Resenhas - Battle Royale

Gustavo Rodrigues 18/08/2020

Absurdamente viciante.
Livro excepcional, extremamente viciante. Mesmo tendo mais de 600 páginas, a leitura é muito fluida, de modo que você consegue ler mais de 100 páginas sem nem perceber. Cheio de reviravoltas e surpresas, é um livro de extrema qualidade. Recomendo demais!

AliJu 10/04/2024

A cultura individualista e sem empatia é o BR da vida real?
Eu adorei que consegui ter uma experiência bem imersiva nesse livro. Nos mesmos dias que eu lia, também jogava Fortnite. E claro que eu morria sempre no jogo, assim como obviamente morreria se fosse uma personagem do livro ?

Apesar de muitos personagens, com o tempo e a dinâmica do battle royale, junto aos capítulos com diferentes narradores acaba ficando mais fácil de memorizar os nomes. Especialmente porque assim é possível ver quem é realmente relevante e devemos prestar a atenção.

É sempre ótimo ler livros fora do eixo EUA-EUR, nessa obra são nos pequenos detalhes das falas, ações, e especialmente pensamentos dos personagens, que podemos sentir o toque da cultura japonesa.

Pela dinâmica da história eu tentei nem me apegar a alguém porque sabia as altas chances de qualquer favorito meu vir a morrer. Mas ainda assim há muitos destaques, personagens ótimos, pessoas de bom coração, por quem torcemos mesmo sabendo que as chances são mínimas.
Mas eu bem aprendi em Harry Potter e Grey's Anatomy que ninguém está a salvo...

Eu recomendo muito este livro, é sim uma obra que fez história, e muitas coisas foram criadas a partir dele. Jogos vorazes, jogos de videogame...
Sinto que a crítica que há nele vai depender da maneira que a leitura seja feita, de quem o lê, e das suas visões de mundo.

Não satisfeita em comentar por aqui, fiquei tão animada que panfletei para que mais alguém o lesse, já que queria falar mais sobre.

No fim se algo serve-me de consolo é que, ainda que eu não sobrevivi e até desinstalei o jogo, pelo menos minha skin no Fortnite era lindíssima! ??

saulo macedo 26/01/2022

"Sigam seu coração e deem o melhor de si."
Esse é o primeiro livro que eu leio nesse "estilo" e até gostei bastante, em muitos momentos confesso que foi um saco, pois em vários trechos a descrição é muito grande e o escritor conta a vida "praticamente toda" de cada personagem, e isso tornou o livro muito cansativo, então se prepare para alguns capítulos serem extensos... claro, alguns capítulos têm cinco páginas, mas outros tem quase vinte (ou mais de vinte).

Uma coisa eu digo sem medo, se esse livro fosse uma publicação atual, ele seria detonado, em vários trechos tem algumas partes e algumas falas que são extremamente problemáticas, exemplo: alguns jovens de 14/15 anos que estão nesse livro simplesmente normalizam e naturalizam a pr0stituição, o vício a dr0gas, o estupr0, eles jovens já bebem bebidas alcoólicas e fumam igual (ou pior) um adulto (adultos, não fumem!). Em várias partes desse livro a mulher é tratada como "uma simples coisa para dar prazer ao homem e gerar filhos (isso um menino de 14 anos fala numa naturalidade bizarra em meio a quase um estupr0 ~ ele sendo o estuprad0r, e só porque eles estavam em um jogo mortal, para ele, aquela situação dava direito dele estupr@r quem ele quisesse (e novamente, palavras dele) ~)". Em várias falas e em até mesmo pensamentos, as mulheres são visivelmente rebaixadas só por serem mulheres. Eu vi em um vídeo da Paola Aleksandra do 'Livros & Fuxicos' que dá certo para esse livro, e ela fala mais ou menos assim: "Existem livros que não envelhecem tão bem, que o discurso deles é problemático, então eles acabam que não evoluem ao longo do tempo, funcionam no período em que eles foram escritos." E Battle Royale pode até ter funcionado quando ele foi lançado antes dos anos 2000, mas o seu discurso não evoluiu como nós, enquanto sociedade. Talvez isso seja natural na cultura do país de origem do autor, mas, para hoje em dia, isso não cola. Claro, eu não levei muito 'ao pé da letra' sobre esses assuntos quando fui avaliar e dar à minha nota, pois eu tinha consciência que esse livro foi escrito e publicado há mais de 20 anos, mas mesmo assim essas cenas me deixou desconfortável. Quem for ler tome cuidado com alguns assuntos abordados nesse livro, principalmente quem já tem gatilhos sobre: abuso (de diversas formas) infantil, abandono familiar (que parece que uma grande parte das crianças de lá, os pais não quiseram elas mais), m0rtes (e muitas), estupr0, dr0gas, vi0lência doméstica, pr0stituição dentre outros.

