Segundas Intenções

Segundas Intenções Geyme




Resenhas - Mal Intencionados


20 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Duda 24/01/2022

Incrível
Livro incrível, um dos melhores que já li. Amei como descreveram os personagens, a natrativa. Com certeza é um livro pesado, realmente não é leve, e me deixou sem chão. Demorei muito pra ler, por não ser meu tipo de livro, e ter muita informação. Mas percebi que realmente se tem muita informação durante o dia a dia das pessoas
comentários(0)comente



Si 28/01/2013

O livro que mais mexeu comigo em 2013!!!
Caraca....
Quem ainda desconfia da qualidade literária e ousadia dos escritores nacionais, não pode deixar de ler esse livro.
A história é completamente atual, provocadora de tal forma que promete mexer com os conceitos de muita gente.
Aqui, a protagonista não é magra e loira de olhos azuis, boazinha até a última página... Seu filho, não é um "anjinho"... as relações familiares e amorosas não são coloridas, e as intenções de cada personagem, estão sempre disfarçadas por algum interesse patológico, desleal, absurdo, mas completamente HUMANO!

Mal intencionados está no top da minha lista de favoritos de 2013! Comecei o ano bem!
Não fiz resenha, só quis deixar registrado que esse livro é bombástico!!
Bom proveito para quem ainda não o leu!
PS: Não recomendado para garotinhas (os), hehe
comentários(0)comente



Euflauzino 02/01/2013

O nascimento da maldade
Livros com alta voltagem já me deixam em polvorosa. A violência me atrai, não sei ao certo por quê. Apenas sei dizer que ela puxa minha visão, me choca, me lança em um lugar que não quero estar, mas quero sorver. Comecei a me interessar por Mal intencionados (LP-Books, 325 páginas) por causa da sinopse, participando de várias promoções. Como que por encanto, acabei conhecendo a autora Geyme Lechner Mannes, maravilhosa! E ela, percebendo meu interesse alucinado, acabou enviando o livro da Alemanha (que chique né?). Pois é, foi um encontro inevitável. Eu e a escrita de Geyme. Ela bate pesado, expõe as igrejas evangélica e católica, exploradores da fé e da ignorância, os submissos, a mãe superprotetora, os aproveitadores sem ética, o mundo cão. Só por isso já valeria à pena lê-lo.

Mas ela vai mais fundo, sem cortes no texto, com cortes na carne, ela tece o perfil psicológico de cada personagem, provando que todos podem ter um quê de desajustados.É como se eu estivesse entrando no universo de Clive Barker (existe um colega que disse que as personagens de Barker querem provar quem é mais FDP que o outro, sempre sorrio quando me lembro disso, pois é a mais pura verdade), porém com uma diferença: é o mundo real! Seria o ser humano malvado por natureza?

Logo de cara me veio um filme o qual assisti há muito tempo chamado Funny Games (acho que Violência Gratuita é o nome lançado por aqui), as cenas são de virar o estômago, mas no livro a violência não tem nada de gratuita, nasce do ódio, do desespero, do prazer. Outro livro que me veio à mente foi “Eu sou foda!” de Hermes Leal, relançado como “Faca na garganta – a história de Cide e Alice”, retrato de uma juventude sem esperança, lançada à própria sorte. Quem não assistiu ao filme ou leu o livro, digo que é um bom início antes de se lançar em “Mal intencionados”.

O cerne da história é Tomás, uma criança mimada, que pensa ser seu pai um empecilho para o amor que sente pela mãe Ana, inclusive querendo se casar com ela (!!!). Porém, com a saída (abandono) do pai de sua casa, Tomás imagina estar no universo que tanto sonhou.
Mas sua mãe não pensa o mesmo. Trata de arrumar uma referência masculina para o filho. Coloca dentro de casa o “homem de barbas”, bronco e pouco afeito a higiene, fazendo de Tomás um joguete, iniciando com ele um jogo cruel, próprio de um pedófilo. O que faz de uma mãe, uma criminosa; de uma criança, um monstro; de um adulto, um pedófilo? É isso que este livro nos propõe evidenciar – como o mal é vagarosamente inoculado em nossas veias.

