Crime e Castigo

Crime e Castigo Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Crime e Castigo


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Tarcísio 06/07/2010

Alguns dizem que a inveja é a arma dos incompetentes. Outros, mais populares, diriam que a inveja é uma m#$%@ mesmo. Independente da opção escolhida tenho que confessar que esse pecado capital tomou conta de mim durante o contato que tive com Crime e Castigo. Eu adoraria ser capaz de começar com um papel em branco e finalizar com uma obra de mais de setecentas páginas cheias da mais pura e deliciosa literatura.

Ítalo Calvino escreveu que a única razão que se pode apresentar para ler os clássicos da literatura é que lê-los é melhor do que não lê-los. Obviamente que existem clássicos que podem agradar e outros que não, dependendo do gosto do leitor. Crime e Castigo representou praticamente minha primeira incursão por essa riqueza. E eu não poderia ter começado melhor.

A impressão que se tem ao ler a obra de Dostoiévski é que ele tinha muita coisa a dizer sobre comportamento humano e resolveu fazê-lo por meio de um livro. Temas como inveja, maldade, riqueza, pobreza, loucura e vaidade (entre outros) são discutidos e analisados de forma preciosa.

Crime e Castigo é de leitura agradável, não muito simples, exige concentração, principalmente nos diálogos. Não prende o leitor da primeira à última página, titubeia em alguns pontos, tornando-se até um pouco cansativo. Páginas à frente, entretanto, o leitor volta a sentir aquela gostosa sensação de estar aprendendo e ao mesmo tempo tendo uma leitura prazerosa. Indispensável àqueles que realmente amam a boa literatura.
Rafael Moss 10/07/2010minha estante
Bom comentário sobre o livro.

Pra mim o único defeito nessa versão é a tradução do francês.

A versão da Editora 34, traduzida do russo, é muito mais rica que essa da Abril.


Wallas Felippe 05/08/2010minha estante
Concordo com o Rafael Moss; a Versão traduzida do Russo é muito mais rica do que essa de Abril.


Vincent Law 12/06/2011minha estante
Aprender na leitura é sempre bom.

Taí uma ótima leitura para conhecer algo construtivo. Um livro que não pode se descartado, no entanto podemos dizer que é mais para gosto do leitor querer lê-lo e e obter alguma coisa, do que ler outra coisa por apenas diversão e não incluir nada para a vida.

O Conde de Monte Cristo é uma ótima leitura com estes dois ingredientes!


Anna 19/08/2011minha estante
Voce fala muito bem, depois dessa resenha acho que vou me apressar mais pra conseguir o livro.!
Thank's


Poliana Calazans 13/11/2011minha estante
"Alguns dizem que a inveja é a arma dos incompetentes. Outros, mais populares, diriam que a inveja é uma m#$%@ mesmo. Independente da opção escolhida tenho que confessar que esse pecado capital tomou conta de mim durante o contato que tive com Crime e Castigo. Eu adoraria ser capaz de começar com um papel em branco e finalizar com uma obra de mais de setecentas páginas cheias da mais pura e deliciosa literatura." Obrigada por traduzir o meu pensamento em poucas palavras...


douglasroma 12/03/2012minha estante
É inegável a qualidade desta obra, mas, realmente, os diálogos são bastante cansativos.
Às vezes eu perdia a meada do enredo por não saber por que ele estava falando sobre aquilo.
Voltei a me concentrar ao final e me senti mais feliz ao entrar no epílogo...
Temos de ter coragem de enfrentar tal literatura.


João Souto 22/01/2013minha estante
os diálogos compõe uma sensacional trama psicológica que desenrola-se até o fim da leitura. São longos porque precisam ser para explocar a alma de cada personagem, seus conflitos, mistérios e revelar um pouco de suas intenções. Foi como ler um debate transcrito, onde pessoas reais participaram e cada uma tinha uma razão, um propósito ao falar o que falou. É sensacional explorar esse outro lado, oculto, de um personagem fictício mas incrivelmente real.


Ricardo Rocha 04/08/2014minha estante
Acho que é uma resenha muito boa mas imagino que quando vc diz "tinha muita coisa a dizer sobre comportamento humano e resolveu fazê-lo por meio de um livro". Ele estava cheio de dívidas, sozinho, faminto, não vejo como tivesse qualquer coisa a dizer sobre qualquer coisa, não como vontade. Ele tinha contas e escrever era sua subsistência, e num desmaio de fome veio a idéia do livro. De resto é tudo o que vc disse e mais algumas coisas.


thiago.castro.1612 20/12/2014minha estante
Baita livro! Chega a ser abusurdo de tao bom. A demencia, a morbidez e o pessismo do personagem chegam ser contagiantes.um verdadeiro soco no estomago, como kafka dizia que um livro tinha que ser. Um exemplo singular, dessa arte de contar uma historia e ao mesmo tempo, um manisfesto cru e pungente, sobre as fantasias e os desejos mais sordidos que habitam o amago de todo o ser humano. Eu li em seis dias, quando tinha desessete anos.recomendo.


Cleide 30/04/2015minha estante
Parabéns pela descrição. Estou ainda no ínício...página 100. Confesso que no início me perdi em alguns aspectos, porém já estou me familiarizando e gostando do enredo.


Helio 27/12/2015minha estante
Comprei ontem o ebook da Amazon (única opção: Ed Centaur), estava escrito "português", daí descubro q é português de Portugal, horrível, detesto. Alguém poderia recomendar qual é a melhor versão em Pt-Br? Obrigado.


Tati Diorio 10/01/2016minha estante
Oi Tarcisio, concordo totalmente com seu comentário sobre o livro. Inclusive sobre a leitura parecer cansativa às vezes. Para quem está lendo... não desista! Vale muuuuuito ir até o final.


Adriano 01/11/2016minha estante
Eu gostaria de ter escrito a tua resenha ! Muito consistente e ótima como chamariz para novos leitores. Meus parabéns !
Na primeira vez que tentei ler Crime e Castigo o universo do protagonista me causou tanta náusea que precisei parar a leitura antes que me instalasse num quarto escuro. Cinco anos depois, foi uma leitura extremamente agradável e envolvente.


regina.pacheco.188 02/05/2017minha estante
Concordo plenamente com a sua avaliação.
E estou de acordo também que a versão da Editora 34 é muito superior.