O livro como todo eu achei muito bom (tirando esses pontos abordados), e quando você for ler, trate esses alunos não como se tivessem no ensino fundamental, pois eles fazem cada coisa insana e tantos planos mirabolantes para derrubar um governo de um país inteiro (sim, derrubar um governo, enquanto eles estão no 9° ano do ensino fundamental). O final me surpreendeu demais e emocionei muito, mas na minha opinião o autor só quis deixar cruel e doloroso esse final pois a morte de (*****) não tinha necessidade nenhuma. Eu gostava muito desse personagem e ele não merecia morrer :(

Joshua 22/12/2014

Viciante e cruel, conheça Battle Royale!
Publicado originalmente em 1999 no Japão, Batoru Rowairu, que aqui recebe o nome de Battle Royale - ou Batalha Real - já foi adaptado tanto para o cinema em 2000, quanto para uma versão mangá no mesmo ano, até 2006 em 15 volumes. Em torno de 650 páginas, o livro é um relato cru e forte de uma competição pela sobrevivência entre os estudantes de uma turma de ensino fundamental, onde apenas um poderá restar pelas regras do jogo.


A realidade que Koushun Takami estabelece em seu único livro lançado, é de um país totalitário, um governo opressor que impõe sua autoridade aos seus cidadãos, e a prova mais extremista disso é o Programa, um jogo anual onde uma turma de ensino fundamental é escolhida, e seus estudantes são levados para um local isolado, e tudo o que lhes é dito é que apenas um deles sairá vivo dali. E o pior: para isso terão que matar uns aos outros. Shuya Nanahara se vê no meio de uma competição cruel e desumana, e mesmo abominando o jogo, ele fará de tudo para proteger a amiga Noriko Nakagawa, mesmo que isso signifique custar sua vida.

Vou ser sincero: Battle Royale é um tijolo! O leitor pode até correr o risco de duvidar do ritmo da história, porém afirmo que em nenhum momento a leitura se torna maçante ou monótona. Já pra deixar claro: Takami tem uma escrita ágil, mesmo que extensa, fazendo com que o leitor se grude as páginas e não solte até terminar. Para ter uma ideia, a leitura transcorreu em menos de uma semana, e enquanto eu pausava para respirar, o desejo de voltar e descobrir como o jogo se encerraria era maior. Em outras palavras, Battle Royale é viciante e cheio de reviravoltas.

Eu já possuía certas expectativas quanto a obra, já que eu já havia lido o volume 1 da versão em mangá, e não me frustrei. Como eu disse, Battle Royale é ágil e fluído, e desde a primeira página, Koushun cria uma atmosfera e prepara o terreno para o que está por vir. Com capítulos contando desde o número "0", já no capítulo "1" o jogo está se iniciando, então é um curto espaço de tempo para que o leitor se situe, o que gera uma sensação semelhante ao que os personagens estão vivendo. Você não sabe de nada, do mesmo modo que eles. A agonia já começa ai - principalmente quando o maldito do Sakamochi aparece - e daí em diante é um verdadeiro trem bala, e você não tem noção de onde vai parar.

Com a premissa de que só um dos 42 estudantes saíra vivo dali, já é esperado um verdadeiro massacre muito tiro, porrada e bomba e matança ao decorrer da obra, e nisso, adianto que o leitor tem que estar consciente do que tem em mãos. Acho bobo recomendações como "só para aqueles com estômago forte", mas Battle Royale é bastante real, forte e impactante, então, para aqueles que não são muito conhecidos desse estilo, leia já preparado.