O nascimento de Tomás forja a ligação com a mãe:
“Quando nasceu, Tomás foi a criança mais feia que uma maternidade podia ter visto. Sua mãe o teve em uma breve gestação de seis meses e meio, e os médicos acharam que ele não sobreviveria. Pesando 900 gramas, fora uma “pulguinha” lançada ao mundo (ou um rato) como iriam alguns dizer mais tarde... Por dias e noites a fio, sua mãe o carregou nos braços. Cantava músicas que ele ainda não conhecia. Balançava-o de um lado ao outro, sorrindo e beijando-o entre canções... Algumas vezes ela revezava em segurar o bebê com o marido, mas quando isso acontecia, Tomás despertava do sono na mesma hora e chorava sem parar, entre lágrimas, soluços e saudades do perfume que exalava através do corpo de sua mãe... sentia-se bem somente com ela.”

Leia mais em:
http://www.literaturadecabeca.com.br/2013/01/resenha-o-nascimento-da-maldade.html
comentários(0)comente



Literatura 02/01/2013

O nascimento da maldade
Livros com alta voltagem já me deixam em polvorosa. A violência me atrai, não sei ao certo por quê. Apenas sei dizer que ela puxa minha visão, me choca, me lança em um lugar que não quero estar, mas quero sorver. Comecei a me interessar por Mal intencionados (LP-Books, 325 páginas) por causa da sinopse, participando de várias promoções. Como que por encanto, acabei conhecendo a autora Geyme Lechner Mannes, maravilhosa! E ela, percebendo meu interesse alucinado, acabou enviando o livro da Alemanha (que chique né?). Pois é, foi um encontro inevitável. Eu e a escrita de Geyme. Ela bate pesado, expõe as igrejas evangélica e católica, exploradores da fé e da ignorância, os submissos, a mãe superprotetora, os aproveitadores sem ética, o mundo cão. Só por isso já valeria à pena lê-lo.

Mas ela vai mais fundo, sem cortes no texto, com cortes na carne, ela tece o perfil psicológico de cada personagem, provando que todos podem ter um quê de desajustados.É como se eu estivesse entrando no universo de Clive Barker (existe um colega que disse que as personagens de Barker querem provar quem é mais FDP que o outro, sempre sorrio quando me lembro disso, pois é a mais pura verdade), porém com uma diferença: é o mundo real! Seria o ser humano malvado por natureza?

Logo de cara me veio um filme o qual assisti há muito tempo chamado Funny Games (acho que Violência Gratuita é o nome lançado por aqui), as cenas são de virar o estômago, mas no livro a violência não tem nada de gratuita, nasce do ódio, do desespero, do prazer. Outro livro que me veio à mente foi “Eu sou foda!” de Hermes Leal, relançado como “Faca na garganta – a história de Cide e Alice”, retrato de uma juventude sem esperança, lançada à própria sorte. Quem não assistiu ao filme ou leu o livro, digo que é um bom início antes de se lançar em “Mal intencionados”.

O cerne da história é Tomás, uma criança mimada, que pensa ser seu pai um empecilho para o amor que sente pela mãe Ana, inclusive querendo se casar com ela (!!!). Porém, com a saída (abandono) do pai de sua casa, Tomás imagina estar no universo que tanto sonhou.

Veja resenha completa no site:
http://migre.me/cDfAo
comentários(0)comente



Camille 10/11/2012

http://revistainnovative.com/mal-intencionados
Mal Intencionados começa contando a história de Tomás, um garoto cuja vida sempre esteve envolta em preconceitos (como, por exemplo, o fato de ter nascido muito pequeno e feio ser responsável por uma espécie de má popularidade na vizinhança).

A dependência extrema da mãe e uma paixão a ponto de querer beijá-la nos lábios o faz tomar atitudes que o afastam do pai, que ainda tenta se aproximar dele, e visam afastá-lo de seu ser mais precioso, cuja atenção deve (para ele) ser total e absoluta voltada para Tomás: Ana, sua mãe.

