Bruna Fernández 17/05/2012Resenha para o site www.LivrosEmSerie.com.brCom uma capa bonita com um misterioso desenho de um coelho e uma sinopse tão enigmática que não revela muito sobre o enredo: foi assim que esse livro me chamou a atenção. Antes de falar sobre o livro gostaria de agradecer aqui à Editora Subtítulo por ter enviado uma prova desse primeiro livro de uma trilogia para a gente poder analisar e resenhar pra vocês! Mas vamos ao que interessa!
Nesse primeiro volume somos apresentados a vários personagens cujas histórias e vidas vão se intercalando até que o leitor possa montar o quebra-cabeças e ter uma visão geral do que está acontecendo. Os dois personagens mais importantes são Piotr Maglev, um russo e Chevillon, um francês. O primeiro é um homem que está “doente” (entre aspas pois ninguém sabe o que ele realmente tem) e por ser extremamente rico, ele junta uma equipe peculiar para tratar de seu “problema”. Nessa equipe temos pessoas de diferentes nacionalidades com diferentes formações: Chien, uma espécie de segurança/faz tudo; Alice, uma médica; Indar, um espanhol que trabalha como um terapeuta de Maglev; Otto um italiano insano que é segurança e também piloto e atirador profissional e Philips, um arqueólogo australiano. Logo no começo do livro, junta-se a eles Janine Larsen, uma miúda irlandesa que é uma neurocientista.
Acompanhamos a contratação e a chegada de Janine até Maglev, em uma cidadezinha esquecida do mundo bem no interior da Rússia. Ela passa por momentos e processos esquisitos até conseguir chegar a Maglev. Porém quando ela chega na Dacha, local onde Maglev está “internado” e reuniu sua equipe, seu contratante já está em coma. Como eu afirmei, é um grupo no mínimo peculiar, que acaba intrigando muito o leitor conforme vamos avançando na leitura.
Paralelamente acompanhamos a história do francês Chevillon e seus “filhos adotivos” De Gaudin e Bèatrice. Infelizmente é impossível falar da história dele sem soltar grandes spoilers do enredo, então vocês vão ter que ler para conferir! Outra história que corre paralelamente é sobre o nascimento, infância e adolescência de Piotr Maglev, um russo que teve uma vida bem complicada desde o dia em que nasceu, tornando-se órfão de pai e mãe antes mesmo de completar um mês. Acompanhar a história desse homem fascinante explica muita coisa que se passa na atualidade.
A história me conquistou pois achei o enredo intrigante e convincente. Apesar de ter um quê de ficção científica e misticismo acho que a natureza tão real e humana dos personagens ajudou muito a deixar a história verossímil, pelo menos do meu ponto de vista. Me apeguei demais aos personagens, e quando algum deles estava em alguma posição de perigo me via realmente sofrendo junto. Temos uma variedade enorme de personalidades, uma diversificação de opiniões e maneiras de agir e na minha opinião isso só enriqueceu mais ainda a história.
Outro ponto interessante foi o cuidado do autor em escrever sobre um personagem russo e todo o pano de fundo da segunda guerra mundial e do mundo socialista que ele precisou ter cuidado ao documentar a infância do personagem. É muito legal também o fato do leitor ficar na dúvida sobre quem é o mocinho e quem é o vilão até mais da metade da história.
O livro entrega o que promete, temos muita ação – devo acrescentar aqui que o autor não pensa duas vezes antes de matar seus personagens, achei um gesto ousado sair matando assim logo no primeiro livro da série – temos muito suspense sobre a relação entre Maglev e Chevillon e seus estados físicos. Como se a ação e o suspense não fossem suficientes, temos o horror com direito a assassinatos a sangue frio. Eu gostei bastante desse livro, e se tivesse que resumir ele em uma palavra seria diferente. Com um enredo que mistura vários elementos, essa é uma história pra quem gosta de ação e aventura.
Só espero que o livro tenha passado por uma revisão final, pois na prova encontrei vários detalhes que precisavam ser acertados.