Um ponto mais do que positivo na obra, e que merece aplausos, é o modo como o autor explora e "disseca" seus personagens. São jovens isolados em uma ilha, em um verdadeiro campo de batalha, e a qualquer momento poderá ser seu fim, então há bastante espaço para reflexão e vislumbres do passado. Cada estudante carrega consigo uma história individual, o que define seus caráteres e atitudes, o que é de extrema importância para o jogo, já que o Programa em si e seu objetivo deixa todos os envolvidos a flor da pele. O modo como agem é fruto da vida deles pré-Programa, e o autor acertou em cheio nisso. Há tantas personalidades e índoles, que enriquece o jogo e o relacionamento entre os participantes.

Battle Royale é um livro agoniante. Ao final de cada capítulo, existe uma contagem de quantos estudantes ainda restam, e é assustador em como esse número cai. E Takami nos dá a visão de cada assassinato, mesmo trabalhando em cima do personagem para apenas depois silenciá-lo. A medida que acontecem as baixas, um desespero maior surge: quem vai sobreviver?

Shuya e Noriko são os personagens mais próximos do protagonismo na obra, o que automaticamente nos faz simpatizar com eles e torcer por eles. Porém, rules are rules. Jovens inexperientes e com chances reduzidas de sobreviver diante dos outros competidores, eles passam por más situações, correndo perigo a todo instante, já que o Programa obriga os jogadores se movimentar, pois a cada aviso dos quatro diários, quadrantes da ilha são proibidos, e quem entrar, kaboom!. A eles se junta o misterioso Shogo Kawada, calado e que carrega segredos, um aliado ou algo pior.

O livro e o jogo apresentam muitas surpresas, o que deixo vocês descobrirem com a leitura. Porém, ele não é só entretenimento. O livro carrega consigo uma grande e dura crítica social em um tema tão polêmico para a época em que foi lançado - que tanto foi desclassificado da premiação Japan Grand Prix Horror Novel. Koushun critica temas como liberdade de expressão e escolha, onde na República da Grande Ásia Oriental o gênero musical rock é proibido e tido como ato de rebeldia. Os habitantes de tal governo são reprimidos e controlados, e nem mesmo existe um julgamento para eles, apenas execução. O próprio Programa tem finalidade para exterminar qualquer ânimo ou vontade da população de se agrupar e criar um motim, já que se cria a desconfiança ao próximo e o sentimento de ódio. Um modelo ditatorial e ferrenho, o que não é muito diferente do que se vê em certos lugares, se pesquisarmos a fundo.

Antes de mais nada, a edição da Editora Globo está excelente, linda e demais! Desde a textura do papel, aos detalhes em relevo da capa, ao mapa da ilha de Okishima e seus quadrantes, e a arte interior da diagramação e etc. Melhor do que isso, só se fosse capa dura!

Battle Royale é incrível, tanto em sua narrativa, enredo, trama, personagens, desenvolvimento e argumento. Ao terminar, me faltou palavras para tamanha obra e para tal desfecho - que é bem agridoce, apesar de satisfazer. Uma leitura madura e inteligente, recomendo para quem deseja se prender a um livro realmente bom. Eu queria dizer mais, mas acho que termino agradecendo a Deus por termos ainda algo que podemos chamar de liberdade, e que a realidade deste livro não é nossa realidade, e que aqui sigamos para não permitir que nunca venha se tornar.

site: www.pensamentosdojoshua.blogspot.com

RobertaToussaint 25/03/2021

Um caralh* de livro bom!
Os meus updates desse livro foram acompanhados de "MEU DEUS", "QUE CARALH*", " SENSACIONAL" "FENOMENAL". Eu amei ler esse livro, não so por causa da violência grafica, mas pelas questões que ele levanta. Existem grandes críticas sociais, religiosas, sexistas, éticas, adoro a discussão sobre o autoritárismo e também sobre a importância que a mídia tem para a manutenção e derrubada do mesmo.

Os personagens são bem trabalhados, na medida do possível, embora não seja fácil se apegar a eles, acredito que seja por causa da forma que eles são apresentados no ritmo intenso da narrativa.

Foi uma experiência incrível, quero muito repetir a dose. Um dos meus favoritos, com toda certeza.