PHILOSOFODUTRA 25/08/2017minha estante
Dostoiévski, como nenhum outro escritor, é capaz de penetrar no âmago de seus personagens e revelar de maneira profunda e psicologicamente, os sentimentos humanos escondidos na alma, tais como, medo, angustia, pecado, culpa, raiva, ódio, inveja, amor, fé e esperança.
Nas Obras dele, os personagens estão ?nus e patentes? perante o narrador onisciente, e se sobrepõem à própria trama para dar lugar à análise do homem real de seu tempo.
O livro, Crime e Castigo, escrito em 1866, conta a trajetória angustiante e psicológica de um estudante marcada pelo pecado e pela culpa, mas redimido pelo amor de uma mulher, a prostituta Sônia.
Raskolnikov era um estudante universitário, pobre, intelectual, que residia num pequeno apartamento em São Petersburgo na Rússia, o qual movido por uma ideia fixa matou a machadadas uma velha usurária e sua sobrinha, sem nenhum motivo aparente.
Após o crime, inicia-se a trajetória de angústia e dor ocasionados pela culpa de seu pecado(crime) cometido, e por fim, o castigo, e a redenção na prisão na sibéria.
Dostoiévski neste romance nos apresenta também uma análise de como funciona a mentalidade revolucionária: Raskolnikov acreditava na tese segunda a qual alguns homens são extraordinários e podem perpetrar determinados delitos e crimes em nome de suas ideias. Por isso ele comete aquele crime torpe sem motivo aparente. O autor aproveita, ainda, para revelar essa maneira de pensar e agir presente em sua época, e também em todos os movimentos revolucionários da história, da revolução francesa à revolução bolivariana na Venezuela. Neste modo de pensar e agir, os crimes cometidos para a implantação dos ideais do novo mundo são sempre justificados e perdoados.
O autor, de certa forma, antecipa literariamente o que ocorreria no seu país em 1922 com a Revolução Russa ao Implantar o Comunismo. Hugo von Hofmannsthal, a respeito desse papel profético da Literatura, já dizia ?Nada está na realidade política de um país, que não esteja primeiro na sua Literatura.?
Freud não, mas Dostoiévski explica porque Dirceu, Jenuíno e Lula, assim como toda a turma dos petralhas, consideram-se até hoje, apesar das provas concretas que os condenam, presos e perseguidos políticos. Tudo o que eles fizeram não causou nenhum remorso ou culpa porque acreditam que o fizeram em nome da construção da nova ordem social, política e econômica.
Crime e Castigo é uma obra-prima da literatura universal, profunda e rica em desnudar os mecanismos psicológicos da alma humana, principalmente, o modo de agir dos tiranos e malfeitores da humanidade.


Alcionemaria 30/08/2020minha estante
Já que gostou de Dostoiévski, leia agora ?Os irmãos Karamazov?.


Douglas 15/09/2020minha estante
Excelente resenha, Tarcisio. Vida longa ao mestre, senhor do gelo, Dostoiévski.


Miss 25/12/2020minha estante
Foi minha melhor leitura de 2020,confesso que no começo fiquei perdida ,porque a escrita é bem complicada ,na vdd essa Editora ,mais é um livro que vale a pena cada capítulo .


Marcia 29/01/2021minha estante
Um dos mais importantes clássicos da literatura mundial. Parabéns pela resenha!


Iara.Vianna 05/02/2021minha estante
Estou lendo e absorvendo o tipo de vida e ambientação, quase no meio. Estou indo.


taynara.moraes.6 07/02/2023minha estante
Se Rodion Românovitch errou, foi tentando acertar


bolchelust 25/02/2023minha estante
bastante complexo, apesar de ser bom e eu admirar muito o autor, ele não me prendeu tanto e abandonei quase no final


Maria.Gorete 21/07/2023minha estante
Sim , é uma obra fantástica.Os irmão não perdem em nada.Leiam


Melissa577 18/09/2023minha estante
O Melhor livro lido, na minha existência. Fiquei meio ano para concluir a leitura, valeu cada mês, cada estudo, cada frase.


Jo 21/10/2023minha estante
Exatamente


Josy187 26/02/2024minha estante
Sou nova no aplicativo, como faço para ler os livros?




spoiler visualizar
Lilgk 04/01/2024minha estante
Como faço pra ler????


Viq 04/01/2024minha estante
Meu, eu ententei taaantaa vezes, mas achei tao detalhista que me incomodou e desisti ?


arslais 05/01/2024minha estante
Crime e castigo tende a causar um certo incômodo mesmo!? Li fazendo uma análise psicológica dele?Mas não vou negar que a gente se envolve muito.




Fabio Shiva 27/08/2010

Tive tanto medo de ler esse livro!
Adiei e adiei o início da leitura. Uma vez começada, cheguei ao absurdo de tentar aliviar a paulada alternando com um livro de terror clichê... Agora, depois de finalmente ter acabado de ler Crime e Castigo, só posso dizer que tinha também razão ao ter medo. Não se lê Dostoiévski impunemente!

Crime e Castigo é considerado um dos maiores clássicos da literatura mundial. Não é por acaso. Mas não espere o leitor uma sucessão de frases memoráveis e passagens eruditas, recheadas de primorosos e inofensivos pensamentos. Nada disso. Dostoiévski tornou-se grande à custa de futucar fundo na alma, de remexer nos abismos do espírito, de chafurdar no lamaçal das violentas emoções proibidas.

É isso que faz sua obra imortal: a universalidade da apaixonada contradição humana. Os dramas e sofrimentos que seus personagens enfrentam poderiam muito bem ser os nossos mesmos. Pela força de sua pena, nos sentimos irmanados com as mais abjetas criaturas e os mais condenáveis comportamentos.

Dostoiévski olhou no fundo da própria alma. Não é de se admirar que tenha conseguido revelar tanto da alma de seus leitores no mesmo processo.