Causas e consequências levam a separação do casal que lutou tanto para estar juntos. Ana, agora, se vê sozinha e obrigada a dar à Tomás um exemplo de homem - afinal, não quer que ele seja gay no futuro por sua culpa - e leva para casa Damião, um homem cujo histórico é desconhecido por boas razões.

Geyme passeia pela história dos personagens, não se preocupando em explicar o que os fez ser quem eles são, mas sim mostrando os fatos que fazem deles, pessoas com erros e acertos. Durante a leitura, fui pega de surpresa com vários desses fatos, recriando imagens dos personagens mesmo quando achava que já sabia quem eles eram.

Não é um livro com uma história linear, que você consegue ir imaginando os passos os personagens um seguido do outro, até o seu fim. Pareceu-me mais como uma sessão de fotos animadas, com momentos que, juntos, formam uma história crítica e cheia de denúncias à sociedade.

Ao longo da leitura eu tive a impressão de que, se escrito por outra pessoa, poderia se tornar apenas um clichê que tenta piorar tudo do ser humano. Todavia, Geyme escreve de forma tão diferenciada, tão incrível, que sua crítica tem vida, forma e verdade. É real. E seu livro não tem como ser menos que excelente.

Mal Intencionados, sem dúvida, é um livro que responderá perguntas mesmo após muitos anos de sua publicação. Nada me faz duvidar disso, nem uma linha sequer.
comentários(0)comente



Mari 04/10/2012

''O preconceito é uma praga que nenhum professor ensina, qualquer um pode aprendê-lo sozinho. Mas você já viu, por exemplo, alguém ser médico sem ter frequentado uma boa universidade?''
Quando comecei a ler Mal Intencionados fiquei logo perplexa com a fria realidade que é descrita e, para mim, é o maior ponto positivo do livro. Quando recebi o livro de Geyme Lechner minha mãe leu primeiro que eu, pois a sinopse logo fez com que ela se interessasse. Ao terminar o livro ela me avisou sobre o que eu estava prestes a ler e como os detalhes eram tão bem retratados de forma com que você fique mais impressionado a cada palavra. Neste livro, conhecemos personagens que podem estar presentes em nosso cotidiano: um garoto com problemas desde a infância, uma mãe confusa e ao mesmo decidida (mesmo que suas decisões não sejam as melhores), um pai equivocado e manipulado, pessoas sem opiniões próprias e principalmente, pessoas que fingem ser quem não são. Mas a frase de Lucius Seneca é, na minha opinião, a que descreve o livro perfeitamente: Ninguém pode usar uma máscara por muito tempo.

''Você roubou minha juventude e agora, eu vou tirar algo seu!"

Em Mal Intencionados conhecemos Ana, uma mulher que faz de tudo - tudo mesmo - para ter o amor de sua vida ao seu lado. Ana é mãe de Tomás, um garoto problemático que é simplesmente fascinado pela mãe; mas não é uma fascinação relacionada a orgulho, e sim relacionada a amor. Tomás é apaixonado pela mãe e sua obsessão é tão grande que ele é capaz de fazer com que seus pais se separem. Quando a separação acontece, Ana se torna uma mulher depressiva, questionando o que ela fez de errado para chegar aonde estava e é aí que ela começa a analisar a criação que deu para seu filho.

Nesse meio tempo Ana conhece Damião, um "homem de barbas" como cita Tomás, que sofreu muito quando mais jovem e hoje se tornou um homem pervertido. A presença dele faz com que a convivência com Tomás fique ainda mais difícil, já que Damião insiste em "educar" Tomás da sua maneira. Ao mesmo tempo, Ana não se dá conta do que está acontecendo em sua própria casa por estar tão focada em sua vingança.

O livro é escrito em terceira pessoa e os fatos são tão bem retratados que parece que Geyme esteve presente em todas as cenas. Esse é o tipo de livro que você lê imaginando-o como filme. Por trás de todos os sentimentos e dúvidas existe um porquê. Existe um motivo para fazer com que todos eles sejam tão mal intencionados ao tomar suas decisões e ao longo do livro você vai descobrindo tudo e ficando cada vez mais chocado.