Não recomendo para pessoas sensíveis a temas como pedofilia, estupro, violência explícita. Ele realmente é bem pesado e autor não tentar nem suavizar.

jessy :)) 01/04/2024

Recomendo a experiência?
A história em si é tão monótona, com um enredo bastante óbvio!

O que se sobressai é simplesmente o desempenho individual dos personagens em funções importantes.

Em termos de personagem, a Mitsuko é uma das personagens mais relevantes, juntamente com o Shogo e o Shinji... Ao passo que o Shuya é um chato que não entende nada de estratégia e quer reunir todo mundo para salvá-los e blá-blá-blá ???????????

Quando se trata do terceiro homem, ele é incrível... sua mente é adaptável e ele cria excelentes estratégias, além de dominar a tecnologia!

Shuya, mesmo sendo um dos personagens principais, desempenha um papel secundário. É um verdadeiro bebê chorão que faz sucesso com as garotas... O que realmente se destaca é como Shogo se revela, se vai ou não traí-los, se tudo o que ele diz é verdade, e assim por diante.

A Mitsuko, por outro lado, é demasiada inteligente e, apesar da sua trajetória de vida ter sido impactante, ainda assim não deixou de ser resiliente!

É importante ressaltar que a personagem Takako tem o meu respeito! Ela não se deixou intimidar por aquele babaca do Kazushi, pelo contrário, lutou com unhas e dentes pela sua vida? Uma verdadeira pessoa de caráter! Enquanto o idiota queria fazer necrofilia ?

Em última análise, penso que o autor quis mais elucidar as histórias de vida dos personagens do que desenvolver um enredo envolvente? Por este motivo, a narrativa referente aos personagens é demasiada impactante!

P.S. Até a Noriko se revelou uma excelente jogadora (ao contrário de Shuya)? Gostei da amizade dela com o Shogo!

Fabricio~Raito 17/11/2014

Impactante, impiedoso e implacável
Mesmo você não conhecendo a história ou nunca tendo ouvido falar de Battle Royale, para sua surpresa, você já deve ter tido um contato com sua essência. O recente sucesso de Suzanne Collins, Jogos Vorazes (2008). Battle Royale, escrito por Koushun Takami, se passa em um país governado por um sistema opressor que sorteia, anualmente, uma classe de estudantes entre 15 e 16 anos para serem enviados a uma ilha onde a principal regra é matar uns aos outros, até restar apenas um. Battle Royale foi publicado no Japão em 1999, cerca de nove anos antes de Jogos Vorazes. Apesar da gritante verossimilhança e de ser acusada de plágio, Suzanne Collins afirmou que não conhecia a obra de Takami enquanto escrevia a trilogia. E Takami recusou-se a processá-la, alegando que todo trabalho de um autor tem algo novo a oferecer.
Battle Royale traz um cenário de um futuro não muito distante onde o Estado japonês, imaginado pelo autor como uma totalitária República da Grande Ásia Oriental, vem sofrendo grande recessão econômica e danos sociais. Desta forma, o governo foi obrigado a aprovar uma lei conhecida como ATO BR, que consiste em sortear uma turma de estudantes e enviá-los à uma ilha para contracenarem um jogo doentio e mortal. O objetivo não é deixado muito claro pelo governo. Cada estudante recebe as orientações e uma bolsa, contendo kit médico, pão, água e uma arma aleatória. As armas são tão aleatórias que vão de uma metralhadora a um garfo de cozinha. A regra é clara: matem uns aos outros, e no final, apenas um sobreviverá e sairá como vencedor do jogo, que recebe uma ajuda de custo vitalícia do governo. Para exaurir todo e qualquer vestígio de esperança dos estudantes, colares explosivos com localizadores são colocados em seus pescoços e a ilha, dividida em quadrantes, possui áreas proibidas que são constantemente modificadas em determinados horários. Basta adentrar em um quadrante proibido no horário especificado e boom, o estudante morre. E se, em vinte e quatro horas, nenhuma morte acontecer, o jogo é encerrado e todos os estudantes morrem. Não há maneira de escapar, o jogo é frio e objetivo.
Battle Royale é, sem sombra de dúvidas, um marco na literatura japonesa e vem trilhando o mesmo caminho ao redor do mundo. Constantemente criticado e sob os holofotes, a obra máxima de Takami é referência para inúmeros outros trabalhos. A consistência da discussão política é indiscutível assim como a gama de possibilidades para outras discussões que o livro oferece. Ele buscou (e conseguiu realizar de maneira muito positiva) a reação do ser humano frente ao perigo e à condição de morte de forma realista, colocando o leitor também na posição de jogador: até onde você iria para sobreviver? Do que você seria capaz para não ser morto? Quão verdadeira e forte é sua convicção moral, seus valores? E, enquanto nos perdemos nas desilusões e no emaranhado psicológico perturbado dos personagens, somos colocados à prova em todas as situações em que é exigida uma escolha crucial. Está mais do que indicado.
Battle Royale foi adaptado para filme e mangá. Ambos ganharam sequências.

