As viúvas das quintas-feiras

As viúvas das quintas-feiras Cláudia Piñeiro




Resenhas - As Viúvas das Quintas-Feiras


13 encontrados | exibindo 1 a 13


Paty 30/06/2014

O retrato que Claudia Piñeiro faz de seus personagens é o de uma crítica social dura, mas não desumana. Muito do panorama retratado no livro poderia ser ambientado no Brasil. Irônico, mordaz, o livro é uma crítica muito bem-feita à alta sociedade argentina, um caso, que retirando-se alguns detalhes, pode-se comparar ao Brasil.

É um exemplo de excelente literatura.
Arsenio Meira 30/06/2014minha estante
Essas viúvas!
Eu vou atrás delas...
Abraços


Renata CCS 02/07/2014minha estante
Gostei Paty!


Jayme 07/07/2014minha estante
Compartilho de sua opinião, Paty.


Paty 07/07/2014minha estante
Pela estante de vocês, tenho certeza que irão gostar muito.




Nana 24/07/2010

Uma excelente descoberta!
O livro aborda com muita criatividade, ironia e inteligência, a vida de várias famílias da alta sociedade (os chamados novos ricos) que vivem dentro de um condomínio de luxo em Buenos Aires e ignoram a vida lá fora.
Dentro do bairro fechado eles procuram manter as aparências com suas mansões impecáveis, piscinas luxuosas, prática de esportes como golfe e tênis, os filhos frequentam as melhores escolas e as mulheres fazem cursos e chás beneficentes pra se entreterem.
Só que por trás disso tudo, está escondida uma outra realidade como: Filhos envolvidos com bebidas e uso de drogas, mulheres infelizes que apanham do marido, traição, maridos desempregados que não aceitam a queda no padrão de vida.
Tudo vem a tona quando, após uma reunião de amigos que é feita todas as quintas-feiras, três personagens são encontrados mortos dentro da piscina. A partir daí, começa a ser revelado o lado feio de uma sociedade que vive de aparências e futilidades.

Encontrei este livro por acaso aqui no Skoob quando eu estava pesquisando a estante de alguém (não lembro quem...rsrs) e a sinopse me chamou a atenção. Que bom, pois foi uma leitura maravilhosa! A autora escreve muito bem e consegue depertar a curiosidade no leitor do inicio ao fim.
Sabe aquele livro que você não quer que chegue ao final? E que quando termina fica um vazio? É assim que estou me sentindo. Gostaria de continuar passeando pelas ruas do condomínio e conhecendo melhor a vida de cada uma das famílias. ADOREI!!

PS: Uma pena que um livro tão bom, seja tão pouco conhecido no Brasil, enquanto que tantos livros sem nenhum conteúdo façam grande sucesso de vendas devido a divulgação das editoras.
MANINHA BLOOM 16/09/2023minha estante
Acabei de assistir este filme na Netflix


Nana 16/09/2023minha estante
Jura? Não sabia que tinha filme. Vc gostou? O nome do filme é o mesmo do livro?




erika 15/02/2020

Ainda não sei se gostei desse livro. A leitura valeu a pena, é uma eficiente crítica de uma decadente alta sociedade argentina (que pode se encaixar perfeitamente em outros contextos latino-americanos), mas penso que seria um ótimo conto, e não um livro em si. A autora insiste em situações para mostrar ao leitor um determinado ponto, quando seu texto é contundente o bastante para provar isso sem precisar "bater tanto na mesma tecla".

A forma como a história é contada foi um fator que não me agradou (apresentar um fato e retomá-lo apenas na reta final do livro foi uma ideia que, a meu ver, fez com que a trama "esfriasse" e perdesse força), e eu ainda estou "digerindo" o fim. Apesar de incômodo (o que considero ótimo), ainda não concluí se a argumentação usada pela autora é suficiente para sustentá-lo.

No mais, trata-se de um texto muito bem escrito, atual e interessante no sentido do contraponto entre as relações privadas e públicas de famílias ditas de "alta classe".
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Marcus.Vinicius 24/01/2022

Retrato da altíssima sociedade
Neste livro da argentina Claudia Piñeiro, podemos acompanhar a história de diversas famílias do condomínio de luxo e alto padrão Altos de La Cascada, localizado nas proximidades de Buenos Aires.

