Alle_Marques 31/03/2024
"o vento, a neve e a morte".
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[...] Porém, o mato é um lugar que não perdoa, que não dá a mínima para a esperança ou o desejo. [...]
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Não chega a ser tão bom quanto o filme, claro, mas é uma comparação injusta, ambas as obras tem objetivos diferentes, enquanto o filme prefere focar em contar a história de forma emocionante e reflexiva, além de dar um show na parte das atuações, fotografia e, principalmente, trilha sonora, o livro prefere se manter na parte mais investigativa e tenta trazer luz sobre os fatos, não só sobre o Chris e o que levou a fazer o que fez, mas também no que leva qualquer pessoa, qualquer jovem, a agir de forma semelhante, por isso o ideal não deve ser tomar um lado e definir favoritos – livro ou filme –, mas usar uma obra como complemento para a outra, pois é isso que elas são.
Krakauer faz um trabalho investigativo bem competente, principalmente quando apresenta suas conclusões finais sobre os últimos dias do McCandless, não dá pra negar que ele realmente se empenhou e entregou tudo de si, ele toma um partido, claro, é impossível negar que ele está "do lado" do Chris nessa história, ele acredita e defende o "jovem indignado com a sociedade e em busca do sentido da vida que se isola do meio do nada atrás de respostas", mas ao menos ele tem a decência de explorar o outro lado também, o lado do "jovem burro que se acha imortal e por isso pode agir com imprudência porque acha que coisas ruins só acontecem com os outros", seu trabalho como jornalista é apresentar os dois lados e isso ele faz, agora cabe a nós leitores abraçar aquilo que cada um acredita: Christopher McCandless, estupido ou corajoso? Aventureiro ou burro? Morto por sua própria arrogância ou por azar, fatalidade? História emocionante ou romantizada? E afinal, enquanto tantos outros morreram em circunstâncias parecidas, porque Chris seria tão diferente?! "Especial" o suficiente ao ponto de ganhar tanto reconhecimento, um livro e um filme?!
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8° Livro de 2024, 10ª Resenha de 2024
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