CONTINUE LENDO EM:http://magia--literaria.blogspot.com.br/2012/10/mal-intencionados-geyme-lechner.html
comentários(0)comente



Lina DC 25/08/2012

Mal Intencionados - Geyme Lechner Mannes
É um pouco difícil expressar o que eu senti ao ler o livro da Geyme, sem fazer spoiler, mas eu vou tentar rs. Desde o início do livro, eu fiquei impressionada, algumas vezes até mesmo chocada, com a crua realidade que a autora descreve. Ao terminar a leitura, eu fiquei pensando: até que ponto a genética influencia um ser humano? E até que ponto as experiências passadas moldam uma pessoa?
Vocês devem estar se perguntando do que eu estou falando não é? Rs.. Vou tentar explicar um pouco melhor:
O livro é dividido em algumas partes, onde são apresentados os personagens principais. Começamos com Tomás, uma criança que desde o nascimento é obcecada pela mãe (eu sei que parece forte, mas na minha opinião; é uma obsessão mesmo). Tomás é tão obcecado pela mãe, que faz de tudo para separar os pais. E quando digo tudo, é tudo mesmo. Um dos trechos que mais me chocou foi o que aconteceu com o Macaco (macaco é o gato da família). Inicialmente, eu realmente acreditei que o único problema seria esse garoto no livro, mas estava totalmente enganada. Ao conseguir separar os pais, Tomás cria um efeito dominó muito importante na sua vida. A mãe se torna depressiva, e começa analisar a criação do seu filho, e a sua própria infância (se é que eu posso chamar assim, pois apesar da pouca idade, tinha atitudes perturbadoras). É possível perceber que a própria mãe tem um traço de obsessão em seu passado, e depois no seu presente (aqui acontece outra coisa que me deixou chocada, e não, não vou contar, vocês terão que ler o livro). Na tentativa de fazer Tomás ter um homem como exemplo dentro de casa, sua mãe se junta com o homem de barba (é o Damião, mas muitas vezes o Tomás o cita como o homem de barba). Bom, Damião.... Como eu posso explicar esse personagem sem contar nada? Rs.... Hum, na infância dele, ocorre um momento decisivo, porém não único, que muda o modo dele entender o mundo. Ele sofre uma grande violência, e infelizmente no futuro se torna um agressor. Cheio de preconceitos e usando a fé como sua defesa, o homem de barbas realiza atrocidades, que também me chocaram. Nós temos também o pai de Tomás, que, apesar de não aparecer tanto quanto os demais personagens, também se faz presente pelas lembranças de Ana, e sua história também tem uma característica não tão perfeita (o envolvimento dele com a mãe de Tomás, na idade dela, também foi chocante).
E é nesse ponto que começo a pensar: será que Tomás herdou através da genética (graças a sua mãe e ao seu pai) esse comportamento obsessivo, e Damião é o que é pelo que aconteceu ao seu passado, ou mesmo que não tivesse acontecido o evento marcante, ele ainda seria agressivo?
O que eu posso dizer é que, “Mal intencionados” é um livro com uma crua realidade, onde temos personagens com desvios de caráter marcantes, violência e um meio totalmente inapropriado. Não existe um personagem que seria considerado socialmente correto, e alguns se escondem atrás do fanatismo religioso e outros da própria ignorância para realizar atos desprezíveis. O livro é muito bem escrito, com uma ótima diagramação. Apesar de impactante, a leitura flui bem, mas devo alertar: não é uma leitura muito indicada para aqueles mais sensíveis. Se eu gostei do livro? Sim, eu gostei bastante, mas ao mesmo tempo fiquei bem chocada em alguns momentos.

comentários(0)comente



Ábia Costa 22/07/2012

Mais do que “Mal Intencionados”: seres humanos.
Um dia chego em casa e lá estava ele, meu exemplar de “Mal Intencionados”, livro recentemente lançado pela escritora Geyme Lechner, que apesar de longe tenho o prazer de chamar de amiga. Assim que o recebi, comecei a lê-lo e Geyme possui uma deliciosa forma de apresentar-nos a história, é algo que prende nossa atenção, um verdadeiro mergulho em histórias que podem ser de qualquer um.