A obra começa com uma cena de crime: três corpos são encontrados mortos numa piscina de uma das luxuosas casas do condomínio. A princípio, poderia se imaginar que o enredo seria da investigação do crime, aquele roteiro clássico dos romances policiais. Mas não. Foca nas famílias, no íntimo das mesmas, nas relações (conturbadas) entre elas, de uma classe social que se vê alheia e dentro de uma bolha, que pensa estar alheia a todos os demais problemas do país: economia quebrada, violência, fome. O que vale é manter o alto padrão, jogar golfe, fazer reuniões regadas a champanhe, monitorar cada passo de cada morador 24 horas por dia.

A escritora argentina vai muito bem, e traz temas tais como ganância, preconceito, violência (de variados tipos), etc. Livro escrito em 2001, no auge de uma das maiores crises econômicas passadas pelos nossos vizinhos, mas que continua extremamente atual, especialmente com o atual momento do Brasil. É um retrato não só da Argentina, mas de uma parcela da sociedade como um todo.

Por fim: o crime é desvendado somente no final, quase não é mencionado no decorrer do livro, e o final, pode-se dizer, surpreende.
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Geisi.Ferla 18/06/2022

Tapa na cara
Livro muito bom, leitura ágil que faz uma análise cirúrgica da da alta sociedade Argentina em processo de decadência.
Instigante.
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Ladyce 03/01/2010

Tema atual, prosa moderna: tudo para agradar
Nas duas últimas décadas do século XX, a cidade de Raleigh na Carolina do Norte, EUA, vivenciou um grande surto econômico. Com isto passou a ser um lugar ideal para muitos americanos morarem. Habitações de todo tipo se fizeram necessárias e especuladores imobiliários assim como construtores juntaram esforços. De um mês para o outro via-se comunidades inteiras aparecerem, onde antes só havia um sítio ou uma pequena fazenda nos limites urbanos da cidade. Muitas vezes, lagos foram escavados, enormes, suficientes para uma pequena competição das menores embarcações. Com freqüência estas comunidades também tinham seu próprio campo de golfe. No início, estas novas residências apareceram preenchendo os lotes de ruas já existentes, preferencialmente em bons bairros; aqueles já delineados quanto ao seus habitantes. Mas quando a migração interna do país — do centro-oeste ou norte para Raleigh, — aumentou, comunidades começaram a aparecer, cujo perfil era muito menos democrático do que a cidade havia tido até então. Comunidades exclusivas, fechadas com muros e portões, com guardas e cercas eletrônicas apareceram; afinal, Raleigh e Cary, seu subúrbio, eram o próprio vale do silício da costa este dos EUA.

Muitos foram os lagos e campos de golfe criados nesta região. Pertenciam a comunidades com centenas de casas, separadas por tamanhos e preços diferentes. Não muito diferente do plano original de Brasília. Casas de um certo preço, de um certo padrão próximas às suas semelhantes. Edifícios de pequenos apartamentos no canto do terreno dedicado aos edifícios. Numa área, casas tinham telhas de asfalto, em outra, casas de dois andares. Tudo dentro das regras do plano urbano de desenvolvimento. Não há como sair da norma nestas comunidades. Assim disfarça-se, também, a segregação financeira.

Nestas comunidades fechadas, que lembram pequenas aldeias porque têm muitos serviços dedicados a uma pequena população: escolas de ensino básico, creches e até estádios esportivos; o que se vende é a sensação de segurança. Ninguém questiona a falta de liberdade de mudar a cor do lado de fora da casa ou o tipo de telhado. Cada uma tem regras específicas e claras estipuladas nas escrituras, muitas das quais seriam inválidas em território brasileiro.

Vem à mente neste momento um bairro em Raleigh, construído à volta de um lago – também escavado pelo homem. Chamava-se: Rue Sans Famille. Havia é claro muitas ruas nesta comunidade de centenas de casas. A diferença deste bairro para outro estava numa única cláusula na escritura: a proibição de crianças morarem neste condomínio. Assim, se você é jovem e está pensando aumentar a família, tem que primeiro vender a sua casa. 16 anos era a idade mínima para morar neste local.

