spoiler visualizarDay 10/03/2024
Um intragável, tragável
Acabei de ler e ainda tô devaneando sobre.
Pra mim essa é uma daquelas leituras que temos que ler com calma, saboreando, mesmo que na maior parte do tempo o gosto não seja tão tragável. A descrição dos lugares consegue nos transportar pra eles. E a descrição das pessoas, dos seus sentimentos, dos seus pensamentos? É como se os conhecêssemos há anos, ou será que não conhecemos alguém, em nossas vidas, com a personalidade de um dos vários personagens que nos são expostos? Quantos Rodion não existem por aí, perseguindo suas teorias ou forçados a agir?
Agora alguns pontos que queria abrir de parentes aqui... Primeiro, vi algumas pessoas sem entender como Rodion pode ser tão egocêntrico, racional, ter matado e roubado, mas ao mesmo tempo ser capaz de ser tão empático em diversas situações. É meu povo, no fim ninguém é 100% de nada, nem mau, nem bom.
O outro... Dúnia bem que poderia ter @tir@do (não de forma grave) no Svidrigáilov e deixado ele lá sangrand0. Uma cena agoniante e que me deixou frustrada com o desfecho que Dostoiévski deu.
Por último, algo do final ao mesmo tempo que me deixou feliz, me deixou um pouco inquieta. Não sei se inconscientemente esperava um final triste, ao invés dessa ressurreição do Rodion, que por sinal é condizente com a sua personalidade.
Enfim, creio que seja um livro pra se recomendar, pois pelo menos uma vez temos que ler algo que nos traga um certo incômodo.