Queria Estar Lendo 21/10/2020
Resenha: Coraline
Coraline foi minha primeira escolha de leitura para a Maratona Literária de Halloween e definitivamente um pontapé ótimo por isso. A aclamada história de Neil Gaiman serve como leitura rápida e também, para pessoas mais medrosas como eu, pra tirar um pouco do seu sono.
Na trama, Coraline se muda para um apartamento com vizinhos excêntricos e pouca coisa para fazer além de explorar os jardins lá fora e desvendar os segredos que se escondem atrás de uma porta misteriosa. Quando, do outro lado da porta, ela encontra seus outros pais - figuras estranhas com botões no lugar dos olhos - e o que parece um outro mundo onde coisas perversas ganham vida e sequestram seus pais verdadeiros, Coraline percebe que vai precisar confrontar seus medos para salvar o dia.
Eu começo essa resenha deixando que sou uma grande medrosa. Muito medrosa. Do tipo medrosa de não dormir tranquila depois de ler ou ver histórias de terror (e qualquer tipo de terror psicológico funciona comigo porque me impressiono bem fácil). Eu assisti Coraline uma vez na minha vida e foi suficiente para morrer de medo, apesar de ser fascinada pelo stop motion e pelo filme como a obra de arte que é.
Toda a ideia do "outro lado" com os outros pais, outros vizinhos, outro universo muito mais macabro e perturbador me deixa AH! das ideias. E o livro conseguiu pegar o que eu já conhecia e ser ainda mais assustador, sendo uma fonte muito mais tenebrosa para a adaptação que deu uma suavizada em alguns detalhes.
"Coraline ficou arrepiada. Ela preferia que a outra mãe estivesse por perto. Se ela não estava em lugar algum, poderia estar em todos."
A história sobre uma garotinha confrontando seus medos e entendendo que ter coragem não é ausência de medo, mas fazer as coisas mesmo ao sentir medo - e é muito legal acompanhar essa evolução da Coraline. Da menina curiosa até a amedrontada e então a medrosa determinada.
Suas interações com os pais do outro lado, principalmente a mãe, são pra lá de macabras. Tudo a respeito do "desconhecido" que molda aquelas figuras serve pra deixar o clima mais e mais tenso; os vizinhos dela então, credo em cruz. As atrizes e seu show de horrores e o homem louco que mora com seus latos são acréscimos perfeitos pra deixar o clima mais tenebroso.
Coraline é um livro bem curtinho, leitura de uma sentada no sofá, e traz lições importantes porque, apesar de todo o clima que me deixou AH! ainda é um livro infanto-juvenil, e a narrativa do Gaiman com certeza fala com esse público.
"Percebeu que estava com medo de que algo pulasse nela, então começou a assoviar. Achou que seria mais difícil alguma coisa pular nela se estivesse assoviando."
De bônus a edição da Intrínseca ainda usou as ilustrações do Chris Riddell para abrir os capítulos e é cada arte maravilhosa que só serve pra deixar esse livro ainda mais maravilhoso.
Para fãs de terror e de monstros e desconhecido, mas também sobre as aventuras de uma garota e sua imaginação e coragem, Coraline com certeza é uma história imperdível.
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