Tim 14/04/2024
Nada novo sob o sol.
O mundo, ora veja, retorna ao passado, incapaz de aprender com o que já se passou. E eis que agora, de novo, ocorre. Somos seres destinados a viver em sociedade, não em solidão. Contudo, esse contato constante gera desavenças infantis e egoístas. E o egoísmo engendra guerras, promovidas por velhos desprovidos de sensatez. Em "A Morte de Ivan Ilitch", deparamo-nos com a vida morna e trivial de um homem que seguiu à risca a cartilha: frequentou a universidade, tornou-se um funcionário exemplar, experimentou altos e baixos, casou-se, detestou a esposa, teve filhos, passou a detestar ainda mais a esposa, foi promovido, jogou seus jogos, manteve conversas, leu livros simplórios, adoeceu e morreu. Aqui vemos o protagonista em desespero ao enfrentar a morte, refletindo sobre seu passado e percebendo que sua verdadeira felicidade e vida plena foram experimentadas apenas na infância. Era desprezado pela esposa, e os filhos mal o reconheciam como alguém digno de representação. Era um vazio. A morte sempre me inquietou, seja por desejá-la ardentemente, seja por buscar entendê-la e compreender que seu maior mistério reside no desconhecido, mas não devemos almejá-la. Afinal, ela chegará inevitavelmente. Aceitamos o básico, toleramos ser maltratados, envolvemo-nos em contendas infantis, calamos e nos abstemos por medo. Medo de quê? A morte está à espreita, e mesmo assim nos deixamos acorrentar por um medo, estranho... Sobrecarregamo-nos de medicamentos, perdemos o sono, tornamo-nos ansiosos, e tudo isso por nada, pois atribuímos valor e urgência a tudo, mas por quê? Por causa de aparências, e uma vida regida pelo desejo insaciável por mais do vazio.