Olga 08/04/2024

Gostei!
Foi uma leitura demorada e pesada, devido ao tamanho do livro e ao conteúdo brutalmente explícito.

Eu gostei bastante, mesmo tendo ficado um pouco perdida com o tanto de informações e nomes. Não é uma leitura pra todo mundo, principalmente pelos gatilhos, mas eu acho que (pra quem gosta deste tipo de livro) vale a pena.

shuhuavr 29/12/2022

Uma distopia brilhante
Como uma grande fã de distopias, não posso negar que esta é incrivelmente brilhante. Takami tem uma visão assustadora, mas com ótimas críticas.

Com 664 páginas, é uma leitura cativante e tensa a todo instante. Personagens bens construídos, fazendo com o que o leitor sinta diversos sentimentos sobre esses 42 estudantes, até mesmo fazendo-nos desconfiar de alguns, apesar de tudo. Além disso, o ambiente parece muito real, é como se estivéssemos tentando sobreviver junto aos alunos, basicamente, toda a ação e violência gráfica nessa obra é angustiante.

A escrita, por sua vez, é encantadora (o leitor consegue imaginar toda a situação muito bem), mas em certos momentos, cansativa, por ser repleta de detalhes.

Alguns aspectos negativos: situações repetitivas, algumas surreais, outras previsíveis.

Amanda 15/11/2014

Battle Royale é uma distopia cruel, sangrenta e impiedosa.
Para começo de conversa, o nome da obra remete a um tipo de luta livre onde vários lutadores entram no ringue ao mesmo tempo. Todos lutam contra todos, até que apenas um permaneça em pé.
Em um futuro não tão distante, foi aprovado uma lei na Grande República do Leste Asiático dizendo que uma turma do nono ano será obrigada a lutar entre si até que apenas um aluno esteja vivo. O livro começa já direto ao ponto, com uma turma indo para uma excursão, que na verdade acaba sendo uma viagem de apenas ida para seus piores pesadelos.
42 alunos. 42 armas diferentes distribuídas em kits. Uma ilha. Para os que estão achando isso familiar, o livro escrito por Takami em 1999 foi a inspiração para Jogos Vorazes.
O que eu achei mais legal durante a leitura é que através das quase 700 páginas, nós conhecemos todos os alunos e um pouco de sua história, apesar do foco central ser em um grupo de três. Claro, as histórias mais aprofundadas são daqueles que ficam por último no 'jogo'. Mas um ponto negativo é: assim que você aprende e decora o nome de alguém... Ele morre. Por serem nomes japoneses, eles são bem complicadinhos!
Eles acordam em uma sala no meio de uma ilha, usando um tipo de coleira eletrônica. O administrador do jogo explica como tudo funciona. Basicamente, eles devem se matar. Se em 24h corridas não houver uma morte pelo menos, as coleiras em seus pescoços irão explodir e todos morrerão. A ilha é meio que dividida em quadrantes, como em um jogo de batalha naval. De seis em seis horas será anunciado todos aqueles que vão morrendo, assim como alguns quadrantes que irão virar zonas proibidas durante o jogo. Se estiver em uma das zonas, você explode.
Shuya vê seu melhor amigo ser morto bem diante de seus olhos. Ele é completamente contra aquele jogo, e, tendo uma boa alma, acredita que seus colegas de turma também são. Mal sabe como está enganado. Ele faz de sua missão proteger a garota que seu amigo amava, Noriko. Para isso, ele não poderá confiar em ninguém... Até que Shogo salva a sua vida.
Shogo é o novato da turma, calado e misterioso. Mas ele também é contra o jogo e todo o governo, e diz ter um plano para tirar os três daquela ilha, vivos.
Este livro é realmente um estudo sobre a natureza humana e seus instintos. Há os personagens que, assim como Shuya e Shogo, não querem levar aquilo adiante e procuram meios de escapar da ilha. Há os que estão amedrontados demais para confiar até em seus amigos mais íntimos, e atacam o primeiro que lhe dirigirem a palavra. Até mesmo os que formam alianças com outros, mas no fim não sabem se realmente devem confiar em seus companheiros. E simplesmente há aqueles psicopatas que estão ali para matar.
Realmente te faz pensar em quem você seria se estivesse na situação deles.
O modo como Takami descreve os assassinatos é brutal. Teve uma hora que senti uma agonia imensa nos meus olhos. As armas que os alunos recebem vão desde metralhadoras à um garfo. Sim, um garfo!
E o final... Gente, que final foi aquele! A-M-O quando você está acabando o livro e acha que vai acabar do jeitinho que você imaginou, e o autor vai lá e solta uma bomba na sua cara e simplesmente te surpreende. E foi praticamente isso que aconteceu comigo.

