Festa no covil

Festa no covil Juan Pablo Villalobos




Resenhas - Festa no Covil


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Lygia 22/04/2012

Festa no Covil - Juan Pablo Villalobos
Sórdido, nefasto, pulcro, patético e fulminante. Não, não são palavras que descrevem o livro, são apenas palavras muito utilizadas pelo garoto precoce, que vive em um ambiente nada convencional, lê o dicionário antes de dormir, e que mesmo assim, se permite ter sonhos de criança (e desejar ardentemente um hipopótamo anão da Libéria).

Tochtli vive no México, em um palácio, e sabe que tem muito dinheiro. Filho de um traficante, tem pouca convivência com outras pessoas. Pelas suas contas, conhece no total umas 13 ou 14 pessoas, possui horários de estudos, de brincar e quase nunca sai de casa para interagir, o que dirá ter amizade com garotos da sua idade. O pai, Yolcault, não permite que ele o chame por esse nome, e não é muito presente em sua vida.

O grande trunfo desse livro é mostrar contrastes: ao mesmo tempo em que Tochtli é apenas uma criança, ele narra todos os acontecimentos ao seu redor mesclando fantasia com observações brilhantes para um garoto da sua idade, tendo acesso à morte, cadáveres e armas desde muito cedo. O pai tenta preservá-lo do mundo enquanto, simultaneamente, dá a entender que o prepara para a vida que o espera, como herdeiro de seus negócios.

Além disso, a falta de uma presença feminina contribui para a personalidade já forte e meio fria do garoto, ele foi ensinado desde cedo a não demonstrar sentimentos, a não chorar para não ser tachado de maricas. Mesmo assim, as características que demonstram que estamos diante da narrativa de apenas um menino saltam aos olhos do leitor a todo momento, quando nos deparamos com a extravagante coleção de chapéus que ele gosta de usar, ou com o desejo de andar apenas de roupão pelo palácio, simulando um samurai.

O romance de estreia de Villalobos chega a ser exótico pra mim, fora do que estou acostumada a ler. O livro tem apenas 96 páginas, sendo que de história mesmo, não passam de 80. Porém, em poucas palavras, o autor conseguiu demonstrar em sua obra, uma fantasia não convencional. Fica bastante evidente que o personagem Tochtli é fruto do meio que vive, já possui traços de um sociopata e usa o tom de deboche na narrativa do seu dia-a-dia. Com certeza, Festa no Covil é uma leitura recomendada: inesquecível, violenta e que Tochtli não classificaria como patética.
Domi Berthoux 18/12/2012minha estante
Adorei sua resenha. Muito bem estruturada.


Lygia 18/12/2012minha estante
Muito obrigada! =)




Leticia 10/09/2020

Festa no covil, de Juan Pablo Villalobos, retrata a vida de uma criança, Tochtli, filho de um grande narcotraficante mexicano. Através de sua perspectiva vemos como ele enxerga a violência, de uma maneira inocente mas brutal ao mesmo tempo, e a sua naturalização, por fazer parte diariamente de sua vida.

"Uma das coisas que aprendi com o Yolcaut é que às vezes as pessoas não viram cadáveres com uma bala. Às vezes precisam de três balas ou até de catorze. Tudo depende de onde você atira. Se você atira duas balas no cérebro, com certeza elas morrem. Mas você pode atirar até mil vezes no cabelo que não acontece nada, apesar que deve ser divertido de ver."

E não somente a violência é rotina em sua vida, mas a solidão. Tochtli vive em uma redoma, é super protegido e mimado, mas ainda sim muito solitário. É um livro que aborda a solidão em infinitas possibilidades, sobretudo na infância.
Por mais que seja um livro curto, pouco mais de noventa páginas, é um livro de grandes reflexões.
João Bruno 10/09/2020minha estante
Quero ler


Leticia 10/09/2020minha estante
Eu gostei bastante, espero que goste também :)