Com ousadia a autora aborda temas como pedofilia, religião, miséria, homofobia, dentre outros temas tão recorrentes em nossa sociedade, mas que muitas vezes preferimos fechar os olhos.

O livro já começa com descrições fortes, contando a história do pequeno Tomás que desde muito jovem sente um apego descomunal pela mãe, o levando a crises de ciúmes que o fazem tomar atitudes, muito bem planejadas, mas que nos fazem duvidar quanto ao caráter - não só do garoto - do ser humano de forma geral, afinal, quando realmente passamos a entender o mundo que nos cerca? E quando nosso caráter é formado? Será que realmente Rousseau estava certo ao afirmar que “nascemos bons”?

Após várias histórias paralelas, como as de Ana, mãe de Tomás que foi vítima de fanáticos religiosos, e de Damião, padrasto do garoto, que foi vítima do próprio fanatismo religioso que o acometia, não o deixando admitir seus próprios erros.
Geyme consegue nos transportar para dentro da história com cenas descritivas cheias de detalhes, muitas vezes eu me emocionei ao ler. E fui levada a diversos questionamentos sobre a vida e a sociedade, e acima de tudo o que é a felicidade.

O livro tem final feliz para alguns personagens, para outros nem tanto, mas é uma história que te faz querer ficar grudada do inicio ao fim, imaginando a vida difícil de pessoas que são vítimas do sistema a cada dia, ou seriam vítimas de si próprias?
Seus personagens são verdadeiros seres humanos em busca da felicidade, mas que pelo meio do caminho só encontraram dor, sofrimento e morte, mas que também encontraram alegria em meio a um universo que parece conspirar contra tudo e todos.

Precisamos aprender a sorrir em meio a desgraça, e a aprender com nossos erros, admitir que não somos ingênuos, e que muitas vezes nosso caráter pode nos levar a fazer coisas ruins.

Mal Intencionados é isso, uma história de amor, egoísmo, erros, uma história que pode acontecer em qualquer lugar, com qualquer pessoa e vale a pena lê-la.
comentários(0)comente



Assi Sales 28/05/2012

Sobre a mais recente obra da escritora Geyme Lechner
Acabo de concluir a leitura do mais novo romance da Geyme Lechner Mannes, ‘Mal Intencionados’, que me deixou com a nítida impressão de haver levado um soco no estômago.

O enredo, engendrado com personagens típicos da ralé dessa tragicômica nação fantasiada de emergente por políticos corruptos e mídias ou alienadas ou veniais que, por estupidez e/ou interesses escusos, ajudam essa corja a pintar aos olhos do Mundo o cenário “para inglês ver”, mostra mazelas comuns à gentalha e à marginalidade, as duas metades de uma mesma laranja: a miséria social. A autora ousa ainda desnudar, embora brandamente, a face espúria da maior enganação perpetrada aos “abestados” desde o começo da existência da raça “humana”: a religião, fossa excrementícia de muitas vertentes.

Quem jamais vislumbrou a pobreza, seja por sorte do destino seja por, deliberadamente, usar tampolhos e fazer ouvidos de mercador, há de julgar que certas atitudes e situações que a Geyme imputa às personagens são delírios de literato(a). Pois saibam que, muitas vezes, a realidade é bem mais sórdida que a “imaginada” por ela e por outros escritores. A pobreza é poética somente em “sambões” de compositores ébrios. A vida não imita a arte e a arte não imita a vida, mas ou a reporta ou a fantasia. A obra em questão é uma tela pintada com pinceladas ásperas e cores fortes.

