens).

Um dos temas que o livro mais se fundamenta é no comportamento da alma e da besta (ou, como diria Platão, a outra). A besta é aquela que assume nossos movimentos enquanto nossa alma viaja para longe. É tipo um parágrafo que você leu todo e que não entendeu porque um breve lapso de uma boa memória ou acontecimento te tirou dali.
O autor traz isso à tona por meio dos devaneios do protagonista (e inclusive podemos acompanhar isso bem de perto e acontecendo na nossa frente), mostrando como uma se interliga à outra e trabalhando numa forma de coexistirem pacificamente. Até porque pode ser muito perigoso ser guiado pela besta enquanto nossa alma está fora por muito tempo.

O livro nos mostra que não é necessário dar muito passos para ir além. É estar longe quando se faz presente e que a liberdade pode muito bem estar num cômodo de quatro paredes ao invés de estar fora dele.
comentários(0)comente



Lucas Lobo 30/09/2022

Não sei oque colocar aqui
Um livro curtinho, fácil de ler. É a edição É bilíngue, bom para quem quer treinar o francês.

grand livre
comentários(0)comente



Angelo 21/06/2011

Uma Viagem pelo Pensamento
Viagem à Roda do meu Quarto, na edição que eu li, seguido de sua continuação Expedição Noturna à Roda do Meu Quarto, é uma obra satírica, construída em contraponto aos relatos de viagem, já satirizados por Swift em As Viagens de Gulliver, e levados a outro extremo do ridículo por Xavier de Maistre.

Neste livro, o seu narrador empreende uma expedição confinada aos limites de seu quarto, indo da cama à poltrona, da poltrona à escrivaninha, etc. Em tais circunstâncias, o sonho, os pensamentos e a lógica tortuosa do narrador ganham destaque na narrativa, razão pela qual se pode dizer que a viagem é menos em torno do quarto, do que ao redor da mente e das razões humanas.

Não é por outra razão que assim diz o narrador: "Impediram-me de percorrer uma cidade, um ponto; mas me deixaram o universo inteiro: a imensidade e a eternidade estão a minha disposição".

O livro é especialmente importante para os leitores brasileiros, pela sua citada e reconhecida influência em Machado de Assis, tanto diretamente quanto por intermédio de Almeida Garrett. Empreendi a sua leitura tendo isso em mente, contudo, não esperava tanta semelhança. Em algumas partes do discurso, parece que estava realmente lendo o Machado. Aliás, em determinado momento, Xavier recomenda ao leitor que eventualmente desgostou de um capítulo que o rasgue de seu exemplar, o que imediatamente me lembrou de Machado solicitando (já não sei se foi em Memórias Póstumas ou em Dom Casmurro) que o leitor modificasse a posição de um capítulo, inserindo-o entre dois outros anteriores.

Enfim, um livro que vale a pena ser lido, tanto para se melhor compreender Machado de Assis, quanto pelos seu próprios e inegáveis méritos.
comentários(0)comente



@adriana_ lerlivros 25/02/2024

????????? ?? 1794.
Após ser condenado à reclusão por 42 dias, o conde e militar Xavier de Maistre, nos leva a uma viagem ao redor do seu quarto enquanto lá fora há guerra e carnaval.
À medida que ele apresenta seus objetos e mobília, vamos percebendo que o itinerário não é literal, aos poucos vamos adentrando o seu universo íntimo e de certa forma ele vai nos ensinando a fazer essa viagem ao interior de nós mesmos.
O livro, "Vigem ao redor do meu quarto" de Xavier de Maistre, possui uma escrita poética, às vezes é engraçado, muitas vezes este protagonista retoma o passado, leva a sua mente para lugares distantes e nunca visitados, esta leitura possui um recurso que eu amo: a quebra da quarta, a todo instante o autor conversa conosco. Este livro nos ensina sobre a autopercepção e autoanálise, é intimista e metafísico.
comentários(0)comente



Isabela Zamboni | @resenhasalacarte 15/09/2020

Viagem pelo mundo físico e subjetivo
Nunca tinha ouvido falar em Viagem ao redor do meu quarto, de Xavier de Maistre. Aparentemente, o livro é um clássico francês que inspirou autores como Nietzsche e Machado de Assis. E foi agora durante a quarentena que a obra foi reeditada e relançada pela Editora 34, momento mais do que oportuno para fazer uma “viagem” sem sair de casa.

O livro é curtinho e apresenta a perspectiva de um homem que passa mais de um mês confinado em seu quarto. O autor, que nasceu na Saboia, foi condenado a 42 dias de detenção por ter duelado com outro oficial. Ao passar esse tempo enclausurado num pequeno quarto em Turim, Maistre resolveu escrever essa breve narrativa, uma espécie de relato autobiográfico metafórico.

