A Mão e a Luva

A Mão e a Luva Machado de Assis
Machado de Assis




Resenhas - A mão e a luva


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florence28 26/06/2023

Um talarico e uma interesseira
Um talarico, uma interesseira, um romântico e um playboy.

Comecei a ler sem grandes expectativas, apenas achando que ia achar o livro chato. Na verdade me surpreendi.

Compadeci-me de Estêvão e senti suas angústias, seu amor antigo não correspondido que depois de anos voltou como quem não quer nada para assombrá-lo e fazer com que ele saísse dos eixos. Um verdadeiro romântico incurável.

Jorge é um playboyzinho superficial e sem personalidade.

Guiomar é uma mulher interesseira, fria, calculista, racional e não derrama uma lágrima se quer. Tudo que ela queria era palco, brilhar e chamar atenção. Dois homens se declararam para ela e demonstraram afeição, a de um deles era extremamente profunda e verdadeira. Mas obviamente ela não deu a mínima. Sabe quem foi o único que conseguiu chamar a atenção dela? Um cara frio que agia com indiferença e não demonstrava que a amava. Se fosse uma releitura dos dias de hoje ela seria o tipo de mulher que vai preferir o "bandido" do que o cavalheiro.

Luís Alves é um amigo da onça e talarico. Também têm esse espírito "sigma" e assim como Guiomar, é frio, calculista, cheio de lábia, sagaz, articulado, manipulador e envolvido no ramo político, que necessita de alguém como ele para que o exerça.

O casal se merece, ambos "cheios de ambição" e parecem ter a mesma personalidade indiferente.

Primeiro livro do Machado de Assis que li e gostei bastante. A leitura foi muito rápida. Senti tanta pena do Estêvão pois se eu fosse um dos personagens, com certeza seria ele. Espero que um dia ele tenha conseguido superar Guiomar, já que ele tinha feito isso quando ficou dois anos longe dela. Mas creio que a traição do fura olho de seu "amigo" deixou a ferida mais profunda e quase incurável.

Vale a pena ler esse livro!
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Marcelo.Miranda 25/06/2023

Tudo é aliado da MULHER que sabe querer
Sempre me causou intenso incômodo essa divisão que os “especialistas” impõem em relação à obra machadiana, como se o suprassumo, o ouro, os trabalhos de qualidade tivessem engatado apenas a partir de Memórias Póstumas de Brás Cubas, e tudo o que viera antes não passasse de rascunhos, trampolins ou resultados de uma “fase imatura” do autor.

Pode notar, caro leitor, como essa galera, muitos com os carimbos e diplomas de doutores universitários, sempre trata essa fornada literária com condescendência. Eu já cheguei a ouvir pérolas sobre o livro Contos Fluminenses, que na ocasião fora tachado como “contos menos bons do Machado”. É vergonhoso que tais ideias equivocadas sejam difundidas por acadêmicos, pois elas acabam sendo assimiladas pelo público leitor e até pelo mercado editorial.

Obras de altíssima qualidade são relegadas à segunda divisão. Não à toa nós não encontramos com facilidade edições robustas delas sendo lançadas, como faz a Antofágica com os livros populares, por exemplo. Sempre o pingue-pongue de Dom Casmurro, Memórias Póstumas e um punhado de contos.