‘Mal Intencionados’ não é um romance para agradar a gregos ou troianos. O leitor ama-o ou odeia-o. Diferentemente da primeira obra da autora, ‘Meninas Bonitas Não São Para Casar’ (reeditado como “Anjos em Pecado’), ‘Mal Intencionados’ não deixa saudades em quem o lê, mas dá muito o que pensar.
comentários(0)comente



Vanessa Meiser 27/05/2012

http://balaiodelivros.blogspot.com/

Assim que terminei de ler o livro 'Mal Intencionados' da minha querida Geyme, fui imediatamente contar para ela que a história me fez derramar lágrimas, Geyme quase não acreditou considerando que sua história não foi escrita com este propósito, e eu concordo com ela, não foi mesmo, porém mesmo assim, é um livro tão dotado de emoções à flor da pele que eu me vi surpresa com a proporção da minha comoção.
Mal Intencionados não é um livro convencional, disto pode ter certeza, é uma história bastante realista e que em nada lembra os 'contos de fadas' que tanto vemos hoje em dia na literatura - principalmente a contemporânea.
Trata-se da história de uma família de classe média baixa que vive situações que extrapolam o bom senso cujo objetivo é acertar em suas decisões e atos porém, só o que conseguem é errar.
Ana, Antonio e Tomas - mãe, pai e filho respectivamente, possuem uma relação conturbada onde, a mãe é 20 anos mais jovem que o marido que só casou com ela porque esta encontrava-se grávida tendo apenas 14 anos de idade, mesmo que depois tenha vindo a se apaixonar pela esposa. Tomas - o filho - nutre um amor incestuoso pela mãe, acreditando que poderá um dia casar-se com ela e faze-la mais feliz que seu próprio pai, aliás, Tomas desde que era um bebê nunca soube demonstrar um mínimo de sentimentalismo pelo próprio pai e nem se quer admite gostar dele, fazendo o que pode para que este saia de casa e deixe a mãe somente para ele. A relação familiar despenca na medida em que Tomas vai crescendo e tornando-se cada vez menos sociável. Na escola são muitas as reclamações de professores e colegas devido ao instinto agressivo de desaforado do menino. O pai não mais aguentando tal situação decide abandonar a família.
Tomas é um menino doentio, que não mede as consequências de seus atos e é capaz de das mais absurdas barbáries, como por exemplo colocar um gato - presente do pai - dentro do forno e o assá-lo vivo.
Depois que o pai sai de casa, Ana conhece um outro homem – Damião – e tão logo o namoro começa, já o coloca para dentro de sua casa sem nem ao menos conhecer sua procedência, sujeitando seu filho de apenas 12 anos à um homem desconhecido e beberrão....
Este livro for escrito sob a ótica de que ‘tudo tem um por que’, um motivo para que tais pessoas pudessem desenvolver este instinto 'mal intencionado', o que no caso deste livro aplica-se ao modo como estas pessoas foram criadas por seus pais, a maneira como estas pessoas receberam atenção e educação o que pode ser um amor exagerado, um descaso total, uma indiferença alarmante, um abandono e até mesmo uma grande falta de conhecimento sobre o quão traumatizante certas atitudes podem ter na vida de uma pessoa e o quanto isto pode interferir na sua vida adulta.
A leitura deste livro me fez lembrar uma outra história que li há muitos anos atrás chamada 'Medo de Voar' de Erica Jong, cujo tema era tão realista e chocante quanto este, mesmo que em termos diferentes já que Medo de Voar é um romance.
Enfim, eu apreciei muito a história que foi muito bem escrita e elaborada por Geyme Lechner, um livro chocante, mas ao mesmo tempo muito real e que retrata a vida de um número assombroso de pessoas, uma história que nunca é contada nos livros onde, só há lugar para príncipes e princesas com finais felizes.
Geyme está de parabéns e eu só tenho a lhe agradecer pela oportunidade única de poder conhecer seu trabalho!
comentários(0)comente



Joe Silva 22/05/2012

Quais são suas intenções?
Escrevendo aos Pouquinhos - Resenha de Mal Intencionados (http://escrevendoaospouquinhos.blogspot.com.br)

Mal Intencionados conta a história de Ana, uma mulher de garra que fez das tripas o coração para conseguir conquistar o grande amor de sua vida, tendo que superar a pobreza, a recriminação de suas amigas de escola, a morte de sua mãe e a diferença de idade gritante entre ela e Antônio. Dessa união nasce Tomás, um garoto franzino, que teve grandes dificuldades para manter-se vivo nos seus primeiros dias de vida e que ao crescer vai alimentando um sentimento ilícito dentro de si.