Eu me expando em explicações para simplesmente dizer que quando Claudia Piñeiro descreveu em seu livro As viúvas das quintas-feiras [Editora Alfaguara] a comunidade fechada nos arredores de Buenos Aires, pude imaginá-la muito bem. Como seus semelhantes americanos, as pessoas que decidem morar em Altos de la Cascada acreditam que não só o ar que respiram é mais limpo, mas que todos os outros seres humanos não merecem nem o ar e nem o luxo que lhes é servido. Como na Argentina, no Brasil e nos Estados Unidos, moradores de vizinhanças como essas fogem do crime, do perigo real ou imaginado que acreditam existir nas partes das cidades mais populosas e menos seletivas

Quando, no entanto, a economia local, regional ou mundial muda o perfil dos empregos e das companhias; e o desemprego, nunca antes previsto, começa ser percebido aqui e ali, penetrando até mesmo no território santificado destas comunidades, os habitantes destas ilhas de bem-aventurança, acham difícil manejar a realidade. E de repente, se descobrem espiando vizinhos, analisando problemas com seus pares, com seus companheiros de golfe. Uma mudança brusca de status social se mostra difícil de ser encarada. Há imediatamente uma divisão entre os verdadeiros sobreviventes – aqueles que se adaptam às novas circunstâncias – e os que insistem em viver como se nada pudesse os afetar. A discriminação, no início sutil, chega a níveis impensáveis e a resoluções ainda mais incompreensíveis.

Passado na virada do século XXI, na Argentina, época em que aquele país sofria com uma crise econômica, os habitantes de Altos de La Cascada preferem ignorar a realidade fora das cercas de metal que os protege. O romance, que tem um tempo rápido, maravilhoso, em plena compatibilidade com a época que está retratando, é muito intenso por mais ou menos seus primeiros dois terços. Depois perde um pouco a mágica para recuperá-la no capítulo final com uma conclusão completamente inesperada. Este final renasceu o meu interesse pela leitura e “salvou” o romance para mim. Apesar do título, não são só as mulheres desta comunidade que são retratadas. Seus maridos, seus filhos são tão parte da história quanto elas. Diversos assuntos muito atuais são retratados de tal maneira que nos fazem pensar criticamente a respeito da sociedade em que vivemos: anti-semitismo, preconceito de cor, espancamento e abuso de mulheres, preferências sexuais inusitadas. E para aumentar o nosso interesse há um mistério que precisa ser resolvido.

Acho que este é um ótimo livro para se levar numa pequena viagem de férias, para um fim de semana prolongado. Ele mostra com cuidado o mundo em que todos nós vivemos e faz com que se considere: esta é a maneira como realmente queremos viver nossas vidas? Será que vale a pena nos isolarmos do mundo à nossa volta? Vivermos rodeados só daqueles que se parecem conosco? Perder o contexto, nos exilarmos da nossa textura cultural, é uma maneira plausível de solucionarmos problemas sociais?

Recomendo o livro. Boa leitura!

Este livro ganhou o Prêmio Literário Clarín em 2005.

23/07/2008
Esta resenha apareceu primeiro em inglês na página: Living in the postcard

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Cris 14/08/2009

"por que nesse país,não chamam as coisas pelo nome?"
"o que me impressiona é o que se mete dentro do corpo e não têm o destino de degradação do resto (...)ao passo que aquilo que está ao seu redor é decomposto e consumido"
e aí depois de ler todo um retrato de eventos cotidianos tão subliminares a margem da realidade que se finge existir de uma sociedade,de nós ,de uma cultura continental que se mescla a jogos de importãncia e futilidades como mendigos em busca de algum alimento (pequeno que fosse),reconhecimento,sol,compreensão-que dirá dessa relação de um continente inteiro?-resta aquela ultima frase do livro que fecha tudo isso com chave de ouro.
ótimo!!!!!
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Ana Ribeiro 17/10/2017

As fraturas de uma sociedade fingida
Por Ana Aparecida Ribeiro


As viúvas das quintas-feiras é um romance de Claudia Piñeiro, lançado no Brasil, em 2007, pela editora Alfaguara. Além de se dedicar a escrita literária, é roteirista de televisão e colaboradora em veículos impressos. Com As viúvas das quintas-feiras, Piñeiro obteve sucesso de vendas. Pelo merecido reconhecimento da obra, recebeu o prêmio Clarín de romance de 2005.