Leia também a resenha do filme no link do post

site: http://escritoseestorias.blogspot.com.br/2014/09/resenha-13-battle-royale-filme.html

bibis 27/10/2023

Dor e sofrimento
Quase tive uma convulsão de tanto chorar e soluçar: 10/10 e favoritado ?

já aviso que tem que estar preparado pra descrições com sangue, órgãos e brutalidade mesmo, além de abordar est*pro e pr0stituição

a história se passa em um Japão distópico, em que todo ano uma turma do nono ano é escolhida para um programa onde os coleguinhas tem que matar uns aos outros e deixar apenas um sobrevivente: o "vencedor"

eu vi em algum lugar que jogos vorazes teria se inspirado nesse livro? (não tenho certeza se é verdade)

enfim, é um livro muito bem trabalhado, eu simplesmente amei. Mas tbm chorei muitas vezes.
você fica de cara com dezenas de crueldades diferentes e tem que simplesmente aceitar aquilo ali e seguir com a leitura (bem saudável ?)

eu SUPER recomendo
e pra quem está com dúvidas se lê ou não, só sugiro que tenha certeza de que não vai ter problemas com o que eu falei no primeiro parágrafo.

Elias Flamel 04/02/2021

Por que é a melhor retratação de adolescentes que eu já vi?
Em muitas obras o adolescente é retratado como uma entidade praticamente divina. Ele aprende rápido, tem a responsabilidade de salvar pessoas ou até mesmo o mundo e tem uma capacidade incrível que causa surpresa nos adultos. Não sei se esses tropos são construídos de maneiras planejada ou estão tão inseridos na sociedade que acabam sendo replicados de forma inconsciente. Em Battle Royale é diferente.

Nesta obra, neste matriz que deu origem a Jogos Vorazes, a retratação do adolescente busca a verossimilhança, até mesmo o real. Em uma situação extrema não vemos heróis, acrobacias e uma aura de invencibilidade. O autor transmite o medo, a dúvida e até mesmo o desespero dos alunos de uma classe. Por muitas vezes imaginei, mesmo com o livro fechado, o estudante 13 ou a estudante 14 chorando sem saber o que fazer. Todos estão em inércia e não tomam nenhuma atitude para mudar a situação? Não, é claro que não. Entretanto, aqueles que resolvem jogar o jogo proposto por uma nação autoritária não são extraordinários. Eles atacam pelas costas, esperam o melhor momento e escolhem a precaução antes de qualquer ato esplendoroso visto em um anime.

Cada morte é sentida. Por muitas vezes ela acontece no mudar de um instante, mas o puxar de um gatilho, uma paulada, uma facada...um tentar sobreviver é construído com cautela em parágrafos pequenos que nutrem a tensão. Toda a habilidade em criar um cenário tenso de sobrevivência não teria impacto sem os detalhes. Os personagens principais, em sua maioria, são bem construídos e será difícil de esquecê-los. Poderia falar deles, mas quero falar dos momentos especiais. Há trechos que os adolescentes abrem o coração. Eles falam sobre paixões juvenis porque não sabem se sobreviverão. E essas confissões são feitas de maneira tímida e contida. O mesmo amor declarado de garotos para garotas e de garotas para garotos esta presente nas amizades. Lembrei do tempo de escola e fiquei triste pelos personagens aprisionados em um jogo.