Grace.Souza 04/04/2021

Visão inocente sobre narcotráfico
Interessante como o olhar infantil pode nos mostrar como o entorno afeta as pessoas (mesmo que elas ainda não entendam realmente o que está ocorrendo), me chama a atenção a solidão na infância, mas recomendo mais o livro: Se Deus me chamar não vou.
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Daiana 26/03/2024

O livro foi bem rápido, me lembrou muito "O menino do dedo verde" só que latino. Achei uma leitura gostosinha, mas que te faz refletir varias coisas.
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Fabio.Nunes 28/08/2023

Curto demais
Este é um livro narrado por Tochtli: uma criança, filho de um grande narcotraficante.
Uma narrativa fluida, que mistura elementos cômicos com os absurdos que essa criança vê.
Uma criança isolada do mundo, que só conhece o pai e algumas poucas pessoas (15).
No fim das contas, é um retrato da absoluta solidão de uma criança que vive num palácio, com todas as posses que uma criança nessa idade poderia obter, mas ainda assim assolado por problemas de ordem psicológica.
Recomendo, mas poderia ser mais longo para gerar mais identificação com as personagens.
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Pedro3906 30/04/2023

Gostosinho
Pensei em ler esse antes para poder revisitar "Se vivêssemos em um lugar normal" (que larguei há muito tempo), mas aparentemente os dois não possuem ligação. Diferente deste, achei menos graça em Festa no Covil, embora tenha seus momentos e suas reflexões, uma ótima no posfácio, que acabou de me causar uma emancipação de ideias da minha mente em formação. Se for ler, tenha menos preguiça do que eu, dá pra terminar em hora e meia.
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Mari Pereira 05/02/2023

Um covil de traficantes aos olhos de uma criança
Eu adoro livros narrados por crianças. Então "Festa no covil" me conquistou desde as primeiras linhas.
É interessante entender as percepções de uma criança a partir de um contexto tão específico e violento.
Algumas coisas ele entende de forma muito espantosa; outras ele desconhece o sentido e só pode explicar por meio da imaginação... E assim ele vai vivendo, entre a dura realidade e a realidade inventada. Assimilando regras, costumes, e criando suas próprias normas.
Um livro encantador pela sagacidade da escrita, com breves alívios cômicos, em um cenário profundamente trágico.
Bonito, triste e muito latino.
Yasmin O. 05/02/2023minha estante
Juan Pablo Villallobos ??




Akemi 10/01/2022

Interessante
Gostei da premissa do livro e de ver tudo pelos olhos desse menino que cresce nesse meio sendo filho de um chefe do tráfico, mas eu não consegui me apegar muito na história, nem me envolver muito mas tirando isso foi bem legal.
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Carlos531 08/04/2024

Até o momento estou a pensar como um livro relativamente curto conseguiu causar tantas sensações conflitantes em meio à barbárie no mundo do narcotráfico não apenas no México onde se passa nossa historia, mas como um todo.
Nosso protagonista se chama Tochtli uma criança prodígio como ele mesmo se descreve e vemos o mundo do trafico com suas atrocidades pela visão dessa criança que vive uma vida de luxos e mimos, porém solitário como sendo o preço a se pagar pelos atos praticados por seu pai. Para nós Tochtli vem contar os acontecimentos de seu desejo por um hipopótamo anão da Libéria, e até nos revelar todos os acontecimentos pela busca de seu desejo, vem nos apresentar seu dia a dia, suas aventuras, além do pequeno e seleto grupo de pessoas que conhece. Cotidiano irrigado por mistérios, crimes, uma masculinidade que chega a ser toxica e uma obsessão doentia de nosso protagonista por cabeça e chapéus.
Tudo isso regado de sua visão insensível aos fatos ou talvez até por não compreender o mundo sem ser na visão do crime imposta a ele. O autor por meio de seu personagem principal ainda se encarrega de nos oferecer um material muito interessante de base para apoio à história como filmes e musicas. Todo o clima tenso da história não tira a possibilidade de boas risadas, mas o que nos prende mesmo é a barbaridade que a protagonista deixa explicita até mesmo em suas brincadeiras e estudos livres.
O autor consegue fazer com que analisemos o poder do narcotráfico na sociedade, na visão solitária de uma criança que participa e convive com isso de dentro. Um conto fictício que beira a realidade de forma assustadora, mostrando a corrupção em seus diversos graus montado uma máquina de desigualdade e criminalidade sem precedentes.
Ficando aqui a pergunta, até onde nossa historia se assemelha com a realidade?
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PeterJohnson0 21/12/2021