Pois bem, registrado o desabafo, vamos ao que interessa, a análise de A Mão e a Luva. E que obra magnífica! Aparentemente mais uma história de mulher dividida entre a escolha de seus pretendentes, mas, claro que isso logo é desmentido quando a nossa anti-heroína entra em cena. A Guiomar talvez seja a grande personagem feminina machadiana. Quer dizer, talvez não, eu digo que ela realmente é. Até a leitura desse livro eu era partidário da Sofia, de Quincas Borba. Só que a Guiomar é fria, calculista, arrogante, ambiciosa e só não chega a ser arrivista por falta da ocasião que faria o ladrão. Personagens como Capitu, Helena, Marcela e Sofia são vistas em suas respectivas obras sempre com o filtro do olhar do personagem masculino principal (ao menos na maior parte do tempo). Aqui não. Aqui nós vemos a Guiomar desnudada, sempre ponderando a cada momento se determinada decisão terá impacto no afeto da madrinha. Claro, em nenhum momento é posta em dúvida que ela realmente sinta afeto pela baronesa, mas o narrador não deixa de mencionar que o fato dela ser rica torna as coisas muito mais convenientes. Eu enfatizo a parte do salvamento da futura professora e o demérito de um trabalho para provar o ponto.

Trata-se de uma personagem de caráter questionável. Por exemplo, ela fica o tempo todo incomodada com a governanta inglesa, Mrs. Oswald. Para ela, é revoltante que uma empregada queira interferir na relação entre afilhada e madrinha, até porque alguém de “status social inferior” estava empurrando um pretendente na jogada, mas há uma contenção da fúria, porque Guiomar sabe que isso não trará benefícios. E lá vemos a personagem fingindo mansidão. Uma ligeira luta de classe sendo escamoteada.

Só que, na minha opinião, a parte mais intrigante é como ela reage aos 3 pretendentes, cerne da obra. Existe um sadismo no trato de Guiomar com Estevão. É o machado zoando os ultrarromânticos usando o advogado como alegoria. E olha que ela não faz o mesmo com o Jorge, afinal, este é um sobrinho da baronesa. Que mulher sacana, não?

E sobre o Estevão, gosto como o Machado quebra a expectativa, pois o início da história foca tanto nos arroubos românticos do advogado, que acabamos por imaginar que se trataria do “herói” da história, mas ele é achincalhado por todo mundo, e não coincidentemente trata-se do pretendente menos abastado financeiramente. E menos ambicioso que Luis Alves, principalmente.

A história segue o seu ótimo fluxo, desdizendo a falsa modéstia do autor na nota em que pede desculpas pelas incongruências típicas de algo originário de um folhetim. O desfecho é digno do título. A Mão e a Luva tem que estar na primeira prateleira da literatura brasileira, qualquer coisa menor do que isso é subestimar essa obra-prima.

Sobre a edição, eu li a 19. ed. da editora Ática, e sorte dos leitores (eu sou um sortudo) que deixarem para ler os textos de apresentação e de contracapa após a conclusão da história, já que eles possuem spoilers desnecessários.
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Sena 24/06/2023

O livro gira em torno da jovem órfã que foi adotada por sua madrinha e seus três pretendentes Jorge, Luís Alves e Estevão.
Guiomar é uma moça de condições humildes que se mostra fria, determinada e calculista. Sempre coloca a razão antes dos sentimentos e não vai se desviar antes de alcançar as ambições de seu coração. Nesse interim, aparecem três pretendentes bem diferentes que tentarão conquistar seu coração.
Jorge, sobrinho de sua madrinha e preferido por ela. Mas nas palavras da própria moça, um tanto vegetativo.
Estevão, um jovem apaixonado e totalmente sentimental de origem humildes.
E o jovem rapaz Luís Alves que não mede esforços para conquista tudo o que deseja.
"Estevão dera-lhe a vida sentimental, Jorge a vida vegetativa; em Luís Alves via ela combinadas as afeições domésticas com o ruído exterior."
"O coração não se pode dominar, nem há meio de impor-lhe um sentimento."
"A felicidade é isso mesmo; raro lhe sobra memória para as dores alheias."
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Nesquik 15/06/2023

Superou minhas expectativas
Comecei a ler por obrigação pra trabalho na escola mas acabou que ne prendeu do início ao fim, fui comentando sobre o livro com minhas amigas do seminário e deu super certo
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Marissol 14/06/2023

Li pq da escola denovoooo
Mas super recomendo...um "clichê"clássico de romance em que a moça é disputada por vários mas no fim só um se encaixa a ela ....típico típico típico...na sinceridade não foi um dos melhores mas é bom ...esse eu fiquei com preguiça e pé atrás de ler ..mas o final é bom pq remete total só título kkkkkkkkkkkkkkk
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Natasha 12/06/2023

.......
Que mulher meu deus, todo mundo caindo aos pés dela e ela só com os planos kkkkk "romance" de época realista, se tá procurando amor esse não é o livro, dito isto, é uma ótima leitura.
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Tails 02/06/2023

Excelente
"Nunca vulgarizei o meu espírito"

Essa é a força de uma ótima protagonista. Ela se conhece, conhece o que quer e principalmente o que não quer. Guiomar é uma personagem difícil de esquecer.
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Ana Lu 29/05/2023

É um livro gostosinho de ler , apesar da linguagem diferente pela época que foi escrito , a história gira em torno de uma mulher sendo disputada por vários pretendentes , fiquei confusa as vezes mas é um livro bem tranquilo e leve
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Giovana823 20/05/2023

Como a luva se encaixa perfeitamente na mão certa
A primeira vez que li este livro foi à cinco anos atrás, fiquei com certa raiva de Luís por ter se apaixonado pela Guiomar, sendo que era a moça pelo qual seu amigo estava apaixonado. Relendo de novo após cinco anos, como deve ser óbvio, tenho uma visão bem diferente.

Estêvão podia está perdidamente apaixonado pro Guiomar, mas não era o mesmo com ela, sabendo disso ele não conseguio nem lidar com a rejeição, se tornando um personagem bem chorão.
Enquanto isso temos seu amigo Luís, um rapaz decidido e um tanto diferente de Estêvão. Guiomar apenas não era a luva da medida certa para a mão de Estêvão, mas sim para a mão do Luís.
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QUEIJO460 05/05/2023

A Mão e a Luva, (Machado de Assis).
A obra lida pertence a fase romântica de Machado, sendo assim, não está presente as preciosas incursões que são realizadas pela alma das personagens e os monólogos interiores. Características da fase realista, a qual eu mais gosto. Sendo os livros mais conhecidos nos tempos atuais os da tal fase realista, "Dom Casmurro" e "Memórias Póstumas de Brás Cubas".
Mas de maneira nenhuma isso diminuí a obra em questão, pelo contrário, muito bem escrita, mas não posso deixar de ressaltar a grande evolução que Machado de Assis teve com o passar do tempo, evolução essa que ao meu ver, fez o nome dele ser lembrado até os dias de hoje.
A primeiro momento, parece ao leitor que o personagem principal será Estevão, clássico louco apaixonado, tipo de personagem muito presente em vários outros romances. Mas logo vemos que o personagem central da obra é a própria Guiomar, a qual é muito consciente, diferente de Estevão.
Acaba que Guiomar termina casada com alguém semelhante a ela, contido e consciente, o qual sabe controlar os sentimentos igualmente a Guiomar, nunca sobrepondo tais sentimentos acima da razão. Está conclusão de romance nos dá um grande exemplo.
Mesmo parecendo ser um grande amor, acima dele, use a razão. Não se deixe elevar apenas por um sentimento bruto e talvez, ligeiro.
Marcos5813 05/05/2023minha estante
Está na minha TBR, assim como Memórias Póstumas de Brás-Cubas.




Nathan 05/05/2023

A habilidade do Machado a gente vê em como ele consegue transformar uma história que poderia ser chatíssima em uma trama complexa interessante. É uma história com que não me identifico em nada, é de outro tempo, outros valores e outra classe social. Mas ainda assim a construção da subjetividade dos personagens é tão minuciosa que sinto eles. E muito boa a liberdade com que Machado passeia por diferentes posturas como escritor, ora como narrador onisciente, ora como autor conversando diretamente com o leitor, muitas oras com um bocado de ironia.
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