Esse sentimento se transforma em uma obsessão e ela é responsável pelos conflitos causados dentro de casa entre sua mãe e seu pai. Ainda criança ele não sabia o que estava se passando ali e porque ver o pai mantendo um relacionamento carinhoso com sua mãe o machucava tanto a ponto de querer matá-lo. Então dominado pelo ódio aquela criança singela e inocente faz de tudo para afastar dali aquele homem que roubava toda a atenção que ele tinha de sua mãe. O resultado é uma separação impensada.

Ana que desconhecia os sentimentos do filho não entende o porque fora abandonada por seu marido e toda sua dor vai aumentando após ser rejeitada por ele nas inúmeras tentativas de reconciliação até se transformar em um desejo de vingança doentio. Mas enquanto ela pensa no que pode fazer a ele para causar a mesma dor que ele a fez sentir, Ana vê a necessidade de encontrar um modelo masculino para a educação de seu filho. Nisso ela conhece Damião, o oposto de Antônio em todos os sentidos: relaxado, mesquinho, amante ruim, anti-higiênico, sem educação e algumas outras características que o tornava um ser humano desprezível.

A presença de Damião complica ainda mais a vida de Tomás, e agora para seu próprio bem ele precisará aprender a conviver com esse novo homem que está disposto a educá-lo da maneira correta para transformá-lo num homem de verdade. Mas qual é a real intenção de Damião por trás disso? Um homem que foge desesperadamente de seu passado e do grande segredo que o atormenta todas as noites.

Por fim surge a presença de uma nova personagem que conseguirá mudar ou não a vida de Tomás, ao qual ao lado dela descobrirá sentimentos jamais sentidos antes a ponto de aceitar os abusos de seu padrasto e também de buscar melhorar sua vida para conseguir conquistá-la. Mas isso será suficiente para a sua redenção?

Essa é uma história cheia de verdades que a sociedade esconde atrás de máscaras e Geyme apresenta de uma forma completamente realista a conduta humana que se cobre com uma falsa moral a fim de conseguir o que quer. Nesse livro conhecemos pessoas comuns em histórias comuns do dia-a-dia em busca de encontrar a sua felicidade sem nenhum pudor ou caráter. É aqui que as máscaras caem e temos uma visão real da verdadeira essência humana.

SORTEIO DE 1 EXEMPLAR NO BLOG EP: http://escrevendoaospouquinhos.blogspot.com.br/2012/05/sobre-livros-51-mal-intencionados.html
comentários(0)comente