Nesse romance, a autora apresenta uma crítica à classe média que habita o condomínio Altos de Las Cascatas, localizado em Buenos Aires, mas bem sabemos que podemos encontrá-lo facilmente em qualquer outro lugar, seja na Barra da Tijuca, seja na Carolina do Norte. Os habitantes do Altos de Las Cascatas não poderiam ser menos quixotescos. Como em Dom Quixote, seus personagens não cessam a capacidade de teatralizar, são responsáveis por dissimular suas próprias realidades. Cada indivíduo é um fingidor em potencial. Fingem sobre tudo e para todos. Mentem desmedidamente sobre os problemas familiares, individuais ou causados pela crise econômica pelo qual passa a Argentina, bem como sobre os prejuízos causados pela economia flutuante, que afeta individualmente cada personagem. No romance de Claudia Piñeiro, custa algumas vidas a tentativa de preservação do prestígio social, quando se corre o risco de ter de esquecer o luxo das mansões que “tivera um dia, e não tinha mais”.

O padrão de vida mais sedutor consiste apenas em aparências. Por trás de uma ilusão de perfeição esconde uma sociedade individualizante e excludente, portanto, opressora. Os personagens desse romance acabam por aderir a certos padrões de vida sem pensar na real necessidade de adquirir este ou aquele padrão social. O teatro surge, pois, como única questão central e permanente. Tudo é instável. Mas todo esse teatro esconde o que exatamente? Esconde a incapacidade do indivíduo de aceitar a perda, os medos, as angústias e frustrações; camuflam a necessidade de que “é preciso aprender que nada é para sempre”, os paradoxos e as arbitrariedades de uma sociedade em ruínas, uma sociedade doente, marcada pela “vertigem da década”, cheia de “fraturas expostas”, de fissuras incorrigíveis. Uma década que não consegue acabar com o racismo, o desemprego, a violência contra a mulher etc. Uma década que tem vergonha de mostrar-se, a não ser por meio do fingimento, porque “é difícil largar o salto”, tirar a fantasia; sair do conto de fadas, para encarar o caos natural da vida.

Devo dizer que cheguei a este romance por meio da sugestão (vulgo: leitura obrigatória) do querido professor de Literatura Hispano-Americana, Ary Pimentel, a quem devo todo o meu carinho e admiração, pois foi uma das melhores leituras que realizei naquele momento da minha vida. E olha que não foram poucas as leituras incríveis que realizamos juntos. Ary sugeriu dois livros e pediu que escolhêssemos um deles para fazer a leitura e resenhá-lo: Coisa de Negro, de Washington Cucurto e As viúvas das quintas-feiras. Acabei escolhendo o segundo, por que encontrei com mais facilidade. Mas Coisa de Negro tem frequentado meu coração, pois alguma coisa me diz que Cucurto não vai me decepcionar. Ele já está como meta de leitura e está também em minha cesta de desejos. Não sei, meu aniversário está chegando, o natal também está aí, vai que papai noel existe? Vai q!

Enfim, devorei as 252 páginas em uma semana. Ou melhor, lia e relia ao mesmo tempo. Porque como se tratava de uma leitura obrigatória, eu tinha data para entregar a resenha. E, pasmem, deixei pra começar a leitura do livro em cima da data de entrega do trabalho. Minha vida é só emoção! Pense num ser que não comia, não dormia, desconfie se ela tinha tempo de tomar banho (rs). É que o professor tinha falado que para escrever uma boa resenha, o sujeito precisava ler o livro pelo menos umas três vezes. Pense numa pessoa em pânico! Mas pense também num ser que gozava horrores de prazer no que estava fazendo! Pense numa narrativa que trata de questões complexas, de forma envolvente, de modo que você não consegue parar. E ao término, leitor, você pensará: “nossa, já acabou? Como assim? Tava muito bom!”. Lembro que durante a leitura, minha cabeça fervilhava, outras obras eram convocadas, como por exemplo: "Tudo que é sólido desmancha no ar", de Marshall Berman, "Ensaio sobre a cegueira", de Saramago, entre outros.