Tivesse eu lido esse livro há alguns anos, e o impacto teria sido ainda mais tremendo. Tempos atrás li Os Irmãos Karamázov, que chacoalhou o edifício de minha personalidade até os alicerces. Dessa vez eu estava mais preparado, mais amadurecido pela caminhada, menos disposto a pagar com meu próprio sangue pelas revelações de Dostoiéviski.

Ainda assim, meus camaradas! Que pancada!

Pude ao menos admirar com uma certa frieza alguns dos inesgotáveis recursos literários utilizados pelo mestre russo. A maneira como ele alonga a ação, como induz o leitor a adivinhar o que vem em seguida e, mesmo assim, acompanhar indefeso cada parágrafo de agonia e suspense, só a genialidade desse pequeno truque já valeria para colocar Dost no panteão sagrado! Mas tem muito mais de onde veio esse...

Um recurso que achei particularmente engenhoso foi utilizado na apresentação do protagonista Raskólnikov. No início do livro o autor expõe cada pensamento e cada reação emocional de seu personagem até a minúcia. Logo em seguida, em uma cena de grande impacto emocional, Dost nos priva do acesso aos pensamentos e emoções de Raskólnikov. Somos apresentados apenas às suas reações externas, às suas palavras e atos. Porém com que habilidade o autor já nos havia transportado para dentro de seu personagem, tornando supérflua a descrição de seus sentimentos, pois nós mesmos já sentimos em nosso peito a sua aflição e agonia!

Pelo tema de sua história, Crime e Castigo não deixa de ser ainda um certo tipo muito especial de romance policial.

Uma obra grandiosa e inesquecível!

(20.03.09)

Evy 14/10/2010minha estante
Eu também adiei muito pra ler esse livro. Mas gostei de ter insistido, afinal é um classico.


Halley 29/03/2011minha estante
Agora fiquei com medo de ler....eu sou muito sensível aos livros....costumo ficar louca so de ler um romance qualquer....acho que não to preparada para ler uma obra como esta....


Luís 28/12/2011minha estante
Me convenceu a ler


Fabio Shiva 28/12/2011minha estante
Olá amigos, valeu pelos comentários!
Esse livro vale a pena ser lido! Leiam e tirem suas próprias conclusões ok!
beijos e abraços!


Cleide 30/04/2015minha estante
Adorei a narrativa! Descrição perfeita!


PHILOSOFODUTRA 28/08/2017minha estante
Dostoiévski, como nenhum outro escritor, é capaz de penetrar no âmago de seus personagens e revelar de maneira profunda e psicologicamente, os sentimentos humanos escondidos na alma, tais como, medo, angustia, pecado, culpa, raiva, ódio, inveja, amor, fé e esperança.
Nas Obras dele, os personagens estão ?nus e patentes? perante o narrador onisciente, e se sobrepõem à própria trama para dar lugar à análise do homem real de seu tempo.
O livro, Crime e Castigo, escrito em 1866, conta a trajetória angustiante e psicológica de um estudante marcada pelo pecado e pela culpa, mas redimido pelo amor de uma mulher, a prostituta Sônia.
Raskolnikov era um estudante universitário, pobre, intelectual, que residia num pequeno apartamento em São Petersburgo na Rússia, o qual movido por uma ideia fixa matou a machadadas uma velha usurária e sua sobrinha, sem nenhum motivo aparente.
Após o crime, inicia-se a trajetória de angústia e dor ocasionados pela culpa de seu pecado(crime) cometido, e por fim, o castigo, e a redenção na prisão na sibéria.
Dostoiévski neste romance nos apresenta também uma análise de como funciona a mentalidade revolucionária: Raskolnikov acreditava na tese segunda a qual alguns homens são extraordinários e podem perpetrar determinados delitos e crimes em nome de suas ideias. Por isso ele comete aquele crime torpe sem motivo aparente. O autor aproveita, ainda, para revelar essa maneira de pensar e agir presente em sua época, e também em todos os movimentos revolucionários da história, da revolução francesa à revolução bolivariana na Venezuela. Neste modo de pensar e agir, os crimes cometidos para a implantação dos ideais do novo mundo são sempre justificados e perdoados.
O autor, de certa forma, antecipa literariamente o que ocorreria no seu país em 1922 com a Revolução Russa ao Implantar o Comunismo. Hugo von Hofmannsthal, a respeito desse papel profético da Literatura, já dizia ?Nada está na realidade política de um país, que não esteja primeiro na sua Literatura.?
Freud não, mas Dostoiévski explica porque Dirceu, Jenuíno e Lula, assim como toda a turma dos petralhas, consideram-se até hoje, apesar das provas concretas que os condenam, presos e perseguidos políticos. Tudo o que eles fizeram não causou nenhum remorso ou culpa porque acreditam que o fizeram em nome da construção da nova ordem social, política e econômica.
Crime e Castigo é uma obra-prima da literatura universal, profunda e rica em desnudar os mecanismos psicológicos da alma humana, principalmente, o modo de agir dos tiranos e malfeitores da humanidade.




Bookster Pedro Pacifico 01/03/2020

Crime e castigo, Fiódor Dostoiévski - Nota 8,5/10
Acho que muitos vão ficar indignados com a minha nota, pensando o que eu deveria ter dado um 10. De fato, não há como negar que a obra é um clássico e MUITO bem escrita. No entanto, achei a leitura muito arrastada em grande parte do livro, com diálogos enfadonhos e que fugiam do enredo da história. Por outro lado, a obra teve vários pontos altos... Dentre eles o que mais me intrigou foram as cenas do assassinato e do interrogatório do protagonista! Além disso, a obra é altamente psicológica, com uma exposição impecável dos anseios vividos por Raskólnikov. O protagonista defende uma teoria muito interessante: Por que algumas personalidades, como Napoleão, se tornaram grandes nomes da história, mesmo tendo cometidos diversos crimes? O que os diferencia dos demais cidadãos? Ou seja, Apesar das críticas, recomendo a leitura, mas já aviso que não foi fácil e demandou certo tempo!

site: https://www.instagram.com/book.ster
Mariana.Abreu 13/04/2020minha estante
Estou indo para minha segunda tentativa. Tentei ano passado e fui até 40% do livro e desisti. Rs


Yasmim do @acervo4patas 08/08/2020minha estante
Tentei 3x e não consegui manter o foco. É muito difícil ser fisgado com tanto realismo, sufoca a gente. Ainda vou tentar, mas por hora, tenho muitos outros pra conhecer.


celle 20/12/2020minha estante
Essa resenha me deu um spoiler q me deixou indignada kakaka


Aline AS 19/01/2022minha estante
Amo Dostoiévski ?


leitora 31/10/2023minha estante
Hoje iniciarei novamente , pois de lê-lo, irei iniciar os Irmãos karamazov, pois quero ler todas as obras de Fiodor Dostoievski ???