Cada capítulo equivale a um dia, portanto, em 42 capítulos acompanhamos sutilezas como descrições dos móveis do quarto, o trajeto entre a cama e a escrivaninha e até mesmo a convivência do personagem com seu criado Joannetti e sua cachorrinha Rosina. Ao quebrar de vez os clichês dos livros de viagens, que geralmente oferecem amplas descrições de belos ambientes, Maistre traz uma nova dimensão aos objetos mais comuns do seu quarto. Durante várias passagens ele celebra sua poltrona, faz análises sobre o espelho, disserta sobre a importância de uma cama confortável e se gaba de sua pequena biblioteca.

No entanto, a graça do livro não está nas descrições cotidianas, mas nas reflexões filosóficas. A viagem ao redor do quarto não é apenas literal, mas também subjetiva. Maistre transforma o quarto em um espaço de contemplação, além de divagar sobre o mundo que ele enxerga pela janela.

Faz comparações no campo da arte, entre música e pintura; descreve uma vida psíquica, como se dentro de cada pessoa existissem dois seres: a “alma” e o “animal”, que ele também chama de “o outro”. Nesse caso, a alma seria o sentimento, a consciência, a razão e a moral; o animal contempla os instintos e os atos espontâneos de cada um, como se existisse uma pessoa à parte, que não pensa, só age.

Ao longo das páginas, o autor oferece pitadas de pessimismo mescladas a pequenos atos de espontaneidade. É uma grande viagem, tanto pela mente do personagem, como pelo espaço físico de Turim.

Para ler a resenha completa, é só acessar resenhasalacarte.com.br!

site: https://resenhasalacarte.com.br/resenha/viagem-ao-redor-do-meu-quarto-xavier-de-maistre/
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Rafael1906 19/04/2024

O mundo está em quatro paredes.
Um rapaz do exército se vê privado da liberdade, isolado em seu quarto, apenas recebendo a visita do criado e compartilhando da companhia de sua cachorra. Nesses dias compridos, ele nos apresenta o quão vasto pode ser as dependências de um quarto, descrevendo os móveis, os livros, as fotografias, os quadros... Com uma escrita fluida e em constante movimento, o livro nos faz refletir sobre o isolamento e a importância de cultivar a leitura como meio de escape da realidade e de mundo.
comentários(0)comente



Nayara Moraes 03/01/2024

Bom, porém...
É um bom livro, com uma ótima narrativa, com um poder de imaginação muito grande e que de fato te leva a viajar ao redor do quarto, tanto do escritor, como do seu próprio quarto.
Só acho que eu não estava sempre com a vibe ideal para ler esse livro, mas isso não retira seu mérito, é um ótimo livro.
comentários(0)comente



Hamilton* 30/01/2023

Agora escrevo ainda parado no quarto
Antes um esclarecimento, eu terminei a estória, mas ainda não li os textos críticos que vieram, em parte por desejar escrever essa resenha de maneira mais fresca possível, e de maneira a conter minha opinião baseada apenas na obra.

Agora sobre este livro clássico que tantas gerações influenciou e que ainda influenciará as por vir.

Começo ressaltando aquilo que está presente de maneira intrínseca ao livro inteiro: a bela escrita de Xavier de Maistre que em dupla com um humor satírico e irônico, cria um ambiente tão prazeroso que não se sente o passar dos capítulos e que em muitas vezes me fez soltar risos irrefreáveis. Além dele ter um imaginação que te abarca como um barco mesmo, ele te faz viajar por um quarto, subir o estofado da poltrona e descer pelas beiras dos quadros, tudo isso ainda deitado na cama em seu macio roupão. Claro que preciso ressaltar o protagonista, que nós aparece sem nome e sempre em primeira pessoa, e que ainda possui uma presença arrebatadora, por nós contar a estória como se estivesse numa roda de conversa, sempre cortando caminhos, emendando em outros e fazendo vagos desvios. Tudo sem perder a linha que costura estas páginas.

Um ponto rápido sobre a edição, que eu gostei bastante, são as ilustrações da Carla Caffé que são um fenômeno visual a parte, incrementando muito a experiência de leitura. Muitas vezes mesclando colagem com desenhos e pinturas, criando um resultado muito belo. Além de com certeza essa já ser uma das minhas edições mais bonitas da minha estante.

Para encerrar, uma observação caso pretenda viajar nas tintas desse título.

- Carregue uma caneta cheia, pois a quantidade de marcações que fiz nesse livro foram tantas, a ponto que se for folhear a procura de um trecho especifico, possivelmente me verei procurando por 42 dias inteiros.

Para o fim um trechinho "Contemplar o espetáculo da natureza, seja no todo, seja nos detalhes, abre diante da razão uma imensa gama de fruições" e uma pergunta, afinal "Quem é capaz de entender um devaneio?".
comentários(0)comente



Izamara Ferreira 10/10/2023

Uma jornada imaginária
"Viagem ao Redor do Meu Quarto" é uma obra singular e notável escrita pelo autor francês Xavier de Maistre. Publicado pela primeira vez em 1794, este livro é uma joia da literatura que desafia as convenções tradicionais de narrativa, oferecendo uma perspectiva única sobre a jornada do autor sem ele nunca sair do seu quarto.

A narrativa é uma jornada introspectiva de Maistre, que decide explorar os recantos de seu próprio quarto como um aventureiro faria em uma viagem pelo mundo. Ele descreve detalhadamente objetos, móveis, e cantos do seu quarto como se fossem destinos exóticos em um país distante. A habilidade do autor em transformar o mundano em algo extraordinário é surpreendente.

A escrita é repleta de ironia, humor e observações perspicazes. Xavier de Maistre usa sua jornada imaginária para refletir sobre a natureza humana, a solidão, a criatividade e a busca de sentido. Ele encontra beleza nas coisas mais simples e nos leva a apreciar as maravilhas do mundo que muitas vezes ignoramos em nosso cotidiano.
comentários(0)comente



Beatriz 06/11/2023

Quem é capaz de entender um devaneio?
Que leitura encantadora! Gostei bastante deste livro e principalmente da forma como Xavier escreve, adoro quando o autor conversa com o leitor, uma característica que sempre me marcou ao ler os livros de Machado de Assis. Na edição deste livro há alguns textos de apresentação que trazem que de fato o Machado se inspirou em Xavier na sua escrita. Isso também é explicitado e escrito por ele em Memórias póstumas de Brás cubas. Um livro maravilhoso e bem diferente do que costumo ler. Vale a pena visitar clássicos!


?quando viajo pelo meu quarto, raramente fico em linha reta. Da minha mesa, vou em direção a uma foto colocada em um canto; daí parto numa direção oblíqua para a porta; e então, embora, ao iniciar, pretendesse retornar à minha mesa, ainda assim, se por acaso caísse com minha poltrona no caminho, imediatamente, e sem a menor cerimônia, assento-me nela. A propósito, que artigo de mobília importante uma poltrona é e, acima de tudo, quão conveniente para um homem pensativo.?
comentários(0)comente



Nathi.Hrlena 25/11/2023

Influência de Maistre
Eu não conhecia o autor, mas a leitura é fascinante. Descobrir um livro tão antigo (1975) e que teve influência sobre Machado de Assis (um dos meus preferidos) foi uma surpresa total.
Quando se conhece a história do autor e a razão pela qual o livro existe, fica ainda mais interessante.
Recomendo muito. ?
comentários(0)comente



Raissa 19/11/2020

"proibiram-me de percorrer uma cidade, um ponto; mas deixaram-me o universo?
comentários(0)comente



Carla Verçoza 11/01/2021

Ótima leitura!
Imagine precisar ficar 42 dias trancafiado em seu quarto (ok, muitos de nós não precisamos imaginar, temos vivido algo do tipo nos últimos meses).
Texto excelente, o autor usa cada dia, cada item do quarto, cada espaço, para sua viagem e propõe ótimas reflexões. Citado como inspiração de Memórias Póstumas de Brás Cubas.

“Quando se põe a ler um livro, e uma ideia mais agradável lhe vem de repente à imaginação, meu senhor, sua alma se aferra imediatamente a ela e esquece o livro, enquanto seus olhos seguem maquinalmente as palavras e linhas; o senhor termina de ler a página sem compreende e sem recordar o que leu. Isso se deve ao fato de que sua alma, tendo ordenado a seu companheiro que cuidasse da leitura, não o avisou sobre sua breve ausência; de maneira que o outro seguia adiante com a leitura que sua alma já não escutava mais.” Pág. 16

“Uma vez que devo dizê-lo, minha biblioteca, pois, composta de romances - sim, de romances e de alguns poetas seletos. Como se já não andasse farto dos meus males, partilho ainda, voluntariamente, aqueles de mil personagens imaginários e os sinto tão vivamente quanto os meus: quantas lágrimas não derramei pela infeliz Clarissa e pelo amante de Charlotte.” Pág. 55
comentários(0)comente



83 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR