Rose 03/06/2012Como vocês podem ver é uma capa belíssima, e ainda mais bela pessoalmente. O autor John Grishan disse que este é "um romance belíssimo com uma importante mensagem." Acreditem, ele não mentiu.
Comecei a ler este livro no dia seguinte da postagem que fiz sobre pedofilia e chorei em algumas passagens do livro.
A capa e a história do livro são hipnotizantes e você se vê envolvida no drama desta história. Você começa a pensar na vida, na sua vida e como eu disse na postagem da pedofilia, começa a ver como o ser humano pode ser tão cruel e mesquinho. Sim, é um romance fictício, mas tem muita gente que vive este drama diariamente. Penso no momento que enquanto estou aqui digitando estas palavras, alguém está sofrendo a dura realidade descrita nas páginas deste livro.
Em nenhum momento pensei em largar o livro. Em nenhum momento lembrei que a história era fictícia, já tinha até decidido verificar na internet sobre o grupo ACES que depois o autor conta que é ficção. O livro é tão bem escrito, com detalhes na medida certa, sem se tornar chato e cansativo, e ao mesmo tempo consegue nos deixar com os níveis de tensão lá em cima que fica difícil largar. Tá bom, deixa eu falar um pouco melhor da história em si do livro.
Cruzando o Caminho do Sol, conta a história de duas irmãs indianas, Sita e Ahalya, que são amadas e protegidas por seus pais. Suas vidas são viradas ao avesso quando um tsunami destroi a cidade em que moram e mata toda sua família. Sozinhas e sem saber o que fazer, elas partem em direção a escola onde estudam, mas no caminho infelizmente cruzam com maus elementos que a levam ao submundo do crime, para ser mais clara, elas se tornam vítimas do tráfico de pessoas e viram escravas sexuais. É isso mesmo, elas são duas entre milhares de pessoas que sabemos existirem pelo mundo que são raptadas ou enganadas com promessas de emprego mas que na verdade terminam sendo obrigadas a se prostituírem para não morrerem.
As meninas vão parar em Mumbai, sem conhecer nada nem ninguém, tendo apenas uma a outra em que confiar e amparar. Não sabem o que esperar do futuro além do medo e do terror de terem seus corpos usados.
A história destas meninas se cruzam acidentalmente quando Thomas, um advogado americano, recém separado de sua mulher indiana Pyra, é obrigada a tirar "férias" de um ano de seu emprego. Ele escolhe então trabalhar como voluntário na sede da Aces em Mumbai e aproveita a oportunidade para tentar reconquistar Pyra.
Ao chegar em Mumbai, Thomas perceber que a Aces será muito mais que "um ano sabático" como dizem no escritório, e que seu trabalho pode de alguma forma fazer a diferença no mundo e para algumas garotas.
Em um dos trabalhos da Aces, os caminhos de Thomas e Ahalya se cruzam, Ahalya é resgatada de um bordel, mas sua irmã desaparece. Comovido com a história das irmãs, Thomas acaba tomando para si a responsabilidade de encontrá-la. Sem nenhuma garantia e com muitos mistérios para serem resolvidos, começa a busca de Sita pelo submundo do comércio sexual.
Neste meio Thomas ainda tenta reconquistar sua mulher, ou melhor o pai dela que nunca o aceitou, e ele sabe que se quer voltar com Pyra, precisa da aprovação de seu pai.
Entre idas e vindas, perdas e ganhos, encontros e desencontros, Thomas segue o rastro de Sita e conhece o comércio online da prostituição, onde meninas são vendidas como gado e valem ouro se são virgens. Em uma tentativa de salvar Sita e outras meninas, além de desbaratar uma grande e importante rede de tráfico de pessoas e de prostituição, Thomas junto com o FBI e a Swat, armam um plano onde muita coisa está em jogo, principalmente a vida de vários rostos desconhecidos.
Como eu disse, um romance envolvente e hipnótico, e sim, tem uma mensagem sem igual. Se para qualquer mulher é difícil encarar um estupro, fico imaginando o peso do ato para pessoas com a cultura de Ahalya e Sita que são indianas, que como sabemos não tem tanto amparo como no mundo ocidental.
Nem sei mais o que dizer deste livro sem acabar revelando toda a história, só posso dizer que acho difícil encontrar alguém que não o aprove, seja como romance, seja como alerta. E pensar que este é o primeiro livro escrito por Corban Addison.