Regis 29/11/2022

Lúgubre e maravilhoso!
Dostoiévski entrega nesse livro um desfile de personalidades bem descritas e o mais íntimo conflito humano com uma destreza que é difícil não imaginar que o autor tenha praticado um crime semelhante dado os detalhes e toda a minúcia dos pensamentos do personagem.

É um romance Psicológico intenso, escrito em fluxo de pensamento que te suga para dentro da leitura de forma a te fazer imaginar o tempo todo se conseguirá voltar ao mundo real em algum momento.
Tudo é descrito com uma riqueza de detalhes assustadoramente vívidos, que nunca, em todos esses anos de leitura eu senti com tamanha emoção.

Não é um livro fácil de se ler. Eu mesma comecei ele há alguns anos e tive que parar por não estar preparada no momento. Agora que terminei e percebi como o livro me sugou para o mundo completamente insalubre de Raskólnikov, percebo que fiz bem em adiar essa leitura.

Não tenho adjetivos suficiente para elogiar a escrita do autor, o que mais chega perto de exprimir o que sinto: é sublime.

A jornada é torturante e curiosa e o final é espantosamente maravilhoso. Não tenho o que reclamar dessa leitura que um amigo me indicou quando lhe disse que queria ler mais um clássico esse ano.
Adorei a leitura e só lamento der tido de parar por uns dias por causa da minha saúde, mas quando retornei hoje ao livro li de uma vez só o que faltava.

Recomendo muitíssimo esse livro que se tornou um favorito, com certeza.
Alex 29/11/2022minha estante
É, na minha humilde opinião, o melhor fluxo de consciência que já li. Uma agonia de início ao fim. Uma leitura que gera sensações muito fortes. Considero um dos melhores livros da vida tbm. Que bom que gostou.


Regis 29/11/2022minha estante
Amei, Alex. Obrigada pela dica e por ter discutido a leitura comigo. ??


Cleber 30/11/2022minha estante
Adoro suas resenhas!! Dostoiévski escreve muito bem sobre os pensamentos e sentimentos dos personagens, com certeza é um dos meus livros favoritos também.


Regis 30/11/2022minha estante
Que fofo, Cleber! Obrigada. ?
Também sou da mesma opinião: Dostoiévski escreve maravilhosamente bem os conflitos internos de seus personagens.
E Crime e Castigo se tornou um favorito para mim também. ?


Michela Wakami 30/11/2022minha estante
Esse livro é um espetáculo.


Silas-sama 30/11/2022minha estante
E essa resenha tb é, Michela ?


Michela Wakami 30/11/2022minha estante
Verdade, está maravilhosa essa resenha.
Parabéns, Regis.?


Regis 30/11/2022minha estante
Obrigada, Silas-sama! ?


Regis 30/11/2022minha estante
O livro é um espetáculo sim, Michela. E obrigada pelo elogio. ?


Michela Wakami 30/11/2022minha estante
????????


Cosmonauta 02/12/2022minha estante
Dostoievski causa uma grande dúvida em nós: qual é sua maior obra prima ? Gênio.


Regis 05/12/2022minha estante
Concordo, Cosmonauta. Adorei até agora o que li dele. ?


HenryClerval 12/12/2022minha estante
A resenha é maravilhosa, como disse a Michela. Parabéns minha linda!


Regis 14/12/2022minha estante
Obrigada, Leandro. Vocês são todos muito fofos! ?




Rosangela Max 24/03/2021

Um clássico de peso!
A forma como o autor nos mantém envolvidos na trama é admirável. Aliás, essa é uma característica de Dostoiévski.
É uma leitura intensa, já que o castigo aqui é representado em forma de prisão mental e todo o desenvolvimento psicológico da história exige bastante do leitor.
A tradução excepcional do Rubens Figueiredo enriqueceu ainda mais esta obra.
Livro indispensável para quem quer conhecer um pouco mais a literatura russa.
Gabriela.Caperochi 25/03/2021minha estante
Seu post me incentivou. Vou ler!


Rosangela Max 25/03/2021minha estante
Que bom! ??


Jaine 20/08/2021minha estante
Gostei muito da resenha. É isso o que percebi ao ler!




Vênus_Alice 11/03/2024

Crime e Castigo
"Detesto fingir e mentir. Vale mais a pena a gente se explicar francamente..."

Dostoievski é um autor que queria conhecer a muito tempo, mas tinha um receio de não gostar e queria muito.
Ele merece todo o destaque que recebe, é uma escrita acessível e profunda, cheia de mensagens por trás dos significados. Ele é um autor russo que passou por muitos momentos pesados: órfão de mãe aos 16 e aos 18, do pai. Foi preso pelos ideais políticos e tudo isso o influenciou na escrita.

Em "Crime e Castigo" trás muitas reflexões, inclusive posso dizer que Dostoievski no século XIX previu conflitos políticos-sociais das Guerras Mundiais e dos conflitos no Oriente Médio, o atual massacre na faixa de Gaza... É triste esse desejo de higienização e perpetuação da pobreza atravessando séculos.

A obra narra a história de um jovem que vem de família pobre: sua mãe e sua irmã ficam no interior onde nasceu e seu pai faleceu, o que desestruturou a renda, os levando a miséria. Raskólnikov vai à cidade grande para estudar e sobrevive com a ajuda da mãe.

Mas decide parar os estudos e decide também cometer um assassinato, a partir daí vem toda o remorso, a perseguição e o cúmulo de sua saúde.
Todas essas reações parecem se apresentar mais no mundo imaginário do que no real.

"O criminoso, no momento em que pratica o seu crime, é sempre um doente."

O protagonista tem atitudes, comportamentos e pensamentos bem desconexos e incoerentes, beirando a uma psicose. A medida que a narrativa fluí, se alterna entra uma história com eventos lúcidos e outros borrados, parecendo que os outros personagens estão delirando.
Isso me fez indagar se não era o ponto de vista do narrador observador que era corrompido.

Uma ótima forma de narrar e foi nítido como o autor inspirou outros famosos, vários trechos me lembrava O processo, de Fraz Kafka; a forma de como o protagonista lida com a realidade psíquica me fez lembrar também de Freud em muitos textos.

Uma obra de tirar o fôlego e que eu quero retornar no futuro, além de outras dr Dostoievski!!

"Antes de tudo eu quero viver, do contrário seria melhor não existir."
Animal Noturno 11/03/2024minha estante
Esse está na pilha de livros pra ler faz mais de 10 anos e ainda não consegui tempo...


Fabio 11/03/2024minha estante
Que resenha, impecável!
Digna dessa Obra Prima!???


Leti 11/03/2024minha estante
Tbm tenho vontade de ler esse autor e, como vc citou, sempre tive receio de não gostar ou de ser denso demais pra mim, mas a sua resenha me deixou com mais vontade de ler ?


Vênus_Alice 12/03/2024minha estante
É um livro que vale a pena tirar da pilha, acho que vai gostar


Vênus_Alice 12/03/2024minha estante
obrigada Fábio, agora compartilho esse livro com você na lista dos favoritos ?




resenhasdajulia 11/10/2021

Crime e Castigo conta a história de Raskólnikov, um ex-estudante de Direito, que precisou parar de estudar por razões econômicas e mal está conseguindo se manter na cidade de São Petersburgo.

Cada vez mais desesperado, ele tem a ideia de matar a senhora Alyona, que, além de lhe alugar um quarto, também é agiota.

Raskólnikov segue a teoria do "homem extraordinário", que seria aquele que tem o direito de passar por cima das leis para realizar o que bem deseja. E, no momento, ele deseja cometer um crime.

Ele atinge seu objetivo, mas também mata Lisavieta, irmã da agiota, que nunca lhe fez nada. E é a partir disso que o resto da narrativa se desenrola, com Raskólnikov em dúvida se fez o que era certo, ou se merecia ser punido por isso.

É um livro profundo e denso, que aborda assuntos como: religião, filosofia, psicologia, e o confronto entre o certo e o errado.

Sem dúvidas, um dos melhores livros que já li!
comentários(0)comente



Pedróviz 18/09/2020

Redenção x Danação
Em Crime e Castigo, Dostoiévski nos mostra o que a consciência é capaz de fazer a um homem. De fato dois são os grandes pecadores em Crime e Castigo, passíveis da fúria da consciência: Raskolnikov e Svidrigáilov. A obra  revela pouco a pouco o perfil desses personagens através das suas atitudes, mostra seus destinos diversos e deixa ao leitor o trabalho de tirar suas conclusões.
Na obra, a luta com a consciência assume uma dimensão de pesadelo para os dois personagens, com a diferença que Raskolnikov, encontrando Sônia, encontra também o amor e a redenção, que o fazem ceder à sua consciência e seguir o bom caminho, enquanto Svidrigáilov persistindo no seu caminho vicioso, imerso em culpa, acaba do pior modo possível.
Um enredo com personagens magníficos.
A leitura é envolvente.
Um clássico cinco estrelas de leitura obrigatória!
Aryana 19/09/2020minha estante
Bela resenha, vai pra lista ??


Pedróviz 19/09/2020minha estante
Obrigado!


Valarini 18/04/2021minha estante
Sensacional a capacidade do Dostoyevsky de nos fazer sentir na pele do personagem, toda a viagem da consciência de Raskólnikov


Pedróviz 18/04/2021minha estante
De fato, Valarini. Dostoiévski dá uma grande importância para o ambiente psicológico.




Victor Dantas 02/10/2020

Crime ou Crimes?
2020 definitivamente está sendo um bom ano de leituras, e, com direito a vários clássicos!

Recentemente, em setembro, tive a oportunidade de participar uma leitura conjunta de Crime Castigo (F. Dostoiévski), que por sinal é um clássico da literatura universal e da literatura russa. Sim, foi um desafio, mas que desafio lindo hein?

Uma breve sinopse:

A trama tem como protagonista o Raskólnikov, um estudante universitário que vive na antiga São Petersburgo, que na época era capital do Império Russo. Ambicioso, orgulhoso, sonhador, esses talvez seja os adjetivos que mais fazem jus a personalidade do Raskólnikov.

Como você deve imaginar pelo nome do título da obra, o enredo tem como base um crime cometido, no qual tem como autor o nosso protagonista, e o castigo que esse crime vai proporcionar ao mesmo.

Considerado “O maior thriller psicológico de todos os tempos”, Crime e Castigo retrata o a natureza humana na sua forma mais crua, tendo como pano de fundo a pobreza, a miséria, a desigualdade social que nos coloca em meio a situações caóticas, sombrias e provoca gatilhos para ações até então injustificáveis.

Considerações pessoais:

a) Escrita e narrativa

O meu maior receio com a obra antes de começar era a escrita, não só por ser de um autor russo, mas por ser um clássico, no entanto, eu fui surpreendido positivamente.
A meu ver, a escrita do Dostoiévski é acessível para qualquer leitor que já tenha tido alguma experiência com clássicos escritos em 1800/1900. O que diferencia, é a narrativa, aspecto que é o principal forte dessa obra.

Dostoiévski tem uma narrativa descritiva que pode acabar não agradando a todo mundo, mas que para mim agradou e muito.
O autor se preocupa em desenvolver o enredo conservando os detalhes mais minuciosos possíveis, seja na construção dos personagens, dos diálogos ou da ambientação.
É tudo muito bem pensado, e bem encaixado, mas, que ele vai entregando aos poucos.

Na obra, existe narrador tanto na primeira pessoa quanto na terceira, mas, o que mais prevalece é o narrador em primeira pessoa, e aqui tem um fato importante que preciso destacar.

Existe muito fluxo de pensamento dos personagens, o autor as vezes escreve 2 ou 3 páginas de pensamentos e monólogos. Confesso que isso me atrapalhou no começo, mas, com o andamento da história, eu já estava me deliciando com tais monólogos.

E, talvez esse seja o aspecto chave da obra, pois, é a partir desses fluxos de consciência e monólogos que o autor sustenta todo o desenvolvimento psicológico.

O recurso é utilizado para apresentar o personagem em sua essência ao leitor, afinal, como disse acima, o autor se preocupa com os mínimos detalhes, e para mim, isso faz total diferença numa obra. Aprofundamento. Camadas.

Aliás, o que não falta nessa obra é camadas, Dostoiévski, utiliza isso não só para conduzir o enredo, mas para inserir os conflitos e as reviravoltas que vai aparecendo ao longo da história, afinal, o livro é dividido em 6 partes.

b) Os personagens

O nosso protagonista é o Raskólnikov, um estudante universitário de direito, que carrega consigo ambições para ascender na elite russa. Se fosse para defini-lo em uma palavra, seria: complexo.

É o personagem com mais camadas na história, e que a cada página, a cada parte, vai mostrando cada uma delas para nós. Seus dilemas internos denuncia uma sociedade hierárquica, desigual e que vive de aparências.

Além dele, temos outros personagens secundários que sustentam a obra e que fazem uma diferença e tanto no enredo: Razumíkhin, Dúnia, Sônia, Katierina, Lújin, Svidrigáilov.

É um núcleo de personagem espetacular, com personalidades particulares, que proporcionam diálogos interessantes, reviravoltas e até mesmo risadas.

Cabe destacar outro aspecto importante: as condições socioeconômicas da maioria dos personagens são bem básicas. Não há nenhum personagem na história rico de fato, com altos cargos.
São pessoas da base, o povão. Gente pobre.

c) Ambientação

Império Russo: São Petersburgo, 1800. Esse é o cenário e o tempo no qual a obra se passa. Somos levados pelas ruas da antiga capital russa, que foi planejada e construída segundo os interesses do tsar Pedro, o Grande.

Uma cidade que na época foi construída sem os devidos cuidados de planejamento urbano, e que foi palco de manifestação de inúmeros problemas urbanos: desigualdade, ausência de saneamento, favelização e criminalidade.

O autor explora e utiliza esses fatos nas descrições das moradias claustrofóbicas (cortiços), onde os personagens da história vivem, nos esforços e trabalhos precários que os personagens realizam para ter o que comer, o que vestir, onde dormir.

Descreve também os pontos turísticos da cidade, avenidas, praças, e o leitor consegue visualizar os lugares facilmente pelas descrições contidas na história.
Na edição que li (Todavia), existe dois mapas de Petersburgo que serve como guia para gente durante a leitura, para acompanharmos melhor os passos dos personagens.

Enfim, é uma experiência de leitura e viagem juntas.

d) O Crime e o Castigo: Reflexões

Apesar da história ser sobre um crime específico, a obra dá abertura para outros crimes que são inseridos na história implicitamente.

Por exemplo, o crime da desigualdade social, que fere e violenta os mais vulneráveis, a base, que fica subjugada pelo sistema hierárquico que prevalece na nossa sociedade desde a antiguidade. Esse mesmo crime, que dá privilégios ao opressor e instala limites ao oprimido.
O autor faz inúmeras críticas sociais nesse sentido, mas por entrelinhas (diálogos, descrições).

Em relação ao crime que é cometido pelo nosso protagonista, apesar de ser injustificável, (pois, a vítima é um inocente), ainda assim conseguimos encontrar condicionantes externos, raízes, que estão na sociedade. Logo, para mim, existe uma possibilidade de uma crítica tridimensional sobre o crime.

E por fim, sobre o castigo que é concedido ao protagonista, o autor também dá abertura para uma discussão a respeito de dois castigos, e deixa para nós leitores o dever de identificá-los e interpretá-los.

Sobre o desfecho: precisão e coerência.

Mais que uma leitura 5 estrelas. Um favorito.
comentários(0)comente



Rafa 31/01/2022

Celsitude do anti-herói
O livro é um laboratório psicológico, filosófico e religioso. Uma brilhante encenação do egoísmo versus altruísmo. Com uma narrativa extraordinária, Dostoiévski exprime o limite da natureza humana.
Roberta 03/02/2022minha estante
Esse livro me marcou.


Rafa 03/02/2022minha estante
Vdd. É impressionante o impacto de um livro escrito há tanto tempo.




Jow 20/07/2011

Um jogo de xadrez psicológico.
“O Homem respira regras. O problema é que quando essas regras entram em colapso na mente, este homem vê-se perdido e sozinho. Sua lógica não tem lógica, seu mundo virou um caos.” Jacques Le Goff

Eis que me deparo com a marca de mais um gênio da literatura. Dostoiéviski sabe entreter, chatear e se redimir de uma forma inigualável, para assim, nos mostrar o seu personagem mais complexo, um legítimo Freudiano pessimista, que buscou nos ares da filosofia Hegelianista explicar um mundo, que vive tentando fundar valores e moral. Mas, que vive na mais podre desilusão e ineficácia. Se temos um ótimo personagem, temos um brilhante livro: Este é “Crime e Castigo”

Ex-estudante de direito, Raskólnikov desenvolve uma teoria que divide as pessoas em dois tipos, ordinárias e extraordinárias. Ordinárias são as ovelhas do rebanho, não necessariamente os estúpidos, mas os incapazes de realizar mudanças. Extraordinários são os pastores, os que ditam os rumos e alteram as regras. Pessoas extraordinárias muitas vezes se vêem forçadas a cometer um crime para alcançar seus objetivos, e não hesitam em fazê-lo - e não se pode culpá-las: apenas quebrando as leis antigas é possível instituir as novas.

A ambição de Raskólnikov o faz julgar-se uma pessoa extraordinária, mas ele é um ex-estudante miserável que só se sustenta em São Petersburgo graças aos rublos que a mãe vez por outra lhe envia. Para voltar à faculdade e iniciar sua ascensão (social, intelectual, cultural), Raskólnikov decide matar um determinado personagem, e roubar seu dinheiro. O motivo do crime, porém, é um pouco menos direto e mais confuso: ele quer provar para si mesmo sua capacidade de infringir a lei se necessário; quer provar para si mesmo que é extraordinário. Tanto é assim que Raskólnikov deixa para trás a maior parte do dinheiro da sua vítima e sequer se preocupa em verificar quanto roubou.

Raskólnikov tem alguns traços de gênio incompreendido: lamenta sua pobreza, o estado do quarto em que habita e de suas roupas, mas parou de dar aulas e não aceita a proposta de seu amigo Razumíkhin para trabalhar numa tradução. A mistura de pobreza e ambição faz com que ele distorça a sua própria teoria: ele não é uma pessoa extraordinária quebrando uma lei para atingir seu objetivo, é uma pessoa cometendo um crime para se considerar extraordinária.

A tragédia pessoal de Raskólnikov é não fazer jus à sua própria idéia de gênio: após o assassinato ele tem febre, delira, desmaia, pensa em se matar, volta à cena do crime, desperta suspeitas na polícia e no juiz de instrução Porfiri Pietróvitch. A tragédia maior retratada pelo livro é a incapacidade de Raskólnikov de superar sua teoria, seu desgosto e seu ressentimento e perceber que cometeu um crime hediondo e mesquinho na sua simplicidade, e merecer o castigo que lhe virá.

Dostoiévski faz a parte mais difícil ao pegar um personagem estranho, misantropo, arrogante e egoísta como Raskólnikov e transformá-lo num protagonista cativante, por quem o leitor torce mesmo enquanto ele faz as maiores grosserias e prova só pensar em si mesmo. A partir daí bastava cumprir a promessa do título. Mas, assim como em “Os Irmãos Karamazov” Dostoiévski não se contenta em deixar as coisas do modo que a sociedade quer julgar. Ele é um escritor da realidade, pessimista por natureza, e que mesmo quando você espera um final sacramentando e sem reviravoltas, ele consegue te frustrar de um jeito genial, que só um mestre da literatura pode fazer.

Dostoiévski não foi iniciado na arte do “Final Feliz”, mas nesse livro, qualquer fim que não seja inegavelmente trágico é alegre.
Luh Costa 20/07/2011minha estante
Estou lendo esse livro. No início achei um pouco maçante, cansativo mas depois a história começou a fluir, me deixando curiosa. É um livro forte, tenso.
Resenha magnifica!
Você está cada vez melhor na arte de resenhar, rsrs. Meus parabéns!Continue assim.
Abraço
De sua fã.


Alan Ventura 21/07/2011minha estante
ótima resenha, tenho certeza que apesar de ser um livro denso, muitas pessoas decidiram lê-lo após verem tua resenha. Parabéns.


Gláucia 08/08/2011minha estante
Difícil resenhar esse livro, vc o fez com maestria, parabéns!


Maya 06/03/2012minha estante
Estou no início do livro,e já estou anciosa para saber qual será o final dessa trajetória instigante de Raskólnikov.


PHILOSOFODUTRA 28/08/2017minha estante
Dostoiévski, como nenhum outro escritor, é capaz de penetrar no âmago de seus personagens e revelar de maneira profunda e psicologicamente, os sentimentos humanos escondidos na alma, tais como, medo, angustia, pecado, culpa, raiva, ódio, inveja, amor, fé e esperança.
Nas Obras dele, os personagens estão ?nus e patentes? perante o narrador onisciente, e se sobrepõem à própria trama para dar lugar à análise do homem real de seu tempo.
O livro, Crime e Castigo, escrito em 1866, conta a trajetória angustiante e psicológica de um estudante marcada pelo pecado e pela culpa, mas redimido pelo amor de uma mulher, a prostituta Sônia.
Raskolnikov era um estudante universitário, pobre, intelectual, que residia num pequeno apartamento em São Petersburgo na Rússia, o qual movido por uma ideia fixa matou a machadadas uma velha usurária e sua sobrinha, sem nenhum motivo aparente.
Após o crime, inicia-se a trajetória de angústia e dor ocasionados pela culpa de seu pecado(crime) cometido, e por fim, o castigo, e a redenção na prisão na sibéria.
Dostoiévski neste romance nos apresenta também uma análise de como funciona a mentalidade revolucionária: Raskolnikov acreditava na tese segunda a qual alguns homens são extraordinários e podem perpetrar determinados delitos e crimes em nome de suas ideias. Por isso ele comete aquele crime torpe sem motivo aparente. O autor aproveita, ainda, para revelar essa maneira de pensar e agir presente em sua época, e também em todos os movimentos revolucionários da história, da revolução francesa à revolução bolivariana na Venezuela. Neste modo de pensar e agir, os crimes cometidos para a implantação dos ideais do novo mundo são sempre justificados e perdoados.
O autor, de certa forma, antecipa literariamente o que ocorreria no seu país em 1922 com a Revolução Russa ao Implantar o Comunismo. Hugo von Hofmannsthal, a respeito desse papel profético da Literatura, já dizia ?Nada está na realidade política de um país, que não esteja primeiro na sua Literatura.?
Freud não, mas Dostoiévski explica porque Dirceu, Jenuíno e Lula, assim como toda a turma dos petralhas, consideram-se até hoje, apesar das provas concretas que os condenam, presos e perseguidos políticos. Tudo o que eles fizeram não causou nenhum remorso ou culpa porque acreditam que o fizeram em nome da construção da nova ordem social, política e econômica.
Crime e Castigo é uma obra-prima da literatura universal, profunda e rica em desnudar os mecanismos psicológicos da alma humana, principalmente, o modo de agir dos tiranos e malfeitores da humanidade.




Mari 25/01/2024

Primeira leitura do ano. Fiz a resenha em uma outra versão, todo o histórico e apaguei sem querer ?
Na leitura seguimos o jovem Raskolnikov e sua vida como um estudante pobre na Russia e como as condições em que vive moldam suas decisões. Demorei a engatar na leitura, mas o livro tem passagens muito emblemáticas e que geram profunda reflexão.
Jaguadarte0 25/01/2024minha estante
Também apaguei uma resenha enorme sem quererkkkk dói demais ?


sunflower 25/01/2024minha estante
esse tá na minha lista de 2024




Pam 15/01/2022

Talvez eu tenha lido errado...
Achei que esse livro começou bem, depois ficou chato, e o final foi bom de novo. Esse foi o meu primeiro contato com um clássico da literatura russa, eu sou mais familiarizada com a inglesa, e não sei se foi isso que causou um estranhamento.

O começo do livro foi muito legal, a gente acompanha o Raskolnikov, um estudante falido que começa a cogitar cometer um crime para conseguir dinheiro. De cara eu adorei a ambientação do livro, deu pra sentir o desespero e a pobreza não só do protagonista, mas de todo mundo ao redor dele. Também achei interessantíssimo acompanhar as linhas de pensamento dele durante toda a leitura, em que ele fica tentando justificar os atos dele. Desse aspecto do livro eu não tenho o que reclamar. A angústia dele é tão grande, às vezes eu achava que ele era um completo maluco, outras eu sentia pena dele. Os outros personagens ao redor também são bons, mas aí tem um ponto que pesou pra mim.

Eu sei que isso vai soar extremamente imaturo e ignorante, mas tive muita dificuldade com os nomes difíceis, ainda mais porque tem nomes parecidos entre si. Pra mim que tenho contato mínimo com a cultura russa, foi uma luta (senti algo parecido com The Witcher, que mesmo sendo uma fantasia, é polonês e tem nomes incomuns e difíceis pra nós). Muitas vezes tive que dar uma espiada na Wikipedia pra relembrar e entender os nomes, é uma leitura que pra quem não tá acostumado (como eu) precisa ser feita com calma e paciência, duas coisas que estavam me faltando, por isso acho que talvez eu tenha "lido errado". Acredito que seja um livro que talvez futuramente com mais maturidade e costume eu precise reler.

O "meio" do livro pra mim foi muito chato, eu fiquei prestes a abandonar, só não larguei porque eu comprei esse livro e não queria abandonar algo que eu investi dinheiro. Começaram a surgir muitos novos personagens e eu estava 100% nem aí pra eles. Além disso, em vários momentos eles começam a divagar e contar histórias das vidas deles, e apesar de algumas dessas histórias depois se tornarem relevantes pro enredo, isso não impediu que eu me sentisse cansada na leitura. Em contrapartida, em algumas partes o livro foi bom porque eu adorei o final e teve coisas muito emocionantes, mas infelizmente vai passar longe dos meus favoritos do ano.

Tiago 15/01/2022minha estante
Fico feliz em ver que você persistiu com o livro! Interessante ver essa perspectiva sobre a história.


Pam 15/01/2022minha estante
quase desisti kk eu realmente sinto q precisarei ler dnv em outra época, vejo mts pessoas apaixonadas por essa obra e fiquei meio chateada por não ter tido uma boa experiência. mas enfim, valeu essa primeira leitura pelo menos pra eu conhecer e me preparar pras próximas.


wesley 31/01/2022minha estante
oi oi! Sou um amante da literatura russa, é muito comum de Dostoiévski criar histórias entrelaçadas à principal, pois uma das coisas mais interessantes do livro é a forma como ele desenvolve e faz uma mineração da psiquê humana em todos os personagens, o que o difere de qualquer autor ou literatura, ou seja, é bem normal se estranhar um pouco, mas o principal em relação aos nomes, é uma dificuldade para todo mundo, ainda mais porque muito deles tem apelidos, por isso em livros russos eu geralmente ultilizo post-it para me situar melhor na história e me ajuda muito. As vezes pode não ter sido o momento pra sua leitura, mas tente ler novamente em outra hora.


Pam 31/01/2022minha estante
oi wes, obrigada pela explicação! eu ja to pensando em reler esse livro um dia, gostei da sua dica dos post-its, provavelmente farei isso. as histórias secundárias dificultaram um pouco pra mim, quem sabe numa releitura eu agr mais habituada aproveite mais. mt obrigada!




ajsjad 26/06/2022

Arrebatador (e intrigante)
Desnecessário dizer que esse livro foi um dos que mais me marcaram nesses meus 15 aninhos de vida, pelo menos. O enredo em si é muito envolvente. As personagens são tão bem construídas que se tornam intrigantes para o leitor, principalmente o contraditório protagonista, Raskólnikov. Muitos podem achar que a obra se trata apenas de um sujeitozinho tirado a revolucionário que mata uma velha e fica se martirizando o tempo todo. Mas vai muito além disso. O contexto histórico e a filosofia por trás dessa narrativa são gritantes; e a compreensão deles é essencial para a melhor absorção do livro. Instigante do início ao fim, não obstante o volume de páginas, Crime e Castigo-por incrível que pareça- não tem enchição de linguiça nem descrições rasas e puramente estéticas como é de praxe em muitos clássicos. Sua construção emociona até o mais despretencioso dos leitores. Sem dúvida, inegualável.
roses in winter 26/06/2022minha estante
recomenda?


ajsjad 26/06/2022minha estante
@roses in winter , demaaais


Gabriela3115 26/06/2022minha estante
Ok, vou ler ??


Jessi 26/07/2022minha estante
Haaaa eu tenho esse livro, ganhei de presente eu li esse ano, é muito difícil, mas quando a gente termina fica tão feliz de ter lido


ajsjad 26/07/2022minha estante
@Jessi isso é normal. Não é que o livro seja difícl. Talvez só tenha lhe faltado uma organização e uma contextualização sobre a obra. Se quiser, recomendo que vc dê uma conferida num material da Maria Camila Moura. Lá vc encontra uma lista com o nome e apelidos dos personagens, contexto histórico, curiosidades etc.


Jessi 26/07/2022minha estante
O mais difícil dos russos são seus nomes e apelidos





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