Henrique 27/02/2024
A Grandiosidade de Crime e Castigo
Recentemente terminei a leitura do livro Crime e Castigo, tal obra remete-me a várias reflexões sofre a psique humana, o personagem principal Raskolnikov é singular e complexo em suas ações, entretanto a engenhosidade do autor em descrever suas ações, criar sub dramas, e explorar as nuances por trás de cada ação, isto é o que enriquece o texto, deixando-o mais fluido e palpável.
A construção do personagem é interessante, ao invés de focar somente no lado sombrio, o autor também contrasta seu lado humano, mostrando a dicotomia vivida pelo mesmo, um homem perdido em uma teoria, tenta-se convencer da sua grandiosidade, por consequência vai perdendo sua autoconsciência, deturpando sua moral até culminar em um crime.
Raskolnikov, na tentativa de colocar em prática sua teoria, acaba causando um fissura na própria consciência, sofrendo pelo que fez, mas não entendendo o motivo de tal angústia, a partir dessa deturpação, ele vai afastando-se de todos em sua volta, o isolamento é uma demonstração de vergonha e arrependimento, entretanto seu orgulho não deixa-o admitir o erro, acredita-se ser Napoleão, mas no final continua sendo somente um homem.
Os antagonistas do livro tem um objetivo próprio, tais objetivos não estão diretamente ligados ao personagem principal, Petrovich é um jovem ganancioso, cujo o interesse é tornar-se alguém importante e renomado, mesmo passando por cima de outros, este personagem em especifico é utilizado para fazer um critica na desigualdade social da época, o livro foi escrito no século 19, a revolução industrial estava à todo vapor, por ventura a desigualdade era aterradora para os empregados, Petrovich defendia essa exploração, argumentando que o patrão deveria ganhar mais, pois repartiria de forma justa estes valores com os funcionários, porém na realidade é demonstrada o oposto, tanto a classe baixa como a alta estavam registrando um aumento significativo no número de mortes, por conta disto Raskolnikov não teve apreço por ele.
Outro antagonista é o Svidrigailov, homem asqueroso, mentiroso, e manipulador, a irmã de Raskolnikov era tutoria de sua família, desenvolveu uma paixão doentia pela mesma, a qual prejudicou sua imagem, ele é um personagem tardio na obra, entretanto tem um importância significativa na mesma, a relação dele com o personagem principal é ligada estreitamente com seu interesse na irmã do mesmo, acaba sendo intrigante suas ações, em alguns momentos ajuda e da suporte, mas ao mesmo tempo prática atos lascivos e nojentos.
No final é uma bela obra, realmente um clássico atemporal, Dostoievsky nos lembra o quão importante é o autoconhecimento, o cuidado com a moral, e com as nossas ações, pois não prejudicamos somente nós, mas outrem.