Resenha de Festa no Covil
Vamos lá neh pq eu dei 3 estrelas pra esse livro? kkkk
Bom aqui no Skoob 3 estrelas equivale a "BOM" e tipo é o que esse livro é pra mim no MÁXIMO kkkkk

Quando vi ele mum vídeo do youtube ele parecia mais interessante falei "caraca vou ler ele gostei" aí eu LI... E não foi tudo aquilo que eu tava esperando kkkkk

Decepcionado ? não pq pra mim não foi uma COMPLETA PERDA DE TEMPO sabe, pq eu gostei pelo menos do humor do personagem principal e tals (Bom, ele fez piadas com coisas que eu considero "pesadas" MAS tudo bem kkkk)

Obviamente ele não entra na lista dos favoritos e 3 Estrelinhas eu acho que tá ÓTIMO kkkk
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Paulo.Vitor 02/08/2022

Festa no Palácio
Hoje em dia, as mídias/informações sobre a parte negativa do México estão muito mais comuns, vide Breaking Bad e Mayans MC, porém, o livro toma uma abordagem diferente ao ver a interpretação de todo o problema na ótica de uma criança, que por muitas vezes se mostra não ter um uma noção ética muito afinada para perceber o quão ruim é participar de um "bando" desse tipo, apesar de se demonstrar bem maduro para a idade que tem.
Gostei muito das escolhas dos nomes dos personagens serem nomes astecas, além do tema colonização ser bastante comentado com uma ironia áspera, visto que o personagem principal, ou "coelho", não entendia exatamente o porque da colonização ter sido algo ruim, enquanto o professor particular dele (inclusive, gostei muito deste personagem, mesmo com o final que teve) fazia discursos contra o imperialismo americano e contra a colonização do passado.
O humor do livro me surpreendeu, dificilmente eu dou risada ao ler um livro, mas a inocência do personagem e a surpresa de ler algumas coisas neste aqui, até que me tirou algumas gargalhadas.
É um livro curto, dá pra ler em uma tacada só, valeu totalmente a pena, me surpreendeu positivamente, ao final o livro, no posfácio, este é colocado como um livro importante para a onda da narcoliteratura e consigo ver o motivo. O próximo livro, que não é uma sequência direta, terei que ler no kindle, visto que tá esgotado na maioria das lojas e nas disponíveis, está um preço bem salgado.
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Maiara.Alves 24/07/2022

Trilogia Mexicana
A história gira em torno do filho de um chefão do narcotráfico mexicano. Ele vive com o pai, alguns capangas e empregados da casa num local isolado. O menino não tem amigos, além dos empregados do pai. Para compensar a solidão, o pai mima o filho com presentes caros, como uma coleção de chapéus e um casal de hipopótamos anões da Libéria.

O narrador foi o que mais me encantou. É interessante ver o quanto é possível uma história sobre o tráfico mexicano ser contado por uma criança, sem ficar infantilizado.

Foi uma grata surpresa a leitura desse livro, história é curta, mas nem por isso deixa a desejar em nenhum aspecto. Estou super animada para ler os demais livros da "Trilogia Mexicana" do Juan Pablo Villalobos.
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Hera 30/01/2021

Excelente
Um mini-romance narrado sobre o ponto de vista de uma criança filha de um chefão do tráfico mexicano. A história é cômica, sensível, inocente e perturbadora. Afinal se trata de uma criança falando do seu dia-a-dia sem ter muita noção das coisas sórdidas que cercam a realidade dela. Vale muito a pena. Pra ler numa sentada.
João Vitor Schulte 30/01/2021minha estante
Adorei esse livro, preciso voltar para os outros dois da série.




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