Nica 05/05/2012

Há tempos que eu estava querendo ler um romance de Geyme Lechner, uma amiga que eu fiz aqui na blogosfera, e para minha alegria, a escritora me enviou seu último livro, direto da Alemanha, Mal Intencionados. Em seu oferecimento, Geyme me comoveu, embora tenha escrito que era um “livro louco de uma escritora louca”. Tomei estas palavras, no momento, como força de expressão, mas com o decorrer da leitura da obra, constatei que o romance é estilo adulto sério e que a escritora é realmente louca.
O título, Mal Intencionados, é muito sugestivo aos temas abordados. Coloco no plural, pois Geyme fez sua narração numa só trama, mas com varias abordagens que remetem a nossa vida social e familiar. Corajosamente, ela remexeu em assuntos que para nós são proibidos ou preconceituosos, podemos chamá-los de velados, ou taxá-los de tabus. É um livro para um leitor adulto esclarecido socialmente, desvestido de crenças, para que possa absolver a narrativa e tenha a capacidade senti-la como um grito.
Não sei com que facilidade, Geyme conseguiu interferir em temas tão complicados de maneira tão natural ao introduzir no mundo de seus personagens o impulso do incesto causado pelo Complexo de Édipo, pedofilia, homossexualismo e outros tabus que são aspectos sexuais extremamente velados pela sociedade. Assuntos, que no geral, são abordados superficialmente, mas que aqui é parte dos fundamentos da trama. Outro assunto que se pode chamar de encoberto, e que está presente no livro, é a religiosidade e o fanatismo religioso. Mais chocante ainda foi sentir a profundidade em que a autora se adentrou à IURD - Igreja Universal do Reino de Deus. Ela teve a coragem de si infiltrar nesta igreja e denunciar as crendices populares, o fanatismo religioso, como também, o oportunismo levado à ganância, o charlatanismo, estelionatarismo. Pura exploração da fé de pessoas humildes que os pastores utilizavam no intuito de retirar o pouco dinheiro que tinham, utilizando a extorsão e a chantagem. Tudo com o claro, inoportuno e criminoso objetivo de enriquecimento.
Mas não foi só a nova igreja evangélica que o livro denunciou, ele foi fundo em inserir a desordem social, sexual e mental vivida por padres pedófilos da igreja católica. Os detalhes chegam a descrever o manual do pedófilo, criado por um padre mestre nesse crime.
A trama não segue a ordem cronológica e trata especificamente de uma família, como muitas famílias brasileiras pobres, honestas, sacrificadas. Famílias lideradas por mulheres fortes, trabalhadoras, que lutam em seu dia-a-dia por seus filhos e por sua dignidade. Mas como todos nós, também possuem erros, pecados, maldades intrínsecas, capazes de ir além dos valores éticos e morais. Resta ao leitor atento defletir sobre o que é certo e errado, e em qual ponto ocorre a interseção, mas principalmente onde estar nossa culpa. Somos todos mal intencioandos? Seremos mal intencionados a não querermos educar nossos filhos com firmeza e dedicação? em queremos proteger nossas vidas com mentiras, em detrimento de outras? em colocar sem escrúpulos os valores carnais e acima dos valores religiosos e familiares? Existe pecado ou crime maior ou menor quando se trata de relações humanas de confiança?
O livro é tudo isso ... ou mais até. É tanto, que o tema não teria fim por si em um só volume e ficou no ar algo mais. Acredito que teremos mais mal intencionados por ai.
comentários(0)comente



Alissa 26/04/2012

Fascinante!
Tapa com luva de pelica? Não, com luva de box!
Tipicamente brasileiro, retratado em uma sociedade muito real, pobre, obsessiva, violenta, onde os agressores são membros da própria família romanceada. É o primeiro livro que teve a coragem e competência de romancear as incoerências e os bastidores que acontecem na IURD (isso mesmo: Igreja Universal do Reino de Deus)! Ao leitor: Indico despregar-se de seus conceitos pré estabelecidos, principalmente para poder entender a mensagem do livro e o que a autora nos está contando.

Os personagens nessa trama são pessoas do dia-a-dia, gente comum, vítimas de males, fobias, crendices, superstições, convencionalismos; propensas à fatalidade de um amor mal correspondido, ao desespero de uma traição que os apanha desprevenidos, infectados na maioria das vezes por eles mesmos.
O leitor pode, e encontrará certamente na leitura desse livro, gente comum, que de uma forma ou de outra, ama e é amada, outras vezes: rejeitada desde o dia em que nasce. São essas pessoas do cotidiano, gente que se aproveita de nossa debilidade para se infiltrar em nossas casas baixo pretextos traiçoeiros. Ao fim e a cabo é o ser humano nu e cru, sem roupa, sem máscaras, sem falsas intenções, cidadãos em uma sociedade qualquer, o meio que ajuda na formação do nosso caráter (ou prejudica), onde nascemos e crescemos, determinando (de alguma maneira) quem somos e quem vamos ser.
Esta inspiração de poetas, qual almejamos desde sempre e chegamos a chorar e sorrir, denominada: AMOR, quando mal interpretada, inevitavelmente, pode se confundir com aferro e obsessão.
Mal intencionados é um soco no estômago! Uma obra para amar ou odiar, sem meios termos! Ela vai mexer com você, tendo fé ou não (melhor que não tenha!)
Nena 03/05/2012minha estante
Para mim, foi o melhor romance brasileiro dos últimos (de todos os) tempos!!!!!




20 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR