Leitora Viciada 21/05/2014PDM (POD) é o livro de estreia de Stephen Wallenfels e o primeiro da série em que ele trabalha no momento. O segundo possui o título em inglês Monolith (Monólito).
O título é uma sigla; não foi criada por algum governo, por alguma força militar, pela mídia ou por cientistas. É criada por um dos protagonistas pela sua ideia pessoal do que são as centenas (milhares!) de naves alienígenas que se espalham pelo céu. E é assim que o livro é: O ponto de vista de pessoas comuns, despreparadas e desinformadas sobre a invasão de naves negras assustadoras. Que cidadão estaria?
A capa da Bertrand Brasil é uma mistura de desolação e mistério, com destaque a uma das naves e... um ser humano. Não é um extraterrestre que assombra a capa, é a silhueta de uma pessoa.
A diagramação é dinâmica, com dois grupos de fontes diferentes - cada um para seu narrador.
É um livro jovem, mas não de tema fácil. PDM é uma trama carregada de pressão psicológica, drama e desespero. Mantendo um texto simples, cru e direto, o autor consegue expor a complexidade da natureza humana exposta a uma catástrofe totalmente sem explicações. Como os humanos reagem a um ataque alienígena?
Como a capa destaca: "Sobreviver a um cerco alienígena é um feito. Sobreviver à Humanidade é outra história." Se em PDM você já é sortudo, abençoado e vencedor (como preferir) por não morrer em um primeiro instante, será que sobrevive aos demais obstáculos? As outras pessoas, você mesmo, fome, sede, medo, violência... Tudo pode ser mais terrível que os alienígenas.
Assim como tem ocorrido com outros temas apocalípticos, principalmente zumbis, a questão como foco especial é sempre as atitudes das pessoas. O caos psicológico e a ética colocada em prova, assim como conflitos de razão versus emoção e a dúvida de se colocar em primeiro lugar para sobreviver mesmo atropelando os antigos princípios e leis de uma civilização que parece não mais existir. Aqui Stephen Wallenfels escolheu seres extraterrestres para ser o estopim dos conflitos pessoais e de relacionamentos.
A narrativa ocorre em primeira pessoa, porém sempre se alterna entre os protagonistas Josh e Megs. Cada capítulo possui um título dado pelo respectivo narrador e funciona como um relato do dia-a-dia após a chegada das naves invasoras. Ás vezes um acontecimento de grande impacto é brevemente contado sob as duas perspectivas.
Como Josh está prestes a completar dezesseis anos e Megs tem doze, a visão do livro é juvenil e leve, com boas doses de ironia. Uma ideia excelente do autor, projetar o peso da temática do livro em visões adolescentes e frescas. Não perde a importância, mas cria vigor e traz energia através dos relatos.
Para ler toda a resenha acesse o Leitora Viciada.
Faço isso para me proteger de plágios, pois lá o texto não pode ser copiado devido a proteção no script. Obrigada pela compreensão.
site:
http://www.leitoraviciada.com/2014/05/pdm-stephen-wallenfels-e-bertrand-brasil.html