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Rosa Alencar 05/04/2024

Ilusões e falências
Vidas preenchidas com ilusões transitórias, retrato de aparências, tão comuns. Parece simples escrever sobre elas, mas ao mesmo tempo deixa a impressão de que é preciso mergulhar fundo (sem trocadilhos) no cotidiano daqueles personagens para engendrar esta trama que Claudia Piñeiro nos apresenta. Os desfechos parecem surpreender, mas, ao nos determos a analisar a trajetória dos envolvidos, nos damos conta de que era previsível, para manter as aparências, já que tudo foi apenas uma ilusão!
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Lima Neto 15/02/2010

um livro bom, interessante, sem dúvida, por retratar uma época, uma geração, uma classe social, com seus valores, futilidades e por representar tão bem suas decadência.
gostei bastante da forma como a escritora soube conduzir a história, de toda aquela diversidade de personagens, tão diferentes e, ao mesmo tempo, tão parecidos em seus valores e aparências.
retrato de uma época e de uma classe social decadente, "as viúvas das quintas-feiras" é um bom livro da atual literatura latino-americana.
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Silvana (@delivroemlivro) 24/11/2012

Quer ler um trecho desse livro (selecionado pelos leitores aqui do SKOOB) antes de decidir levá-lo ou não para casa?
Então acesse o Blog do Grupo Coleção de Frases & Trechos Inesquecíveis: Seleção dos Leitores: http://colecaofrasestrechoselecaodosleitores.blogspot.com.br/2012/10/as-viuvas-das-quintas-feiras-claudia.html

Gostou? Então também siga e curta:
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Tks!
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DIRCE 03/04/2013

Qualquer semelhança com a vida real NÃO é mera coincidência.
Gostei. Gostei do livro As viúvas das quintas-feiras, um romance que tem como protagonista Altos de Las Cascata. O que é ou quem é Altos de Las Cascata ? É uma espécie de uma ilha, só que não é uma porção de terra cercada de água por todos os lados. É um condomínio de luxo, com campos de golfes etc...etc..., cercado de muros altos por todos os lado, que podem isolar os moradores da miséria que circunda o lado de fora, porém não os isolam dos problemas e falhas - incluindo as de caráter - , inerentes ao ser humano, e tampouco da ruína do sistema financeiro que abalou o país ( a Argentina) e da sua consequência desastrosa: o desemprego.
A narrativa é feita por vários narradores, mas somente Virgínia e a menina Romina ( narradora de um capítulo, ou de dois - não me lembro muito bem ) são identificados, os demais não são.
À medida que fui conhecendo os moradores do condomínio,melhor dizendo, à medida que me deparei com a hipocrisia dos moradores desse condomínio, fui ficando meio que aturdida. Tudo era permitido para manter a ostentação e ,quando essa ostentação se tornava inviável, só restava fazer as malas e seguir rumo a Miame. Lá, longe dos julgamentos e falatórios dos “amigos”, tudo era permitido: morar em um minúsculo apartamento , os filhos estudarem em colégio público, ficar sem uma empregada doméstica e, se necessário for, até se tornar uma, mas junto aos “amigos” nem pensar: tinham que manter a pose, o me deu a certeza que qualquer semelhança com a vida real NÃO é mera coincidência.
Ocorrem mortes no romance, mas não se trata ( no meu entendimento) de um romance policial – trata-se de um livro que critica esse modo de viver. Uma crítica felina que se percebe não só pela trama, mas também pela frase constante do livro retirada do “À margem da vida” de Tennessee Williams: “ A época que transcorre a ação é o período longínquo em que a enorme classe média dos Estados Unidos se matriculava numa escola para cegos”.
As viúvas das quintas- feiras é um bom romance e receberá 3 estrelas, mas ainda assim, irá para os meus favoritos, pois eu o recebi de presente da minha querida amiga Paulinha.
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@aangeladani 31/01/2017

As aparências enganam...
Já faz um tempo que tenho esse livro, comprei por já ter lido e gostado de um outro da autora, e a história desse também me agradou. Os capítulos são curtos, o que eu geralmente prefiro, e eles vão se alternando entre primeira e terceira pessoa; sendo que em primeira pessoa ficava claro quem estava narrando, mas em terceira pessoa não, o que acabou gerando uma certa bagunça, em alguns momentos, na minha ~ cabeça cansada ~ rs. Além disso a questão dos vários personagens, alguns com nomes parecidos inclusive, também acabou confundindo e atrapalhando um pouco a minha concentração durante a leitura. Porém, mesmo com esses pequenos contras, os prós da história foram bastante agradáveis, principalmente em se tratando da própria trama em si: bem construída, dinâmica, objetiva e inteligente. Um suspense com uma boa dose de drama, típico pra fazer refletir sobre aquele velho e sábio ditado: as aparências enganam. Sobretudo.

Nota: 3/5 (bom)
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