Bushido

Bushido Inazo Nitobe




Resenhas - Bushido


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Leandro de Lima 09/01/2022

Um livro datado porém interessantíssimo
Um livro que recomendaria apenas para aqueles que nutrem um profundo interesse no famoso código de ética do Japão feudal, conhecido como "Bushido". É ideal também que aqueles que se disponham a ler tenham algum conhecimento sobre a história do Japão e o momento de publicação original da obra, para maior compreensão sobre seu conteúdo, que por vezes contém pensamentos datados.

O autor em seu curto livro, para além de meramente explicar o "bushido" para o ocidente, tenta fazer uma defesa deste código a tal ponto que revela certo ufanismo característico de sua época, contendo inclusive sinais da mentalidade vigente no momento da publicação original, que explica muito sobre a postura do império japonês na segunda guerra mundial que ainda estava por vir, evidenciando a crença sobre a "raça amarela" ser superior, com referências a outras raças "inferiores" como os "selvagens africanos" etc. Na ânsia de elevar a estima do "bushido" para com o ocidente, o autor despende de inúmeras citações de autoridades para o pensamento ocidental da época, o que pode ser visto como algo positivo pois auxilia na compreensão de certos conceitos orientais, mas ao mesmo tempo pode ser considerado negativo, especialmente quanto as referências cristãs que o autor manifesta enorme reverência.

Nada disso tira o mérito do autor de sintetizar o Ethos da classe samurai em um Japão feudal cujo o autor já era vivo enquanto o sistema ainda estava em vigência. O livro é extremamente bem dividido e é objetivo na análise das inúmeras facetas do "bushido", exaltando suas qualidades mas também ponderando certos defeitos e mesmo incongruências na sua prática. O "bushido" vai muito além do que paira no imaginário do entusiasta médio da cultura japonesa atual, o que é revelado nos excelentes capítulos que descrevem a institucionalização do suicídio e da vingança, bem como do treinamento brutal de um samurai.

O livro explica muitos conceitos que soam alienígenas para nós do ocidente e diria que até mesmo para o japonês contemporâneo. É sobre uma cultura que cultuava a submissão, o dever e o auto sacrifício de maneira ímpar, nos mais diversos níveis para além dos marciais. Não trata-se de um manual sobre algo a ser seguido e sim um relato antropológico de um modo de pensamento único que não está mais vivo mas que ainda deixa marcas nas características de todo um povo. É um livro pra ser lido não por quem quer romantizar o tema e sim para quem tem interesse genuíno sobre algo tão peculiar.
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Alexandre Nabhan 03/07/2020

E eu engoli esse livro.
Para quem é como eu que gosta muito da cultura japonesa, mas não sabe nada além do que consome em mangas, animes e algumas pesquisas na internet, esse livro é ótimo.

Ele é o Advogado do bushido, essa é uma forma perfeita de descrever esse livro, se colocássemos o bushido em cheque, esse livro daria conta do recado.

Sendo assim, você não vai ver ele falando tudo sobre a cultura japonesa aqui, mas sim de BUSHIDO, e nada mais além disso, aqui vemos como funcionanava a moralidade dos Samurais, ou pelo menos como deveria ser.

O autor é muito, muito preparado teoricamente para falar sobre, em meio a comparações com a Cavalaria Medieval, Cristianismo, China e Inglaterra, ele sai em defesa nos mostrando do ponto de vista dos próprios samurais o porque para cada ação deles, não só justificando mas comparando com o Ocidente.

Eu estava com uma expectativa muito alta para esse livro, e por mais incrível que poça ser, ele não só correspondeu a minha expectativa como a superou, a muito em seu conteúdo que eu não esperava.

Estou muito feliz, para mim já é um dos melhores do semestre.
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Felipe1503 04/12/2023

Bushido, código de ética
Esse clássico japonês realmente justifica sua importância no contexto do início da globalização na era meiji.
O livro é notoriamente muito saudoso com as tradições do bushido e sua relevância pro pensamento do Japão e do japonês contemporâneo, enfatizando o quanto esse código de ética ainda é muito presente.
A divisão dos capítulos é muito interessante e didática, mas senti falta de mais contos e exemplificações sobre cada tema abordado, inclusive, esta é minha principal crítica ao livro.
No geral, um livro muito bacana que explícita o quão importante o autocontrole e a devoção aos valores podem levar as pessoas à uma lealdade e um engrandecimento pessoal muito além do que filosofias baratas, vide o quão relevante é a influência dessa filosofia ainda nos dias de hoje.
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netdaniels 26/12/2013

Acabei de ler o Bushido
Bushido, um livro do início do século 20.
Pela nome e pela temática, achei que o autor iria mergulhar na cultura japonesa.
Mas não é exatamente isso que acontece. 50% do livro são de referências da cultura ocidental. Existe sempre um paralelo com Shakespeare, Mencius, Julio Cesar e etc... Paralelos que eu sinceramente não tenho muito interesse.
Mas conforme nos aproximamos do final do livro, este se "ajaponesa" mais e mais. A descrição do harakiri é forte. Algo realmente terrível.
O treinamento e o papel da mulher samurai, explicado de forma muito precisa, é também uma grata surpresa.
De cinco estrelas dei três.
Se você está a fazer pesquisa sobre o modo de ser japonês, este é um livro que indico.
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daniel.gumiero 22/10/2015

O livro Bushido de Inazo Nitobe é uma excelente oportunidade para conhecer as raizes da Cultura Japonesa e uma comparação perfeita entre o pensamento do Extremo Oriente e o Ocidente.
Inazo não somente fez um livro para que nós pudessemos compreender a Alma do Samurai e o Japão. Ele, convertido ao puritanismo nos EUA (sendo a referencia que levou esta teologia cristã para as terras nipônicas), trabalhou de forma simples e profunda diversos conceitos arraigado neste código de conduta e comprando-o com muitos ensinos de Cristo.
Uma obra que deve ser lida por todos que se interessam pela histórica e cultura japonesa.
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Bryan54 10/01/2024

Indagações e experiência pessoal
Tive grandes dificuldades em encontrar um edital em português deste livros, aparentemente o trabalho de Nitobe não deve ser tão conhecido nos dias atuais (tive que ler uma versão em espanhol), mas creio que o esforço foi recompensador. Existem muitos outros livros que se intitulam como "Bushido".

Como alguns leitores devem ser saber, o Bushido não é um livro em si, e sim um conjunto de tradições orais e culturais que se tornaram parte do inconsciente coletivo japonês, imortalizadas pelo arquétipo do Samurai. Diversos historiadores da modernidade, tanto orientais e ocidentais, encararam a árdua missão de fazer o registro escrito desse "modelo de vida" que os japonês almejavam alcançar. Nitobe, como um japonês que foi convertido ao cristianismo e adotou um olhar ocidental, consegue passar um visão bastante compreensível a nós leigos, que não fazemos parte desse Japão tão peculiar e distinto do resto do mundo.

Nitobe se esforça tremendamente, para misturar elementos do Bushido com a ética Cristã que conhecemos, na tentativa de facilitar a assimilação e aceitação dos leitores aos ideias do descrito no Caminho do Guerreiro. As vezes essas analogias são naturais, outras parecem um tanto forçadas na esperança de que não rejeitamos ou fiquemos jogados com as ordenanças (tratar um daymo como se fosse Jesus?!). Mas ao todo recomendo a leitura para aqueles que se interessam pela profundidade da cultura real dos samurais. Se você busca uma ficção sobre guerreiros imortais, tais como presentes na literatura, pode se frustar.

No entanto se seu interesse é história oriental, antropologia, sociologia, filosofia, teologia, entre demais temas. Eu recomendo!
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