Também há a rebeldia sem sentido. Sabe aquela vontade de querer derrubar o governo, o sistema e tudo que existe? Há isso e como sou adulto, percebi como eles estavam sendo bobos e como já fui bobo. Um grupo de jovens estava em total poder de um governo, em um jogo de sobrevivência de matar ou morrer e ainda sim foram capazes de pensar em lutar contra o sistema, confessar um amor e construir amizades. Uma grande metáfora da vida.

Depois de ler esse livro fico olhando para a capa e pensando:

"Outro jogo já deve ter começado. Quantos estão tremendo com uma arma na mão, andando em meio a terra barrenta sem concreto em meio a arbustos e engolindo o choro para não fazer barulho que os transformem em alvos".

Manoela185 05/07/2022

Battle Royale
Gostei bastante de cada estudante ter seu pov, nem que seja segundos antes de morrer. Isso ajudou a pegar empatia por eles e realmente sentir a crueldade daquele jogo.
Porém, senti falta de povs do Kazuo.

Eu gostava muito do Shinji, então depois da morte dele o livro perdeu um pouco a graça pra mim, principalmente pelo fato do Kazuo ter saído ileso de uma explosão que era pra ter feito pedacinhos dele.
Eterno Shinji.

Enquanto lendo fiquei pensando se fosse comigo e a minha turma do 9° ano.
A pior parte é que seria realmente difícil confiar em alguém, mesmo tendo passado anos estudando com a pessoa.
Nesse quesito acho que provavelmente a turma que eu tive ia começar a matar uns aos outros por puro medo e desespero. Nisso o autor acertou em cheio.

Em geral foi muito legal, e foi uma das únicas vezes que um livro fez revirar meu estômago (Shuya tirando a machadinha do rosto do menino lá, quase vomitei). Algumas mortes são extremamente detalhadas, é perturbador.

Alguns pontos negativos:
? Shuya é bem irritante.
? A forma como eles tratam as meninas é irritante. Pelo amor de deus, tudo isso de "eu vou te proteger" me indignou muito, parece que elas eram só bonecas e não serviam pra nada.
? A forma como Kazuo não morria nunca, o autor quis levar ele até o finalzinho e ficou muito surreal ele ser praticamente imortal. Sobreviveu a explosão, sobreviveu à uns 400 tiros, como isso?
? Morte de Shinji e Shogo.
? Fez a gente odiar a menina lá que eu esqueci o nome, e simplesmente do nada, em uma página inteira coloca uns 628262 traumas que ela teve desde criança pra ser daquele jeito. Depois disso ela morre, então não é como se pudesse ter evoluído alguma coisa.
? A maioria ali tinha entre 14/15 anos, mas as ações deles eram de pessoas mais adultas. Tipo, era MUITO difícil lembrar que eles eram só crianças, a realidade foi bem disturpada.

Andre.28 13/07/2020

Um Thriller Eletrizante
Gente, mais uma vez estou aqui pra tentar divulgar o meu blog, e como a resenha ficou um pouco grande eu decidir deixá-la no blog. Quem desejar me ajudar dando uma visualizada, ou até comentando, eu ficaria extremamente grato. (link abaixo)
https://osmoseliteraria.blogspot.com/2020/07/um-thriller-eletrizante.html

Vee_1008 07/04/2022

Tô sem reação
Não sei se consigo expressar aqui o que senti lendo, foi chocante e desestabilizador da maneira mais crua possível.

A leitura foi bem rápida e fluiu de uma maneira que não esperava, do início ao fim não teve um momento entediante. Eu só posso descrever como intenso, tudo foi tão bem escrito e de forma tão instigante que não tem como explicar.

O livro não deixa nada para imaginação no sentido de detalhes, o autor não tenta minimizar absolutamente nada, não só no sentido das mortes, mas em todos os temas abordados.

Não tem muito mais que consiga escrever aqui, só que vale muito a pena dar uma chance pro livro, a parte final do livro me quebrou total, acho que nunca senti nada assim, é uma experiência sem igual.